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Macarrão Quadrado[editar | editar código-fonte]

Macarrão Quadrado é uma iguaria típica dos imigrantes italianos que se estabeleceram em Monte Sião a partir do final do século XIX. A massa é cozida, misturada ao molho branco, disposta em assadeira, cortada, empanada, frita e servida com muito molho de tomate. Esse famoso prato, seguindo a receita herdada pelos descendentes italianos de Monte Sião, pode ser encontrada na tradicional Festa do Imigrante Italiano promovida pelo Círculo Ítalo-brasileiro local, com o apoio da Diretoria Municipal de Cultura, tradicionalmente no  mês de setembro ou de acordo com o calendário do Festival Multicultural de Inverno. Para acompanhar o prato recomenda-se um bom vinho tinto. [1]

Origem do Macarrão Quadrado[editar | editar código-fonte]

A história do Macarrão Quadrado perdeu-se no tempo, assim como tantos outros fatos e acontecimentos históricos e culturais. Apesar de não se encontrar registros de relatos que apresentem a evolução histórica da receita das primeiras “Mammas”, sabe-se que foi passada de geração em geração, fazendo parte da cultura gastronômica do município de Monte Sião, sendo uma importante herança dos descendentes italianos. Segundo relatos orais, pode ter surgido da necessidade de se aproveitar os ingredientes disponíveis, já que a situação financeira era precária.

Patrimônio Imaterial e Cultural[editar | editar código-fonte]

O Projeto de Lei Nº 17/2013, aprovado pela Câmara Municipal de Monte Sião concedeu ao Macarrão Quadrado o título de Patrimônio Imaterial e Cultural do município de Monte Sião título concedido também a outras duas iguarias típicas da cidade: o Quentão de Laranja e o Sugre.

A referida lei em seu Art. 2º autoriza “o Poder Executivo por meio da Diretoria de Indústria, Comércio, Turismo, Cultura e Lazer a divulgar amplamente o referido Patrimônio Cultural Imaterial tendo como finalidade a valorização da história e cultura local, a propagação para fins turísticos, bem como a elaboração de projetos educacionais para resgatar e valorizar o saber cultural local”.

Receita do Macarrão Quadrado (ANEXO 1 da Lei Nº 2091/2013)[2][editar | editar código-fonte]

Macarrão Quadrado no CIB
Agradecimento ao Circulo Ítalo-brasileiro (CIB) de Monte Sião pelo preparo do macarrão quadrado e participação ativa neste projeto.

Ingredientes:[editar | editar código-fonte]

- 500g de macarrão ninho número 3

- 6 ovos

- 1 kg de farinha de rosca

- 100g de queijo parmesão ralado (para polvilhar)

- óleo para fritar

Ingredientes para o creme:[editar | editar código-fonte]

- 6 copos de leite

- 8 colheres de queijo parmesão ralado

- 8 colheres de amido de milho

- 4 colheres de manteiga

- Sal a gosto

Modo de fazer:[editar | editar código-fonte]

- Cozinhar os 500 gramas do macarrão e escorrer.

- À parte, levar ao fogo os ingredientes do creme, mexendo sem parar, até engrossar.

- Fora do fogo, juntar o creme ao macarrão escorrido. Misturar muito bem.

- Despejar em um pirex ou assadeira com aproximadamente 3 cm de altura. Alisar com uma faca e deixar esfriar.

- No dia seguinte, cortar em quadrados de aproximadamente 5 cm x 5 cm, passar na farinha de rosca, no ovo batido, e na farinha de rosca novamente.

- Fritar em bastante óleo quente (poucos de cada vez).

- Escorrer. Arrumar em uma travessa e cobrir com molho de tomate à bolonhesa, bem temperado e grosso.

- Polvilhar o parmesão ralado.

Variações:[1][editar | editar código-fonte]

São mais de trezentas famílias descendentes de imigrantes italianos na cidade, o que desperta a criatividade culinária e o surgimento de variadas receitas.


