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Nilton Lima de Vasconcelos (Brumado, Bahia, 27 de julho de 1922 – Salvador, Bahia, 23 de julho de 2014) foi um político e agropecuarista baiano.de origem açoriana.

Origens[editar | editar código-fonte]

Nascido na Fazenda Lagoa do Leite, no antigo município de Bom Jesus dos Meiras, que a partir de 1931 passou a se denominar Brumado. Localizado no sudoeste da Bahia, o município dista 552 km da capital do estado.

Filho de Ozório Rizério de Vasconcelos e Isaura de Lima Vasconcelos. Seus avós paternos eram originários de Rio de Contas, na Chapada Diamantina (Bahia), da união das famílias Moura e Albuquerque com Vasconcellos Bittencourt, descendendo dos primeiros portugueses das Ilhas dos Açores que migraram para a Bahia e para São Paulo. Parte da sua ascendência de Rio de Contas migrou no final do século XIX para São Paulo, fixando-se nos municípios de Casa Branca e Tambaú.

O casal Ozório e Isaura trouxe ao mundo doze filhos na seguinte ordem: Osmar (falecido), Maria de Lourdes (que completou 98 anos em 9 de agosto de 2014), Celina (falecida aos 29 anos ao dar a luz sua terceira filha), Nilton, José Osório (falecido), Diná, Hilda, Thereza de Jesus, João Pedro, Ruy, Camila Ruth e Ozório Júnior (falecido ainda criança). O casal criou seus filhos no Distrito de Santa Bárbara dos Casados, hoje Ubiraçaba (Brumado) e nas sedes dos municípios de Caetité e Brumado.

Depois que o irmão Osmar, oito anos homem mais velho, casou-se, Nilton passou a ser o braço direito do pai na atividade agropecuária, atividade esta que manteve durante toda sua vida. Seu tempo de estudo foi no período que a família residiu em Caetité e estudou na escola fundada pelo padre alagoano Luís Soares Palmeira.

Política e Serviço Público[editar | editar código-fonte]

Aos 19 anos, seu pai o orientou a buscar outra atividade profissional. Seu tio-avô e padrinho Marcolino Rizério de Moura, filho de um dos fundadores de Bom Jesus dos Meira, Wencelau Rizério de Araújo, foi prefeito nomeado (intendente municipal) em três períodos entre 1908 e 1948, sabendo da sua experiência em vacinação de gado, lhe indicou para um curso de Vacinador em Jequié – Bahia. Em seguida, ele foi nomeado e tomou posse em 01 de janeiro de 1943 no cargo de Vacinador Municipal de Brumado, cargo que ocupou por dois anos até 31 de dezembro de 1944.

Anos depois, em 1947, Brumado realizou sua primeira eleição para prefeito e também para a Câmara de Vereadores de Brumado. Nilton, com o apoio do seu padrinho político, foi eleito vereador daquela que é considerada a primeira legislatura do Município de Brumado. No dia da sua posse, em 13 de janeiro de 1948, foi eleito pelos demais vereadores com Primeiro Secretário daquela legislatura, passando a integrar também a Comissão de Educação, Higiene e Estatística.

Permaneceu no cargo de Vereador até 3 de agosto de 1949, renunciando em razão de sua aprovação em 27 de julho daquele ano, após prestar provas em Salvador, no concurso público estadual para o cargo de Exator, cargo inicial da carreira da fiscalização fazendária estadual. Inicialmente designado e empossado na coletoria (órgão de representação da secretaria estadual da fazenda) de Ubiraçaba, surgiu uma vaga em Guanambi, situada a 796 quilômetros a sudoeste de Salvador [1]. Para lá foi promovido como escrivão em fevereiro de 1950, passando em seguida a ser Coletor, principal funcionário público responsável pela arrecadação e gestão dos impostos públicos estaduais ou federais em um município.

Progrediu na carreira do fisco estadual de Guanambi para Salvador e novamente para Guanambi, onde se aposentou em 8 de maio de 1986 como Auditor Fiscal da Fazenda da Bahia.

Laços com Guanambi[editar | editar código-fonte]

Pouco meses após se instalar em Guanambi, aos 28 anos, conheceu aquela que seria a mãe dos seus quatro primeiros filhos, a Professora Eudite Castro Donato, cujo pai Henrique Pereira Donato, agropecuarista e vereador, falecera recentemente. Após dois anos de namoro, sob o rígido olhar da matriarca Emília Mila de Castro, casaram-se em 17 de janeiro de 1953. Nilton e Eudite tiveram Marcus Nilton (1953), Jane Luiza (1954), Nilton Júnior (1956) e Fernando (1958).

Enquanto Eudite progredia na atividade educacional, passando a ser Supervisora de Ensino Médio, Nilton progredia na carreira fiscal e começava a se dedicar à atividade agropecuária em Guanambi, ampliada após adquirir a maior parte da Fazenda Palmeira que pertencera à família Donato. Em 1966, entretanto, com o filho mais velho já chegando à adolescência, decidiram mudar para Salvador, pois na capital os filhos teriam mais oportunidades de estudos, prioridade maior do casal.

