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Sexualidade[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Sexualidade na Roma Antiga
Temas eróticos eram bastante comuns na arte e na decoração dos cubículos das domūs, como neste fresco da Casa do Centenário, em Pompeia

A ideia de libertinagem sexual sem restrições no Império Romano é essencialmente uma interpretação cristã posterior.[1][2][3] Na realidade, o sexo no mundo greco-romano era governado pela sobriedade e pela arte de gerir o prazer sexual.[4] A sexualidade era um dos tópicos do mos maiorum, o conjunto de normas sociais que orientavam a vida pública, privada e militar, e o comportamento sexual era moderado pelas noções de pudor, vergonha e modéstia.[5] Os censores romanos, magistrados que determinavam a classe social de cada pessoa, tinham o poder de remover a cidadania dos homens da ordem equestre ou senatorial que se envolvessem em conduta sexual imprópria.[6][7] A legislação moral introduzida durante o reinado de Augusto tentou regular a conduta da mulher como forma de promover os valores da família. O adultério, que durante a república tinha sido uma questão do foro privado, foi criminalizado[8] e definido enquanto ato sexual ilícito (stuprum) que ocorre entre um homem e uma mulher casada.[nt 1][9][10][11][12]

A sociedade romana era patriarcal. A masculinidade estava associada ao ideal de virtude (virtus) e autodisciplina, enquanto que o correspondente feminino era a modéstia (pudicitia).[13] A religião romana promovia a sexualidade enquanto sinal de prosperidade, sendo comuns as práticas religiosas ou mágicas privadas com o intuito de fortalecer a vida erótica ou saúde reprodutiva. A prostituição era legal, pública e bastante comum nas cidades. As pinturas ou mosaicos pornográficos eram peças de destaque entre as coleções de arte, até mesmo nas casas mais abastadas e respeitáveis.[14]

A homossexualidade não era condenável e era considerado natural que os homens se sentissem atraídos por adolescentes de ambos os sexos, desde que pertencessem a um estatuto social inferior.[15][16] No entanto, a hipersexualidade era condenável, tanto em homens como em mulheres.[17] Não há muitas fontes que falam sobre o sexo entre mulheres, as que falam geralmente a tratam como algo não-natural (para physin) pelo fato que a mulheres estaria tendo um papel ativo na relação. Lésbicas são retratadas como figuras masculinas e viris; Luciano de Samósata fala que "em Lesbos, chamam "mulheres-machos", que não querem suportar o jugo de homens, mas que têm relações com mulheres, fazendo elas próprias de homem."[18] Uma fontedas poucas fontes não pejorativa que mostra o desejo de uma mulher por outra é esse poema que está inscrito em um gratife dentro de uma casa, na Pompéia (CIL 4. 5296):[19]

Oh, se eu pudesse ter seus braços ao redor do meu pescoço,

Em um braço e deixar beijos nos seus delicados lábios.

Vá agora, minha querida, e confie seu prazer aos ventos;

Confie em mim, a natureza dos homens é instável.

Muitas vezes, enquanto fico acordada, apaixonada, no meio da noite

Você pensa nessas coisas comigo: muitos homens que a Fortuna elevou,

Agora repentinamente descem precipitados, e ela agora os oprime.

E desse jeito quando Vênus repentinamente junta os corpos amantes,

A luz os separa e . . . .

  1. Edwards 2002, p. 65.
  2. Verstraete 2005, p. 5.
  3. Alastair 2010, p. 1-88.
  4. Foucault 1988, p. 239.
  5. Langlands 2006, p. 17.
  6. Fantham 2011, p. 121.
  7. Richlin 2011, p. 556.
  8. Severy 2002, p. 4.
  9. McGinn 1991, p. 342.
  10. Nussbaum 2002, p. 305.
  11. Fantham 2011, p. 124.
  12. Edwards 2002, p. 34-35.
  13. Langlands 2006, p. 37-38.
  14. McGinn 2004, p. 164.
  15. Skinner 1997, p. 11.
  16. Williams 1999, p. 304.
  17. Nussbaum 2002, p. 299.
  18. Brooten, Bernadette J. (1996). Love between women : early Christian responses to female homoeroticism. Chicago [Ill.]: Univ. of Chicago Press. OCLC 370353487 
  19. Milnor, Kristina (2014). Graffiti and the literary landscape in Roman Pompeii First edition ed. Oxford, United Kingdom: [s.n.] OCLC 871172450 


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