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Usuário(a):Florentino Rogerio Duce/Testes

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Turismo Desportivo[editar | editar código-fonte]

Florentino Roger Duce 03:17 Leave A Reply

De acordo com CARVALHO & LOURENÇO (2008), nas últimas três décadas a evolução tecnológica e social transformou de forma fantástica o modo como a maioria das pessoas vêem o tempo e a vida. Há algumas décadas atrás era impensável para a generalidade da população viajar pelo simples prazer de conhecer sítios novos, hoje isso é banal para muita gente, de tal modo que a viagem turística já se transformou em algo mais do que conhecer sítios novos.

Assim, o turismo vive uma fase de profunda transformação, mais do que sítios diferentes ou oportunidades de descanso, as pessoas viajam cada vez mais à procura de novas experiências e vivências associadas a diversas práticas desportivas.

Para além da prática desportiva assume também especial relevância o espectáculo desportivo, por isso o Turismo Desportivo apresenta duas tipologias especialmente relevantes, uma associada ao espectáculo desportivo (TED) e uma segunda associada à prática desportiva (TPD).

TURISMO

Segundo CUNHA (2007), o turismo é actualmente um dos sectores da economia mais relevantes da actividade mundial. Caracteriza-se por ser uma actividade sócio económica, na qual o indivíduo viaja pelas mais variadas motivações, por um período superior a 24 horas, para um local interno ou externo do seu país, no qual consome os respectivos produtos e serviços oferecidos, assim como toma conhecimento directo da cultura local, tendo como finalidade a satisfação de um espectro de diferentes necessidades e desejos.

Segundo a OMT (2001) “Turismo é o conjunto de actividades realizadas pelas pessoas durante suas viagens e estadas em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano, por lazer, negócios ou outros”. Para MENDONÇA (1993) apud EDRA (2005:11) O turismo é uma actividade humana intencional, que serve como meio de comunicação e como elo de integração entre os povos, tanto dentro de um mesmo país como fora dos limites geográficos dos países. Envolve o deslocamento temporário de pessoas para outra região, país ou continente, visando a satisfação de necessidades outras que o exercício de uma função remunerada.

Assim, percebe-se que quando se fala de turismo refere-se ao deslocamento temporário do entorno habitual do viajante para a região a visitar sem exercer actividades remuneradas e/ou lucrativas. Após esta breve reflexão do conceito de turismo pode-se afirmar que existem características fundamentais do turismo como: Ø A deslocação; Ø A permanência pouco prolongada; Ø E a deslocação e permanência não utilizadas para a execução de uma actividade lucrativa.

DESPORTO

O conceito de desporto não é definitivo, na medida em que novas perspectivas e correntes de pensamento estão continuamente a enriquecê-lo. Na perspectiva de COUBERTIN (1934), apud PIRES (1994), ‟o desporto é um culto voluntário e habitual de exercício muscular intenso suscitado pelo desejo de progresso e não hesitando em ir até ao risco”.

O Conselho da Europa na ‟Carta Europeia do Desporto” aprovada pelos Ministros Europeus responsáveis pelo desporto reunidos na 7ª conferência em Maio de 1992 apud SILVA (2012), definiu:

Desporto como todas as formas de actividade física que através de uma participação organizada ou não, têm por objectivo a expressão ou o melhoramento da condição física e psíquica, o desenvolvimento das relações sociais ou a obtenção de resultados na competição a todos os níveis.

