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Usuário(a):Estela Marys Dourados/Testes

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Nelito Câmara


Manoel Félix Nelito Câmara foi exemplo de cidadão e de ser humano do seu tempo.

Ainda muito jovem seguiu os ares da nova terra que vinha sendo colonizada no sul do antigo Mato Grosso. Sozinho, chegou em Ivinhema e encontrou aí, um campo fértil para o sustento familiar. Partiu então para buscar, no sítio de Lucélia, a mãe, Laura, e os irmãos, Lino, Cida, Elias e Damião para viverem no recém-criado município. Era 1964.

O rapaz era o responsável da casa. O pai, Adelino Câmara, havia morrido jovem em um acidente de caminhão e o irmão mais velho, Eusébio, já havia constituído família. A inquietação com as dificuldades encontradas pela família para sobreviver, levou Nelito a buscar melhores oportunidades na região em que muitos paulistas, paranaenses e gaúchos estavam formando um novo Estado. Com a venda das terras paulistas, Nelito comprou dez alqueires em chão ivinhemense.

Nelito nasceu no dia 23 de março de 1942 na cidade de Getulina, SP. Antes de a avó italiana o apelidar com o diminutivo de seu nome, era chamado Manoel Félix Câmara. Neto de imigrantes italianos por parte de mãe e portugueses pelo pai, Nelito foi criado no ambiente rural de meeiros de café no interior paulista. Foi nesse ambiente que aprendeu a amar a terra e a confiar em Deus.

Com essa confiança, Nelito chegou com sua família e começou de muito pouco a construir seu futuro na cidade de Ivinhema. Não demorou nada e já estava integrado à comunidade e tomava frente de eventos culturais, como o carnaval. No ano de 19..., Nelito e os amigos criaram a Associação Cultural e Recreativa Ivinhemense, ACRI. No ano de 1970 casou-se com Regina Pieretti, filha de Francisco Pieretti e Benedita, proprietários de um hotel na cidade, o hotel Pieretti. O casal teve três filhos, Renato, Ricardo e Rogério.

As injustiças sociais sempre foram motivos de luta para Nelito e, dentro da empresa em que trabalhava nos primeiros anos em Mato Grosso, começou a reivindicar melhores condições de créditos para os pequenos produtores. Por sua peleja, Nelito acabou demitido.

A partir daí, retomou a vida, trabalhando como encanador e depois como vendedor de queijos e embutidos por toda a região. Sua entrada na política deu-se naturalmente. Filiado ao Movimento Democrático Brasileiro, o MDB, Nelito participou de todas as lutas importantes do partido no Estado, como o fim da Ditadura Militar e o Movimento das Diretas Já.

Em 1983, foi nomeado secretário-geral do município de Ivinhema, permanecendo no cargo até 1988, quando se lançou candidato a prefeito. Foi nessa época de secretário que Nelito começou seu trabalho na Assistência Social e teve papel fundamental na criação do assentamento dos brasiguaios, que mais tarde se transformaria na cidade de Novo Horizonte do Sul, a primeira do Brasil originada de um programa de Reforma Agrária.

Em 1988 ganhou as eleições para prefeito de Ivinhema e pôde realizar um grande trabalho voltado principalmente para os mais necessitados, além da estruturação do município com drenagem, asfalto e iluminação em várias ruas e avenidas. Em sua gestão, também, criou-se um importante incentivo para a pequena agricultura, principalmente, no plantio de mandioca. Em decorrência desse incentivo, o município se transformou num pólo de indústrias de fécula e farinha de mandioca.

Em 1994, Nelito Câmara foi eleito o primeiro deputado estadual do município de Ivinhema. Mais uma vez, deu continuidade ao seu trabalho de cunho social, instalando na cidade de Campo Grande um ponto de referencia para todos os cidadãos do vale do Ivinhema que necessitasse de tratamento médico na capital do Estado. O projeto, que ficou popularmente conhecido como “Pensão do Nelito”, oferecia toda a estrutura necessária, como hospedagem, alimentação, traslado e suporte para marcação de consultas e exames.

Foi neste primeiro mandato de deputado estadual, que Nelito Câmara teve participação fundamental na instalação da unidade da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, UEMS, em Ivinhema.

Em 1998, pela segunda vez, Nelito Câmara foi eleito o representante do Vale do Ivinhema na assembléia legislativa. Além da continuação dos projetos sociais, neste segundo mandato, Nelito Câmara entrou com o projeto de lei que criou o Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema.

Nelito Câmara se aposentou no ano de 2003 e depois de um ano lutando contra o câncer, morreu no dia 27 de setembro de 2004. Seus ideais de justiça social, entretanto, seguem vivos e alimentados em projetos como a Fundação Nelito Câmara.