Usuário(a):Tassia.cordeiro/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Educação do MST[editar | editar código-fonte]

A educação passa a ser uma questão para o MST antes mesmo da formação oficial do movimento, em 1984 [1]. Com o surgimento de acampamentos no Rio Grande do Sul no fim da década de 1970, especificamente com o acampamento Encruzilhada Natalino [2], mães passam a se mobilizar em relação à educação dos filhos e a se organizar em relação ao que fazer com as crianças acampadas e excluídas da escolarização formal, pensando em atividades educativas que trabalhassem a situação de luta pela terra vivenciada. Entre os acampados havia a Professora Maria Salete Campigotto, que foi a primeira professora de um assentamento do país [3]. Primeiramente, a mobilização passa a reivindicar o direito a escolas oficiais em acampamentos e assentamentos do MST. Posteriormente, essas discussões envolveram o tipo de educação que seria ofertada às crianças Sem Terra, o que fez com que o movimento criasse um Setor de Educação em 1988 e, por meio de suas experiências, reivindicasse também a direção política e pedagógica das escolas, desenvolvendo uma pedagogia própria, a Pedagogia do MST [4] [5], coerente com a construção de uma educação de acordo com os princípios do movimento [6].

Em 1984 foi legalizada a primeira escola de assentamento do MST, localizada no Assentamento Nova Ronda Alta, e que teve sua construção autorizada e iniciada em 1982 [7], e em 1986 é oficializada a primeira escola do MST em um acampamento, localizado na Fazenda Anoni, que contava com aproximadamente mil crianças acampadas, que começa a funcionar debaixo de uma lona preta em três turnos, atendendo 600 alunos do primeiro segmento do ensino fundamental [8].

Com as demandas e especificidades dos acampamentos, foram instituídas as Escolas Itinerantes, aquelas que podem se deslocar juntamente com os acampamentos, garantindo a escolarização dos sujeitos acampados [9].

Em 1997, ocorreu em Luziânia (GO) o I Encontro Nacional de Educadores e Educadoras da Reforma Agrária (ENERA), considerado um marco na construção de uma proposta de educação que atendesse as demandas dos camponeses Sem Terra. Nesse encontro, além dos educadores e educadoras do MST discutirem os princípios da educação do MST, criaram as bases para o I Congresso Nacional Por uma Educação Básica do Campo. [10].

No I Congresso Nacional Por uma Educação Básica do Campo, que ocorreu em 1998 na cidade de Luziânia (GO) e foi organizado pela CNBB, UNB, MST, UNESCO e UNICEF, houve a construção da proposta de educação do campo em contraposição à educação rural [11]. Nessa perspectiva, o conceito de educação rural representa o histórico modelo de educação ofertado para as áreas rurais, já o conceito de educação do campo é uma construção dos próprios movimentos sociais do campo, de um modelo de educação que correspondesse às necessidades e aos interesses dos povos do campo, valorizando suas histórias, saberes e culturas. [12]

No ano de 2002 aconteceu o II Congresso Nacional Por uma Educação Básica do Campo, no qual foram discutidos os progressos e demandas para a construção de uma educação do campo, tendo destaque a mobilização para que a educação do campo se tornasse uma política pública [13].

Em setembro de 2015, ocorreu o II Encontro Nacional de Educadores e Educadoras da Reforma Agrária, em Luziânia (GO), com o objetivo de discutir as atuais questões que envolvem a educação pública brasileira [14], entre elas o avanço da mercantilização da educação [15] e do processo de fechamento de escolas rurais [16].

Em 2005 o MST possuía aproximadamente 1500 escolas de assentamento e acampamento (itinerantes), contando, de acordo com dados de 2002, com 160 mil alunos e 4 mil professores [17] [18]. Possui também um centro de formação e educação, denominado de Escola Nacional Florestan Fernandes, localizado em Guararema, região metropolitana de São Paulo.

  1. Disponível em http://www.mst.org.br/nossa-historia/84-86. Acesso em 23/09/2015
  2. Disponível em http://www.mst.org.br/2014/06/18/a-luta-do-acampamento-encruzilhada-natalino.html. Acesso em 23/09/2015
  3. MST. Nossa luta é nossa escola: a educação em acampamentos e assentamentos. Cartilha MST FUNDEP/DER/MST/RS, 1990. In: MST. Dossiê MST escola - Documentos e estudos 1990 - 2001. São paula: ITERRA, 2005
  4. Disponível em http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0070.html. Acesso em 01/10/15
  5. CALDART, R.S. Pedagogia do MST. Petropólis: Vozes, 2000
  6. MST. Nossa luta é nossa escola: a educação em acampamentos e assentamentos. Cartilha MST FUNDEP/DER/MST/RS, 1990. In: MST. Dossiê MST escola - Documentos e estudos 1990 - 2001. São paula: ITERRA, 2005
  7. MST. Nossa luta é nossa escola: a educação em acampamentos e assentamentos. Cartilha MST FUNDEP/DER/MST/RS, 1990. In: MST. Dossiê MST escola - Documentos e estudos 1990 - 2001. São paula: ITERRA, 2005
  8. MST. Nossa luta é nossa escola: a educação em acampamentos e assentamentos. Cartilha MST FUNDEP/DER/MST/RS, 1990. In: MST. Dossiê MST escola - Documentos e estudos 1990 - 2001. São paula: ITERRA, 2005
  9. Disponível em http://www.mst.org.br/2014/03/17/escola-itinerante-do-mst-faz-contraponto-a-escola-capitalista-diz-isabela-camini.html. Acesso em 23/09/2015
  10. Disponível em http://www.mst.org.br/2015/09/02/2-enera-vem-para-reabrir-os-circuitos-da-historia-da-educacao-do-campo.html. Acesso em 23/09/2015
  11. Disponível em http://coralx.ufsm.br/revce/revce/2008/01/a4.htm. Acesso em 23/09/2015
  12. Conferência nacional por uma educação básica do campo: texto base. Brasília: CNBB, UNB, MST, UNESCO, UNICEF, 1998
  13. Disponível em http://coralx.ufsm.br/revce/revce/2008/01/a4.htm. Acesso em 23/09/2015
  14. Disponível em http://www.mst.org.br/2015/08/17/mais-de-1-200-participantes-debatem-a-educacao-publica-brasileira.html. Acesso em 23/09/2015
  15. Disponível em http://www.mst.org.br/2015/07/20/educadores-de-todo-mundo-denunciam-a-unesco-a-mercantilizacao-da-educacao.html. Acesso em 23/09/2015
  16. Disponível em http://www.mst.org.br/2015/07/15/enera-tem-o-desafio-de-criar-um-novo-espaco-de-articulacao-entre-os-trabalhadores-da-educacao.html. Acesso em 23/09/2015
  17. Disponível em http://www.educacaopublica.rj.gov.br/suavoz/0046.html. Acesso 01/10/15
  18. Disponível em http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0070.html. Acesso em 01/10/15