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FERNANDO MARTINS, de seu nome completo Fernando Manuel da Silva Martins, foi um jornalista que, abraçando a profissão ao longo de mais de 40 anos (entre 1963 e 2003), num período particularmente relevante da evolução dos media no mundo, e especialmente em Portugal, acabou por ter um papel relevante na comunicação social, com maior notoriedade na Imprensa, e dentro desta no JORNAL DE NOTÍCIAS, onde, foi repórter, redactor, editor e chefe de redacção, e a cuja Direcção pertenceu ao longo de 12 anos.

Fernando Martins


FERNANDO MARTINS nasceu no Porto (freguesia de Massarelos) a 23 de Julho de 1940, filho de Joaquina da Silva Coelho e de Fernando Martins, ambos portuenses. É casado com Olga Vasconcelos também jornalista, hoje igualmente aposentada. O casal teve cinco filhos.

O pai de Fernando Martins que teve como único emprego uma grande empresa de obras públicas e construção civil, induziu-lhe desde novo o entusiasmo pela engenharia, curso por que enveredou, na Universidade do Porto, apesar de repetidamente advertido por professores e familiares da sua também muito forte inclinação para as letras. Com ideais de esquerda que assimilara no seio familiar, o seu activismo político despertou com a campanha do general Humberto Delgado, no último ano do curso liceal, que teve que repetir por represália do reitor do Liceu de Alexandre Herculano, no Porto.

Já na faculdade, aderiu ao movimento académico de 1962, tendo sido eleito, em RGA, para a CRIE ( Comissão para as Relações Inter-Escolas).

Foi como estratégia do movimento que concorreu ao Teatro Universitário do Porto, um organismo circum-escolar que precisaria de ser politicamente arejado. Mas, na verdade, seria o TUP a ter um papel preponderante na mudança de vida do jovem estudante, que trocou as sebentas de Engenharia pelas peças de Teatro, e que enveredou por actividades ligadas à cultura, como a literatura, colaborando com jornais e revistas sob os pseudónimos de Fernando Porto e Marcus Fernando. Nos anos 70, dirigiria o Círculo de Cultura Teatral - Teatro Experimental do Porto, um dos mais importantes polos culturais do país, de que foi vice-presidente e presidente,

Em 1963, ingressou na Redacção da Delegação do Porto do jornal “O Século”, ao tempo um dos mais antigos e prestigiados diários nacionais que se publicava em Lisboa, rivalizando em implantação e prestígio com o “Diário de Notícias”. Alguns meses depois era convidado a mudar-se para o “Jornal de Notícias”, que o integrava na realidade de uma grande e fervilhante Redacção, vivência que uma delegação como a de “O Século” não lhe proporcionava.

Colaborou com outros jornais e revistas, nacionais e estrangeiros, fez Rádio e Televisão (Programa Yo-Yo, que sucedeu sem brilho ao êxito que tivera o Zip-Zip, Teleforum e diversos outros de produção própria), e foi correspondente da imprensa internacional, destacando-se nomeadamente como stringer das agências noticiosas ANSA (Itália) e The Associated Press (EUA). Mas foi realmente no “Jornal de Notícias” que viveu com particular paixão o jornalismo, quer como repórter e redator, quer como enviado especial a acontecimentos verificados nos quatro cantos do Mundo (cimeira Gorbachev-Reagan, em Moscovo; reunião da CSCE em Budapeste; entrega de Macau à República Popular da China), quer ainda como cronista e editorialista; como editor, chefe de Redacção e director.

No Jornal de Notícias terminou a carreira em 2003, como “ombudsman” (o primeiro provedor dos leitores do importante diário português). Nessa recta final da profissão, como membro da ONO (Organisation of News Ombudsmen), com sede em Nova Iorque, participou em seminários, congressos e outros encontros internacionais em diversos países dos continentes europeu e americano. Na sequência de um desses encontros, e reconhecido que foi o fraco acolhimento que o conceito de Provedor dos Leitores tivera na Europa, foram avançados os alicerces de uma associação europeia de Provedores, tendo sido Fernando Martins indigitado como presidente de uma comissão instaladora. A aposentação de FM acabou com esse propósito – tão fátuo como a função de provedor (Manuel Pinto substituiu FM e acabou por tornar-se, um ano depois, o último garante da deontologia dos profissionais JN perante os seus leitores).

Destaque-se que Fernando Martins, juntamente com o director técnico engº Gabriel Campos, e o adjunto deste, engº Carlos Matos, foi o fundador do JN online, O PRIMEIRO DIÁRIO DIGITAL DE PORTUGAL. Essa circunstância levou-o a aceitar diversos convites para falar da novíssima experiência, nomeadamente em Dublin (University City) e Antuérpia.

Fernando Martins foi, ainda, director da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, director do Sindicato Nacional dos Jornalistas, e sócio fundador do Observatório de Imprensa.

Entre 1972 e 1976 exerceu as funções de adido de Imprensa da CP (Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses).

Faz parte dos órgãos sociais da Associação do Museu Nacional da Imprensa e Artes Gráficas desde a sua fundação e é, desde 1980, vice-presidente do Cento de Formação de Jornalistas, de que foi formador, tendo percorrido o país a lecionar cursos de actualização destinados à imprensa regional e local.

Ainda na área de formação profissional foi, durante cerca de 17 anos professor, e director do Curso de Comunicação/ Marketing Relações Públicas e Publicidade da Escola Profissional de Centro Juvenil de Campanhã. No âmbito dessas funções, fez parte de um dos grupos de Trabalho que actualizaram os programas do Curso, sendo co-autor do programa da disciplina Técnicas e Práticas de Comunicação e Relações Públicas.

No hiato entre os dois períodos em eu serviu a Direcção do JN, Fernando Martins cursou também Direito na Universidade Católica do Porto, licenciatura que não concluiu por imperativos profissionais do jornalismo.

Fernando Martins lecionou, ainda, na Universidade Moderna (Curso Pós-Graduação em Jornalismo); e no Instituto Politécnico da Guarda (Curso de Verão – Jornalismo).

Foi membro do Conselho Editorial da Revista dos Antigos Alunos da Universidade do Porto, tendo, ainda, integrado o Conselho Cultural do Teatro Experimental do Porto e presidido ao Forum III Milénio ("O Primeiro de Janeiro").


Obras publicadas:

Técnicas e Práticas de Comunicação – Universidade Moderna, 1995;

O futuro da Internet (com outros autores) – Edições Centro Atlântico,1999;

Política e ética nos meios de comunicação social – Separata da Revista Jurídica, Universidade Portucalense, 2002;

A Geração da Ética – Livraria Minerva (Coimbra), 2006