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Usuário(a):TaniaCamacho77/Testes

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Igreja Paroquial do Porto da Cruz[editar | editar código-fonte]

A atual Igreja Paroquial do Porto da Cruz, edificada na freguesia do Porto da Cruz, surge da necessidade que já se fazia sentir desde o ano de 1820, e veio substituir a Igreja Velha incapaz de comportar toda a população que, no citado ano, já rondava a 1450 almas. No entanto, apenas no século XX, devido a um acentuado aumento da população e por influência do pároco da freguesia, o Pe. João de Faria, se inicia esta obra de tamanha envergadura.

História[editar | editar código-fonte]


Nossa Senhora do Guadalupe, Padroeira do Porto da Cruz[editar | editar código-fonte]

O actual orago da paróquia é Nª Sª da Guadalupe mas anteriormente esta já pertenceu à padroeira de Nª Sª da Piedade e do Mistério da Vera Cruz.


“Um madeirense é confrade de Nossa Senhora do Guadalupe

Chamava-se Jerónimo Fernandes e residia nas vizinhanças de Câmara de Lobos. Vivia das suas propriedades e era possuidor de um engenho de fabricar açúcar. Desde o ano de 1490 pertencia à Confraria de Santa Maria do Guadalupe, cuja quota pagava em valores de frutas cristalizadas, doces ou açúcar. Ele atribuiu à Santa de sua devoção o ter saído ileso de uma morte certa que o ameaçava.

No ano de 1518, pretendendo substituir os cilindros de madeira do seu engenho, que já se encontravam danificados pelo uso, subiu à serra para cortar um grosso e alto til que era o ideal para o seu intento. Para este efeito, levou consigo cem homens e cinquenta juntas de bois porque a vetusta árvore, assim, o exigia. Toda a canseira de cortar a frondosa copa, todo o trabalho de desbastar a ramagem correu bem. O perigo, porém, espreitava-o na descida do volumoso tronco.

Jerónimo Fernandes ia à frente, comandando a operacao e indicando o caminho a trilhar.  A certa altura do percurso e numa inclinação mais acentuada, os homens perderam o controle da enorme vara e as cordas que atrelavam os bois desprenderam-se, deixando o pau a solta, em corrida vertiginosa e descontrolada. Bem tentou o dono, aos saltos, escapar à fúria daquela mole imensa que arrastava à sua frente árvores de pequeno porte e pedras. Vendo-se perdido e com a morte iminente, arrostou-se ao chao e invocou com suma fé: "Santa Maria de Guadalupe, valei-me" !

O imprevisível sucedeu, o milagre aconteceu. Quando todos os presentes, transidos de susto, temiam ver a vítima esmagada, triturada e despedacada a jorrar sangue, depararam- se, atónitos, com o patrão a sair, debaixo do pesado tronco, incólume, ileso e sem nenhuma beliscadura. Estupefactos, exclamaram: "Foi um milagre" !!!

Desta extraordinária acção divina a seu favor estava certo Jerónimo Fernandes que, no ano de 1518, escala à Estremadura para, em agradecimento, oferecer a Santa Maria do Guadalupe uma dádiva de uma arroba de pães de açucar. E, para exaltação da Virgem Maria e testemunho da grande graça recebida, contou o milagre a Frei Diego de Montalvo que o exarou, para conhecimento dos vindouros, no Libro de Milagros de Nuestra Señora Sancta Maria de Guadalupe, Cod. 5, fols. 77/78.”[1]

A primeira imagem de Nossa Senhora do Guadalupe[editar | editar código-fonte]

A primitiva imagem de Nossa Senhora do Guadalupe, adquirida para a nova paróquia do Porto da Cruz, era de uma estrutura simples. Tinha o rosto e as mãos moldadas de uma forma natural, mas o restante corpo era estruturado de ripas de madeira tosca de forma a dar o tamanho pretendido. Era, afinal, uma imagem de roca, como muitas que ainda existem pela Ilha, a exemplo da padroeira da freguesia do Faial. A forma humana do corpo era emprestada pelos vestidos com que se a cobria. Assim, segundo o Inventário de 1596, Nossa Senhora possuía, no seu vestuário, um manto azul de damasco, um manto de gorgorão branco e um manto de taffeta preto.

Naturalmente, a vestimenta de Nossa Senhora ia aumentando e se enriquecendo conforme as dádivas das pessoas devotas.

