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A evangelização e a soberania de Deus.
PACKER, J. I. A evangelização e a soberania de Deus. Trad. Gabriele Greggersen. 1° ed. São Paulo:
Editora Cultura Cristã, 2002. 112 p.
Este livro foi escrito com a finalidade de falar sobre evangelização e sobre a forma como a
mesma tem sido mal executada ou negligenciada. O autor aponta sobre os dois grandes extremos: A
soberania de Deus e a responsabilidade humana. Dessa maneira, tenta esclarecer a seus leitores, que a
soberania de Deus em nada interfere no nosso dever de evangelizar. A obra é dividida em quatro capitulos
onde serão abordados: A Soberania Divina, Soberania Divina e Responsabilidade humana, a
evangelização e a soberania divina e a evangelização.
A soberania de Deus é o ponto de partida para qualquer cristão. Mesmo aqueles que não
conseguem acreditar nesta verdade. Toda vez que, nós cristãos, oramos a Deus, automaticamente,
estamos concordando que precisamos dEle, e que sem o seu poder não podemos fazer nada. Jamais
passou pela nossa cabeça que o fato de sermos crentes em Cristo Jesus foi algo que nos foi concedido por
nossa força, mas acreditamos que Deus foi quem nos concedeu uma nova vida.
A soberania divina e a responsabilidade humana, ao contrário do que pareça, não são inimigas,
mas andam lado a lado. O grande problema é que estamos acostumados, por acreditar mais em uma,
tentar a tudo custo provar que a outra está errada. Devemos aceitar essa aparente oposição de forma
pacifica, lembrando que Deus é um rei que ordena e controla todas as coisas, mas também é juiz que
responsabiliza o ser humano por todos os seus atos. Dessa maneira, poderão surgir perguntas do tipo: Se
Deus ordenou todas as nossas ações, como é que Ele pode ser razoável ou justo para atuar como nosso
juiz? A verdade é que não devemos nos espantar ao encontrarmos mistérios como este na palavra de
Deus. O nosso criador é incompreensivo em alguns casos: “Por que os meus pensamentos não são os
vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR” (Is 55.8ss).
Não podemos esquecer que, a responsabilidade em levar o evangelho recai sobre os homens,
entretanto, todo o mérito no sucesso da ação evangelística deve ser entendido como prerrogativa de Deus,
e não como a forma empreendedora ou as técnicas que foram aplicadas. Dessa maneira, podemos
perceber que nós pregamos, mas quem convence o homem do seu pecado é Deus.
A evangelização deve ser definida como uma mensagem a ser pregada e não como um efeito a
ser produzido em nossos ouvintes. Esta mensagem, refere-se a apresentar Jesus como o filho divino, o
salvador do mundo que vive e reina, e convidar para se voltarem para Deus. O amor deve ser a ferramenta
primordial para pôr em prática a grande missão que Deus nos concedeu, e nossas ações não devem ter o
carater de menosprezar ou criticar, devemos evitar tudo que faça as pessoas repudiar o evangelho.
Existem diversas formas de evangelização. Evangelização pessoal, encontro nos lares e os grupos
de estudos bíblicos. Não podemos pensar que as únicas formas de evangelismo são essas, pois até mesmo
em um culto normal, quando se é pregado a palavra de forma séria e correta, quase sempre é transmitida
uma mensagem evangelística.
O conteúdo da mensagem evangelística é apresentar Deus. Dizer como Ele é e o que Ele pensa
sobre nós, e como Ele deseja que andemos. Dessa maneira, ensinar que somos completamente dependente
dEle. O evangelho também é uma mensagem sobre o pecado, que é tudo aquilo que nos afasta de Deus. A
convicção do pecado não se trata de um remorso ou mal estar sofrido pelo homem, mas uma verdadeira
compreensão de que ao pecar esta entristecendo a Deus, e que imediatamente precisa do seu perdão. Ao
pregarmos o evangelho não devemos apresentar a pessoa de Jesus sem sua obra salvadora. Devemos
proclamar que Ele era mesmo Deus, que viveu na terra como homem, foi morto para tirar os pecados do
mundo e ressuscitou e foi feito rei para salvar todos aqueles que o aceitar e reconhecer seu senhorio. Por
outro lado, não se pode apresentar a obra salvadora de Cristo sem falar de sua pessoa.
Existem dois principais motivos para evangelizarmos: o primeiro é para glorificar a Deus, pois
quando obedecemos os seus mandamentos e damos nosso testemunho das maravilhas que Ele tem feito
em nossas vidas, o nome do Senhor é glorificado. O segundo é o amor pelas almas que estão perdidas no
mundo. Amor este que deve se preocupar com seu próximo como a alguém que estivesse prestes a
morrer.
A soberania divina não nos exime da nossa necessidade e nosso dever de evangelizar, ela serve
como motivação para este ministério. Dessa forma, quando aparecerem obstáculos ou a rejeição por parte
das pessoas, nada poderá fazer com que o pregador fique desanimado ou triste, pois sua confiança estará
na soberania daquele que o enviou.
O autor conclui que, a confiança na soberania de Deus proporciona-nos um espírito de ousadia e
paciência tão importantes para obra evangelística, e essa mesma confiança deve nos tornar homens e
mulheres de oração. Dessa maneira, devemos orar pelas almas, pois somente o Espírito Santo pode tornar
eficaz as nossas palavras para salvação das pessoas.
O livro apresentado é uma ferramenta enriquecedora para obra evangelística. A obra trata de um
tema bastante polêmico onde existem dois pontos extremos. O autor não assume uma posição de fato, mas
coloca esses dois extremos lado a lado, tornando-os assim complemento um do outro e não ideias
contraditórias onde se devam perder tempo com discussões desnecessárias.
James Innell Packer é um teólogo anglicano e professor de teologia no Regent College, em
Vancouver, Canadá. Seus livros já venderam mais de três milhões de exemplares. Entre os seus livros
publicados em português estão O Conhecimento de Deus, Esperança, Na Dinâmica do Espírito, Entre os
Gigantes de Deus e Os Vocábulos de Deus. Foi editor da revista Christianity Today (Cristianismo Hoje) e
membro do comitê de novas traduções da Bíblia.
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