Festa do Imigrante Italiano em Monte Sião [2][editar | editar código-fonte]

A Festa do Imigrante Italiano é um evento de caráter regional, tradicionalmente realizada em setembro que reúne descendentes de italianos da região e promove o resgate da história e da cultura da cidade. A abertura da festa acontece com um jantar especial,  em que o prato principal é o Macarrão Quadrado. Também faz parte das comemorações a Missa de Ação de Graças em idioma italiano, e a homenagem a famílias de imigrantes. O evento é promovido pelo Círculo Ítalo-brasileiro (entidade sem fins lucrativos) com apoio da Diretoria Municipal de Cultura da Prefeitura Municipal.

Círculo Ítalo-Brasileiro de Monte Sião [3][editar | editar código-fonte]

O Círculo Ítalo-brasileiro de Monte Sião foi criado em 1991 sob a superintendência da "Fundação Cultural Pascoal Andreta". No ano seguinte tornou-se uma entidade independente, com personalidade jurídica própria.

O CIB é uma entidade sem fins lucrativos, cuja principal finalidade é a promoção, divulgação e preservação da cultura italiana em todos os seus aspectos.

História da Imigração italiana em Monte Sião[editar | editar código-fonte]

Em meados do século XIX, a cidade de Monte Sião era distrito de Ouro Fino, popularmente conhecido por Capela, localizado na divisa do Sul de Minas e Leste de São Paulo.

A partir de 1887 até 1910, várias famílias de imigrantes italianos começaram a se instalar em Monte Sião. A cidade recebeu 456 famílias italianas, vindas principalmente do Norte da Península (região de Vêneto), mas também havia famílias do Centro, do Sul e da Ilha de Saregna.

As primeiras famílias de italianos que chegaram a Monte Sião eram pobres, camponeses e artistas (músicos e artesões). Portavam documentos que os identificavam como membros das famílias: Formigoni (11 pessoas); Ghirelli, 9 ; Moterani, 6; Zuccato, 7; Mantovanelli, 13; Mazza, 3; Benati, 10; Beghelini, 4; Mosso, 11; Vendrúscolo, 3.[3]

Foram destinados principalmente a lavoura de café, na Fazenda  “Monte Alegre”do Comendador Antonio Batista de Oliveira, região onde hoje está a cidade de Itapira-SP.

As famílias Zuccato, Ghirelli e parte da família Moterani cumpriram apenas o primeiro ano de contrato na Fazenda, buscando atividades diferentes na sede distrital, pois não tinham vocação para a agricultura.

No mesmo período, outras cinco famílias numerosas de agricultores chegaram no Porto do Rio de Janeiro, rumo a Fazenda do Machado, sendo: Maggiolli, Sarti, Grossi, Parolin e Del Pin.

A Fazenda do Machado possuía ótima infraestrutura por ser bem administrada e assim que as novas famílias chegaram, uma escola primária foi instalada. Também contava com telefone, sendo o primeiro de Monte Sião.

Esse conjunto de famílias originou em Monte Sião uma comunidade de gente simples, alegre e solidária que influenciou todos os segmentos da sociedade. O bom gosto pelas músicas clássica e popular, cantadas ou soladas; o gosto pelo bom vinho, bebida indispensável aos domingos e festas religiosas; o fervor religioso, participação maciça nas missas matutinas dos domingos e feriados religiosos; a paixão pelo futebol; o jogo de bocha e truco barulhento; a arte de tricotar o fio; a riquíssima comida marcada pela polenta no almoço, jantar e café da manhã, como a polenta brostolata assada na gradella para se comer com leite; todos esses são hábitos e costumes que fazem parte da cultura do município e cuja origem remonta ao tempo em que essas primeiras famílias chegaram a Monte Sião.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Tem 'Macarrão Quadrado' na Festa Italiana de Monte Sião - TRIBUNA POPULAR». TRIBUNA POPULAR. Consultado em 29 de janeiro de 2016 
  2. Ribeiro, João (22 de abril de 2013). «Lei 2091/2013». Assessoria de Comunicação. Consultado em 19 de janeiro de 2016 
  3. Guirelli Júnior, Lourenço (2001). Monte Sion, Amore Mio. [S.l.: s.n.]