Esta Imagem de Nossa Senhora segurava nos seus bracos o Menino Jesus, esculpido em madeira, e que tinha em sua cabeça uma coroa de prata à imitação de Nossa Senhora do Guadalupe. Estas duas coroas foram reformadas e reforcadas no ano de 1766.

A imagem da Padroeira foi, inicialmente, colocada atrás do Altar-mor, com um sobrecéu de damasco com cortinas do mesmo pano. Para o seu culto dispunha do altar-mor com frontais de pano caro e enriquecido com galões dourados, de duas galhetas de prata, de dois castiçais também de prata e de um lampadário igualmente de prata.

A Capela de Nossa Senhora da Piedade[editar | editar código-fonte]

Depois que foi criada a frequesia do Porto da Cruz, a 26/09/1577, pelo Alvará Régio e logo que foi constituída paróquia pelo Bispo D. Jerónimo Barreto, os Ofícios Divinos e demais serviços paroquiais começaram a ser exercidos na capela de Nossa Senhora da Piedade, por falta de igreja própria que só mais tarde se veio a construir.

Esta Capela, dedicada a Nossa Senhora da Piedade, foi mandada construir, possivelmente, na primeira metade do século XVI, pelo Morgado António Teixeira Vasconcelos, neto de Tristão Vaz, primeiro Donatário de Machico. Seu pai, Lançarote Teixeira, recebeu terras em sesmarias que iam da Penha de Águia até o Ribeiro Frio e algumas terras no Porto da Cruz, nomeadamente as compreendidas no sitio da Piedade.

O Morgado António Teixeira Vasconcelos, conhecido como o Rei Pequeno pela sua exuberância, faleceu, a 7 de Setembro de1535, sem ver a sua igreja edificada. Ainda em vida, dispôs: "Que se fizesse uma capela, orago e retábulo de Nossa Senhora da Piedade; devendo a capela ter 20 côvados de comprido e 10 de largo, os precisos guisamentos, vestimentas e cálice."[1]

Edificação da Capela de Nossa Senhora da Piedade[editar | editar código-fonte]

A construção desta capela seguiu os moldes das obras realizadas nos primeiros tempos do povoamento. Tinha, portanto, uma estrutura simples e precária. As suas paredes foram construídas de pedra partida, argamassadas com barro de permeio. Isto tornava, de facto, as paredes grossas, mas, ao mesmo tempo, frágeis também. Uma porta em arco, feita de cantaria, dava acesso a uma população dispersa pelos vales e lombos, que não deveria ultrapassar, em 1576, a uns oitenta casais. Uma janela, aberta pela banda do mar, iluminava o interior do recinto, onde havia um altar único, encimado por um nicho onde estava colocada Nossa Senhora da Piedade com o seu Filho Jesus morto sobre os joelhos. Era uma imagem com uma expressão enternecedora que dimanava um grande sofrimento e uma forte coragem com que este povo se sentia, profundamente, irmanado no trabalho agressivo de desbravar estes terrenos que antes nunca tinham sido trilhados por pés humanos.

Sobre a porta principal, virada para a ribeira, havia um alpendre para descanso dos caminhantes que, constantemente, por ali passavam nas suas caminhadas entre a serra e o mar. Para chamar os fiéis para os Ofícios Divinos, um sino, colocado numa sineira, fazia soar as badaladas que ecoavam a curta distância.

Todavia, esta capela construída de pedra solta e coberta de telha, com as paredes por rebocar, tanto no interior como na parte exterior, contrastava com as outras moradias, tugúrios pobres, cobertos de palha. Somente, os mais abastados e os fidalgos que possuíam muitas terras dispunham de casas sobradas, mas também elas apalhaçadas.

Tinha por vizinhos as ribeiras barulhentas e os canaviais que ocupavam tudo o que era terra arável e de baixa latitude, em luta de sobrevivência com a vinha que fazia progressos mais apetecíveis. Os moradores tinham escolhido os lugares altos para a edificado das suas casas, como vigias atentas aos trabalhos dos colonos e dos escravos.

Deterioração da capela de Nossa Senhora da Piedade[editar | editar código-fonte]

A primitiva Ermida que mais cedo se ergueu nesta localidade entra aos poucos em colapso de ruína. Este estado de deterioração deve-se ao desleixo dos administradores que deviam acudir a capela com os rendimentos deixados pelo instituidor. Pois, para este efeito canalizou os proveitos das terras vinculadas ao morgadio da Penha de Águia. Em princípio, estas não só davam para cobrir as despesas com o imóvel e encargos pios, como ainda rendiam proveito aos seus legítimos proprietários.

