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Usuário(a):Melina de Oliveira Daud/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Falar em sustentabilidade hoje em dia é algo tão comum e necessário, que em determinados setores tratam o tema de forma banal e não fundamentada.

O conceito de sustentabilidade tem sido criado ao longo dos anos de forma orgânica a passos não tão largos quanto deveria, pois é construída e aplicada em virtude de disputas intelectuais, políticas, econômicas, culturas, sociais e ambientais.

Pode-se dizer que, até o início da década de 1970, o pensamento mundial dominante era o de que o meio ambiente era inesgotável fonte de recursos. Em 1972, quando se falou pela primeira vez em meio ambiente e a necessidade de se combater a poluição gerada por fábricas, pela queima de petróleo para geração de energia, pelo aumento populacional nos grandes centros e desmatamentos, jamais se esperava chegar até aqui, em um momento no qual todas as relações economias, sociais, ambientais e culturais são avaliadas, julgadas e validadas sob a ótica da sustentabilidade.

Ao longo destes anos tivemos o conceito de sustentabilidade sendo moldado e delineado, um dos marcos neste processo foi a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente realizada na Suécia, na cidade de Estocolmo em 1972, sendo a primeira Conferência da Organização das Nações Unidas sobre o meio ambiente frente a interferência humana em relação a este. A primeira discussão para a elaboração de um novo paradigma para os governos dos países, em relação ao meio ambiente e humanidade (ONU, 1972) Dando continuidade ao processo, em 1987 consagrou-se o uso do conceito de “desenvolvimento sustentável” o uso deste conceito foi fomentado e defendido pelo Relatório Brundtland.

Na cidade do Rio de Janeiro, em 1992 no Brasil, durante a conferência sobre meio ambiente e desenvolvimento (ECO-92), podemos perceber que além do conceito de “desenvolvimento sustentável” já consolidado, houve a importante conquista em se considerar no mesmo grau de importância dois pilares deste conceito: meio ambiente e desenvolvimento econômico (LAGO, 2007)

Podemos observar o quanto o conceito é moldável e dinâmico, passando a configurar nas relações econômicas, ambientais e sociais dos países e sociedades como um princípio. Um princípio vivo e eficaz. Já que é estruturado com as bases essenciais para o desenvolvimento da vida e a sobrevivência do ser humano, bases ambientais, sociais e econômicas.

Faz se necessário que tenhamos consciência que são nossas escolhas diárias que determinam o rumo deste princípio. A impressa, as Instituições Governamentais e as Não Governamentais precisam ter este alvo em mente, já que eles interferem no rumo dos princípios. Gostaria de considerar esta realidade, frente a minha atuação enquanto profissional, pensando em colaborar e somar em meu ambiente, ao qual estou inserida, enquanto pessoa, profissional, filha, esposa e mãe.

As pessoas inseridas no cenário da produção de alimentos, os agricultores e os pecuaristas, estão cada vez mais a mercê do desdobramento deste princípio. E quando entendemos que o alimento é uma necessidade básica do ser humano, precisamos compreender que sem uma produção de alimentos que atenda as demandas do mundo real, estaremos fadados ao fracasso enquanto espécie.

Estarmos próximos do sistema produtivo e entender como os processos de produção se desencadeiam na agropecuária é importante para se entender o todo. Vamos considerar a Pecuária de Corte, uma das atividades mais atacadas pela mídia, movimentos veganos e vegetarianos. Quantos anos se gasta para criar, recriar e terminar um bovino, quais as necessidades envolvidas neste sistema produtivo, o quanto se preserva em fauna e flora neste processo, o quanto se sequestra de carbono nos ciclos produtivos desta atividade? Talvez, muitos não saibam as respostas, mas quando se fala de Pecuária de Corte, com certeza a maioria se lembra das manchetes divulgadas pela mídia sobre as queimadas da Amazônia e do Pantanal.

Independente das opções de estilo de vida vegano ou vegetariano ou carnívoro ou onívoro, a agropecuária hoje é uma das atividades econômicas que mais protege o meio ambiente. As pesquisas e experimentos atuais demostram com eficiência e eficácia esta realidade.

Podemos inclusive citar a preservação de milhões de propriedades rurais com vegetação nativa, o uso da integração lavoura-pecuária-floresta, o uso de técnicas de sequestro de carbono, o avanço no uso de agentes biológicos, a força da produção da agroenergia, tudo isso determina ao setor o princípio de ser sustentável (MIRANDA, 2019).

Melina de Oliveira Daud – Médica Veterinária formada pela Universidade Federal de Goiás, Pós-Graduação em Reprodução e Produção de Bovinos pela FACESPI, Fiscal Estadual de Defesa Agropecuária do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso, Água Boa MT.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

ONU. Declaração de Estocolmo de 1972. Disponível em: www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/estocolmo.doc

LAGO, A. A. C. Estocolmo, Rio, Joanesburgo: o Brasil e a três conferências ambientais das Nações Unidas. Brasil. Thesaurus Editora. 2007.

MIRANDA, E. E. TONS DE VERDE A SUSTENTABILIDADE DA AGRICULTURA NO BRASIL. BRASIL. EDITORA METALIVROS. 2019