Saltar para o conteúdo

Usuário:Claudirceu Marra/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

PBR – O Palete Brasileiro de Distribuição[editar | editar código-fonte]

Palete PBR é um tipo de palete desenvolvido e padronizado especificamente para Distribuição Física e com uso definido em território brasileiro, por isso identificado como PBR – Palete Brasileiro de Distribuição.


Função do Palete PBR[editar | editar código-fonte]

A função principal do Palete PBR é viabilizar a movimentação de cargas na cadeia do Varejo e Atacado, basicamente compreendida por Alimentos Secos ou Perecíveis, Bebidas em caixas ou fardos e Material de Limpeza com intercâmbio de paletes cheios e vazios.

O Palete Internacional[editar | editar código-fonte]

O palete como elemento de unitização de cargas foi instituído no mundo a partir da Norma ISO 6870: 1988. A ISO é a sigla da denominação anterior da International Organization for Standardization com sede em Genebra - Suíça. A definição do palete considerou os elementos intervenientes do processo como carrinhos, empilhadeiras, estrutura porta paletes, sistemas e equipamentos automáticos, além da condição de entrada dos garfos de equipamentos de movimentação nos paletes.

A referida norma estabeleceu padrões específicos para a operação nos USA e na Europa. O principal modelo americano tem as dimensões de 1.016mm x 1.219mm (40” x 48”), utilizado principalmente em Atacadistas em geral. Na Europa, tradicionalmente o uso predominante foi do tipo EUR com as dimensões de 1,20m x 0,80m, utilizado em transporte ferroviário. Depois com o crescimento do transporte rodoviário na Distribuição Física (last mile) evoluiu a utilização do tipo EUR 2 (ISO 2) com medidas de 1,20m x 1,00m. Todos os padrões originais foram especificados em madeira. Também são tipos diferenciados para uso no país dos tipos para transporte internacional.

O Palete Brasileiro - Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

No Brasil, a necessidade de padronização ficou evidente desde o inicio dos anos 80, com a expansão dos ramos varejistas, atacadistas e distribuidores cuja necessidade de armazenagem passou a requerer racionalização tanto no uso do espaço como na movimentação interna. O uso em transporte era praticamente nulo. O resultado prático deste crescimento impulsionado pelas empresas a partir de suas necessidades e visão foi uma situação caótica com mais de mil modelos em uso, conforme levantamento com fabricantes em 1.988. As características identificadas eram de formatos e dimensões diversas, semelhantes, com construção de acordo com a localização dos fornecedores de madeira dos fabricantes, incluindo a utilização de madeiras nobres e suas similares. Haviam modelos pregados e também com utilização mista de pregos e parafusos. As condições apresentadas podiam atender as necessidades internas, criando os “paletes cativos”, porém jamais teriam condições de ter uso comum, isto é, ter aplicação no transporte interempresarial – conceito de intercâmbio. Havia no mercado brasileiro cerca de 4 milhões de paletes nestas condições.

Os usuários em transporte também apresentavam alguma resistência na aplicação. Partidários de uma corrente de pensamento, sem apoio em custos operacionais, defendiam a ideia da eficiência no volume transportado por viagem, sem considerar os resultados de custo operacional total, mesmo diante da realidade de se gastar cerca de duas horas para se carregar ou descarregar um caminhão de 27 toneladas. Conceitos de Logística faziam sucesso no mundo desenvolvido, mas ainda eram desconhecidos no Brasil, apesar de estarem surgindo Centrais de Distribuição com até 60.000m² de área de armazenagem.

Considerando apenas o custo unitário do palete em US$45.00 o investimento em paletes era tratado como em ativo nobre e oneroso sendo impossível se estabelecer um processo de troca ou intercambio entre empresas, mesmo sendo de uma mesma cadeia produtiva e mesmo sendo entre fornecedores e clientes.

Em 1983, o CB 23 da ABNT publicou a norma NBR 8252 que trata das dimensões dos paletes. Desde 2011 esta norma considera 5 dimensões de paletes entre as quais a dimensão de 1.000mm x 1.200mm.

Em 1984 Vantine se posicionou sobre o assunto e a divulgação e debates sobre os problemas gerados pela diversidade de medidas e falta de referencia de qualidade dos paletes. A ABRAS, Associação Brasileira de Supermercados que na época representava 5.000 empresas, com 35.000 lojas e abrangendo 70% do mercado nacional de alimentação, higiene e limpeza, vinha se preocupando e agindo para tornar a operação de transferências de produtos mais racional, portanto mais econômica. Em 1986, tendo como Superintendente Sérgio Dória criou um Grupo de Logística, coordenado por Paulo Lima, diretor de Armazenagem e Transporte do Grupo Pão de Açúcar, com apoio de J.G. Vantine.

