Mostrar código-fonte de Vladimir Putin

{{Info/Político/Presidente
|nome                      = Vladimir Putin
|nome_alt                  = Владимир Путин
|imagem                    = Владимир Путин (08-03-2024) (cropped).jpg
|imagem-tamanho            = 220px
|legenda                   = Putin em 2024
|preposição                = da
|país                      = Rússia
|ordem_presidente          = [[Lista de presidentes da Rússia|4]]
|mandato_início            = {{dtlink|7|5|2012}}
|mandato_fim               = ''atualidade''
|antes                     = [[Dmitri Medvedev]]
|depois                    = 
|título3                   = [[Lista de primeiros-ministros da Rússia|11.º]] [[Presidente do Conselho de Governo da Federação Russa|Primeiro-Ministro da Rússia]]
|mandato_início_título3    = {{dtlink|7|5|2008}}
|mandato_fim_título3       = {{dtlink|7|5|2012}}
|antes_título3             = [[Viktor Zubkov]]
|depois_título3            = [[Dmitri Medvedev]]
|título2                   = [[Lista de presidentes da Rússia|2.º]] [[Presidente da Rússia]]
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|primeiro-ministro_títulow = Mikhail Kasyanov<br>Viktor Khristenko<br>[[Mikhail Fradkov]]<br>[[Viktor Zubkov]]
|antes_título2             = [[Boris Iéltsin]]
|depois_título2            = [[Dmitri Medvedev]]
|título4                   = [[Lista de primeiros-ministros da Rússia|7.º]] [[Presidente do Conselho de Governo da Federação Russa|Primeiro-Ministro da Rússia]]
|mandato_início_título4    = {{dtlink|9|8|1999}}
|mandato_fim_título4       = {{dtlink|7|5|2000}}{{Nota de rodapé|Assumiu de forma interina o cargo de Primeiro-ministro entre 9 de agosto e 16 de agosto de 1999 quando foi efetivado. Na condição de Primeiro-minstro assumiu interinamente a Presidência do país entre 31 de dezembro de 1999 e 7 de maio de 2000, quando foi efectivado após ser eleito, devido a renúncia do títular.}}
|antes_título4             = Sergei Stepashin
|depois_título4            = Mikhail Kasyanov
|título5                   = Diretor do [[FSB|Serviço Federal de Segurança]]
|mandato_início_título5    = {{dtlink|25|7|1998}}
|mandato_fim_título5       = {{dtlink|29|3|1999}}
|antes_título5             = Nikolay Kovalyov
|depois_título5            = [[Nikolai Patrushev]]
|título6                   = [[Vice-prefeito]] de [[São Petesburgo]]
|mandato_início_título6    = {{dtlink||3|1994}}
|mandato_fim_título6       = {{dtlink||6|1996}}
|antes_título6             = Vladimir Yakovlev
|depois_título6            = ''Sem dados''
|nascimento_data           = {{nowrap|{{dni|7|10|1952}}}}
|nascimento_local          = [[São Petesburgo|Leningrado]], [[República Socialista Federativa Soviética Russa|RSFSR]], [[União Soviética]]
|nome_comp                 = Vladimir Vladimirovitch Putin
|partido                   = [[Político sem partido|Independente]] {{pequeno|(2012–presente)}}<br>[[Rússia Unida]] {{pequeno|(2008–2012)}}<br>Unidade {{pequeno|(1999–2001)}}<br>Nossa Terra {{pequeno|(1995–1999)}}<br>[[Partido Comunista da União Soviética|PCUS]] {{pequeno|(antes de 1991)}}
|alma_mater                = [[Universidade Estatal de São Petersburgo|Universidade Estatal de Leningrado]]
|cônjuge                   = [[Lyudmila Putina|Ludmila Putina]] {{pequeno|(1983–2013)}}
|filhos                    = Maria Putina {{pequeno|(n. 1985)}}<br>Ekaterina Putina {{pequeno|(n. 1986)}}{{Nota de rodapé |Putin tem duas filhas com sua ex-esposa Lyudmila. Ele também teria uma terceira filha, com Svetlana Krivonogikh,<ref>{{citar web|ultimo=Zakharov|primeiro=Andrey|ultimo2=Badanin|primeiro2=Roman|url=https://maski-proekt.media/putin-secret-family/index.html|titulo=An investigation into how a close acquaintance of Vladimir Putin attained a piece of Russia|data=25-11-2020|acessodata=21-03-2023|website=maski-proekt.media|publicado=Proekt|arquivourl=https://archive.today/20201125094203/https://maski-proekt.media/putin-secret-family/index.html|arquivodata=25-11-2020|ultimo3=Rubin|primeiro3=Mikhail}}</ref> e uma quarta filha e filhos gêmeos, ou apenas dois filhos, com [[Alina Kabaeva]],<ref>{{citar web|ultimo=Campbell|primeiro=Matthew|url=https://www.thetimes.co.uk/article/kremlin-silent-on-reports-vladimir-putin-and-alina-kabaeva-his-secret-first-lady-have-had-twins-dqvrpkrgc|titulo=Kremlin silent on reports Vladimir Putin and Alina Kabaeva, his 'secret first lady', have had twins|data=26-05-2019|acessodata=21-03-2022|publicado=The Times|subscricao=sim}}</ref><ref>{{citar web|ultimo=Besson|primeiro=Sylvain|ultimo2=Odehnal|primeiro2=Bernhard|url=https://www.derbund.ch/putins-sohn-wurde-im-tessin-geboren-648161452864|titulo=Russisches Staatsgeheimnis – Putins Sohn wurde im Tessin geboren|acessodata=21-03-2023|publicado=SonntagsZeitung|lingua=de}}</ref> embora esses relatos não tenham sido confirmados oficialmente.}}
|profissão                 = Ex-agente do KGB e político
|religião                  = [[Igreja Ortodoxa Russa|Cristão Ortodoxo Russo]]
|assinatura                = Putin signature.svg
|website                   = [http://eng.putin.kremlin.ru/ Página oficial]
<!------- Serviço Militar -------->
|apelido                   = 
|lealdade                  = {{flag|União Soviética}}<br />{{flag|Rússia}}
|ramo                      = [[KGB]]<br />[[Serviço Federal de Segurança|FSB]]<br />[[Forças Armadas da Rússia]]
|anos_de_serviço           = {{ubl|1975–1991|1997–1999|2000–presente}}
|graduação                 = {{ubl|[[Coronel]]<br />Conselheiro de Estado Ativo de 1.ª classe da Federação Russa}}
|unidade                   = 
|comandos                  = [[Presidente da Rússia|Supremo Comandante-em-Chefe]]
|batalhas                  = {{ubl|[[Segunda Guerra na Chechênia]]|[[Guerra Russo-Georgiana]]|[[Guerra Russo-Ucraniana]]|[[Intervenção militar russa na Guerra Civil Síria|Guerra Civil Síria]]}}
|condecorações             = 
|notas de rodapé           = 
}}
'''Vladimir Vladimirovitch Putin''' ([[língua russa|russo]]: {{Audio|Ru-Vladimir_Vladimirovich_Putin.ogg|'''Влади́мир  Влади́мирович Пу́тин'''}}, [[Alfabeto fonético internacional|AFI]]: {{IPA|[[Wikipédia:AFI para russo|[vɫɐˈdʲimʲɪr vɫɐˈdʲimʲɪrəvʲɪtɕ ˈputʲɪn]]]}}; [[São Petersburgo|Leningrado]], [[7 de outubro]] de [[1952]]) é um [[político]] [[Russos|russo]] e ex-oficial de inteligência que atua como [[presidente da Rússia]] desde 2012.

