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Diniz de Almeida (7 de Julho de 1944 - 16 de Maio de 2021)

Eduardo Diniz Leitão dos Santos Almeida, ou Diniz de Almeida como ficou conhecido, foi um dos dinamizadores mais profundos do Movimento dos Capitães, o qual levou a cabo o golpe militar do 25 de Abril, derrubando a ditadura do Estado Novo.

Diniz de Almeida nasce em Lisboa, a 7 de Julho de 1944. As razões do seu ingresso na vida militar são desconhecidas, o qual acontece nos anos 60.

Entra na Academia Militar, realizando a sua formação nos dois primeiros anos de instrução no aquartelamento da Amadora em 1967. Com um espírito amigo e fraterno, desde cedo que mostrou as aptidões certas da coragem e determinação.

Faz o seu estágio como alferes em Moçambique, na Guerra Colonial. É, aliás, nesse país que vai realizar a sua participação na Guerra do Ultramar. Acaba por sofrer um acidente que faz com que fique a recuperar em Moçambique, no Niassa. No entanto, acaba por regressar a Lisboa, passando a estar no então chamado Depósito dos Indisponíveis, no Bairro da Graça, em Lisboa. Estamos no ano de 1973 e, ainda impossibilitado de combater, o já capitão Diniz de Almeida, começa a aprofundar o seu conhecimento sobre outros regimes, como o socialismo.

Antes do famoso decreto de 1973, Diniz de Almeida tinha já no pensamento que a Guerra do Ultramar não era, de todo, o caminho. Além disso, começou a recolher informação acerca de agressões que oficiais do exército português sofriam à mão da Polícia de Segurança Pública. Realizou um dossier que continha várias queixas, como aquela feita pelo capitão de artilharia António Morais da Silva, num episódio com o seu cunhado, em Lisboa. Diniz de Almeida pretendia fazer chegar o conjunto de queixas aos seus superiores, na esperança de que algo fosse feito e, mais do que isso, que os seus camaradas se começassem a mobilizar numa luta conjunta.

No entanto, esse motivo para mobilizar os capitães surgiu com a publicação do decreto lei de 1973, onde os milicianos, os espúrios, poderiam ser mais rapidamento promovidos a capitães, do que que os puros, aqueles que tinham frequentado a formação superior na Academia Militar, de três anos. Tal decisão do governo acontece porque era necessário repôr o quadro de oficiais superiores, capitães, para seguir com a Guerra Colonial. Na realidade, muitos jovens fugiram à guerra e muitos morriam, deixando os quadros superiores cada vez com menos efetivos para comandar.

O descontentamento, que era já real num setor dos oficiais, face ao decreto faz com que Diniz de Almeida comece a realizar o trabalho de campo e de auscultação. É certo que o ambiente repressivo não proporcionava grandes discussões com muitos camaradas, mas o capitão de artilharia começou a promover conversas entre os seus camaradas.

A alavancagem do Movimento dos Capitães acontece quando o capitão Carlos Clemente acaba por proporcionar o encontro entre Vasco Lourenço e de Diniz de Almeida, de quem era amigo de ambos. O encontro aconteceu no apartamento, no Bairro do Rêgo, em Lisboa, de Diniz de Almeida. A partir daqui, começaram as ações de mobilização de reivindicação do decreto-lei. Alguns panfletos começaram a ser divulgados pelas unidades.

A primeira grande reunião aconteceu a 9 de Setembro, na Herdade do Monte do Sobral, em Alcáçovas. Foi Diniz de Almeida que providenciou o local, uma vez que aqui trabalhavam alguns dos seus familiares. Diniz de Almeida preparou a casa para receber os capitães e tenentes que queriam discutir o famoso decreto. A adesão foi surpreendente levando a que o encontro acontecesse no celeiro da Herdade. No final, Diniz de Almeida e o seu primo andaram toda a noite a apanhar beatas no chão para não deixarem qualquer vestígio do que ali acontecia para não chamar a atenção de ninguém, muito menos da PIDE (Polícia Política). No entanto, passado algum tempo, como se pode ver no documentário "A Conspiração" a PIDE teve conhecimento de que algo se tinha passado, mas não reuniu provas. No entanto, abriu um registo sobre Diniz de Almeida.

(artigo em construção)