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Introdução
A construção do conhecimento é o assunto central de diversos estudos das mais variadas áreas de pesquisa. Dentre as muitas vertentes atuais veremos a seguir as teorias de Jean Piaget, cientista que se dedicou a estudar e propor formas de compreenção da formação do conhecimento e distúrbios de aprendizagem. Esses estudos são de extrema importância para os avanços no âmbito acadêmico e para todos os individuos quanto educadores. Esse conceito de educador abrange muito mais que professores, inclui também todo e qualquer individuo em contato com o sujeito que está a conhecer. O sujeito tido como objeto de estudo das teorias a seguir é aquele em fase de formação e construção cognitiva própria: a criança. Devido a grande e recorrente competição que rege nosso sistema, a industria cultural vem se tornando cada vez mais implacavel quanto aos meios em que age e muitas vezes não demonstra cuidados ao se dirigir às crianças, expondo de certa forma um despreparo para lidar com essa fase de desenvolvimento intelectual. Para compreensão do conceito e da relação do que afinal é a industria cultural, trataremos alguns trabalhos das mais diversas áreas que vão desde estudos sociais até nutricionais; todos abordando as consequencias diretas e indiretas da prática equivocada da publicidade com enfoque no público infantil. Por fim será exposto propostas legislativas para a padronização e a diminuição do impacto da industria cultural. Criança pela óptica piagetiana Jean Piaget nasceu em 09 de agosto de 1896 na cidade francofona de Neuchatel. Em 1906, já com dez anos de idade, o jovem Piaget redigiu seu primeiro trabalho relacionado a História Natural ao observar um pardal albino, sendo em seguida convidado a trabalhar no Museu de História Natural. Aos 19 anos, Piaget vem a se formar em Biologia e Filosofia pela Universidade de Neuchatel. Três anos depois recebeu pela mesma universidade onde se graduou, seu título de Doutorado em Biologia com sua tese que abrangia temas como Religião, Biologia e Filosofia. Com 23 anos, logo após se formar, Piaget mudou-se para Zurique onde se aprofundou seus conhecimentos em Psicologia e Psicanálise, trabalhando como psicólogo experimental junto com renomados profissionais como o suíço Carl Gustav Jung (na àrea de psicologia) e nas clínicas de Wurschner, Lipps e Bleuler. Tais experiências profissionais tiveram grande impacto nas teorias posteriormente propostas por Piaget, de forma que o mesmo passou a combinar à Psicologia Experimental (estudo sistemático) com diversos métodos tidos como informais da psicologia e são estes: entrevistas, conversa e análise de pacientes. Junto com Alfred Binet, Piaget desenvolveu muitos trabalhos com o objetivo de investigar o andamento intelectual infantil por meio de testes de natureza psicométricos. Piaget conclui, a partir da observação de erros cometidos por crianças da mesma idade de forma igualitária, que o raciocínio lógico se constroi de modo gradual. Esta conclusão o estimulou a aprofundar ainda mais os estudos na àrea da Psicologia do desenvolvimento. Em 1921, Piaget se vê de volta a Suíça assumindo a diretoria do Instituto Jean-Jacques Rousseau da Universidade de Genebra, onde pode iniciar o maior trabalho e obter embasamento para a estruturação de sua teoria: analisar e registrar o comportamento das crianças de maneira meticulosa, visando sempre suas construções linguísticas, cognitivas e comportamentais. Outra contribuição significativa para o desenvolvimento da teoria de Piaget foi o estudos baseados nas obervações próprias e de sua esposa (Valentine Chântiay) sobre seus três filhos (Jacqueline, Lucienne e Laurent) no período da primeira infância. Elaborando muitos trabalhos referentes as primeiras fases de desenvolvimento, além de lecionar em diferentes universidades da Europa, acaba por receber, em 1936, o título de Doutor Honoris Causa na Universidade de Harvard. No período de 1952 a 1963, Piaget leciona na Universidade de Sorbonne (Paris), assumindo o cargo de professor de Filosofia e sendo, até aquele momento (segundo registros), o único suíco convidado a participar do corpo docente da instiuição. Com 59 anos de idade, Piaget funda e dirige o Centro Internacional de Epistemologia Genética em Genebra, recebendo muitos especialistas e passando a intregrá-los a comunidade da fundação, juntamente com esses cientistas continua produzindo diversos trabalhos em suas pesquisas até sua morte em 17 de setembro de 1980. Ao fim de sua carreira Piaget escreveu mais de 90 livros, além de centenas de trabalhos ambos de caráter científico.