Putin ocupou cargos contínuos como presidente ou [[Presidente do Governo da Federação Russa|primeiro-ministro]] desde 1999: como primeiro-ministro de 1999 a 2000 e de 2008 a 2012, e como presidente de 2000 a 2008. Ele é o líder russo ou soviético mais antigo desde [[Josef Stalin]].

Putin trabalhou como oficial de inteligência estrangeira da [[KGB]] durante 16 anos, ascendendo ao posto de tenente-coronel antes de renunciar em 1991 para iniciar uma carreira política em [[São Petersburgo]]. Em 1996, mudou-se para Moscou para ingressar na administração do presidente [[Boris Iéltsin|Boris Yeltsin]]. Ele serviu brevemente como diretor do [[Serviço Federal de Segurança]] (FSB) e depois como secretário do Conselho de Segurança da Rússia antes de ser nomeado primeiro-ministro em agosto de 1999. Após a renúncia de Yeltsin, Putin tornou-se presidente interino e, em menos de quatro meses, [[Eleição presidencial da Rússia em 2000|foi eleito]] para o seu primeiro mandato como presidente. Posteriormente, foi [[Eleição presidencial da Rússia em 2004|reeleito em 2004]]. Devido às limitações constitucionais de dois mandatos presidenciais consecutivos, Putin serviu novamente como primeiro-ministro de 2008 a 2012 no governo de [[Dmitri Medvedev|Dmitry Medvedev]]. Retornou à presidência em 2012, após [[Eleição presidencial da Rússia em 2012|uma eleição]] marcada por denúncias de fraudes e [[Protestos na Rússia (2011–2013)|protestos]], sendo reeleito [[Eleição presidencial da Rússia em 2018|em 2018]]. Em abril de 2021, após [[Referendo constitucional da Federação Russa de 2020|um referendo]], ele sancionou emendas constitucionais que lhe permitiam concorrer à reeleição mais duas vezes, potencialmente estendendo sua presidência até 2036.

