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O MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS – PARÁ

A localidade começou em 1982 com a construção de barracos de palha por garimpeiros às margens da rodovia PA-275 em construção.

No início de 1983 a Vale do Rio Doce concluía a construção de um Núcleo totalmente urbanizado e com todos os prédios públicos prontos e equipados para dar início a uma futura cidade aos pés das Minas de Carajás, região que integrava o município de Marabá.

O Núcleo Urbano foi doado pela Vale ao município com uma cláusula onerosa pela qual 10% dos impostos arrecadados por Carajás em favor do município teriam que ser revertidos para a manutenção e obras necessárias no Núcleo de Parauapebas, e a doação onerosa foi transformada em lei aprovada pela Câmara Municipal.

Ao mesmo tempo o Governo Federal nomeou o prefeito de Marabá Paulo Bosco Jadão e aprovou o nome de José Francisco de Brito (Chico Brito) como prefeito de Parauapebas posto que toda a extensa região estava compreendida dentro de Área de Segurança Nacional.

O projeto e construção do Núcleo faziam parte do Projeto Grande Carajás, e além da parte urbana o Projeto Parauapebas também contava com o Projeto Agrícola próximo ao Núcleo, com lotes de 50 ha, estradas, escola, hospital e centro comercial que foram concluídos (Núcleo Urbano e assentamento agrícola) ao mesmo tempo.

Esses centros comerciais nos três assentamentos eram denominados CEDERE I, II E III. (CEDERE é a sigla para Centro de Desenvolvimento Regional). A entrega gratuita desses lotes agrícolas também teve início concomitante à entrega do Núcleo Urbano.

Os contemplados com lotes agrícolas, (depois de entrevistados) recebiam casa, sementes, ferramentas e um salário mínimo por mês durante o primeiro ano. E na esquina de cada vicinal era assentado um técnico agrícola responsável por orientar os agricultores, quase todos arregimentados entre jovens recém formados nas Universidades do Nordeste e Norte.

Este Projeto Agrícola transformou-se depois no município de Canaã dos Carajás, emancipado que foi do município de Parauapebas.

Em julho de 1984, com a paralização do Garimpo de Serra Pelada por assoreamento total da cava mais de 50 mil garimpeiros invadiram e depredaram os prédios públicos do Núcleo Urbano de Parauapebas em protesto contra a Vale do Rio Doce que não atendeu à sua reivindicação que era o esgotamento da cava de ouro para que eles pudessem continuar sua atividade.

Apenas a escola (de 1º e 2º graus) e o hospital escaparam do vandalismo e a localidade ficou sem condições sanitárias uma vez que a Estação de Tratamento de Água também fora queimada e destruída totalmente, e sem água potável nem mesmo o que sobrara intacto que foram os prédios do hospital e escola tinham condição de funcionamento.

Como Marabá ao longo de todo o tempo desde a inauguração do Núcleo jamais repassara ou investira aqueles 10% dos impostos que a lei determinava em Parauapebas o Administrador travou com o município uma longa luta que resultou inócua, para que esses recursos fossem destinados à recuperação do Núcleo Urbano.

Depois de seis meses de recusa da utilização dos valores retidos para salvar a localidade e resolver a vida dos moradores que ainda ali permaneceram (já que grande parte abandonara a região em razão da precariedade) o Administrador Chico Brito jogou a última carta na mesa em reunião com a Câmara e o Prefeito, e afirmou: vocês não querem pagar os 10%, pois irão perder 100% por que vou separar o município.

Em fevereiro de 1985 ele iniciou e encabeçou um Movimento de Emancipação que contou com o apoio maciço da população, a assessoria jurídica do Advogado Dr. Frederico Marinho (que era advogado da Vale e o único em toda a região), e o apoio do candidato a deputado estadual Dr. Carlos Cavalcante, em troca de apoio eleitoral para este então candidato.

Eleito com a maioria absoluta dos votos de Parauapebas Carlos Cavalcante cumpriu com o compromisso e deu entrada ao Projeto de Emancipação de Parauapebas como seu primeiro projeto apresentado na ALEPA, em março, logo no início daquela legislatura, com o nº 08/87.

O processo correu com todos os percalços uma vez que o município de Marabá não aceitava perder a parte mais promissora e rentável do município, onde se situa a mina de Carajás.

E segundo a lei à época municípios só poderiam ser criados com a aprovação da Câmara Municipal do município donde se pretendesse o desmembramento, e Marabá já declarara seu propósito de votar unanimemente contra a criação do novo município.

Esta questão foi resolvida em uma reunião em Marabá com a Executiva do PFL, partido do qual Chico Brito era o presidente do subdiretório municipal. Nesta reunião o Administrador de Parauapebas que colocou sua proposta (que foi aprovada por unanimidade) de levar como candidato a prefeito de Marabá pelo partido (o PFL) um cidadão de Parauapebas e o vice de Curionópolis (onde se situa a Serra Pelada). E ele mostrou com números levantados junto ao Cartório Eleitoral que venceria a eleição, afirmando que uma vez vencido o pleito transferiria a sede do município para Parauapebas.

Avião utilizado nos anos 80 para transporte de correspondências de Parauapebas/Carajás
Avião utilizado nos anos 80 para transporte de correspondências de Parauapebas/Carajás

Diante desta situação que surpreendeu a todos a Câmara convocou uma reunião e aprovou por unanimidade a realização do Plebiscito, que aconteceu em 24 de abril de 1988, com quase 100% de aprovação pela criação do novo município.

Isto por que o número de eleitores em Parauapebas era o mesmo que em Marabá onde cinco candidatos de partidos diferentes já apresentavam seus nomes para a disputa.

E em 10 de maio de 1988 o Governador Hélio Gueiros sancionou a lei nº 5.443/88 que criou Parauapebas onde está situada a maior mina de ferro a céu aberto do Brasil, o 50º município mais rico do país, hoje com uma população próxima dos trezentos mil habitantes.