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Usuário(a):Felip-84/Testes

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Sanglas

Sanglas foi um fabricante de motocicletas da Espanha que começou as suas atividades, na cidade de Barcelona em 1942 e sua produção foi encerrada em 1982.

Características

As motocicletas produzidas por Sanglas eram de cilindrada relativamente alta para a época, especialmente se pensar em um país como era a Espanha da década de 1940 e 1950. A empresa nasceu com a intenção de se posicionar como uma alternativa as marcas alemãs como BMW, Zündapp e DKW, como fornecedora de motocicletas aos órgãos oficiais tais como as forças armadas espanholas, o exercito, ou ainda a policía de Trafíco.

Historia

A história de Sanglas como fabricante de motocicletas se inicia no ano de 1942, três anos depois da Guerra Civil na Espanha, mais os primeiros documentos relativos à venda formal de motocicletas pela marca datam de 1947. A empresa foi fundada por dois jovens estudantes de engenharia da cidade de Barcelona, os irmãos Javier e Martín Sanglas, com o apoio financeiro de seu pai, que era um industrial têxtil.

Os modelos da Sanglas eram um hibrido de modelos alemães e ingleses. O chassi se baseava no conceito de BMW, o motor, era do tipo monobloco, de 4 tempos monocilíndrico, do tipo OHV se inspirava no motor utilizado pela marca alemã DKW. A primeira motocicleta Sanglas, possuía a cilindrada de 347,75 cc e 14,4 CV de potencia a 4.800 rpm.

No final do ano de 1948, a empresa já contava com 100 empregados e tinha fabricado 200 unidades. Em outubro de 1952 se lança o primeiro modelo de 500 cc, com um quadro traseiro removível para poder alojar uma balança oscilante e dois amortecedores hidráulicos.

As motocicletas Sanglas foram concebidas para o turismo e alcançavam velocidades consideráveis e podiam enfrentar longas distâncias. Os modelos 350/4 e 500/3 incluíam motores de maior potência, um silencioso melhorado e freios de alumínio entre outras melhorias.

Em 1957 mostrou na Feira de Exposições de Barcelona, um sidecar construido em fibra de vidro, também lançou uma renovada versão de sua motocicleta de montanha que passaria a se chamar A montanha II e com grandes melhorias em relação à primeira versão.  Possuia uma potência de 25 CV, com um alto valor de arrasto graças ao alto torque de seu motor.

Em 1958 a produção cresce até atingir a cifra de 500 unidades anuais, o que leva ampliar a produção com a mudança da antiga fábrica situada no Bairro de Pueblo Nuevo (Barcelona), a uma fábrica mais moderna localizada na cidade Hospitalet de Llobregat, na região da Catalunha próxima a cidade de Barcelona. Durante a crise daqueles anos o número de empregados se reduziu de 200 para 50 empregados, transformando grande parte dos trabalhadores em produtores de peças e também comprando algumas peças e componentes de outras empresas. Como por exemplo, foi à nova Sanglas 400 que utlizava motores produzidos pela marca Hispano Villiers, e que essa mesma motocicleta foi venda sob a marca Rovena.

No final dos anos 1950, devido ao auge dos veículos de quatro rodas, muitos fabricantes de motocicletas se viram obrigados a reduzir a cilindrada de seus modelos, o resultado foi o lançamento modelo conhecido como ‘’Cromática’’, com um motor de 295 cc, 13 CV de potência e 6.600 rpm. Em 1959 foram vendidas 480 unidades, divididas da seguinte maneira 250 a órgãos oficiais do Estado Espanhol e 230 a particulares. O sobrenome “cromática” se devia as quatro opções de cores com que se comercializava (azul, salmão, verde e preto).

Em 1967 foi lançado um modelo de 500 cc visando o uso militar, mais que não obteve muita demanda em vendas, ainda nesse mesmo ano, Sanglas lança a marca Rovena, com motores Hispano Villiers bicilíndricos de dois tempos e capacidades de 250/350 cc, esta ultima cilindrada estava disponível desde 1963. Em 1964 começa a produção das Sanglas equipadas como os motores Zündapp de 50, 75 e 100 cc de dois tempos.