Durante o mandato presidencial inicial de Putin, a [[Economia da Rússia|economia russa]] cresceu, em média, sete por cento ao ano, impulsionada por reformas económicas e por um [[Boom das commodities na década de 2000|aumento de cinco vezes]] no preço do petróleo e do gás.<ref name="Putin 2007">''Putin: Russia's Choice'', (Routledge 2007), by [[Richard Sakwa]], Chapter 9.</ref><ref name="Fragile Empire 2013 page 17">Judah, Ben, ''Fragile Empire: How Russia Fell In and Out of Love with Vladimir Putin'', [[Yale University Press]], 2013, p. 17</ref> Além disso, Putin liderou a Rússia num conflito [[Segunda Guerra na Chechênia|contra os separatistas chechenos]], restabelecendo o controle federal sobre a região. Enquanto servia como primeiro-ministro no governo Medvedev, supervisionou um [[Guerra Russo-Georgiana|conflito militar com a Geórgia]] e promulgou reformas militares e policiais. No seu terceiro mandato presidencial, a Rússia [[Anexação da Crimeia à Federação Russa|anexou a Crimeia]] e apoiou uma [[Guerra em Donbas (2014–2022)|guerra no leste da Ucrânia]] através de diversas incursões militares, resultando em sanções internacionais e numa crise financeira. Também ordenou uma [[Intervenção militar russa na Guerra Civil Síria|intervenção militar na Síria]] para apoiar o seu aliado [[Bashar al-Assad]] durante a [[Guerra Civil Síria]], garantindo bases navais permanentes no [[Mediterrâneo Oriental]].<ref>{{Citar livro|título=Putin's War in Syria|ultimo=Borshchevskaya|primeiro=Anna|editora=I. B. Tauris|ano=2022|páginas=70, 71, 80, 81, 157, 169, 171, 174|isbn=978-0-7556-3463-7}}</ref><ref>{{Citar livro|título=The Russian Military Intervention in Syria|ultimo=Geukjian|primeiro=Ohannes|editora=McGill-Queen's University Press|ano=2022|localização=|páginas=196|capitulo=5: Russian Diplomacy, War, and Peace Making, 2017–19|isbn=978-0-2280-0829-3}}</ref> No seu quarto mandato presidencial, lançou uma [[Invasão da Ucrânia pela Rússia (2022–presente)|invasão significativa da Ucrânia]] em fevereiro de 2022, que suscitou [[Reações internacionais à invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022|condenação mundial]] e levou a [[sanções internacionais]]. Em setembro de 2022, anunciou uma [[Mobilização russa de 2022|mobilização parcial]] e [[Anexação do sul e leste da Ucrânia pela Rússia|anexou à força quatro oblasts ucranianos à Rússia]]. Em março de 2023, o [[Tribunal Penal Internacional]] emitiu um mandado de prisão contra Putin por [[Crime de guerra|crimes de guerra]] relacionados com a sua alegada responsabilidade criminal por [[Sequestros de crianças na invasão da Ucrânia pela Rússia|raptos ilegais de crianças durante a guerra ucraniana]]. Em junho de 2023, sobreviveu à [[rebelião do Grupo Wagner]].

