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Usuário(a):Fanon da Mata/Testes

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Pós-abolição em Juiz de Fora[editar | editar código-fonte]

O pós-abolição no Brasil é um período histórico que se inicia após a abolição do regime de escravidão legal em terras brasileiras. Os processos históricos que envolveram esse momento da história nacional são compostos pelas implicações locais e regionais a cerca das estratégias e projetos de cidadania empreendidos pela população negra, frente o abandono do Estado e o preconceito racial por parte da sociedade brasileira[1].

Nesse sentido, Juiz de Fora é uma cidade muito importante para se pensar o pós-abolição em Minas Gerais e no Brasil. No final do século XIX e início do XX, antes e também após a abolição, a cidade foi uma das principais regiões produtoras de café no Brasil, e a mais rica do estado de Minas por causa de uma economia que girava em torno da exploração do trabalho do povo negro nas lavouras e também nas indústrias de tecidos e roupas da cidade[2].

Após o 13 de maio, conforme as fazendas foram perdendo a sua produtividade com o passar dos anos, e também pelo fato de muitas pessoas preferirem ir embora das terras em que tinham sido escravizadas, muitas famílias pretas se mudaram da zona rural de Juiz de Fora, e também da Zona da Mata como um todo, para o centro urbano que mais crescia na região.

Ao chegar em Juiz de Fora, porém, viam suas esperanças de uma vida melhor serem cruzadas por diversos desafios. Os locais que encontravam para erguer suas casas, muitas vezes de taipa, pau a pique, madeiras e tudo aquilo que poderia ser usado para construir uma morada, não possuíam qualquer infraestrutura urbana. Água, energia elétrica, rede de esgoto e etc eram privilégios apenas das áreas urbanizadas em que vivia a chamada “boa sociedade”. As benfeitorias, quando avançavam, não chegavam aos morros que compunham os bairros negros da cidade. Em sua tese de doutorado, Rita de Cássia Félix demonstra a partir de pesquisa empírica baseada em fontes orais e documentais, as dificuldades vividas pela população negra em Juiz de Fora durante o referido período. Como demonstra o trabalho da autora, não era fácil aos homens e mulheres negras migrantes conseguir um trabalho, sobretudo para os recém chegados que não possuíam uma indicação. [3]

Todavia, é certo que haviam pessoas pretas nas mais diversas posições sociais pelo fato de também ocuparem diferentes postos. Existem registros de pessoas pretas que ao longo do pós-abolição, por exemplo, atuando na área da cultura como o Maestro Cincinato Duque Bicalho (que é autor do Hino de Juiz de Fora) , como vendedoras, como lavradores em suas próprias terras e em muitas outras funções. Porém, para grande parte da população negra, inclusive para as crianças, eram relegados apenas trabalhos pesados como a base da construção civil, e também os  trabalhos domésticos como a arrumação de casas, a limpeza e manutenção de jardins, ruas e etc.

Bairros Negros em Juiz de Fora[editar | editar código-fonte]

População Negra e o mundo do trabalho[editar | editar código-fonte]

Sociabilidade Negra em Juiz de Fora[editar | editar código-fonte]

Manifestações Culturais Negras em Juiz de Fora[editar | editar código-fonte]

  1. Rios, Ana Lugao; Mattos, Hebe (2005). MEMÓRIAS DO CATIVEIRO 1ª edição ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira 
  2. Pires, Anderson (agosto de 2004). «Café, Finanças e Bancos: uma análise do sistema financeiro da Zona da Mata de Minas Gerais: 1889/1930». Consultado em 5 de outubro de 2023 
  3. BATISTA, Rita de Cássia Souza Félix. CLUBES NEGROS NA ESPACIALIDADE URBANA DE JUIZ DE FORA. Tese de doutoramento apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Educação. Orientador: Prof. Dr. Henrique Cunha Junior. Fortaleza, 2015