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Usuário(a):Bruna Tiburcio/Testes

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Nanoválvulas são máquinas moleculares que simulam o funcionamento de uma válvula. Enquanto válvulas controlam o fluxo de fluidos na escala macroscópica, as nanoválvulas regulam o fluxo de moléculas na escala nanoscópica. Desse modo, elas apresentam potencial aplicação na liberação controlada de fármacos e enzimas.[1]

Síntese[editar | editar código-fonte]

A síntese de uma nanoválvula foi primeiramente descrita em 2004 por Raquel Hernandez, Hsian-Rong Tseng, Jason W. Wong, J. Fraser Stoddart e Jeffrey I. Zink. Eles publicaram o trabalho no Journal of the American Chemical Society (JACS) sob o título An Operational Supramolecular Nanovalve (em português, Uma Nanoválvula Supramolecular Operacional). J. Fraser Stoddart, inclusive, é ganhador do prêmio Nobel de Química de 2016 pelo design e síntese de máquinas moleculares – em particular, pelo desenvolvimento de rotaxanos em 1991.[2]

Nesse artigo[1], foi descrita a produção de nanoválvulas compostas por pseudorotaxanos anexadas a uma matriz de suporte de sílica porosa. Moléculas luminescentes de Ir(ppy)3 foram confinadas dentro dos poros e um agente redutor externo foi utilizado para abrir as nanoválvulas. O processo de liberação foi avaliado por espectroscopia de fluorescência.

Segundo Tiia-Riikka Tero e Maija Nissinen[3], pseudorotaxanos são uma classe de rotaxanos em que a molécula linear interna carece de grupos volumosos nas extremidades. Sua ausência permite a dissociação em seus dois componentes sem romper as ligações covalentes, visto que a presença desses grupos volumosos limitam o ciclo de movimento do macrociclo em torno do halter.

Dessa maneira, pseudorotaxanos funcionam como portas, onde a associação dos seus dois componentes permite o confinamento de moléculas dentro de matrizes porosas e a dissociação desses mesmos componentes permite a liberação dessas mesmas moléculas. Como a dissociação desses componentes é mediada por um estímulo externo ‒ por exemplo, pH[4], ligação competitiva, luz e controle redox ‒, o fluxo e passagem de moléculas a partir de um reservatório nanoscópico torna-se controlado e regulado. Desse modo, cria-se uma nanoválvula.

Aplicações[editar | editar código-fonte]

O maior potencial de aplicação das nanoválvulas é na liberação controladas de fármacos, enzimas e biomoléculas. Devido a essa capacidade,as nanoválvulas podem ser empregadas nas áreas de farmacologia, cosméticos, alimentícia e ambiental.[5]




Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Hernandez, Raquel; Tseng, Hsian-Rong; Wong, Jason W.; Stoddart, J. Fraser; Zink, Jeffrey I. (março de 2004). «An Operational Supramolecular Nanovalve». Journal of the American Chemical Society (em inglês). 126 (11): 3370–3371. ISSN 0002-7863. doi:10.1021/ja039424u. Consultado em 11 de dezembro de 2019 
  2. «The Nobel Prize in Chemistry 2016.». NobelPrize.org. 2016. Consultado em 10 de dezembro de 2019 
  3. Tero, Tiia-Riikka; Nissinen, Maija (fevereiro de 2014). «A perspective to resorcinarene crowns». Tetrahedron (em inglês). 70 (6): 1111–1123. doi:10.1016/j.tet.2013.12.057. Consultado em 13 de dezembro de 2019 
  4. Angelos, Sarah; Yang, Ying-Wei; Patel, Kaushik; Stoddart, J. Fraser; Zink, Jeffrey I. (7 de março de 2008). «pH-Responsive Supramolecular Nanovalves Based on Cucurbit[6]uril Pseudorotaxanes». Angewandte Chemie International Edition (em inglês). 47 (12): 2222–2226. doi:10.1002/anie.200705211. Consultado em 13 de dezembro de 2019 
  5. Rice, Jocelyn (13 de março de 2008). «Nanovalves for Drug Delivery». MIT Technology Review (em inglês). Consultado em 13 de dezembro de 2019