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Localizado a 160 quilômetros de Porto Velho, no distrito de Jacy-Paraná, o vilarejo de União Bandeirantes, com cerca de 15 mil habitantes, extra-oficialmente já ganhou o status e o tratamento de distrito, embora a região esteja sob uma liminar, porque o local, ocupado há cerca de 8 anos, fica na região 2.1 do Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico de Rondônia, destinada ao extrativismo. Como a área está em litígio, os produtores, pequenos na maioria, se viram sozinhos porque não têm acesso ao crédito bancário, mesmo assim o espaço urbano está crescendo e já conta com um comércio variado com lojas grandes de vestuário, produtos agrícolas e eletrodomésticos. Tem também um restaurante de primeira: o Fogão à Lenha, na frente da rodoviária, que serve comida caseira bem temperada.

A paisagem formada por morros é muito bonita. A região é delimitada pelo Rio de Contra, cuja correnteza é contrária aos dos outros cursos dágua que desembocam no rio Jacy-Paraná. As motos são os principais veículos de locomoção nas estradas e ruas tortuosas de União Bandeirantes As chuvas fortes desta época de inverno criam valas e crateras ao longo das vias.

Grande parte dos moradores de União Bandeirantes está na terceira, quarta migração. Já moraram na região central do Estado e seguiram para o norte em busca de mais terras para deixar aos filhos. A maioria é capixaba. Além da questão fundiária, a falta de energia elétrica em cerca de 80% dos lotes e a eterna dificuldade de acesso aos serviços de saúde são reclamações constantes. As estradas foram beneficiadas pelo projeto Estradão do Governo do Estado, mas as escolas precisam melhorar.

A maior riqueza do lugar está na terra. Uma generosa mancha de terra rocha onde a lavoura floresce sem a necessidade de grandes investimentos. De lá vem boa parte dos hortifrutis consumidos em Porto Velho: banana, macaxeira, café, feijão, leite e outros produtos. Certamente a produção poderia ser muito maior, se os agricultores contassem com assistência técnica, lavoura mecanizada, energia elétrica, uma política de comercialização que eliminasse os atravessadores, acesso ao crédito bancário e terras tituladas.