Sob a liderança de Putin, a Rússia sofreu um retrocesso democrático e uma mudança para o [[autoritarismo]]. O seu governo foi marcado por [[Corrupção na Rússia|corrupção endêmica]] e [[Direitos humanos na Rússia|violações generalizadas dos direitos humanos]], incluindo a prisão e repressão de opositores políticos, intimidação e censura dos meios de comunicação independentes e a falta de eleições livres e justas.<ref name="Gill-20162">{{Citar livro|url=http://www.cambridge.org/us/academic/subjects/politics-international-relations/russian-and-east-european-government-politics-and-policy/building-authoritarian-polity-russia-post-soviet-times?format=HB&isbn=9781107130081|título=Building an Authoritarian Polity: Russia in Post-Soviet Times|ultimo=Gill|primeiro=Graeme|editora=Cambridge University Press|ano=2016|isbn=978-1-107-13008-1|acessodata=11 de novembro de 2023|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180724222211/http://www.cambridge.org/us/academic/subjects/politics-international-relations/russian-and-east-european-government-politics-and-policy/building-authoritarian-polity-russia-post-soviet-times?format=HB&isbn=9781107130081|arquivodata=24 de julho de 2018|edição=hardback}}</ref><ref name="Reuter-20172">{{Citar livro|url=http://ebooks.cambridge.org/ref/id/CBO9781316761649|título=The Origins of Dominant Parties: Building Authoritarian Institutions in Post-Soviet Russia|ultimo=Reuter|primeiro=Ora John|data=2017|editora=Cambridge University Press|doi=10.1017/9781316761649|isbn=978-1-316-76164-9|acessodata=24 de julho de 2018|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191211113905/http://ebooks.cambridge.org/ref/id/CBO9781316761649|arquivodata=11 de dezembro de 2019|edição=E-book}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://press.princeton.edu/books/hardcover/9780691212463/weak-strongman|título=Weak Strongman: The Limits of Power in Putin's Russia|ultimo=Frye|primeiro=Timothy|editora=[[Princeton University Press]]|ano=2021|isbn=978-0-691-21246-3|acessodata=11 de novembro de  2023|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220225005434/https://press.princeton.edu/books/hardcover/9780691212463/weak-strongman|arquivodata=25 de fevereiro de 2022}}</ref> A Rússia de Putin tem recebido consistentemente pontuações baixas no [[Índice de Percepção de Corrupção]] da [[Transparência Internacional]], no [[Índice de democracia|Índice de Democracia]] da ''[[The Economist]]'', no índice de ''[[Freedom in the World|L]][[Freedom in the World]]'' da [[Freedom House]] e no [[Índice de Liberdade de Imprensa]] da [[Repórteres sem Fronteiras|Repórteres Sem Fronteiras]]. Putin é o presidente russo que ficou mais tempo no poder e o segundo presidente europeu por tempo de permanência, depois de [[Aleksandr Lukashenko|Alexander Lukashenko,]] da [[Bielorrússia]].

Formado em [[Direito]] pela [[Universidade Estatal de São Petersburgo]] (1975), Putin também já trabalhou como [[advogado]]<ref>{{Citar web|url=https://www.dw.com/pt-002/vladimir-putin/t-19396109|titulo=Vladimir Putin – DW|acessodata=2024-11-01|website=dw.com|lingua=pt}}</ref>.

== Infância e juventude ==
[[Imagem:Vladimir Putin as a child.jpg|miniatura|upright|Putin quando jovem (1960)]]

Nasceu ao dia 7 de outubro de 1952, em Leningrado (atual [[São Petersburgo]]). Seu pai, Vladimir Spiridonovitch Putin (1911–1999), participara da [[Segunda Guerra Mundial]], onde foi gravemente ferido. A mãe era Maria Ivanovna Shelomova (1911–1998). O pai era operário qualificado numa fábrica de vagões de comboios; sua mãe Maria tinha diversos trabalhos, como vigia noturna ou limpeza; ferira-se durante a guerra, quase morrera de fome, mas sobrevivera ao [[cerco a Leninegrado]].<ref name=":17">{{citar livro|título=The Man Without a Face: The Unlikely Rise of Vladimir Putin|ultimo=Gessen|primeiro=Masha|editora=Penguin Group|local=Londres|ano=2012|capitulo=Cap. 3: The autobiography of a thug|páginas=43-46, 48-49, 51-52|ISBN=9781101560600}}</ref>

Seu avô era um renomado [[Chef|chef de cozinha]], que trabalhava para diversas autoridades, cozinhando, inclusive, para [[Lenin]] e [[Josef Stalin|Stalin]]. Vladimir Putin era o terceiro filho da família, apesar de os irmãos mais velhos já terem falecido: Albert, nascido cerca de 1930, morreu na infância, e Viktor, nascido em 1940, morreu de difteria e fome em 1942 durante o cerco de Leninegrado pelas forças nazis na II Guerra Mundial.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.reuters.com/article/russia-putin-family-idINKCN1GN0P7|titulo=Putin says grandfather cooked for Stalin and Lenin|data=2018-03-11|publicado=Reuters|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Pasha-Robinson|primeiro=Lucy|url=https://www.ibtimes.co.uk/putins-brother-died-siege-leningrad-which-bears-striking-resemblance-syrian-crisis-1585531|titulo=Putin's brother died in Siege of Leningrad, which bears striking resemblance to Syrian crisis|data=2016-10-09|website=International Business Times UK|lingua=en}}</ref> Vladimir foi batizado às escondidas de seu pai, membro do Partido Comunista da União Soviética.<ref>{{Citar web|url=https://pt.aleteia.org/2019/07/11/sabia-que-vladimir-putin-foi-batizado-as-escondidas/|titulo=Sabia que Vladimir Putin foi batizado às escondidas?|data=2019-07-11|acessodata=2021-10-02|website=Aleteia}}</ref>

