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Usuário(a):Biothy/Testes

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Experiências com Teoria dos Jogos

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Para que se possa testar a Teoria dos Jogos, é necessário desenvolver experiências em que esta possa ser aplicada. As experiências com Teoria dos Jogos não se focam apenas em análises comportamentais, podendo também ser interessante avaliar o papel das emoções na tomada de decisão. As decisões dos participantes destas experiências podem ser bastante sensíveis, pelo que é importante ter em atenção o design da experiência. Apesar de as especificações de cada experiência dependerem do objetivo que se pretende estudar, há alguns aspetos gerais que devem ser tidos em consideração:

* Instruções: são responsáveis por definir e enquadrar o ambiente da experiência. Uma vez que o comportamento é altamente sensível ao enquadramento, é necessário ter cuidado com as instruções fornecidas. Por exemplo, a utilização de palavras como "adversário" ou "parceiro" para descrever o outro jogador pode ser suficiente para alterar as decisões dos participantes. Para além disso, se a experiência for repetida várias vezes, as instruções devem ser consistentes em todas as sessões (o fornecimento das instruções em papel permite ultrapassar este problema).

* Randomização: evita que diferenças como personalidade, riqueza, a altura a que o participante começa a experiência afetem sistematicamente a experiência. É necessária para a validação de uma variedade de procedimentos.

* Anonimato: corresponde à associação aleatória de participantes para uma experiência, sem contacto visual e mantidos em silêncio durante a mesma. Assim, pode-se evitar que ocorra influência da perceção não associada ao objetivo do estudo na tomada de decisão.

* Incentivos: assumindo que as pessoas preferem mais dinheiro do que menos, é importante usar dinheiro real como incentivo nas experiências. Estudos prévios já demonstraram que a utilização de incentivos reduz a variância dos resultados, quando comparado com a não utilização de incentivos.

* Deceção: é crucial que os participantes não se sintam dececionados com a experiência em que estão a participar. Caso contrário, poderão começar a ignorar as instruções fornecidas, provocando variações nos dados obtidos.

Experiências Neuroeconómicas

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As experiências neuroeconómicas dão informação relativa às bases biológicas da tomada de decisão humana. Existem vários tipos de experiências neuroeconómicas:

1. Experiências comportamentais em que participantes saudáveis fornecem dados para o papel da emoção na tomada de decisão;

2. Estudos lesionais, em que se estudam as alterações comportamentais associadas a dano cerebral permanente ou temporário (induzido por estimulação magnética transcraniana);

3. Avaliação do efeito de drogas na tomada de decisão;

4. Medição da atividade elétrica cerebral durante a tomada de decisão por eletroencefalografia (EEG) ou magnetoencefalografia (MEG);

5. Visualização cerebral em tempo real através da imagem por ressônancia magnética funcional durante a tomada de decisão.

Apesar de cada um dos métodos apresentar as suas vantagens, a ressonância magnética funcional tem-se tornado a técnica dominante, uma vez que é um método não-invasivo e fácil de implementar, para além de fornecer as informações em tempo real, no momento das decisões.

Ao longo dos últimos anos, várias experiências têm demonstrado resultados importantes no que diz respeito à associação da atividade cerebral com a tomada de decisão. Em 2001, através de uma variante do jogo da confiança, foi demonstrado que a Teoria da Mente era necessária para a cooperação económica. Quando colocados em sessão de jogo contra outros humanos ou computadores, os participantes teriam de decidir entre cooperar ou não. Verificou-se que, quando estavam em confronto com outros humanos, havia um aumento da atividade das regiões mediais pré-frontais (ver McCabe, 2001). Uma outra experiência com jogos de confiança pretendia avaliar as bases neuronais associadas à penalização/castigo e verificar se as áreas de recompensa estavam ativadas quando um dos participantes punia um outro que tinha abusado da sua confiança. Observou-se que a punição ativa áreas de recompensa, em particular, o estriado dorsal. Para além disso, verificaram também que os participantes que apresentavam maior ativação desta região, estavam mais dispostos para perder mais para poder punir o outro participante (ver de Quervain, 2004).

Através do jogo do ultimato, também foram feitos diversos estudos, com o objetivo de tentar perceber o porquê de as pessoas recusarem ofertas injustas. Um dos estudos tentou avaliar o papel da expressão das emoções na decisão. Para isso, quando o recetor tem de decidir entre aceitar ou recusar a oferta, é-lhe dada a possibilidade de enviar uma mensagem ao líder. Verificou-se que nas situações de oferta injustas, há uma redução para 32% de recusa por parte do recetor (nas situações em que só pode ser tomada a decisão, sem qualquer tipo de mensagem, há cerca de 60% de recusa da oferta). Também se observou que em quase todos os casos de oferta injusta aceite, as mensagens enviadas ao líder manifestavam insatisfação e desagrado (ver Xiao e Houser, 2005). Um outro estudo colocou os participantes em confronto com líderes humanos ou computadores, que faziam ofertas. Verificou-se que, quando as ofertas injustas eram propostas por humanos, existe uma ativação das regiões da ínsula, córtex anterior cingulado e córtex dorsolateral pré-frontal. Uma vez que as quantidades de dinheiro envolvidas nas duas situações (humanos e computador) eram as mesmas, pode-se dizer que a ativação destas áreas era provocado pelas intenções injustas dos humanos. Para além disso, a ínsula está associada a emoções desagradáveis, o que confirma o facto de as emoções negativas estarem associadas à rejeição neste tipo de jogo (ver Sanfey, 2003). Em 2006, utilizando estimulação magnética transcraniana repetitiva, avaliou-se o papel do córtex dorsolateral pré-frontal na rejeição de ofertas. Os investigadores verificaram que quando o córtex dorsolateral pré-frontal direito era perturbado, havia rejeição de apenas 10% das ofertas injustas. Quando o mesmo processo era testado no lado esquerdo, não se verificaram diferenças significativas. Assim, pode-se concluir que esta região (córtex dorsolateral pré-frontal direito) é importante no processo de tomada de decisão neste tipo de situação (ver Knoch, 2006).