Teoria
De forma basal, Piaget defende que as crianças são construtoras natas e ativas de conhecimentos, partindo delas a criação e constatação de suas teorias sobre o mundo que as cerca. Seus estudos sustentam a teoria de que existe uma evolução gradual na composição do conhecimento através de estruturas de raciocínio que assimilam-se umas às outras mediante os estágios de desenvolvimentos. Em outras palavras, isso significa que o pensamento infantil, bem como suas estruturas lógicas, diferem-se integralmente das linhas intelectuais adultas, sugerindo uma abordagem diferenciada ao lidar com crianças. Em sua teoria, existem dois enfoques principais no processo de obtenção de conhecimento: a assimilação: consiste na observação de novas referências e incorporaçãoes destas ao banco de dados de estruturas cognitivas já adquiridas (do objeto a mente) e a acomodação: consiste na mudança de estruturas ou esquemas cognitivos para melhor assimilação do objeto observado (da mente ao objeto). Formado em Biologia, Piaget tinha um grande interesse na forma com o organismo de adapta a seu ambiente - essa capacidade foi denominada inteligência. Essa adaptação busca a equilibração entre os processos de assimilação e acomodação. Como citado acima Piaget observou e analisou o comportamento de diversas crianças e isso o permitiu elaborar um estudo que divide esse processo de conhecimento em estágios Estágio sensório motor (nascimento - 2/3 anos): Objetivo primordial e a construção de um conhecimento físico do seu ambiente, por meio de esquemas de ação acerca de determinado objeto; Estágio pré-opertório (dos 2/3 anos - 6/7 anos): Surge, na prática, a ideia de causa e efeito e simbolizações. Período caracterizado pela perguntas e criação de universos imaginários. Estágio operatório - concreto (6/7 anos - 10/11 anos): Faz-se uso de estruturas lógicas na construção de conceitos (construção da ideia de quantidade e conceitualização de número). Não há, ainda, formas de abstrações apesar de suas contruções lógicas a criança ainda se mantem fortemente ligada aos conceitos concretos. Estágio operatório - formal (10/11 anos - 15/16 anos): O adolescente se torna adaptado ao meio elaborando pensamentos de caráter abstrato, atraves de do encadeamento de hipóteses, desenvolvendo assim seu pensamento científico do mundo que o cerca. Deve-se, no entanto, salientar que suas pesquisas, por mais que englobem a temática pedagógica, tem a natureza biológica com fortes traços e menções a conceitos psicológicos (áreas em que se formou e trabalhou, respectivamente). É inegável a importância das análises e dos trabalhos de Piaget no embasamento de diversos debates e podução de estudos educacionais na atualidade, porém suas pesquisas não tinham o compromisso direto com a educação. Sendo assim, Jean Piaget não elaborou uma teoria pedagógica e sim um estudo antropológico.
Industria cultural
“É evidente que se poderia viver sem a indústria cultural, pois já é enorme a saciedade e a apatia que ela gera entre os consumidores. Por si mesma ela pode bem pouco contra esse perigo. A publicidade é o seu elixir da vida. Mas, já que o seu produto reduz continuamente o prazer que promete como mercadoria à própria indústria, por ser simples promessa, finda por coincidir com a propaganda, de que necessita para compensar a sua não fruibilidade.” (ADORNO, Theodor W. & HORKHEIMER, Max - Indústria cultural e sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 2009.) Para Theodor Adorno e seu coautor Max Horkheimer o conceito de industria cultural é o objeto central em sua obra. A crítica desses autores frankfurtianos, em “Dialética do esclarecimento”, permeia o entendimento de como, na sociedade moderna, o principal efeito da industria cultural é o de alterar a arte em qualquer mercadoria de fácil assimililaçõa. É evidente que tal critica se aplica a todo e qualquer campo da arte: música, artes cênicas, pintura, arquitetura, escultura, literatura e por fim a sétima, o cinema. Atualmente ainda pode-se compreender por arte fotografia, quadrinhos, jogos e a arte digital. Todas estas formas de expressão artistica , de acordo com os autores, são transformadas em objeto de consumo pela ordem econômica preponderante, em suma, o capitalismo. Nesse cenário, a arte transforma-se em um instrumento de dominação, visando acima de tudo o lucro. A arte musical, na análise adorniana, se torna trivial quando vista pelo cunho estético, cujo o objetivo é enganar a sensibilidade dos admiradores, convertendo-os a meros seguidores do prazer pelo prazer. Sendo assim, a industria cultural é minuciosa quando mantém os consumidores em condição de carência estética, deste modo, empobrecendo suas capacidades reflexivas e autocríticas, minando também suas habilidades e sensibilidade artística. Pode-se concluir que, para a industria cultural, a massificação dos objetos de consumo é essencial; tornando assim, como incubência, a aniquilação da autonomia dos indivíduos seu objetivo maior. Uma das abordagens essenciais da industria cultural é o entretenimento. O principal argumento imposto aos consumidores tem por intermédio a lógica da diversão. Seu funcionamento se respalda na exaustão dos trabalhadores oriunda das jornadas de trabalho exercidas, que ao chegarem em casa, por exemplo, veem na televisão uma possibilidade de distração, gerando assim um prazer momentâneo e de fácil assimilação. Como são raras esses momentos “não trabalhados”, devido as longas e duras horas de trabalho, tais individuos não pretendem, ao chegar no conforto de seu lar, refletir, ponderar ou sequer reflexionar sobre toda e qualquer temática. Sendo assim estão sucetíveis iniciativas mercadológicas seja qual for sua natureza.
