Usuário(a):Helena Cirineu/Testes

Primeira prefeita do Estado de Goiás

Felismina Aires Cirineu, nascida em 23 de junho de 1926, em Arraias (TO), mora atualmente na cidade de Divinópolis de Goiás e administra sua fazenda Água Branca, no interior do Estado de Goiás.

Filú, como é popularmente conhecida, casou-se em 23 de janeiro de 1943, com Napoleão Pereira Cirineu e mudou-se para Divinópolis de Goiás, então denominada Galheiros, no distrito do município de São Domingos/GO, emancipado em 1958.

A primeira eleição para prefeito da cidade ocorreu em 1960. Como o sogro de Filú, Luiz Pereira Cirineu, pretenso candidato pelo PSD (Partido Social Democrata), teve problemas de saúde, ele próprio registrou a candidatura de sua nora no TRE de Goiás, no dia 15 de agosto de 1960, por meio do desembargador Jorge Jardim.

Nas eleições do dia 3 de outubro de 1960, Felismina venceu o candidato da PTN (Partido Trabalhista Nacional). Sua vitória foi registrada no cartório do município de São Domingos/GO.

No dia 31 de janeiro do 1961, ela tomou posse no cargo tornando-se a primeira chefe do executivo local, eleita pelo voto popular, além de ser a primeira prefeita mulher do Estado de Goiás e a segunda do Brasil.

Foi uma disputa acirrada e bastante difícil, uma vez que a mulher não era aceita na política pela sociedade da época. No entanto, ela venceu o adversário. Felismina sofreu preconceito tanto na campanha eleitoral como durante os cinco anos que ficou à frente da Prefeitura. Apesar da pressão dos adversários, que usavam o lema de que lugar de mulher era na cozinha, ela não se intimidou e provou que lugar de mulher era também na política, apesar de gostar muito de cozinhar, e realizou uma das melhores administrações do município, encerrada em 31 de janeiro de 1966.

Como prefeita, ela impulsionou a economia local com a abertura e a revitalização de estradas cortando as zonas rurais produtivas da região, instalou uma linha de transmissão de energia elétrica na cidade, construiu o prédio do ensino fundamental, a prisão municipal e o cemitério, além de implantar a agência de Correios e um telégrafo na cidade, entre outros.

Lúcida, aos 93 anos ela é um arquivo vivo da história de Divinópolis de Goiás e da política goiana da década de 60. Muito respeitada pela comunidade da região, Filú continua fazendo o que mais ama: opinando sobre política, cuidando da família e das plantas, controlando as atividades rurais e ainda se aventurando na cozinha.