A família de Putin vivia em um apartamento comunitário de Leningrado. Em 1 de setembro de 1960, começou a frequentar a escola, em Baskov Lane, perto de sua casa. Era um dos poucos na classe de aproximadamente 45 alunos que não eram membros da organização comunista dos Jovens Pioneiros, em parte devido ao seu comportamento desordeiro. Putin confirmou: "Eu não era um pioneiro; era um ''hooligan.'' (…) Eu era um verdadeiro rufia".<ref name=":17"/>

Aos doze anos, começou a praticar [[Sambo]], uma arte marcial soviética, uma mistura de judô, karaté, e luta livre. A disciplina do Sambo tornou-se parte da transformação de Putin de fraco estudante a um adolescente trabalhador e orientado para a realização de objetivos. Seu comportamento continuou a mudar quando tinha treze anos: começou a aplicar-se nos estudos, e foi admitido nos Jovens Pioneiros.<ref name=":17"/>

== Serviços no KGB ==
[[Imagem:Vladimir Putin in KGB uniform.jpg|miniatura|upright|Putin como oficial do [[KGB]]]]
Em 1975, aos 23 anos de idade e recém-graduado no curso de Direito, ingressa no [[KGB|Comitê de Segurança Nacional]], o KGB. No mesmo ano, acaba o seu curso preparatório, assumindo o posto de Oficial Júnior, de acordo com o antigo sistema organizacional do KGB. A partir de 1977, passa a trabalhar no setor de contrainteligência no departamento investigativo do KGB de Leningrado. Em 1979, forma-se de um curso semestral em [[Moscou]], voltando para Leningrado no mesmo ano. Em 1985, como Major de Justiça, se especializa em inteligência estrangeira, aprendendo [[idioma alemão|alemão]]. Entre 1985 e 1990, trabalhou em [[Dresden]], na [[Alemanha Oriental]], chefiando o departamento de fronteiras.

Putin renunciou ao cargo de tenente-coronel em 20 de agosto de 1991, no segundo dia da [[tentativa de golpe de Estado na União Soviética em 1991]] contra o presidente soviético [[Mikhail Gorbachev]].<ref>R. Sakwa ''Putin: Russia's Choice'', pp. 10–11</ref> Putin teria dito em uma ocasião posterior: "Assim que o golpe começou, eu imediatamente decidi em que lado eu estava", embora também tenha observado que a escolha era difícil porque ele passara a melhor parte de sua vida com "os órgãos".<ref>R. Sakwa ''Putin: Russia's Choice'', p. 11</ref>

Em 1999, Putin afirmou sobre o [[comunismo]], no chamado "Manifesto do Milénio": "O comunismo e o poder dos soviéticos não fizeram da Rússia um país próspero, com uma sociedade em desenvolvimento dinâmico e um povo livre. O comunismo demonstrou vividamente a sua inaptidão para um autodesenvolvimento sólido, condenando o nosso país a um atraso constante em relação aos países economicamente avançados. Foi um caminho a um beco sem saída, que está longe do ''[[Corrente dominante|mainstream]]'' da civilização".<ref>{{citar web|ultimo=Slade|primeiro=Gavin|url=https://geohistory.today/deconstructing-millennium-manifesto/|titulo=Deconstructing the Millennium Manifesto: The Yeltsin-Putin Transition and the Rebirth of Ideology|data=31-08-2006|publicado=GeoHistory|lingua=en}}</ref><ref>{{citar web|ultimo=Remnick|primeiro=David|url=https://www.newyorker.com/magazine/2014/08/11/watching-eclipse|titulo=Watching the Eclipse|data=2014-08-03|publicado=The New Yorker|lingua=en}}</ref>

