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Usuário(a):Gehkni/Testes

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OS JOGOS E AS BRINCADEIRAS COMO INSTRUMENTO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

INTRODUÇÃO Ao analisarmos o significado de jogo, compreendemos que é uma tarefa bastante difícil. O jogo pode ter vários significados podendo ser entendido de diversas formas, isso depender do modo em que ele é mencionado. Existem jogos que pode ter o mesmo significado, porém com especificidades distintas. Fica ainda mais difícil compreender o significado de jogo quando arriscamos definir os materiais lúdicos, uns chamados de jogos e outros de brincadeiras, sendo assim o jogar e o brincar (KISHIMOTO apud CÓRIA-SABINI; LUCENA, 2005). Segundo Kishimoto (apud CÓRIA-SABINI; LUCENA, 2005, p. 30) “o jogo pode ser visto como: 1) o resultado de um sistema linguístico que funciona dentro de um contexto específico; 2) um sistema de regras; 3) um objeto”. Ou seja, no primeiro momento significa que há uma linguagem específica onde que pessoas de um determinado grupo tenham o mesmo conhecimento de jogo. No segundo momento, é onde podemos identificar que existem vários tipos de jogos, podendo diferenciar um jogo do outro através das regras, definindo também o resultado onde às vezes passa ser a parte mais importante do jogo, o ganhar e o perder. No terceiro momento, dependendo do tipo de jogo, é necessária a presença de um objeto para a execução do mesmo, exemplo à bola para o futebol, o tabuleiro para o xadrez, para as crianças qualquer objeto pode se tornar uma brincadeira, podendo inventar e reinventar determinado jogo (KISHIMOTO apud CÓRIA-SABINI; LUCENA, 2005). As crianças brincam em todos os momentos não importa onde estiverem. Mas, falando a respeito do espaço, podemos observar que nos dias de hoje ficou complicado das crianças brincarem, pois vivemos em uma sociedade onde há lugares em que os adultos estipulam as brincadeiras devido à correria, a gritaria, em geral a diversão. Brincar na rua a criança está submetendo a riscos e em casa o ambiente é pequeno dificultando as crianças de brincar com determinas brincadeiras onde necessita de uma movimentação maior. Portanto, são poucos os lugares em que as crianças podem brincar de forma livre, gritar, correr, expressar seus conhecimentos e sentimentos. Desta forma, percebemos que a escola é um lugar para se aprender de forma lúdica, ou seja, aprender brincando, desenvolvendo suas habilidades, se enturmando com outras crianças, ou seja, se socializando, melhorando seus aspectos físicos e psicológicos. Quando mencionamos a escola como um lugar de se aprender de forma lúdica, estamos nos referindo a um modo de alfabetizar a criança através dos jogos e das brincadeiras. Sendo essa fase de alfabetização a mais importante para a criança. Um contexto rico em experiências didático-pedagógicas e de surpresa constate perante o desenvolvimento da criança, de suas habilidades, de sua expressividade e de seu conhecimento. Para a criança que participa ativamente do processo, trata-se de um período de descoberta, de sucesso e de insucesso, de aprendizagem constante, de energia e de movimento, enfim, de formação humana. Para tanto, buscamos, nesse estudo, investigar como os jogos e as brincadeiras são trabalhados e de que forma contribuem para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos na educação infantil. Nossa intenção, por meio deste estudo, foi refletir a possibilidade de trabalhar com os jogos e as brincadeiras como forma de ensino e aprendizagem das crianças, ou seja, nos primeiros anos do ensino fundamental, com o intuito de verificar as contribuições dessa forma de ensino bem como desvelando seus sucessos e insucessos. A importância de um debate como o que propomos está, sobretudo, na necessidade de permitir que os alunos, desde os primeiros anos da educação básica, compreendam que o mundo, em sua diversidade de conhecimentos e possibilidades de atuação de forma lúdica. Além disso, o debate em questão traz ao olhar a reflexão sobre a importância dos jogos e das brincadeiras como um método utilizado para ensinar determinado conteúdo.