Na Feira de Exposições de Barcelona, apresentou o modelo 400T de quatro tempos (com motor de 423 cc, já desenhado entre os anos de 1956-57), esse modelo serviu de referência para o resto dos modelos a serem produzidos pela marca até o seu desaparecimento.

Em 1970, Sanglas projetou um modelo de multiuso de pequeno porte com 49 cc e transmissão secundária por eixo cardan de baixa manutenção e que pesava somente 28 kg, mais por não encontrar financiamento, o projeto dessa pequena motocicleta multiuso foi desestimulado e posteriormente abandonado.

Em 1973 havia aumentado a demanda por motocicletas de grande tamanho e potência, mais Sanglas, só conseguiu vender 474 unidades, o motivo foi que suas motocicletas tinham um baixo desempenho de potência e velocidade.

Em 1976 era apresentada o modelo 500 S com freios a disco a bordo (conceito desse desenvolvido por Sanglas), esse modelo desenvolvia a potência de 32 cv a 6.700 rpm. Por sua vez foi modifcado e melhorado o modelo 400 E, para dar lugar ao modelo 400 F. O modelo 500 S permitiu um aumento de vendas no exterior, porque contava com a ajuda financeira da empresa Prodinsa (Promoções e desenvolvimentos industriais S.A.), cuja mesma também possuía participações na sociedade Mototrans (empresa que fabricava sob licença motocicletas da marca italiana Ducati), esse fato motivou as tentativas de fusão de ambas as empresas.

Em 1977 Sanglas, lança a motocicleta 500 S2, e dois anos depois aparece no mercado uma versão melhorada dessa mesma motocicleta que entre outras melhorias contava com uma transmissão de 5 velocidades, esse modelo recebeu o nome de (500 S2 V5).

O negócio realizado por prodinsa na empresa Sanglas não corresponde às expectativas esperadas e também o valor investido ficou abaixo da lucratividade esperada, sendo assim, Sanglas foi vendida ao banco espanhol Banesto, com a idéia de que fosse possível recuperar a sua lucratividade como empresa e posterior revendar a mesma com a possibilidade de obter altos lucros com essa transação comercial.  Então o banco Banesto, vendeu Sanglas para um fabricante japonês que buscava um sócio comercial para poder penetrar no mercado espanhol de motocicletas, esse fabricante foi à japonesa Yamaha.

Finalmente em 1981, a venda de Sanglas a Yamaha, foi concretizada, e foi constituída uma nova empresa chamada SEMSA (Sociedade Espanhola de Motocicletas S.A.), cujo capital era formado Yamaha, Banesto, Banco de Madrid e Banco Catalão de Desenvolvimento. Inicialmente 50% do capital estavam nas mãos de Yamaha, que através de varias ampliações desse capital, conseguiu obter o controle total da empresa.

A última motocicleta Sanglas, fabricada com motor próprio de Sanglas, foi o modelo 500 S2 V5, que deixou de ser fabricado em 1981. A fabricação do modelo 400 Y foi encerrada em 1982, desaparecendo assim a marca Sanglas e o ultimo de seus produtos. A partir desse momento só seriam produzidas motocicletas da marca Yamaha.

Em 1989 ocorreu a mudança da razão da empresa Sociedade Espanhola de Motocicletas S.A. (SEMSA), que a partir desse fato foi constituída a empresa Yamaha Motor da Espanha S.A. Assim termina a história e a existência de Sanglas como fabricante de motocicletas.

Modelo Produzido Desde Até
350 1945 1947
350/A 1948 1949
350/1 1949 1951
500/1 1952 1953
350/2 1952 1953
350/3 y 500/2 1953 1956
350/4 y 500/3 1956 1962
350/4/2 1962 1964
295 (Cromática) 1959 1961
295/1 1961 1969
400 1964 1973
Rovena 250 y 325 1962 1970
400 T 1971 1973
400 1964 1968
100 Sport 1964 1968
50 Ciclomotor 1964 1968
400 E 1973 1976
400 F 1976 1980
500 S 1976 1978
500 S2 1978 1979
500 S2 V5 1979 1981
400 Y 1978 1982