== Governo russo ==
=== Primeiro-Ministro (1º mandato) ===
Em 16 de agosto de 1999, a [[Duma Estatal]] aprovou a nomeação de Vladimir Putin como [[Primeiro-Ministro]] da Rússia com 233 votos (vs. 84 contra, 17 abstenções).<ref>{{Citar web|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/422001.stm|titulo=Yeltsin's man wins approval|acessodata=2023-07-08|website=BBC News}}</ref> Putin na época era praticamente desconhecido do público em geral, e não se esperava que durasse mais do que seus predecessores. Ele foi inicialmente considerado um leal a Yeltsin; como outros primeiros-ministros de Boris Yeltsin, Putin não escolhia os próprios ministros, seu gabinete era determinado pela administração presidencial.<ref>{{citar livro|url=|título=Putin: Russia's choice|ultimo=Sakwa|primeiro=Richard|editora=Routledge|ano=2008|página=|páginas=19-20}}</ref>
[[Imagem:Fosse commune de Saadi-Kotar.jpg|miniatura|Vala comum com corpos de chechenos, na aldeia de Saadi-Kotar, em 2000|170x170px]]

No mesmo ano, deu-se a explosão de uma bomba num centro comercial no centro de Moscovo e uma série de atentados bombistas nunca resolvidos, que vários críticos disseram ser provavelmente encenados pelo [[Serviço Federal de Segurança|FSB]] sob [[Operação de bandeira falsa|bandeira falsa]],<ref>{{citar livro|url=|título=The Moscow Bombings of September 1999: Examinations of Russian Terrorist Attacks at the Onset of Vladimir Putin's Rule|ultimo=Dunlop|primeiro=John B.|editora=Ibidem|ano=2014|páginas=77-85}}</ref> em edifícios de apartamentos de Moscovo, atribuídos a terroristas chechenos. Sob as ordens de Putin, precedidas por bombardeamentos aéreos,<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20000919000313/http://www.cnn.com/WORLD/europe/9908/26/russia.chechnya/|titulo=CNN - Russia acknowledges bombing raids in Chechnya|data=26 de Agosto de 1999|website=CNN (Arq. em WayBack Machine)}}</ref> unidades do exército russo atravessaram a fronteira para a parte chechena do país em 1 de outubro de 1999.<ref>{{Citar web|ultimo=Hoffman|primeiro=David|url=http://www.hartford-hwp.com/archives/63/251.html|titulo=Miscalculations Paved Path to Chechen War|data=20 de Março de 2000|website=Hartford Web Publishing (Arq. de artigo do Washington Post)}}</ref> Pouco antes, combatentes chechenos e árabes tinham invadido o Daguestão, dando início à [[Guerra no Daguestão|Guerra do Daguestão]], que durou seis semanas, após a qual começou a [[Segunda Guerra na Chechênia|Segunda Guerra da Chechénia]]. Enquanto político, Putin liderou as acções militares na Chechénia, como a destruição extensiva da capital [[Grózni|Grozny]], de que não restou um único edifício de pé, que foi a que mais afetou a população civil. Durante esta "[[guerra suja]]" foram verificados muitíssimos [[Crime de guerra|crimes de guerra]], principalmente do lado russo. Civis chechenos, incluindo pessoal médico, foram alvo de ataques militares por forças russas, e centenas de civis chechenos, incluindo prisioneiros de guerra foram executados sumariamente. Mulheres e também homens eram espancados, torturados e violados, casas saqueadas e incendiadas.<ref>{{Citar web|url=https://www.hrw.org/news/2000/02/29/war-crimes-chechnya-and-response-west|titulo=War Crimes In Chechnya and the Response of the West|data=2000-02-29|website=Human Rights Watch|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20010619210713/http://www.amnesty.org/ailib/intcam/chechnya/|titulo=Amnesty International: Chechnya index page|data=2001-06-19|website=Amnesty International (Arq. em WayBack Machine)}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20071114184928/http://web.amnesty.org/web/ar2001.nsf/webeurcountries/RUSSIAN+Federation?OpenDocument|titulo=Russian Federation. In: Amnesty International Report 2001|data=2007-11-14|website=Amnesty International  (Arq. em WayBack Machine)}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.lexpress.fr/informations/grozny-ville-fantome_637256.html|titulo=Grozny, ville fantôme|data=2000-03-22|acessodata=2023-07-09|website=L'Express|lingua=fr}}</ref>