DESENVOLVIMENTO O jogo era considerado como um hábito superficial, sendo algo sem motivo e até mesmo sem utilidade, tendo um mau olhar sobre a sua prática devido a outros interesses, como no trabalho, que era o foco principal das pessoas naquele contexto. Passou a ser limitado tornando um momento de recreação (KISHIMOTO, 1996). Além disso, os jogos e as brincadeiras começaram a ser inseridas no contexto escolar. Onde, “[…] ao entender necessidades infantis, o jogo infantil torna-se forma adequada para a aprendizagem dos conteúdos escolares” (KISHIMOTO, 1996, p. 32). A autora ressalta ainda que existem três concepções de jogos infantis e a educação que é: “[...] (1) recreação; (2) uso do jogo para favorecer o ensino de conteúdos escolares e; (3) diagnóstico da personalidade infantil e recurso para ajustar o ensino às necessidades infantis” (KISHIMOTO, 1996, p. 28). Sendo assim, a primeira concepção ela nos diz sobre a recreação, que é um momento que a criança deve ter para ali se expressar e descontrair-se. Na segunda concepção vem abordando que os jogos são um conteúdo favorecendo e auxiliando no aprendizado das crianças, tornando as aulas mais dinâmicas e mais produtivas. E a terceira e última concepção vem nos dizendo que os jogos é algo que faz parte do dia a dia da criança, é um recurso que auxilia no aprendizado das crianças, proporcionando um momento diferenciado de ensino. Quando falamos de jogos e brincadeiras, parece comum e achamos que tudo não passa ser um divertimento, descontração, expressão de sentimentos. Mas, há uma diferença entre jogos e brincadeiras, contendo características distintas. Para Huizinga (2007, p. 16) o jogo é: Uma atividade livre, conscientemente tomada como ‘não – séria’, e exterior à vida habitual, mas ao mesmo tempo capaz de absorver o jogador de maneira intensa e total. É uma atividade desligada de todo e qualquer interesse material, com a qual não se pode obter qualquer lucro, praticada dentro de limites espaciais e temporais próprios, segundo uma certa ordem e certas regras. Já para Freire (2002), o jogo ajuda no desenvolvimento das habilidades motoras, cognitivas e afetivas possuindo uma linguagem diferenciada que é a corporal que não é estranha para as crianças e para os seus desenvolvimentos e aprendizado. Ao analisarmos o pensamento dos dois autores, podemos notar que para Huizinga o jogo nada mais é do que um momento de diversão e distração, onde o indivíduo que participa desse jogo está ali com o intuito de fazer uma atividade livre a qual ele não está acostumado a fazer, podemos considerar então como um momento de lazer, sem ter um interesse material, não sendo uma fonte de lucro e onde pode ser praticado em diferentes lugares. Já para Freire o jogo se torna uma atividade com o objetivo de trabalhar com as habilidades motoras, atividades essa que vem sendo tratada como uma forma metodológica para ajudar no desenvolvimento das habilidades motoras. Huizinga (2007, p. 33) vem afirmando ainda que o jogo pode ser definido como: […] uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana. Com isso entendemos que o jogo é um modo de se divertir e aprender, podendo conter regras ou não, tendo um ganhador ou um perdedor. O jogo também pode ser colocado para fins educacionais, a fim de promover um ensino mais prazeroso. Os jogos e as brincadeiras consistem em várias possibilidades de ser vivenciados, uma hora pela diversão, lazer e outra em aprender e desenvolver as habilidades motoras e cognitivas, sendo assim, os jogos e as brincadeiras não servem apenas para proporcionar a criança momentos de prazeres e diversões, mas, ajuda no desenvolvimento de suas habilidades através de uma forma prazerosa. E é através desse prazer que a criança vai aprender determinado conteúdo dentro de um ambiente escolar. Podemos ressaltar duas formas de vivenciar os jogos e as brincadeiras, primeiramente como uma forma de lazer e a segunda forma é a de ensino. Sendo assim, quando falamos em vivenciar os jogos e as brincadeiras como forma de lazer, estamos direcionando essas atividades voltadas para a prática de distração, ao que proporciona prazer e diversão onde a criança pode vivenciar a mesma por si próprio sem a interversão de um profissional da área da educação. Já quando os jogos e as brincadeiras são direcionados como uma forma de ensino, queremos mencionar que despertamos nos alunos/crianças a formulação de conceitos, ideias e seus desenvolvimentos motores, contribuindo para o processo de formação dos sujeitos, isso dentro de uma instituição de ensino com o acompanhamento de um profissional da área da educação. O aluno/criança está diretamente presente no mundo das brincadeiras, onde que em quase todo o momento está brincando ou