Usuário(a):Brenda L Marmentini/Testes

Ana Elisa Egreja (São Paulo, São Paulo, 1983) é uma artista plástica e pintada com óleo, seu trabalho contém naturezas mortas (inspiradas na pintura holandesa do século 17) realistas e grande escala. A artista denomina seu estilo como "realismo fantástico" pelos elementos díspares e de cronologias diferentes em suas telas, ela usa o abandono como base para suas obras, sendo o preenchimento extremo da tela um combate ao vazio prévio. Seus trabalhos mais antigos contêm a presença animal que se destaca do fundo, com o tempo a artista deu o maior foco ao plano e a fauna dialoga com o espaço muitas vezes íntimo e caseiro, entretanto a ausência do ser humano sempre foi presente.

Egreja fez parte de um grupo de oito artistas de São Paulo chamado grupo 2000e8 e ganhou notoriedade por uma matéria no Caderno 2 em 2008. No mês de agosto o grupo apresentou uma exposição coletiva no SESC Pinheiros, que também aconteceu em Florianópolis. No final do mesmo ano, foi premiada pelo Museu de Arte Moderna da Bahia.

Obras

Em 2005 a artista se formou como bacharel em Artes Plásticas na FAAP, desde então tem trabalhado em exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, sendo sua primeira exposição individual em 2010, em 2018 e 2019 foi indicada ao o prêmio PIPA. No começo de sua carreira, Ana Elisa Egreja optou por construir colagens digitais como referência de seu trabalho, agora a artista também usa modelos em seu ateliê para obter resultados mais fidedignos.

A série Dark Room, de 2010,é composta de sete quadros que mostram animais humanizados em situações cotidianas, os cenários com iluminação baixa proporcionam um caráter íntimo às obras, fazendo o observador um intruso na cena. 

Em 2012, Egreja criou a série “Cantinhos”, quatro quadros retratando janelas com vidros "marretados" emoldurados por azulejos, a relação com a luz de fora no dentro de casa é o foco das obras. A imagem do interior da casa contém pinceladas delicadas e suaves enquanto a imagem distorcida pelo vidro carrega pinceladas mais grosseiras, remetendo o efeito de desfoque.

Em 2016, foi exposta em “Arte Atual/Da Banalidade: vol.1” onde trabalha com objetos mundanos e os distorcem ao coloca-los atrás de um vidro "fantasia".

"Jacarézinho 92" consiste em instalações do ateliê de Ana Elisa Egreja que serviram como modelo para a série de sete pinturas da autora. O espaço era antigamente a casa de seus avós, a casa modernista dos anos 50 serve como um local nostálgico que contrasta com os elementos absurdistas adicionados, as obras dialogam com o tema de abandono, sendo o ateliê também uma casa abandonada. Foi produzido um documentário em conjunto com as obras detalhando o processo por trás da pintura, o vídeo foi dirigido por Douglas Ferreira.

Em 2019, ocorreu a primeira exposição individual de Egreja, "Fabulações" no Museu de Arte Moderna da Bahia apresentou 18 obras de sua carreira e 4 inéditas, esses quadros foram feitos após fotografar instalações por uma semana em uma casa que estava prestes a ser demolida. Uma das obras foi "Cobogós", uma pintura-instalação de 169 quadros que juntos formam uma imagem de 3,3 x 5,9 metros.

No ano de 2020, a plataforma Arturner expôs a série “Colors”, como diz o título, as cores são o foco das obras, cada objeto tem uma ligação com a cor que a artista decidiu usar na obra, o realismo mágico de Egreja é desenvolvido ainda mais com as cinco obras expostas, as cenas apresentadas na telas (ainda de grande porte) carregam a personalidade e o cotidiano latino-americano sem precisar mostrar a figura humana.

Em 2021, houve a exposição "Fazer Realidade" na Galeria Leme, a exposição conteve sete obras grandes e quarenta e duas obras circulares pequenas da artista. As obras mais uma vez abordam o tema de casa, o absurdismo ainda está presente e um tanto elevado, nos quadros grandes a frontalidade e a distância estão mais uma vez presentes, proporcionando a visão ampla de um cômodo, já nos quadros circulares são mostrados pratos vistos de cima, a maioria contêm comidas corriqueiras mas essa linha é pontuada pelo ocasional pássaro morto.

Entre 2020 e 2021, no período de quarentena da pandemia, Ana Elisa Egreja pintou a série "Saboneteiras", contendo 31 quadros de saboneteiras em escala real, a escala menor dos quadros foge de seu padrão comum. As pinturas foram publicadas no livro “Saboneteiras” lançado pela Act. Editora em parceria com a Galeria Leme.

Em 2022 ela trabalhou com a marca Louis Vuitton e pintou pássaros migratórios em malas de viagem, titulados "flyaways". No início os pássaros foram pintados com acrílico e depois uma camada em óleo foi aplicada, no total 116 aves foram retratadas.

A série "Pink Habitats" é formada por 5 quadros e foi exposta no Museu Direktorenhaus em Berlim em 2022. Egreja contempla o trabalho do arquiteto mexicano Luis Barragán nas obras. Os quadros misturam o real e o fantástico, novamente com a presença animal.