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Usuário(a):Francisco M. Caldeira Lopes/Testes

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“O Combate de Flor da Rosa” Um episódio da “Guerra das Laranjas”, que ocorreu junto a Aldeia da Mata. A 4 de junho de 1801 ocorreu num pequeno bosque, à entrada de Aldeia da Mata, um combate entre tropas portuguesas, comandadas por D. José Carcome Lobo e espanholas, cujo comandante era o marechal de campo, Marquês de Mora. Este episódio, conhecido como “O Combate de Flor da Rosa”(1) integra-se na designada “Guerra das Laranjas”(1). Esta “Guerra” resultou da invasão de Portugal, pelas tropas espanholas comandadas pelo generalíssimo D. Manoel de Godoy, através do Alentejo e ocorreu durante Maio e Junho de 1801. Esta ofensiva já se integra na designada “Guerra Peninsular”(2), precede as denominadas Invasões Francesas de 1807, 1809 e 1810 e foi um desastre para Portugal. (Entre outros aspetos, Portugal perdeu a soberania sobre Olivença, que nunca mais seria incorporada no Estado Português.) Em 20/05/1801, com várias Divisões, os espanhóis iniciaram as ações militares sobre as praças de Olivença, Juromenha, Elvas e Campo Maior. As principais cidades e vilas fronteiriças acabaram por ser ocupadas ou neutralizadas pelo exército espanhol. Olivença e Juromenha, praças-fortes, renderam-se sem oferecerem resistência. Elvas foi cercada, o governador não aceitou a rendição, mas esta praça-forte, considerada “a chave do reino” ficou neutralizada até final da Guerra, não tendo havido propriamente ataques em força, mas cercando-a e com pequenas ações, os espanhóis controlaram a situação, impedindo as tropas de saírem da cidade. No dia vinte e nove de Maio, o inimigo atacou fortemente Arronches, sendo “a derrota dos portugueses rápida e completa”(1), tendo as tropas portuguesas abandonado o campo de batalha. As tropas portuguesas estacionadas entre esta vila e Alegrete foram-se dirigindo para Portalegre. Campo Maior, cercada desde vinte de Maio, resistiu e combateu com denodo nas condições disponíveis, sofrendo o cerco até seis de Junho, quando em conselho de guerra foi decidido aceitar a rendição, em termos honrosos. A capitulação foi assinada no dia sete, mas os defensores saíram com todas as honras militares. A vinte e nove de Maio, houve um conselho de guerra em Portalegre, presidido pelo Duque de Lafões, que era o comandante em chefe de todas as tropas portuguesas, com o posto de marechal general. Decidiu-se a retirada do exército lusitano na direção do Tejo. De passagem, em Alpalhão, em novo conselho de guerra, decidiram concentrar o exército em Gavião, tendo acampado junto desta localidade a trinta e um de Maio. É neste contexto de retirada do exército que se enquadra o referido “Combate” que tendo-se iniciado em Flor da Rosa se haveria de concluir junto a Aldeia da Mata.

Por ordem do Duque de Lafões e visando a recolha de abastecimentos, saíram tropas, ao final da tarde de três de Junho, do campo do Gavião com destino a Flor da Rosa e Crato, com passagem por Tolosa e Gáfete. O comando foi entregue a D. José Carcome Lobo, que comandara as tropas portuguesas em Arronches. Constituía este corpo de tropas, 4 Companhias de Granadeiros, 2 de Caçadores, num total de 600 homens de Infantaria; 68 de Cavalaria, 40 portugueses e 28 ingleses e 4 peças de Artilharia. Eram seguidos por 70 carros, requisitados na região, alguns puxados por mulas, a maioria por bois, para o transporte das mercadorias. Segundo o comandante, chegaram a Flor da Rosa entre as dez e as onze horas do dia 4 de Junho, tendo percorrido parte do trajeto durante a noite, rompendo-lhes o dia perto de Tolosa.