Praticamente, desde o ano de 1590, se notavam indícios de deterioração, com incidência, sobretudo, no arco da porta principal, que abria brecha e ameacava cair. Depois, foram as paredes, que por falta de consistência do material usado, iam abrindo brechas.

No ano de 1733, o estado de ruína era tão gritante que o Visitador ordenou que se confiscassem todos os frutos que estivessem sobre as propriedades do respectivo morgadio e se os vendessem em praça pública para serem aplicados no conserto da Capela. A esta ordem o Morgado Manuel Carvalho de Valdavesso reagiu. Mas, nao obstante esta reação as obras de recuperação puseram-se em curso e, em 1735, estava a capela, de novo, reedificada e ornada, podendo celebrarem-se as Missas, em atraso, a partir de Setembro pelas almas dos benfeitores.

Fim da capela de Nossa Senhora da Piedade[editar | editar código-fonte]

Apesar dos arranjos sumários efectuados, no ano de 1735, estes não foram suficientes para dar longa duração à Capela. Pois, passados alguns anos, de novo, o seu estado era deplorável, ameaçando ruína. As admoestações dos Visitadores foram infrutíferas e os rendimentos provenientes das citadas propriedades tornaram-se reduzidos devido a diversas condições meteorológicas e a outras moléstias que atacaram as plantas e frutos.

O mesmo sucedeu em toda a Ilha. Todos sofreram as consequências do século XIX que foi, deveras, catastrófico. Se nunca houve boa vontade da parte dos administradores para empregar na conservação da Capela os rendimentos provenientes das propriedades, para o efeito deixadas, agora que a agricultura foi infectada por várias moléstias, o vinho não tinha escoamento, Os administradores votaram ao esquecimento total o imóvel que foi a razão de grandeza do seu instituidor. E como já estavam os senhorios a residir na cidade, no meio do luxo e no convívio de gente distinta, entregaram a gerência dos seus bens nas mãos de feitores ávidos de angariação de rápida fortuna.

E assim, teve um fim inglório aquela que hoje, podia ser uma relíquia muito estimada dos tempos passados e um marco assinalável dum património que vinha do início da colonização destas terras. Pelo seu estado adiantado de ruína, ameaçando abater-se a qualquer momento, foi despojada de todo o seu recheio. Isto aconteceu no ano de 1814 a treze de Março em que foram trazidos para a igreja paroquial todas as alfaias que restavam da antiga capela.

Narra uma nota do Pe Vaz, incerta no Primeiro Livro de casamentos que, neste mesmo ano, uma enxurrada fez ruir as paredes, desfigurando-a por completo. Hoje, apenas uma rua assinala que, em tempos antigos, houve ali uma capela para memória dos presentes. É a Rua da Piedade. Talvez, um nicho com uma imagem de Nossa Senhora da Piedade fosse um sinal mais visível e mais apropriado para recordar o local da primeira capela do Porto da Cruz, que serviu durante alguns anos de sede paroquial.

A Igreja velha de Nossa Senhora do Guadalupe[editar | editar código-fonte]

Durante alguns anos, o serviço paroquial, esteve a ser feito na Ermida de Nossa Senhora da Piedade por falta de igreja própria. Mas desde logo, o povo pensou em fazer um templo, especificamente dedicado à sua Padroeira.

Apesar dos escassos rendimentos que auferiam das suas plantações, o povo, às suas custas, levantou uma igreja, embora de proporções limitadas, singela e frágil. Mas, tinha a dimensão da sua fé e a grandeza do seu coração.

Edificação[editar | editar código-fonte]

As obras da igreja nova, como então se dizia, tiveram o seu início, possivelmente, no ano de 1580.

Era uma igreja simples, baixa e acanhada, composta de dois corpos: capela-mor e corpo. As paredes foram levantadas sobre a terra batida, sem fundações e estruturadas de pedra solta amassada com barro. O interior, desprovido de ornato, componha-se de um altar na capela-mor dedicado a Nossa Senhora do Guadalupe e dois altares laterais em honra de Sao Pedro e do Bom Jesus. As paredes interiores foram rebocadas de cal e caiadas, mas as da banda de fora ficaram com a pedra à vista, por chispar. Dois paus no adro, aberto à entrada do gado e de outras alimárias, seguravam um pequeno sino para chamar os fiéis aos ofícios divinos.

