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Edgar Aquino Duarte (Bom Jardim, 28 de Fevereiro de 1941 - São Paulo, 22 de Junho de 1973) foi um militante brasileiro. Era membro da Marinha Brasileira quando aconteceu o golpe militar no Brasil. Foi obrigado a se exilar do país e, quando retornou, viveu clandestinamente. Foi sequestrado, preso e consta como desaparecido.

Biografia Edgar Aquino Duarte (ou Edgard Aquino Duarte) nasceu na cidade de Bom Jardim, Pernambuco, em 28 de Fevereiro de 1941. Era filho de José Geraldo Duarte e Maria Francisca Duarte. Ingressou na Marinha Brasileira logo após concluir o 2º Grau, atual Ensino Médio. Foi Cabo do Corpo de Fuzileiros Navais e participou da Associação de Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil. Destacou-se na Revolta dos Marinheiros, cujo objetivo era lutar por melhores condições de trabalho e pelo reconhecimento da Associação. Neste período, foi dado o Golpe Militar de 1964. Foi exilado do país e ao, retornar, viveu clandestinamente em São Paulo. Foi preso e torturado durante o regime militar, passando por diversos órgãos de repressão. Visto pela última vez em 22 de junho de 1973, Edgar consta como desaparecido.

Prisão e desaparecimento Devido ao episódio da Revolta dos Marinheiros, Edgar foi obrigado a se exilar no México. Viajou posteriormente para Cuba e retornou ao Brasil em 1968, vivendo clandestinamente com o nome falso de Ivan Marques Lemos em São Paulo, onde trabalhou como corretor da Bolsa de Valores. Na década de 70, Edgar se reencontrou com José Anselmo dos Santos, mais conhecido como “Cabo Anselmo”, colega da Marinha que retornava ao Brasil de Cuba, sem moradia ou emprego. Edgar hospedou Anselmo em seu apartamento, localizado na Rua Martins Fontes, 268, no bairro da Consolação (SP). Foi preso em 3 de Junho de 1971 em seu apartamento e levado ao Departamento Estadual de Ordem Política e Social-SP (DEOPS-SP), sob comando do delegado Sérgio Paranhos Fleury. Há indícios de que “Cabo Anselmo” o teria entregado à polícia, pois havia sido capturado meses antes e atuava como um agente duplo. Anselmo estava infiltrado em organizações da esquerda política, relatando informações aos órgãos policiais, provocando a prisão, tortura e assassinato de diversos militantes da oposição. Edgar foi torturado e preso em uma cela individual e isolada. Esteve em contato com outros presos políticos, como José Genoíno Neto e, após dois anos capturado, estava extremamente debilitado. Foi visto pela última vez no DEOPS-SP, em 22 de Junho de 1973. Estiveram envolvidos em seu desaparecimento os seguintes aparelhos repressivos: Batalhão de Caçadores de Goiás, Departamento de Operações Internas-Centro de Operações de Defesa Interna-Brasília (DOI-CODI - Brasília), Departamento de Operações Internas - Centro de Operações de Defesa Interna – São Paulo (DOI-CODI-SP) e Operação Bandeirante (OBAN), além do DEOPS-SP. Em Julho de 1973, o advogado Virgílio Lopes Enei entrou com um pedido de Habeas Corpus. Foi informado pelo delgado Alcides Singilo de que Edgar já havia sido libertado. Porém, ele não entrou em contato com ninguém da família e, posteriormente, sua ficha de dados foi localizada em uma gaveta nomeada “Falecidos” dentro do Departamento de Ordem Política e Social – Paraná (DOPS-PR).

Desdobramentos do Caso O nome de Edgar está na lista de mortos e desaparecidos durante a Ditadura Militar. A Comissão Nacional da Verdade, criada em Maio de 2012, levantou diversos dados sobre o caso, investigando possíveis testemunhas e acusados. Como o corpo de Edgar não foi encontrado até hoje, o crime de sequestro se estende no tempo e não está ao alcance da Lei de Anistia. Sendo assim, o Ministério Público Federal está movendo ações contra os réus que ainda estão vivos e integraram a equipe do delegado Sérgio Fleury, como Alcides Singilo, Carlos Alberto Augusto e Carlos Alberto Brilhante Ustra.

Referências http://www.comissaodaverdade.org.br/caso_integra.php?id=39 http://www.desaparecidospoliticos.org.br/pessoa.php?id=277&m=3 http://blogs.estadao.com.br/roldao-arruda/tag/edgard-de-aquino-duarte/ http://www.averdadesufocada.com/index.php/revanchismo-especial-98/7698-2410-edgard-de-aquino-duarte- http://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=357230 http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/AConjunturaRadicalizacao/A_revolta_dos_marinheiros