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Usuário(a):Ordepac/Testes

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1 - ESCOLA ESTADUAL ANHANGUERA: HISTÓRICO

            [1]O Grupo escolar da Lapa foi criado como Escolas  reunidas da Lapa por decreto estadual de 31 de março de 1908 e iniciou sua funções em primeiro de maio do mesmo ano. Foi instalado em prédio adaptado pelo Estado, no salão Bagnani a Rua 12 de outubro esquina da Rua Antonio Raposo. Possuindo quatro salas de aulas com capacidade para 44 alunos cada, no edifício havia ainda duas grandes áreas para recreação e um jardim, além de uma varanda que se comunicava com o interior do colégio.
      Entre 1907 e 1908, estavam matriculados 152 alunos de ambos os sexos, segundo anuário de Ensino do Estado de São Paulo. Anos mais tarde, o colégio já transformado em grupo escolar, foi transferido para a Rua Antonio Raposo onde se instalou em sede  própria. Para ampliar o atendimento à papulação, foram criados dois horários: das 8h às 12h para os meninos e das 12:30 às 16:30 h para as meninas.
       Em 1911, o arquiteto Italiano João Bianchi foi contratado pelo Governo do Estado para projetar edifícios  para alguns grupos escolares, entre eles o da Lapa. O prédio, inaugurado em 1912, recebeu “tratamento moderno com fachadas praticamente desprovidas de ornamentos” Seu corpo central….
                       
                         “... é curvo e as duas alas laterais abrem-se em leque, acompanhando uma  das divisas  lote. Todas as fachadas são caracterizadas pelos  beirais aparentes e vários elementos horizontais, destacando-se a faixa continua de  tijolos à vista existente na altura das janelas do segundo pavimento. Uma grande escadaria de acesso ao prédio e colunas  de seção quadrada são também importantes elementos da composição.[2]
       
         Na década de 1950, a escola, então denominada Grupo Escolar Pereira Barreto, mudou-se para o edifício construído em 1945, na atual Rua Nossa Senhora da Lapa n° 615, no cruzamento entre as ruas Clelia e pio XI. O prédio, adquirido pelo Estado, fora erguido para abrigar originalmente o Ginásio Estadual “Anhanguera”. Este, por sua vez, foi transferido para o antigo edifício da Pereira Barreto. As escola trocaram de prédios entre si.
        Em 1976, a Secretaria Estadual de Educação fundiu o Grupo escolar Pereira Barreto com a Escola Estadual de Primeiro Grau Joaquim Alves Cruz. Com as mudanças educacionais  ocorridas, contudo, as salas de 1ª a 4ª série foram extintas. Foi instituída, desse modo, a Escola Estadual de Segundo Grau Pereira Barreto.
         Atualmente, a Escola Estadual Anhanguera situa-se ainda à rua Antonio Raposo nº 87 no edifício inaugurado em 1912. Em agosto de 2002 o prédio foi tombado pelo conselho do patrimônio histórico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT). O órgão reconhece nele  e em outras 122 escolas públicas do Estado, um grande valor histórico para a educação de São Paulo.
         A Escola Estadual Anhanguera, pertence a Diretoria de Ensino Centro Oeste, atende atualmente cerca de 1200 alunos  entre Ensino Médio, Fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA) divididos em três turnos, matutino, vespertino e noturno.
        

2 - PROJETO ARQUITETÔNICO DO COLÉGIO ANHANGUERA.