A luz entrava para a capela-mor através de uma fresta estreita rasgada na parede. Além da porta principal, coberta por um alpendre para resguardo dos caminhantes, havia duas portas travessas que demarcavam a separação dos homens das mulheres nas celebracées religiosas, 0 que era preciso rigorosamente respeitar.

Nao havia bancos para assentos dos fiéis e no chão de terra eram sepultados os mortos da freguesia. Nas celebrações religiosas espalhavam-se pelo pavimento térreo ervas e verduras para amenizar o contacto dos joelhos com o solo e para dar um visual agradável ao espaço religioso. A verdura escolhida estender pelo chão onde estavam sepultados os corpos dos mortos, era o junco.

Embora rude e simples, construida com material de fraca consistência que o tempo não deixava durar muito, bem podia rivalizar com a sua congénere vizinha, a capela de Nossa Senhora da Piedade, que um rico fidalgo de grandes haveres e teres, chamado "o Rei de traz da Ilha", mandou edificar em tempos atrasados.

Por muitas vicissitudes, concertos, transformações passou esta igreja do Porto da Cruz, a ponto de desaparecer, por completo, a sua primeira e genuina forma que foi aglutinada pelas sucessivas modificagdes que nela se efectuaram através dos tempos, consoante a precariedade dos materiais, as possibilidades económicas das suas gentes e o aumento da populacao. Assim, a partir do ano de 1740, sofreu uma profunda transformacao, relativamente, ao seu formato e ao seu tamanho. Desta vez, porém, parece que para durar porque o material a usar terá maior consistência que lhe dará a cal para argamassar as pedras na feitura das paredes.

Duas razões fortes e importantes contribuiram, grandemente, para esta transformação da igreja do Porto da Cruz, explanadas no Livro 1° dos Provimentos, pags. 121 v° e 122: « A ruína em que se achava a dita igreja e grande dano e prejuizo que experimentavam todos os fregueses pela pequenez da dita Igreja em razão de não caber nela a grande parte do povo e ficarem precisados da assistência aos Ofícios Divinos, expostos ao rigor do tempo que comumente há nesta parte por ser norte ou pela mesma causa largarem os Ofícios Divinos por nao poderem suportar a inclemência do rigoroso tempo.»

Para esta necessidade estava o povo sensibilizado, tendo, generosamente, concorrido com as suas ofertas e muito trabalho.

Sem dúvida que a boa vontade do povo e as ofertas de alguns morgados e capitaes, donos das terras onde proliferava a vinha, foi benéfica para levar a bom termo uma obra de tão grande envergadura que englobava, também, a ornamentação do interior da igreja, incluíndo a obra de talha dourada.

Estes trabalhos de acrescentamento do templo levaram algum tempo, porém, no ano de 1749, as obras estavam, praticamente, acabadas.

A partir desta data, esta freguesia do Porto da Cruz passou a desfrutar de uma nova Igreja que perdurou até meados do século XX e que as pessoas mais velhas, ainda, se recordam muito bem. A populacgdo em geral e os donos das terras que tinham construido as suas moradias nos lugares altos, nos cimos das colinas e lombos, com medo dos piratas e corsários que tantas vezes tinham acometido contra as populações situadas na orla marítima, agora, que o perigo estava afastado, desceram à parte baixa para construir, de novo, as suas moradias. Entao, dizia o Prelado "porque ha ja muitos moradores junto a igreja pode-se colocar o Santíssimo no Sacrário".

O Projeto da Igreja Nova - Um Templo Moderno[editar | editar código-fonte]

A necessidade de construção da uma Igreja nova é expressa pelo referido sacerdote, o Pe. João de Faria, a 16 de Julho de 1947, numa carta enviada ao Ministro das Obras Públicas: «Há já muito tempo que se vem reconhecendo a insuficiência da actual igreja paroquial da freguesia do Porto da Cruz, Concelho de Machico, Distrito do Funchal, para conter os fiéis desta freguesia que são actualmente cerca de cinco mil e seiscentos. Projectou-se a construção dum novo templo que pudesse conter todo o povo que costuma assistir aos actos de culto.»[1]

TaniaCamacho77/Testes
Localização -

Uma vez aprovado o local para a construção da nova igreja foi escolhido o Sr. Arquitecto Raul Chorão Ramalho, para elaborar um projeto de construção moderna sem chocar, em demasia, com a arquitetura religiosa tradicional.