Segundo CORREIA (2004) na comunidade científica contemporânea considera-se que o desporto possui várias dimensões e expressões, como por exemplo, a arte, a estética, a competição, a sociedade, entre outras. Analisando os diversos sectores acima mencionados, verifica-se que o desporto assume diferentes expressões coincidindo com o normal ajustamento, que tem de ser aperfeiçoado, às necessidades, preferências e disponibilidades das pessoas. De acordo a leitura que se pode fazer do facto social em combinação com os critérios organizacionais e individuais, poder-se-á classificar o desporto segundo a sua utilização: Ø Desporto-rendimento Ø Desporto- saúde Ø Desporto-educação Ø Desporto-lazer Ø Desporto-aventura Ø Desporto-integração

TURISMO DESPORTIVO

PIGEASSOU (2004) apud SILVA (2012) menciona que a expressão Turismo Desportivo surge pela primeira vez em França na década de 70. A origem do Turismo Desportivo, pelos conhecimentos que hoje temos, surgiu anteriormente, associada aos desportos de Inverno praticados nos Alpes Franceses no início do século XX. Ainda segundo os mesmos autores a dificuldade de definir a área do Turismo Desportivo está na objectividade das dimensões e na sua articulação, defendendo a ideia que a dificuldade de definir Turismo Desportivo é inerente à dificuldade que se tem também encontrado em definir Desporto. Deste modo, tal só será possível depois de se definirem os limites do conceito de Desporto.

De acordo com SILVA (2012), embora o acto de viajar por razões desportivas só tenha começado a ser estudado como actividade turística a partir do século XX, já na Grécia antiga muitos “turistas” se deslocavam até à região do Monte Olimpo para participarem nos Jogos Olímpicos.

Para a autora, nas últimas décadas, consequência do desenvolvimento da consciencialização de indivíduos dos benefícios que a prática desportiva acarreta não só para a saúde, mas também para o bem-estar quer físico quer mental de cada um, os serviços oferecidos pelo sector do turismo tiveram que se adaptar a esta nova era de clientes, criando condições para que estes praticassem actividades desportivas no seu período de férias, ou que proporcionassem a experiência ou início da prática de uma nova modalidade desportiva. Mas esta adaptação ocorreu também inversamente:

Em alguns casos, a prática de certas modalidades desportivas está condicionada à existência de determinadas condições naturais, muitas vezes inexistentes, junto da residência daqueles que a pretendem praticar; Por exemplo, para quem resida na área do município de Inhambane e queira praticar desportos da neve, torna-se imprescindível efectuar uma deslocação para outro local, uma vez que a ‟Terra de Boa Gente” não possui condições naturais para a prática da modalidade;


Ora, nessa deslocação, o praticante terá que recorrer quer aos serviços desportivo, quer aos conhecimentos do turismo. Esta interdependência entre o turismo e o desporto, poder-se-á observar nos mega eventos mundiais de desporto, Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais, por exemplo, os quais não se poderiam organizar sem a colaboração dos serviços do turismo oferecidos pelos agentes de viagem, instalações de alojamento, entre outros agentes.

Segundo CARVALHO & LOURENÇO (2008) o Desporto e Turismo tiveram origem na revolução industrial sofrendo uma evolução individual, mas prosseguindo sempre uma evolução paralela fundamentada em quatro factores que se mostram fundamentais para a relevância que estes dois fenómenos representam para a sociedade actual:

1) A concentração das populações em torno dos centros urbanos; 2) Aumento da duração do tempo de lazer; 3) Aumento do poder de compra; 4) O desenvolvimento dos meios de transporte.

KUTZMAN & ZAUHAR (2003) apud SILVA (2012:38) descrevem que o desporto é visto como o maior fenómeno social do mundo e prevêem que o turismo venha a ser a maior indústria económica do século XXI, baseando o seu juízo no aumento acentuado dos pontos de contacto entre o desporto e o turismo. Segundo a OMT (2002), turismo desportivo é a participação activa, como praticante, ou passiva, como espectador, em desportos recreativos ou competitivos. O desporto é a motivação principal para a efectivação da deslocação e o destino é escolhido pelas suas qualidades intrínsecas para a prática do desporto, embora o elemento turístico possa estar incluído e reforçar a experiência. Ainda segundo o mesmo organismo, este segmento do turismo inclui os seguintes tipos de desportos e produtos:

Ø Golfe; Ø Desportos náuticos; Ø Caminhadas, trekking e biking; Ø Ténis e outros desportos passivos de bola; Ø Caça e pesca; Ø Desportos aquáticos/subaquáticos (actividades aquáticas e mergulho); Ø Desportos de Inverno. Caracterização do Turismo Desportivo De acordo com CARVALHO & LOURENÇO (2008) a participação dos turistas em actividades ou contextos desportivos podem agrupar-se segundo a seguinte tipologia:

Turismo de Prática Desportiva (TPD)

No âmbito do Turismo de Prática Desportiva, os turistas participam no conjunto de actividades desportivas enquanto praticantes. O turista de TPD pratica uma qualquer actividade desportiva, independentemente da motivação principal da sua viagem. A prática de uma actividade desportiva não poderá ser considerada a motivação principal neste tipo de turismo, uma vez que este abrange também as pessoas que têm outra motivação para a realização da viagem, por exemplo, o turista de “Sol & Praia”, embora possa existir uma ponderação para a prática de uma qualquer actividade desportiva no decurso da sua viagem.

 Turismo de Espectáculo Desportivo (TED)

No Turismo de Espectáculo Desportivo, o turista usufrui de um conjunto de actividades desportivas enquanto espectador, independentemente da motivação principal da viagem. Este tipo de espectáculo movimenta uma enorme quantidade de espectadores, que se deslocam propositadamente para assistir ao espectáculo desportivo ou que, encontrando-se de férias por outra qualquer motivação, assistem a espectáculos desportivos que decorram no mesmo destino turístico, como por exemplo os Jogos Olímpicos e os Campeonatos do Mundo de Futebol. Os organizadores dos espectáculos desportivos têm cada vez mais uma preocupação em tornar o evento atractivo ao grande público e simultaneamente, promover o local onde se realiza, uma vez que este tipo de espectáculos tem vindo a apresentar-se como uma nova forma de promover a alavancagem económica dos países ou regiões organizadores, pela respectiva capacidade de gerar impactos nas economias locais.

Segundo PIGEASSOU (2004) apud SILVA (2012:45) este tipo de turismo desportivo designa-se por “Turismo Desportivo de Eventos” onde “uma proximidade sensorial e emocional com a situação real é essencial”. Já ROBINSON & GAMMON (2004) referem-se a esta prática como participação passiva.

Potencialidades do Turismo Desportivo De acordo com LOURENÇO (2008) é possível dizer que existem actividades desportivas potencialmente turísticas e outras sem potencial turístico. Esta potencialidade será tanto maior quanto maior for a sobreposição entre as expectativas dos clientes face a cada uma das actividades desportivas e as características de cada actividade.

Quanto às expectativas, o autor analisou numa perspectiva económica as determinantes da procura desportiva e conclui que “as preferências por bens e serviços derivam de expectativas de utilidade que relacionam a cada um com o seu desporto”. Ou seja, cada pessoa procura uma actividade desportiva que possa satisfazer os aspectos que essa mesma pessoa mais valoriza.

É necessário ainda dar importância a flexibilidade inerente a algumas actividades desportivas para dar resposta a diferentes expectativas por parte dos clientes. Pode acontecer que uma actividade desportiva tenha potencialidades turísticas para diferentes tipos de clientes, apesar de o mais corrente é existir uma actividade que se associe essencialmente a um público e a um contexto específico.

De acordo com PEREIRA (2003) apud CATARINO (2011) uma das tendências mais significativas da procura turística é a do Turismo Activo tendo o desporto um papel integrador, assim como no âmbito do Turismo Passivo a oferta de práticas desportivas é evidente, assumindo aqui um papel complementar dada vez mais importante no seio da oferta turística.