O Vantine – José Geraldo Vantine, profissional de experiência internacional em Logística, além de atuar pessoalmente também disponibilizou sua empresa Vantine Consulting, ambos de forma meritória. Criou um grupo específico para cuidar do assunto Palete de Distribuição, dentro da ABRAS, vislumbrando os seguintes benefícios:

    • Implantação de embalagem modular;
    • Integração operacional nas cadeias de distribuição – Supply Chain;
    • Melhor uso da verticalização na armazenagem, incluindo transelevadores automatizados;
    • Condição de utilização de AGV (Auto Guide Vehicules) – na época, visão futurista;
    • Racionalização das operações de carregamento e descarregamento de caminhões;
    • Intercambio interempresarial na utilização reduzindo manuseio e tempo de descarregamento no recebimento;
    • Utilização de madeiras reflorestadas;
    • Redução do preço do palete para 30% de seu valor.

Este grupo foi denominado GPD – Grupo do Palete de Distribuição, criado em 14 de abril de 1988, tinha característica multiassociativa estabelecendo-se uma cooperação entre diversas entidades e empresas, sendo:

    • ABIA – Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação
    • ABIAF – Associação Brasileira da Indústria da Armazenagem Frigorificada
    • ABIPLA - Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins
    • ABPO - Associação Brasileira de Papelão Ondulado
    • ABIVIDRO – Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro
    • EAN Brasil
    • ABRAPEM - Associação Brasileira de Produtores de Embalagem de Madeira
    • ABPM – Associação Brasileira de Produtores de Madeira
    • ANFIR – Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários
    • NTC&L – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística
    • ADICERV – Associação dos Distribuidores de Cerveja
    • ABFCC - Associação Brasileira de Fabricantes de Coca-Cola
    • IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas - USP.

Em 30 de agosto de 1990 o GPD – Grupo do Palete de Distribuição, concluiu seus trabalhos formalmente em um evento denominado I Fórum Brasileiro de Paletização, ocorrido em São Paulo, no Grande Auditório do Centro de Convenções Rebouças, promovendo o lançamento oficial do PBR, a inovação que mudou definitivamente o mundo da operação logística porque viabilizou:

    • Criação do pool nacional de paletes (intercambiabilidade);
    • Readequação das embalagens (sistemas modulares);
    • Padronização das estruturas de estocagem;
    • Padronização de carrocerias de caminhão;
    • Criação do conceito de UPC – Unidade Padrão de Carga, com exposição direta na loja;
    • Padronização de arquitetura e construção de depósitos.

O desenvolvimento e implantação foram orientados por esta sequencia lógica (Fig. 2) caracterizando as  duas fases, sendo uma do Desenvolvimento e a outra de Implantação:

:

Fig.2 - Desenvolvimento e Implantação

A Fase de Desenvolvimento foi encerrada em 05 de Abril de 1990 e a Fase de Implantação foi iniciada em 30 de agosto de 1990, no Fórum Nacional de Debates, sendo que este serviu na prática como formalização da transição das duas fases.

O desenvolvimento ocorreu de acordo com o planejado constituindo o FLUXOGRAMA PARA PLANEJAMENTO INTEGRAL DO PALETE DE DISTRIBUIÇÃO NACIONAL, com os seguintes tópicos, incluindo comentários:

    • Levantamento de Dados
    • Definição
    • Desempenho
    • Especificação
    • Análise Econômica/ Implantação
    • Comentários

abordados a seguir:

Levantamento de Dados[editar | editar código-fonte]

Fig. 3 - Levantamento de Dados

Definição[editar | editar código-fonte]

Fig. 4 - Definição

Desempenho[editar | editar código-fonte]

FIG. 5 - Desempenho

Especificação[editar | editar código-fonte]

FIG. 6 - Especificação

Análise Econômica/ Implantação[editar | editar código-fonte]

FIG. 7 - Análise Econômica/ Implantação

Comentários[editar | editar código-fonte]

Os projetos foram elaborados pela Vantine Consulting e com apoio técnico-científico do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Foram desenvolvidos 17 projetos, sendo que no último foram construídos protótipos com a colaboração do Cezar Canozo (Canozo Madeiras) e de Valdir Cirielli (Paletes Matra). O IPT realizou os ensaios estáticos e dinâmicos, com participação da Rejane Arinos da Transportadora Dom Vital e testes operacionais na Unilever, com o apoio de Rubens Brambilla, no Pão de Açúcar, com apoio de Claudirceu Marra e na Nestlé, com apoio de Amélio Fabro. 4. O produto PBR: Especificações Técnicas, condições de peso (massa) e desenho

As principais razões e os fundamentos considerados sobre o formato e as dimensões planas do palete desenvolvido (1,20m x 1,00m) foram consolidadas durante a atuação do GPD, sendo:

