Usuário(a):Réquiem da praça XV/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


O massacre no restaurante chinês foi um crime ocorrido na cidade de São Paulo na noite de 1° de março de 1938[1].

O crime obteve grande repercussão na época, em função da crueldade aplicada as vítimas e, também, pelos três julgamentos que ocorreram para condenar Arias de Oliveira, quando nos dois primeiros, Arias foi absolvido pela excelente atuação do seu advogado, Paulo Lauro, que conseguiu convencer o jurados a ignorar as provas colhidas pela polícia e a confissão que o réu assinou na delegacia[2].

Este caso alavancou a carreira de Paulo Lauro, que no futuro seria eleito prefeito de São Paulo e o primeiro administrador negro da cidade.

Os fatos[editar | editar código-fonte]

Na noite de terça-feira de carnaval, dia 1° de março de 1938, foram assassinadas quatro pessoas no pequeno restaurante Órion, localizado na Rua Venceslau Brás e de propriedade do imigrante chinês Ho-Fong e o inquérito policial concluiu que Arias de Oliveira matou, a golpes de pauladas, os garçons Severino Rocha e José Kilikevicius, além de Ho-Fong e a sua esposa, Maria Akiu Fong e a motivação do crime foi de vingança e tentativa de roubo.

Ho-Fong tratava seus funcionários com ofensas e humilhações e o mesmo despediu Arias na sexta-feira da semana anterior aos fatos ocorridos. Arias, sabendo que o chinês guardava dinheiro e joias em seu apartamento localizado em cima do restaurante, arquitetou o crime quando na terça-feira voltou ao local pedindo para dormir aquela noite no restaurante, pois existia um pequeno quarto no fundos, onde alguns funcionários moravam. Inicialmente, Fong negou o pouso, mas um dos garçons deixou que Arias entrasse no quarto a revelia do proprietário. Neste quarto, moravam José Kilikevicius e Severino Rocha. Quando percebeu que os ex-colegas já estavam dormindo, Arias levantou-se, no meio da noite e com um pedaço de madeira, matou os garçons com pauladas na cabeça.

Ho-Fong acordou com o barulho vindo do quarto dos fundos e ao descer as escadas, encontrou Arias no meio do caminho. Em uma luta corporal, Arias sufocou o chinês e depois matou-o com o mesmo procedimento dos ex-colegas.

Em seguida, Arias entrou no quarto do casal e torturou a esposa de Fong para que a mesma revelasse o local onde estava guardado o dinheiro e joias, mas Maria Akiu não resistiu ao peso do corpo de Arius sobre a sua barriga e desfaleceu-se, vindo a morrer em virtude do rompimento de órgãos vitais.

Sem lograr sucesso no roubo, Arias fugiu do local e foi preso mais de um mês depois. Inicialmente alegou que não esteve no local, mas após vários interrogatórios, alegou que só dormiu no local, fugindo para salvar a sua vida e na sequência, confessou o crime.

Julgamento[editar | editar código-fonte]

Arias foi defendido pelo advogado Paulo Lauro (este episódio alavancaria a carreira de Paulo Lauro, que no futuro tornar-se-ia o primeiro prefeito negro de São Paulo) que no julgamento e no recurso, absolveu Arias de Oliveira, mesmo com convincentes provas e a própria confissão, porém, o promotor público Rafael Oliveira Pirajá impetrou novo recurso, agora para dissolver o primeiro júri. Este recurso foi aceito e em um novo julgamento, Arias foi condenado a trinta anos de prisão e cumpriu somente oito em regime fechado. Arias morreu em 1976.

Referências

Ícone de esboço Este artigo sobre um crime, organização ou atividade criminosa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.