STANDEVEN e DEKNOP (1999) apud CATARINO (2011) consideram que 10 a 20% dos turistas de países desenvolvidos revelam desejo em praticar actividades desportivas durante o seu período de férias, sendo que este valor aumenta entre os 25% e os 80% quando as práticas desportivas são consideradas como algo pontual. Estes mesmos autores mencionam ainda que, o número de turistas que pretende férias com objectivo mais de recreação, férias activas ou férias com animação desportiva, já é bastante elevado e continuará a aumentar. A tendência será a procura da diversidade das actividades desportivas.

Capacidades Pessoais Necessárias

De acordo com CATARINO (2011) os turistas Entusiastas especializam-se geralmente numa determinada actividade, onde procuram desafios cada vez mais interessantes e difíceis, exigindo um grande domínio de habilidades motoras específicas, assim como níveis mínimos de capacidades bio-fisiológicas como a resistência e a força, simultaneamente ou não. Como por exemplo, para participar numa travessia de BTT durante uma semana, é necessário, entre várias coisas, ter capacidades de resistência de modo a suportar a duração do respectivo esforço, tal como no caso de um praticante de parapente, precisa de dominar determinadas habilidades motoras e tecnológicas que lhe permitam realizar a actividades em segurança.

O autor conclui que as actividades propostas aos praticantes Esporádicos devem considerar que as capacidades pessoais de cada turista podem não ser necessárias para a sua realização. Não é aconselhável que se proponha a um turista que nunca tenha praticado BTT, a realização de um percurso com desníveis acumulados positivos elevados, pois mesmo que o turista o consiga realizar, a actividade não terá a mesma satisfação. Tal como um qualquer turista que realize um vôo de parapente sem ser tripulado por outra pessoa, só porque está de férias num destino propício para esta prática.

Duração Normal da Prática

CATARINO (2011) considera que os Entusiastas dedicam normalmente uma percentagem maior do seu tempo de turismo à actividade desportiva, relativamente aos Esporádicos, pelo facto de a prática de um determinada actividade desportiva concreta ser a principal motivação da viagem. Para estes, toda a viagem é planeada em função da actividade a realizar. Por vezes o tempo de viagem é utilizado na sua quase totalidade, para essa actividade, como por exemplo a participação numa regata de vários dias em veleiro em que mesmo os tempos de repouso e de refeição são coordenados em função dessa mesma actividade.

Para o autor, as actividades que são mais propícias aos turistas Entusiastas têm normalmente uma duração superior às actividades mais potenciais para os Esporádicos. Estes dedicam um tempo normalmente mais residual à prática desportiva, uma vez que a actividade desportiva só servirá para ocupar o tempo para o qual não exista ainda nenhuma actividade prevista e de modo a não comprometer a disponibilidade de concretizar a motivação principal. Por exemplo, um turista termal, só participará num percurso pedestre se este não impedir a realização dos tratamentos termais nem prejudicar os efeitos por estes previstos.

 Condições para a Prática

De acordo com CATARINO (2011) as condições existentes para a prática da sua actividade desportiva, são usualmente muito importantes para os Entusiastas. O destino é escolhido pelas condições que tem para a prática da sua actividade específica. Como por exemplo um destino para a prática de golfe será valorizado quanto maior for a qualidade, a diversidade e os graus de dificuldade dos campos.

Como seria de esperar, as condições de prática para os Esporádicos não são determinantes na decisão de realizar ou não uma actividade. Valorizam aspectos como a proximidade do local de prática ou as condições do contexto. Exemplo disso é o caso de um hotel junto à praia que, mesmo que não tenha grandes condições para a prática de surf, mas se tiver um bom instrutor, pode conseguir cativar os seus clientes para a prática dessa actividade.