jogando algum jogo, através disso ela se apropria do mundo de uma forma diferenciada, assimilando a realidade com a imaginação, o aprender com o lúdico. Segundo Piaget (apud KISHIMOTO, 1996, p. 65), “quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objetivo não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui”. Isto significa que a criança pode apropriar-se do objeto do modo que ela entende que é certo, objeto esse que pode ser uma bola, um carrinho, uma boneca, um peão, etc. Não é porque o carrinho tem que andar no chão, mas ele pode voar, isso depende da imaginação da criança, ela assimila o mundo da maneira que entender sem se preocupar com a realidade e com que os outros possam achar de suas atitudes, o que importa para a criança é a diversão e o momento de prazer que está tendo naquele exato momento. Os jogos e as brincadeiras de uma forma ou outra tem uma relação importante no ensino e na aprendizagem e também no desenvolvimento da criança, Kishimoto (1994, p. 13) diz o seguinte: O jogo como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento, passa a ser considerado nas práticas escolares como importante aliado para o ensino, já que colocar o aluno diante de situações de jogo pode ser uma boa estratégia para aproximá-lo dos conteúdos culturais a serem vinculados na escola, além de poder estar promovendo o desenvolvimento de novas estruturas cognitivas. Através dos jogos os alunos irão desenvolver suas habilidades e solucionarão problemas, possibilitando a eles a oportunidade em estabelecer planos e ações sobre determinado objetivo. Além de proporcionar um aprendizado mais fácil, sendo então uma estratégia de ensino que o professor pode adotar para ensinar determinados conteúdo. Mas, cabe ressaltar que o professor deve colaborar nas atividades relacionadas aos jogos e as brincadeiras, colocando objetivos, interferindo quando necessário, não se acomodando com o apenas brincar, mas ensinar determinado conteúdo através dos jogos, dos brinquedos e das brincadeiras. Para que o aluno tenha um excelente desenvolvimento e aprendizagem nas aulas é necessário que o professor seja o mediador das ações estipuladas, ou seja aqui direcionado aos jogos e as brincadeiras. Com isso é importante que o mediador aqui apontado como o professor se submeta a dois aspectos, a qualidade de ação e os instrumentos pedagógicos, ou seja, o professor deve ser qualificado para atuar com esse tipo de atividade e deve saber utilizar, ao menos utilizar instrumentos pedagógicos propícios para a prática das atividades (KISHIMOTO, 1996). Portanto a função do professor vai desde a colaboração no planejamento da proposta pedagógica do ensino, a ate colaborar com a comunicação entre a escola e a comunidade. Além disso ao professor também cabe funções relacionadas a transmissão dos conteúdos como: elaborar e cumprir o plano de ensino, tendo como base para o mesmo o projeto político pedagógico da instituição de ensino aonde ele está inserido. Fazer o maior esforço possível para que aconteça o processo de ensino aprendizagem por parte dos alunos, desta forma criando estratégias para que os alunos que tiverem dificuldades com a compreensão destes conteúdos possam ter uma "segunda chance". Por fim, utilizar de todos os dias letivos para ministrar suas aulas e também para realizar o planejamento das mesmas nos horários vagos. Freire e Scaglia (2003, p. 65) afirmam que “o professor deverá programas atividades em situação lúdica, que explorem sua imaginação”. Esse tipo de conteúdo é fundamental para a educação infantil, onde desperta a imaginação e faz com que os alunos criem soluções para os problemas encontrados, além de proporcionar momentos prazerosos. Sendo assim, para que os objetivos dos professores com relação aos conteúdos programados, possam se tornar possível, é necessário que o mesmo planeja suas aulas enfatizando as três dimensões, ou seja, a dimensão procedimental, o professor deve possibilitar ao aluno conceitos relacionados a valores e atitudes, o que nada mais é do que as dimensões conceituais e atitudinais. Sendo assim, os conteúdos devem ser trabalhados interlaçando todas as dimensões, o aluno deve saber fazer, compreender e aprender a resolver o problema apresentado a ele.







REFERÊNCIAS

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  1. FREIRE, J.; SCAGLIA, A. Educação como pratica corporal. São Paulo: Scipione, 2003.
  2. FREIRE, J.B. O jogo: entre o riso e o choro. Campinas: Autores Associados, 2002.
  3. HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 2007.
  4. KISHIMOTO, Tisuko Morchida. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. São Paulo: Cortez, 1996.
  5. ______. O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 1994.