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Usuário(a):RaquelfCamacho/Testes

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F0rno da Cal[editar | editar código-fonte]

O Forno da Cal, de Câmara de Lobos, foi mandado construir por Roque Teixeira Agrela e está situado no local da trincheira desta cidade. Este era um importante comerciante e proprietário da qual possuía várias propriedades rústicas e urbanas, nomeadamente pedreiras, uma loja de fazendas, uma mercearia entre outras coisas.

O Forno da Cal teve vários proprietários aos longo dos anos previamente estabelecidos por testamento de Roque Teixeira Agrela. Alguns desses proprietários obtiveram o Forno através do processo de venda, nomeadamente, a Empresa Industrial da Madeira, mais tarde passa para a alçada da Câmara Municipal de Câmara de Lobos.

Por fim, passa a ser responsabilidade da Direção Regional de Turismo da qual pretendia estudar as potencialidades do mesmo como ponto turístico.


História[editar | editar código-fonte]

O Forno da Cal está situado na Trincheira, na freguesia de Câmara de Lobos, “seguindo pelo caminho da Trincheira, por cima das antigas salinas, podemos observar a interessante construção, um pouco arruinada, do antigo Forno da Cal desta vila”[1].

Terá sido construída por volta de 1874 por Roque Teixeira de Agrela, importante comerciante e proprietário da qual possuía várias propriedades rústicas e urbanas, como o Forno da Cal, pedreiras, uma loja de fazendas e uma mercearia. Foi também presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, eleito a 2 de Janeiro de 186.

Mais tarde, o Forno da Cal, foi alvo de obras de restauro e adaptação em 1914. Por volta do ano 1960 foi desativado dadas às constantes represálias da vizinhança tendo por origem o odor que o mesmo repelia e, do fumo que resultava aquando da utilização.

Aquando da morte de Roque Teixeira de Agrela a propriedade passou, de acordo com a indicação escrita no testamento do mesmo, a 28 de Setembro de 1877, para Januário Roque, que pelo mesmo testamento estabelece que após a morte deste último, o Forno da Cal passaria a estar sob a alçada de Rita Correia Teixeira Agrela, até 1914.

Contudo, em 1937 o forno passa a estar ao comando de Manuel Joaquim Trindade, da qual há a possibilidade e a incerteza que o mesmo terá vendido o forno à Empresa Industrial da Madeira. Anos mais tarde, este é vendido à Câmara Municipal de Câmara de Lobos.

De acordo com o Diário de Notícias[2], é no ano de 1983, encontrava-se o forno na situação de cedido à então Direção Regional de Turismo que, na altura, estudava as potencialidades do mesmo como ponto turístico de referência, para que fosse utilizado como zona de lazer. No entanto, o projeto não teve continuidade por parte da entidade pública, sendo que uma entidade privada mostrou interesse em explorar o Forno da Cal, pela qual foi entregue uma proposta à Câmara Municipal de Câmara de Lobos para a construção de um empreendimento turístico, denominado de Churchill Village em homenagem a Winston Churchill aquando da sua passagem pela vila.

No que diz respeito à produção de Cal na Ilha da Madeira, esta sempre foi olhada com algum preconceito. A mesma era proibida por D. Manuel em 1519, com a construção de uma muralha à volta da cidade em finais do século XVI, sendo que a mesma não tinha nenhum indício da arte manuelina. Desde então, para o fabrico de cal, não possuindo a Ilha da Madeira jazidas de calcário em abundância, não impediu que se desenvolvesse uma atividade a ela ligada. A matéria prima para esta indústria, provinha do Ilhéu de Baixo, adjacente à Ilha do Porto Santo, mais tarde conhecido como o Ilhéu da Cal. A produção da Cal não se encontrava circunscrita na cidade do Funchal e foi então que se passou a produzir em Câmara de Lobos.

A 14 de Dezembro de 1944, numa altura em que o Forno da Cal já era propriedade da Empresa Industrial Madeirense do empresário José Maria Branco, o Eco Funchal procedeu à visita ao seu interior. É ali que o Sr. José Maria Branco Júnior, o ativo industrial que impulsiona várias atividades ligadas à construção civil, produz a cal, “E observamos na nossa demorada visita que a cal se produzia pela calcinação do carbono calcário à temperatura do rubro cereja, para que as pedras evaporem a água de pedreira, seguindo-se a decomposição daquelas, pela evaporação do anidrido carbónico. Os dois caleiros (…) levam-nos a um amontoado de pedra escolhida, vinda do Porto Santo e começam a parti-la em fragmentos do tamanho regular de maneira a ser fácil a sua decomposição e não forçar o forno a temperatura mais elevada no acto da cosedura.

(…). Os operários, limpo convenientemente o grande forno, dispuseram o calcário em camadas alternadas, separadas por lenha onde o fogo se ativa depois com boas chamas. A grelha, constituída por uma série de agulhas de ferro, sustenta todo o peso das pedras (…) deixam arrefecer e desenformam toda a carga, pouco a pouco, pela abertura inferior.

Ora é com esta cal pura que o Sr. José Maria Branco Júnior fornece a grande industria de construção civil” [3]

Atualmente, o Forno da Cal está inserido no Projeto da Frente Mar de Câmara de Lobos que consiste na sua requalificação, bem como a junção das Salinas com o mesmo.


Referências[editar | editar código-fonte]

  1. RIBEIRO ADRIANO, João (1991). A Indústria da Cal na Madeira. Funchal: [s.n.] 
  2. Noticias, Diário (1983). Funchal: [s.n.]  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  3. FREITAS PEDRO, Manuel. Entrevista Eco Funchal. Câmara de Lobos: [s.n.]