=== Presidente (2000-2008) ===

==== 1º mandato ====
Prometendo reconstruir o país, Vladimir Putin, presidente em exercício, foi eleito oficialmente presidente da Rússia com mais de 53% dos votos, o que lhe deu uma vitória logo no primeiro turno. As eleições foram desde logo alvo de acusações de fraude maciça, com desaparecimento de votos e urnas, mortos votantes, e outras irregularidades.<ref>{{Citar web|ultimo=Bonnet|primeiro=Francois|url=https://www.lemonde.fr/archives/article/2000/09/14/l-election-de-m-poutine-entachee-de-fraude_3710643_1819218.html|titulo=L'élection de M. Poutine entachée de fraude|data=2000-09-13|website=Le Monde (Arq. em WikiWix Archive)|lingua=fr}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Dalziel|primeiro=Stephen|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/919928.stm|titulo=Putin won 'rigged elections'|data=11-09-2000|publicado=BBC News}}</ref> Putin tomou posse em 7 de maio de 2000, apontando [[Mikhail Kasyanov]] como seu primeiro-ministro. Como meio de consolidar poder, Putin anunciou um decreto que dividia as 89 [[subdivisões da Rússia]] em 7 distritos federais, de forma a facilitar a administração do país. Durante seu primeiro mandato, procurou esfriar as ambições políticas de alguns dos [[oligarcas russos]], como [[Boris Berezovski]], que de acordo com a [[BBC]], teria ''"ajudado Putin a ingressar na família, fundando o partido que formou a base parlamentar de Putin"''.<ref>{{citar periódico|titulo=Profile: Boris Berezovsky|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/6708103.stm|jornal=BBC|data=2007-05-31}}</ref>

==== 2º mandato ====
Em março de 2004, Putin foi reeleito com 71% dos votos. O [[Crise de reféns da escola de Beslan|massacre de Beslan]], ocorrido em setembro de 2004, no qual centenas de civis foram assassinados, fez com que sua popularidade caísse, devido às críticas à sua postura tomada contra os rebeldes chechenos. Foi até mesmo acusado de ter comandado o atentado, de forma a justificar a repressão contra os terroristas.<ref>{{citar web|título=Putin não pede perdão às mães de Beslan|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u87427.shtml|obra=Folha de S. Paulo|data=04/09/2005|acessadoem=2015-11-16}}</ref><ref>{{citar web|título=Putin tenta legitimar guerra contra a Tchetchênia, diz especialista|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u76857.shtml|obra=Folha de S. Paulo|data=25/09/2004|acessadoem=2015-11-16}}</ref>
[[Imagem:Victory Day Parade 2005-5.jpg|miniatura|direita|Putin discursa na [[Praça Vermelha]], no coração de [[Moscou]], em 2005]]

No mesmo ano, um projeto de prioridade nacional foi iniciado para melhorar a [[assistência médica]], a [[educação]], a [[moradia]] e a [[agricultura]]. A mudança mais relevante dentro do projeto foi o aumento geral do salário nas áreas médica e educacional, assim como a decisão de modernizar os equipamentos em ambos os setores, durante os anos de 2006 e 2007. Putin anunciou suas intenções de aumentar os benefícios da assistência maternidade e um apoio do estado para cuidados pré-natais. Os programas demográficos do governo levaram a um aumento de 45% na taxa de nascimentos de um segundo filho entre as mulheres, e a um aumento de 60% na taxa de nascimentos de um terceiro filho, segundo dados de 2012.<ref>{{citar web|título=Путин очертил "дорожную карту" третьего срока|url=http://www.bbc.com/russian/mobile/russia/2012/04/120411_putin_duma_constitution.shtml|obra=BBC Russian|acessadoem=2015-11-16|wayb=20151016052238|urlmorta=sim}}</ref>