Piaget e Adorno
Torna-se evidente, após uma breve análise nos estudos acima citados, a influência impetuosa da industria cultural durante os três últimos estágios de conhecimento: Estágio pré- operatório (dos 2/3 anos - 6/7 anos), onde a criança fundamenta os conceitos físicos adquiridos no estágio anterior, através de indagações e associações. O incentivo ao consumo desenfreado é recebido por esse grupo etário muitas vezes de forma erronea, uma vez que (nessa teoria) o individuo como ser pensante tem por principal objetivo se adaptar ao meio, procurando entedê-lo o absorvendo. Exemplificando, pode-se imaginar se, porventura, a publicidade direcionada a esse publico tiver como objetivo tratar a competitividade entre os indivíduos, a criança que não possuir ou não tiver contato com o objeto a ser comercializado pode passar a se questionar o real motivo por ser um sujeito alheio (ou não consumista daquele determinado objeto) podendo também gerar um trauma posterior a tal experiência; Estágio operatório - concreto (6/7 anos - 10/11 anos), no qual criança passa a raciocinar com o auxilio da estruturação lógica. Elucidando, consegue-se imaginar a situação onde a propaganda procura estimular um breve raciocinio cujo unico objetivo seja a compra. Seguindo assim uma construção lógica impondo ao sujeito uma forma diferenciada de pensar, podendo ser absorvida e aplicada posteriormente. Estágio operatório - formal (10/11 anos - 15/16 anos), em que o adolescente faz uso de hipóteses para a compreensão do ambiente em que está inserido. De forma ilustrada, podemos criar uma situação onde o objetivo da propaganda seja o consumo de certo produto e se faz alcançavel, tal objetivo, por meio de questionamentos onde o adolescente se vê construindo abstrações e hipóteses previamente sugeridas da situação onde ele não é um consumidor. Pode-se criar uma situação onde o jovem é induzido a compra, mas não somente pela satisfação pessoal, mas também para a inserção no meio social em que vive.
Legislação
A publicidade infantil é regrada pelas mais diferentes organizações. Em 04 de abril de 2014 foi publicado no Diário Oficial da União a Resolução 163/2014 que declara abusivo o objetivo de atingir à criança nas propagandas e agentes de comunicação mercadológica, segundo o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). O termo criança se aplica a todo e qualquer indivíduo de até 12 (doze) anos de idade, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Esta resolução abrange os meios de anúncio impresso como banners, embalagens, flyers, etc, comerciais televisivos e radiofônicos, merchandising, promoções, sites, ações e apresnetações em shows. Outros orgãos que procuram estabelecer regras para o uso indevido da publicidade para o publico infantil são: Constituição federal; ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente; CDC - Código de Defesa do Consumidor; ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Código de Ética da Publicidade.
Bibliografia
https://ufabcpoliticacultural.files.wordpress.com/2015/08/industria-cultural-e-sociedade-adorno.pdf - acessado em 15/10/2015 http://tragica.org/artigos/v7n2/santos.pdf - acessado em 17/10/2015 http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v21n54/5265.pdf - acessado em 15/10/2015 http://www.scielo.br/pdf/psoc/v25n1/15.pdf - acessado em 26/10/2015 http://www.insite.pro.br/2012/Dezembro/publicidade_infantil_brasil.pdf - acessado em 26/10/2015 http://criancaeconsumo.org.br/wp-content/uploads/2014/02/Publicidade-Infantil-%C3%A9-ilegal.pdf - acessado em 26/09/2015 http://www.abapnacional.com.br/pdfs/03-leis.pdf - acessado em 11/11/2015 http://www.scielo.br/pdf/es/v28n101/a0428101.pdf - acessado em 15/11/09/2015 http://coral.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/050e5.pdf - acessado em 15/11/2015 http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/viewFile/11689/6706 - acessado em 20/11/2015 http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4676.pdf - acessado em 20/10/2015 http://unipvirtual.com.br/material/RECUPERACAO/EAD/R1235/geral_pdf.pdf - acessado em 20/10/2015