Para uma obra tão grande os recursos dos fregueses pareciam insuficientes. Por isso, o pároco requereu ao Estado que comparticipasse, enviando um ofício ao Ministro das Obras Públicas, a 16 de Julho de 1947: «Como não dispomos de dinheiro suficiente para uma obra deste vulto, pois a nossa verba consta só em ofertas dos fiéis sobretudo desta freguesia, que são geralmente agricultores pobres, desejamos vivamente obter a comparticipação do Estado. E é neste intuito, que, embora o projecto da igreja não esteja concluído, pois só temos o anteprojecto, me dirijo a V. Ex.cia submetendo o referido anteprojecto à aprovação e assim com mais segurança continuarmos no estudo do projecto definitivo. Fico pois esperando deferimento. »[1]

Os serviços oficiais propuseram algumas modificações, principalmente na parte anterior, como as múltiplas cruzes de luz na parede da capela-mor e a deslocação de corpos. Finalmente, a obra foi comparticipada em 754.000$00.

No dia 19 de Maio de 1957, a Igreja é aberta ao culto para alegria de todos. É nestes termos que narra a Acta inserta, a pag. 9, no referido Livro, descrevendo a data jubilosa: « No més de Maio do ano de mil novecentos e cinquenta e sete, julgou-se poder abrir ao culto o novo templo. A bênção da nova igreja foi marcada para o Domingo dezanove desse mês de Maio. Nesse dia compareceram ao local Monsenhor Francisco Camacho, Vigário Capitular da Diocese, os excelentíssimos Cónegos Fulgêncio e Pombo, diversos sacerdotes, as autoridades do Distrito - o Senhor Governador Civil Capitão de Fragata João Inocêncio Camacho de Freitas, autoridades do Concelho - o Senhor Presidente da Câmara Engenheiro Ricardo Vasconcelos Couto Cardoso, Secretario Dr. Venâncio Ferraz etc. Benzido o novo templo, foi celebrada Missa por Monsenhor Manuel Francisco Camacho. O coro esteve a cargo da escola cantorum do Seminário Diocesano. Finda a Missa foi servido um almoço volante junto da residência paroquial a todas as autoridades e convidados. Tudo correu com a melhor ordem e a contento de todos. A igreja foi construída a expensas dos fiéis, principalmente os fiéis desta freguesia do Porto da Cruz e outros e comparticipada pelo Ministério das Obras Públicas. O seu custo importou em mais de dois mil e duzentos contos. »[1]

A Igreja Paroquial do Porto da Cruz[editar | editar código-fonte]

A atual Igreja paroquial foi traçada pelo conceituado arquiteto Raúl Chorão Ramalho, e dedicada a Nª Sª da Guadalupe. A sua inauguração data de 19 de Maio de 1957, ano em que também chegou a electricidade à freguesia.

Com os quarto evangelistas a encimarem a entrada, este templo veio substituir a já antiga e acanhada igreja que a devoção popular fez erguer pelos anos de 1580.

É de salientar os azulejos oferecidos pela Confraria do Santissimo Sacramento, o sacrário, o orgão e as imagens de Nº Sº da Guadalupe e de Santo António da igreja velha, os quadros da Via-Sacra feitos por um natural freguesia (João Gomes Lemos, de pseudónimo “Melos”) exclusivamente para este templo.[2]

É um templo de arquitectura moderna, fazendo a transição das antigas igrejas para as contemporâneas. Todos os que o visitam admiram as suas formas bem concebidas e elogiam a formosura esbelta e o espaço amplo e funcional. Tanto nacionais como estrangeiros a fotografam e filmam para o mostrar aos amigos do outro lado do Atlântico. Mais de uma vez os visitantes se dirigiram ao pároco actual, dando os parabéns por uma igreja tão bonita e digna.[1]

  1. a b c d e f MATOS, Pde Silvério Aníbal de. Subsídios para a História do Porto da Cruz. Funchal: [s.n.] 
  2. Moreira, João Lino. Roteiro Freguesia do Porto da Cruz, Concelho de Machico, Ilha da Madeira. [S.l.]: Câmara Municipal de Machico