       O arquiteto Giovanni Battista Bianchi nasceu em Esba em 1885, formou-se em arquitetura pela Faculdade de Belas Artes de Milão. trabalhou em sao paulo de 1911 a 1927 e de 1933 a 1942. 
   Na Itália, frequentou o estúdio de Sommaruga, que era um dos mais famosos arquitetos milaneses.
    “uma contribuição positiva para a introdução de princípios mais racionais em grandes construções foi dada pelo arquiteto Giovanni Battista Bianchi, que logo após a sua chegada ao Brasil em 1911, ocupou lugar de destaque naquela mesma direção de Obras Públicas, onde tantos italianos já tinham anteriormente trabalhado. o projeto das escolas primárias da lapa, da rua conde são Joaquim e de outras construídas em Botucatu, Guaratinguetá re piracicaba, obedecem a conceitos modernos, pelas proporções e pelo esquema. Para a seção de obras Publicas, o arquiteto Bianchi fez também a planta do quartel dos bombeiros, que foi construído apenas em parte, na atual rua anita Garibalde. Bianchi, ao chegar no Brasil, já havia trabalhado muitos anos na Itália, obtendo sucesso significativos, de forma que se tornou logo um dos arquitetos mais procurados. Francesco Matarazzo encarregou-o  de ampliar a palacete construído por Saltini na avenida paulista e por seu intermédio Bianchi foi encarregado de construir  o Hospital  Humberto I. Entre 1920 e 1927 edificou as residências de Rodolfo Crespi de seus filhos Renata Crespi Prado e Adriano, além do palácio dos escritórios, na rua são Bento, das novas fábricas Crespi na Moóca.
      Depois de uma viagem aos Estados Unidos, onde construiu um pavilhão na feira de amostras de nova york, Bianchi passou alguns anos na Itália, para voltar ao Brasil em 1933, erigindo obras de valor essencialmente estrutural, como o “Nido”  do cotofício Crespi da Moóca que naquele tempo foi considerado de caráter por demais avançado.[3] 
 Bianchi, nos seis anos que passou na Itália restaurou a Mole Antonelliana, projetou inúmeros edifícios públicos e privados, participou do concurso para o arranjo da “Manica Lunga” ( manga comprida) em Milão, ganhando uma medalha de ouro. Mas retornou ao  Brasil porque a vida em Milão se tornou difícil em função de sua recusa em  inscrever-se “Fascio”.
      “Além de arquiteto, Bianchi foi também aqueralista de talento e expôs com sucesso uma série de aquarelas, em Milão, em 1929 e em são paulo em 1932. O Arquiteto Giovanni Battista Bianchi suicidou -se em novembro de 1942”[4]

3 - O PROCESSO DE TOMBAMENTO.

      Para que aconteça o processo de tombamento de determinado patrimônio histórico, é necessário obedecer alguns parâmetros para a definição dos imóveis a serem tombados. Esses parâmetros são determinados por cada órgão do governo Federal, Estadual e Municipal. São definições: O valor cultural, efetivo ou de referência histórica e seu significado na evolução da cidade. A localização geográfica do imóvel, ou seja, a relação da construção com o seu entorno, se esse imóvel foi considerado importante na construção da paisagem. A situação atual das construções, suas características arquitetônicas e seu grau de deterioração. Segundo a Secretaria de Cultura e Preservação do Patrimônio Histórico da Cidade de São Paulo,“O Tombamento significa um conjunto de ações realizadas pelo poder público com o objetivo de preservar, através da aplicação de legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados.” 
        O Tombamento pode ser feito pela União através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(IPHAN), pelo Governo Estadual através do CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artí¬stico e Arquitetônico do Estado) ou pelas administrações municipais, utilizando leis específicas ou a legislação federal. No caso da cidade de Sâo Paulo, o Tombamento é regido pelo  (CONPRESP) criado pelas Leis n° 10.032 de 27 de dezembro de 1985 e n° 10.236 de 16 de dezembro de 1986.”
  1. SÃO PAULO (MUNICÍPIO) Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo – Conpresp, Tombamento de imóveis da subprefeitura da Lapa, 2008
  2. ( CORRÊA, MELLO & NEVES, 1991: 97-98)
  3. Italianos no Brasil - Franco Cenni
  4. Arquitetura no Italiana em São Paulo - Anita Salmoni e Emma Debenedetti.