    • Consolidação mundial do formato retangular para o palete;
    • Formato retangular oferece maior flexibilidade para otimização de veículos de transporte e áreas de estocagem;
    • O fator modulação/amarração de embalagens é mais eficaz no palete retangular;
    • Padrão internacional para gôndolas de supermercados: profundidade máxima é igual a 1m;
    • Os estudos iniciais para o palete 1,10 x 1,10 metro não resultaram em sucesso. Nenhum país utiliza estas medidas como padrão para modulação e recentes estudos para modernização do mercado global nem sequer contempla esta dimensão;
    • A International Standards Organization (ISSO) em sua norma 8780, define as dimensões nominais de 1,20 x 1,00 metro como unidade modular preferencial e 1,14 x 1,14 metro derivado das dimensões de contêiner ISO série 1;
    • A segunda geração de contêineres marítimos estabelece largura interna de 2,44 metros para dois paletes de 1,20 metro num “side by side” e comprimentos internos de 12,2 metros (40FT) e 6,1 metros (20FT) já normalizado na Alemanha (norma DIN - Instituto Germânico de  Normas 15_190);
    • A International Road Transport Union (IRU) e a Comunidade Econômica Europeia (CEE) estão reformulando as dimensões dos veículos rodoviários (largura modular nos paletes 1,20 x 1,00 metro; 1,20 x 00,80 metro) a fim de atender a integração comercial a partir de 1992;
    • Estudo do conselho Econômico e social da Organização das Nações Unidas (ONU) estabelece as medidas para o “High Cubic Container” que é a segunda geração, tomando como base os paletes 1,20 x 1,00 metro e 1,20 x 00,80 metro (ISO/TC 104);
    • O palete 1,20 x 1,00 metro (48” x 40”) é o mais usado nos Estados Unidos e na Europa. Neste continente existe cerca de 200 milhões de paletes sendo 45% na dimensão 1,20 x 0,80 metro e 35% na dimensão 1,20 x 1,00 metro, este último em crescente utilização;
    • No Brasil a dimensão 1,20 x 1,00 metro é a mais utilizada;
    • A maioria das empresas que operam com palete no Brasil tem os depósitos adequados para o palete 1,20m x 1,00m.

O "Produto" PBR[editar | editar código-fonte]

Especificações Técnicas:[editar | editar código-fonte]

devidamente atualizadas podem ser localizadas neste endereço eletrônico: http://www.abras.com.br/palete-pbr/especificacoes-tecnicas/

Nota: O peso máximo do palete, a 15% de umidade, é de 42 kg.

Desenhos do Palete PBR[editar | editar código-fonte]

Apresentamos o desenho do PBR I e legendas do PBR I e PBR II

Palete PBR I (desenho)

Palete PBR I e palete PBR II (Legendas dos desenhos)

As características dos materiais dos PBR I e do PBR II constam destas legendas dos desenhos:


Coordenação e Operacionalidade[editar | editar código-fonte]

Durante a fase de projetos, fundamentado na qualidade dos produtos, como fruto de estudos que fez na Europa e EUA, Vantine completou o Plano de Implantação, com a criação da marca PBR, que foi cedida para a ABRAS, que a registrou viabilizando o uso não remunerado, pelos fabricantes de paletes. A criação da marca PBR para o palete brasileiro foi específica, diferente do Europalete que seguia há tempos, o padrão ISO. Para administrar a implantação do PBR e o credenciamento dos fabricantes, mantendo atualizadas as normas de especificação além de assegurar sua operacionalidade, Vantine criou e implantou o CPP - Comitê Permanente de Paletização na ABRAS, tendo estabelecido medidas para assegurar a qualidade:

    • A definição que a produção e a comercialização de paletes PBR só são permitidas à empresas credenciadas;
    • O estabelecimento de um roteiro para auditoria e credenciamento partindo de uma inspeção inicial;
    • A definição do IPT como órgão de inspeção e credenciamento;
    • A formalização de Contrato de Inspeção de Qualidade da ABRAS com o IPT.
    • A definição que a inspeção de qualidade do fabricante fosse anual, sem a qual é descredenciado.

O CPP foi criado na mesma data do lançamento oficial do PBR, 30 de agosto de 1990, tendo sido instituído para ser composto e regido pela seguinte documentação:

    • Regulamento Interno.
    • Norma de Especificação Do PBR I
    • Norma de Especificação Do PBR II
    • Desenho VC-CPP-001
    • Desenho VC-CPP-002
    • Contrato de cessão de uso da Marca PBR
    • RAA – Relatório Anual de Atividades
    • Roteiro para Auditoria de Fabricante de Palete

Este é o link para informações dos fabricantes credenciados: http://www.abras.com.br/palete-pbr/credenciadas/

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Revista SuperHiper – Julho, 1990 - http://www.abras.org.br
  2. Revista SuperHiper – Novembro, 2008 - http://www.abras.org.br
  3. Relatório ABRAS do projeto;
  4. Norma ABNT 8252-2011.