Custos Directos Associados à Actividade Desportiva

Segundo CATARINO (2011) quem disponibiliza normalmente um maior valor para actividades desportivas são os turistas Entusiastas, seja no aluguer de infra-estruturas ou de serviços necessários para desenvolver a actividade, seja na compra de equipamento especializado. Os Esporádicos, pelo facto de possuírem outras motivações de viagem, despenderão unicamente algum dinheiro nessas actividades se sentirem que as mesmas representem uma mais valia na sua viagem, não colocando em causa as suas motivações principais de viagem.

Valorização dos Complementos Necessários à Actividade

Relativamente à valorização dos complementos necessários à actividade, como são o alojamento, o transporte ou a alimentação, CATARINO (2011) conclui que os Entusiastas valorizam primariamente os complementos que permitem a realização da actividade e só depois o conforto que estes podem proporcionar. Por sua vez, os Esporádicos dão mais valor a factores como o conforto e só depois os complementos directamente relacionados com a actividade. Relação entre o Turismo Desportivo e Tempos Livres De acordo com BENTO (1995) apud CATARINO (2011) nos dias de hoje é indiscutível que o fenómeno do tempo livre e do tempo de lazer marca a vida do cotidiano. Assim, é necessário que a sociedade se prepare, para que as pessoas possam desfrutar de alguma qualidade de vida na utilização daquele tempo. Neste sentido, alguns autores referem que a vivência hoje em dia se processa num período de mudança gradual da sociedade de trabalho, da cultura e do tempo livre.

O desporto, sendo uma das formas de ocupação do tempo livre e de lazer, tornou-se nos últimos tempos, uma atracção crescente para inúmeras pessoas. De facto com o aparecimento e a expansão da era do estilo de vida os índices de opção pelo desporto alcançaram uma expressão espantosa. Evoluindo-se de um desporto de entretenimento e espectáculo de fim-de-semana, para uma cultura do quotidiano. As pessoas para além de sensações de prazer e bem-estar físico e mental que vivenciam, conseguem ser elas próprias. Para além de que o desporto permite não só a sociabilização, como a partilha de interesses comuns, permitindo a integração social.

A partir da segunda metade do século XX, surgem novas mentalidades relativamente ao desporto, que de acordo com MARIVOET (1998) passam a defender uma cultura física mais abrangente, generalizada a todos os escalões etários, onde os objectivos principais se dirigiam para a ocupação dos tempos livres e a constituição de estilos de vida saudáveis. Estas novas preocupações estiveram na origem do movimento «Desporto para Todos».

GONÇALVES (1989) apud NUNES (1996) ‟refere que o desporto tem-se tornado num componente importante da sociedade moderna. Os jovens dispõem de mais tempo livre e o desporto desempenha um papel relevante nos domínios da educação, da saúde e do lazer”.

Daí que se verifique, por parte dos jovens, uma procura crescente da ocupação dos seus tempos de lazer em actividades físicas /desportivas com o objectivo de quebrar a rotina e de encontrar o equilíbrio. Assim, as actividades físicas e o desporto reúnem sem dúvida condições privilegiadas, quer para os que são intervenientes directos, quer para os que participam indirectamente. Segundo PIRES (1994), Estamos a sair de um tempo de desporto único, em que todos tínhamos de fazer desporto da mesma maneira para entrarmos numa nova era, a de um tempo de lazer em práticas desportivas que vão ao encontro dos desejos de cada um, proporcionando uma multiplicidade de soluções.

 CONCLUSÃO 

O turismo desportivo tem vindo a assumir um lugar de relevo na ocupação do tempo livre do turista. Nas últimas décadas cresce a procura de destinos que oferecem actividades desportivas nos seus empreendimentos para além de que, o desporto por si só é um atractivo turístico. Nas últimas décadas, destinos que não oferecem actividades desportivas poderão gradualmente registar uma fraca procura por parte dos visitantes para além de que, seus visitantes terão o seu tempo de estadia relativamente reduzido se comparado com destinos que oferecem tais actividades.