Após Eudite conseguir a transferência e se instalar em Salvador em 1966, Nilton ainda continuou a trabalhar em Guanambi e se dedicar à Coletoria, somente conseguindo sua transferência em 1968, passando a exercer sua função em Coletoria na Baixa dos Sapateiros em Salvador e em seguida na sede da Secretaria da Fazenda. Todavia, a felicidade do casal foi fulminada por um câncer que vitimou Eudite em 1972, quando possuía apenas 42 anos.

Viúvo, sem a companheira de sua juventude, Nilton mostrou mais uma vez sua dedicação ao trabalho e aos filhos para cuidar de quatro adolescentes e conduzi-los ao caminho da Universidade. Ao mesmo tempo, sua habilidade política e sua liderança foi essencial para compreendê-los e orientá-los quando um a um passou a se engajar na militância contra a ditadura militar que dominava o país naquele momento. A casa que residiam no Barbalho era um ambiente de diálogo político num tempo em que quase nada se podia falar de política.

Em 1976, quando seu filho mais novo já se encaminhava para ingressar na faculdade, casou-se com a Professora Maria Gloriete Ramos, originária de Remanso-Bahia e radicada em Salvador, com quem teve seu filho Lucas (1978).

Em 1979 retornou com sua nova família para Guanambi. Poderia continuar sua carreira fiscal e dar maior atenção à Fazenda Palmeira.

Refez velhas amizades e construiu novas em Guanambi, dialogando com todos os grupos políticos, mas não ingressando em qualquer partido, apesar de vários convites. Pelo reconhecimento aos seus trabalhos pelo progresso da cidade, a Câmara de Vereadores de Guanambi lhe concedeu o título de "Cidadão Guanambiense".

Quando seu filho caçula Lucas chegava à adolescência novamente retornou para Salvador em 1987, para que pudesse estudar e para que ampliar a convivência com os outros quatros filhos já adultos e com os netos que já possuía.

Continuou a administrar regularmente a sua fazenda em Guanambi, indo todos os meses para a cidade. Ao completar 80 anos, diminuindo a frequência de viagens, mas continuava presente na fazenda Palmeira quase todos os meses, pois gozava de grande saúde. Em entrevista registrada no documentário "90 anos de histórias", dirigido por sua neta Fernanda Pimenta e pelo marido desta Danilo Scaldaferri, registrou que "pareço velho, mas não me sinto velho". Dois meses antes de seu falecimento, participou da vacinação de seu gado e nas semanas seguintes administrou regularmente seus negócios. Um infarto fulminante, a quatro dias de completar 92 anos, encerrou uma vida que sempre fazia questão de dizer que foi muito feliz.

Quando da sua morte em 2014, a Prefeitura Municipal da cidade destacou que "foi exemplo de cidadão ético e honrado, profissional competente e ilibado, se configurando como homem de grande honradez e capacidade intelectual. O patriarca do valoroso clã “Vasconcelos” era figura muito querida, devido o seu trato diário atencioso e respeitoso para com todos".

Na família e entre amigos era conhecido o seu bom humor e muitas das histórias que contava foi registrada por seu filho Nilton no livro "Lagoa do Leite" que seria lançado na comemoração do seu aniversário de 92 anos.

Descencentes[editar | editar código-fonte]

Todos os seus filhos concluíram o curso universitário e têm carreira profissional de destaque: Marcus Nilton Donato Vasconcelos formou-se em Engenharia Elétrica e fez carreira na empresa de distribuição elétrica da Bahia – Coelba, na qual se aposentou, dedicando hoje a iniciativas empresariais e gestão pública; Jane Luiza Donato Vasconcelos formou-se em medicina e qualificou-se em Dermatologia, Medicina de Família e Medicina do Trabalho, além de ter sido vereadora de Salvador por seis anos (1982-1988) e ser artista plástica e escultora; Nilton Vasconcelos Júnior formou-se em arquitetura e concluiu mestrado e doutorado em Administração, sendo professor universitário federal, além de exercer de 2007 a 2014 o cargo de Secretário Estadual do Trabalho; Fernando Donato Vasconcelos formou-se em medicina e em direito, concluiu mestrado e doutorado em saúde pública, tendo sido aprovado em 2007 para a carreira de auditor fiscal do trabalho, exercendo em 2012 e 2014, em Brasília, o cargo de coordenador nacional de fiscalização em segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho; Lucas Ramos de Vasconcelos graduou-se em Direito e foi aprovado em 2011 no concurso de Promotor Estadual de Justiça, tendo sido empossado na região de Guanambi, atualmente em Seabra, município da Chapada Diamantina.

Nilton Lima de Vasconcelos deixou onze netos (Juliana, Rodrigo, Camila, Fernanda, Luisa, Maíra, Isadora, Júlia, Rafael, Vitor e Tom) e cinco bisnetos (Giulia, Rafaela, Mariana, Eduarda e Mateus).

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  1. Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (31 de Março de 1950). «"Relatório do Estado da Bahia"». S. A. Artes Gráficas. Consultado em 11 de agosto de 2014