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DESENVOLVIMENTO DA ESTEREOTÁXIA NA AMÉRICA LATINA

Jorge Candia, Antonio Martos e Jorge Olivetti

Em 1970, na cidade de Buenos Aires, Argentina, a empresa Aparatos Especiales, produziu o primeiro sistema estereotáctico isocêntrico das Américas. Antonio Martos Calvo, junto com Jorge Candia e Jorge Olivetti (figura 38A) a pedido do neurocirurgião Jorge Schvarcz (1942-2019), desenvolveram um equipamento baseado no estereotáctico concebido por Edward Hitchcock. O paciente ficava sentado numa cadeira adaptada com dois braços telescópicos fixados na sua base. Estes seguravam o marco estereotáctico e impediam a movimentação do paciente (Figura 38B). Uma régua radiopaca dupla fixada na lateral do marco possibilitava a obtenção das radiografias anteroposterior e látero-lateral, sem a necessidade de movimentar a régua radiopaca (Figura 38B). A lesão por termo coagulação era realizada com um elétrodo monopolar de tungstênio de 1,5mm de diâmetro (sem controle de temperatura), com ponta ativa de 3mm, utilizando um coagulador bipolar. O tamanho da lesão era determinado previamente testando o elétrodo em albumina de ovo. O tamanho da lesão era o resultado da regulagem da potência do coagulador bipolar e do tempo de aplicação da radiofrequência. A primeira cirurgia realizada com este sistema foi uma Nucleotractotomia Trigeminal (Fig.38B). Jorge Schvarcz realizou mais de 700 cirurgias funcionais até 1994 quando, por problemas de saúde, deixou de exercer sua profissão. Este foi o início do desenvolvimento da tecnologia para a produção de dispositivos estereotácticos na América Latina.

Cirurgia de Nucleotractotomia Trigeminal, por Dr. Jorge Schvartz

Durante a década de 1980, na cidade de São Paulo, Brasil, Manoel Jacobsen Teixeira e Antonio Martos Calvo estabeleceram uma parceria muito fértil, visando o desenvolvimento e incorporação de novas tecnologias em neurocirurgia. No ano de 1985 é desenvolvido e colocado no mercado pela Micromar o estereotaxico ETM01-B (Teixeira-Martos, Hitchcock modificado), fig. 14A, um dos equipamentos estereotácticos mais versáteis já produzidos.39 Posteriormente foram desenvolvidos pela mesma empresa outros modelos, projetados e adequados aos novos métodos de imagens existentes, como a TC e RMN e com novas funcionalidades como: guia laser, espátulas retratoras isocêntricas, neuroendoscopia estereotáctica, suporte para microrregistro, etc. Se destaca a sua versatilidade para introduzir diversos tipos de instrumentos na caixa craniana sem restrição de abordagens, já seja em forma superior, a través da cavidade nasal ou da fossa posterior.

O desenvolvimento destas novas tecnologias beneficiou e impulsou a neurocirurgia funcional no Brasil, e também em outros países, especialmente os Latino-americanos. Os neurocirurgiões podiam ter a disposição equipamentos nacionais, precisos e a um custo acessível.