No dia um de Junho, a partir de Arronches, os espanhóis marcharam em direção a Portalegre, passando por Alegrete, tomando-a sem resistência, o que aconteceu também com a cidade. No dia dois de Junho ocuparam Castelo de Vide e atacaram Marvão, que repeliu o invasor. Foram também destacadas forças para o Crato e Flor da Rosa, onde o exército português, na fuga precipitada que fora fazendo ao longo do norte do Alentejo, havia deixado provisões, indispensáveis a qualquer dos exércitos. Estas forças inimigas partiram de Portalegre, pela manhã do dia quatro de Junho, sendo seu comandante o marechal de campo, Marquês de Mora, comandando 2500 homens de Cavalaria e três batalhões de Infantaria. De acordo com narração do comandante das tropas portuguesas, (3) ao chegarem à povoação mencionada e, no desconhecimento do que se passava com o exército inimigo, fez descansar as tropas junto às suas armas, tendo colocado duas sentinelas na Torre aí existente (Mosteiro de Flor da Rosa), que permite visibilidade numa extensão de vários quilómetros na planície em redor. O objetivo desta ida à localidade era recolher os alimentos aí existentes e na vila do Crato (trigo e farinha), necessários ao sustento das tropas, motivação idêntica à do exército espanhol, desconhecendo cada um dos exércitos as intenções do outro. Entre a uma e as duas horas da tarde, as sentinelas deram sinal da vinda do exército espanhol dos lados de Portalegre. Perante este fato, o comandante mandou pegar em armas a toda a tropa providenciando as medidas necessárias à defesa, com base nos recursos humanos e materiais de que dispunha, distribuindo os diversos postos e funções pelas várias patentes em exercício. Ao adiantar-se o inimigo, a artilharia fez fogo, retardando-o, mas a cavalaria, tanto portuguesa como inglesa, fugiu a toda a pressa, atropelando a infantaria e o próprio D. José Carcome Lobo. Sem apoio e exposta ao inimigo, a infantaria foi-se retirando, mas sempre fazendo fogo, embora perdendo muita gente que foi ficando ferida e morta e outros que foram fugindo. Com a cavalaria espanhola sempre em perseguição e aproveitando o terreno pedregoso em que se pudessem defender, venceram os cerca de oito quilómetros na direção de Aldeia da Mata, onde num pequeno bosque com um pequeno muro de pedra solta, que antecedia a referida Aldeia, o comandante posicionou a infantaria que lhe restou, aonde se defenderam por cerca de duas horas, até lhes acabarem as munições. Perante a força do inimigo, maioritariamente bastante superior nas três armas em presença (Cavalaria, Infantaria e Artilharia) e ameaçados de serem mortos, o comandante capitulou, com a condição de serem bem tratados todos os intervenientes na contenda, embora tivessem sido feitos prisioneiros. Paralelamente ao desenrolar das operações de guerra, decorriam conversações para assinatura da Paz que seria datada de seis de Junho, pelo “Tratado de Badajoz”.

BIBLIOGRAFIA

- OLIVEIRA MARQUES, A. H.; História de Portugal, Vol II – Do Renascimento às Revoluções Liberais; 13ª edição, Lisboa, Editorial Presença, Jan. 1998.

- NATÁRIO, Rui; As Grandes Batalhas da História de Portugal; 1ª edição, Barcarena, Marcador Editora, Março 2013.

- RAMOS, R. et.al.; História de Portugal; 4ª edição, Lisboa, A Esfera dos Livros, Fev. 2010. - VENTURA, António; Guerras e Campanhas Militares da História de Portugal, Guerra das Laranjas, 1801; 1ª edição, Lisboa, QuidNovi, 2008. (1) - VENTURA, António; O Combate de Flor da Rosa – Conflito Luso-Espanhol de 1801; Lisboa, Edições Colibri, Junho 1996. - VICENTE, António Pedro; Guerras e Campanhas Militares da História de Portugal, Guerra Peninsular 1801 / 1814; 1ª edição, Lisboa, QuidNovi, 2007. (2) - “Narração fiel e detalhada do Combate do dia 4 de Junho, entre as Tropas Portuguezas comandadas pelo Coronel D. Jozé Carcome Lobo, e Hespanholas pelo Marechal de Campo o Marquez de Mora junto a Vila de Flor da Roza. 1801”- Arquivo Histórico Militar – 1ª Divisão – 12ª Secção – Caixa nº 3 – nº 19. (3)

WEBGRAFIA

http://www.arqnet.pt/exercito/laranja4.html Francisco Manuel Caldeira Lopes 2013/2014