A preocupação de viajar para conhecer (apenas) sítios novos está extinguindo. Hoje em dia, antes do turista escolher o local a visitar primeiro faz uma série de questões como, ‟o destino oferece actividades desportivas”? ‟Quias”? Assim, a preocupação não é conhecer sítios novos é procurar ter a maior sensação de prazer, praticando algum tipo de desporto que só via na televisão.

Para além da prática desportiva assume também especial relevância o espectáculo desportivo como assistir a Copa do Mundo, Jogos Olímpicos, Liga dos Campeões, etc., por isso o Turismo Desportivo apresenta duas tipologias especialmente relevantes, uma associada ao espectáculo desportivo (TED) e uma segunda associada à prática desportiva (TPD).

Para este novo seguimento de turismo denominado Turismo Desportivo tem-se como suas principais potencialidades o facto de ser considerado como polo de atracção turística, forma de aumentar a diversidade da oferta, forma de ocupar os tempos livres do turista e como forma de diminuir a sazonalidade. É indiscutível que o fenómeno do tempo livre e do tempo de lazer marca a vida do cotidiano, tornando-se necessário que a sociedade se prepare para que as pessoas possam desfrutar de alguma qualidade de vida na utilização de tal tempo. Sendo o desporto uma das formas de ocupação do tempo livre e de lazer, tornou-se nos últimos tempos, uma atracção crescente para inúmeras pessoas.

Os jovens dispõem de mais tempo livre, assim o desporto desempenha um papel relevante nos domínios da educação, da saúde e do lazer. Daí que se verifique, por parte dos jovens, uma procura crescente da ocupação dos seus tempos de lazer em actividades desportivas com o objectivo de quebrar a rotina e de encontrar o equilíbrio. Dessa forma, vão demandando estabelecimentos turísticos que ofereçam tais actividades.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, Pedro & LOURENÇO, Rui. (2008). Turismo de Prática Desportiva: Um Segmento do Mercado do Turismo Desportivo. Acesso em 12 de Outubro de 2014. Disponível em: http://mpra.ub.uni-muenchen.de/10959/1/TPD. CATARINO, Marta. (2011). O Desporto e Turismo: Contributos na diferente oferta turística-desportiva existente no Algarve, em concreto no Município de Portimão. Portimão. Correia, Antunes (2004). A prática desportiva e as pessoas, Contributo para a identificação, a sistematização e a classificação dos desportos. Lisboa. CUNHA, Lucínio. (2007). Introdução ao Turismo. 4ª Edição, Editorial Verbo. Lisboa. DENCKER, F. Maneti (2002). Métodos e Técnicas de Pesquisa em Turismo. 6ª ed. São Paulo: Futura. EDRA, F. P. Morela (2005). A Relação entre Turismo e Transporte Aéreo no Brasil. Rio de janeiro. GIL, A. Carlos (1999). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ª Ed. São Paulo LANÇA, Rui (2003). Animação Desportiva e Tempos Livres - Perspectivas de organização. Editorial Caminho. Lisboa. LOURENÇO, Rui. (2008). Turismo de Prática Desportiva. Estudo de caso: Os percursos Pedestres e os Termalistas Clássicos em Monfortinho. Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade da Beira Interior. MARIVOET, Edmundo. (1998). Aspectos Sociológicos do Desporto. Livros Horizonte, Lisboa. NUNES, Pacheco. (2006). O Lazer, Turismo e Desporto – O Turismo de Natureza numa perspectiva de Sustentabilidade. Lisboa: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO (OMT). (2002). Introdução ao turismo. Roca; São Paulo. SILVA, Renata & TAFNER, Elisabeth. (2004). Apostila de metodologia científica. Brusque: ASSEVIM – Associação Educacional do Vale do Itajaí-Mirim. SILVA, Rita. (2012). Animação Desportiva em Resorts. Lisboa. UEM- ESHTI. (2012). Guião para a Elaboração e Apresentação de Trabalhos de Fim de Curso. Inhambane.