O processo criminal contra o então homem mais rico da Rússia e presidente da [[YUKOS]], [[Mikhail Khodorkovski]], ocorrido em 2003, foi visto pela imprensa internacional como uma retaliação pelo apoio financeiro de Khodorkovski aos oponentes [[Liberalismo|liberais]] e [[Comunismo|comunistas]] do [[Kremlin]]. O governo afirmou que Khodorkovski estava corrompendo um grande setor da [[Duma Federal]] para impedir mudanças no código de impostos. Com a prisão de Khodorkovski, a YUKOS faliu, e as ações da empresa foram vendidas a um valor irrisoriamente a baixo do seu valor de mercado, compradas principalmente pela estatal [[Rosneft]]. O caso YUKOS foi visto pelos analistas ocidentais como um grande passo dado pela Rússia em direção a um sistema de [[capitalismo de estado]].<br>Um estudo publicado por um instituto do ''Suomen Pankki'' em 2008 mostrou que a intervenção estatal teve um impacto positivo na administração de várias companhias russas.<ref>{{citar web|url=http://www.suomenpankki.fi/bofit_en/tutkimus/tutkimusjulkaisut/dp/Documents/dp2608.pdf|título=Documentos|acessodata=2012-12-28|wayb=20130224031743|urlmorta=sim}}</ref>
[[Imagem:Vladimir Putin 14 March 2002-5.jpg|miniatura|Vladimir Putin interroga o oligarca [[Mikhail Khodorkovski]], antes de sua prisão]]
Putin foi criticado pelo que vários observadores consideram uma queda em larga escala da [[liberdade de imprensa]] na Rússia. Em 7 de outubro de 2006, [[Anna Politkovskaia]], uma jornalista crítica do Kremlin que expôs a corrupção dentro do [[exército russo]] e sua conduta na [[Chechênia]], foi assassinada no elevador de seu apartamento, no dia do aniversário de Putin. A morte de Politkovskaia iniciou um escândalo na mídia ocidental, com acusações de que Putin não foi capaz de proteger a nova mídia independente de seu país.<ref>{{citar web|título=Joan Smith: Putin's Russia failed to protect this brave woman|url=http://www.independent.co.uk/voices/commentators/joan-smith/joan-smith-putins-russia-failed-to-protect-this-brave-woman-419313.html|obra=The Independent|acessadoem=2015-11-16|língua=en-GB}}</ref><ref>{{citar web|título=Anna Politkovskaya, Prominent Russian Journalist, Putin Critic and Human Rights Activist, Murdered in Moscow|url=http://www.democracynow.org/2006/10/9/anna_politkovskaya_prominent_russian_journalist_putin|obra=Democracy Now!|acessadoem=2015-11-16}}</ref> Quando questionado sobre o assassinato de Politkovskaia durante uma entrevista para a emissora [[Alemanha|alemã]] [[ARD]], Putin disse que seu assassinato traz muito mais preocupação para as autoridades russas que suas próprias acusações. Em 2012, segundo a [[TASS|Tass]] (propriedade do governo russo), os assassinos foram presos e acusaram [[Boris Berezovski]] e [[Akhmed Zakayev|Akhmed Zakaiev]] como possíveis clientes.<ref>{{citar web|título=The accused of murder of Anna Politkovskaya name possible clients|url=http://www.itar-tass.com/en/c142/354859.html|obra=TASS|acessadoem=2015-11-16|wayb=20130501135243|urlmorta=sim}}</ref> A morte por [[Síndrome aguda da radiação|envenenamento radioativo]] de [[Alexander Litvinenko]] rendeu ainda mais acusações e críticas à autoridade de Putin, já que Litvinenko, também ex-agente do [[KGB]], era um opositor e crítico de seu governo.<ref>{{citar web|título=Milionário irá colaborar com investigação sobre morte de ex-espião|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u104424.shtml|obra=Folha de S. Paulo|data=06/02/2007|acessadoem=2015-11-16}}</ref><ref>{{citar web|título=Pai de Litvinenko acusa Vladimir Putin de matar seu filho|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u102869.shtml|obra=Folha de S. Paulo|data=16/12/2006|acessadoem=2015-11-16}}</ref>

Em 2007, diversas marchas de protestos foram organizadas por grupos da oposição, comandados pelo campeão de xadrez [[Garry Kasparov]] e pelo ativista [[Partido Nacional-Bolchevique|Eduard Limonov]]. Desafiando as várias advertências das autoridades, os demais protestos, nas mais diversas cidades russas, foram suspensos pela polícia, terminando com mais de 150 pessoas presas.<ref>{{citar periódico|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7110910.stm|titulo=Garry Kasparov jailed over rally|data=2007-11-24|publicado=BBC News|lingua=en-GB}}</ref>
[[File:Vladimir Putin in Sochi 5-6 April 2008-14.jpg|miniatura|direita|Putin com o presidente dos [[Estados Unidos]], [[George W. Bush]]]]
Um dos mais publicados discursos de Putin ocorreu em 10 de fevereiro de 2007, na ''Conferência de Munique sobre Política de Segurança'', e tornou-se conhecido como o "Discurso de Munique", sendo citado pela imprensa como ''"a virada na política externa da Rússia"''. Observadores ocidentais afirmaram que este foi o discurso mais firme de um líder russo desde a [[Guerra Fria]]. O discurso também foi visto como uma forma que Putin achou para deixar claro o papel da Rússia na [[política internacional]], um papel próximo daquele desempenhado pela [[União Soviética]]. O retorno a este "papel" é visto como uma das mais importantes conquistas do governo de Putin. O presidente russo acusou os [[Estados Unidos]] de estarem-se utilizando da força para impor sua vontade sobre o mundo, além de promover uma nova corrida armamentista. Suas declarações foram rechaçadas indiretamente pelo secretário de segurança norte-americano, [[Robert Gates]], dizendo que ''"uma guerra fria já havia sido suficiente"''.<ref>{{citar web|título=EUA respondem a Putin que uma Guerra Fria já foi suficiente|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u104581.shtml|obra=Folha de S. Paulo|data=11/02/2007|acessadoem=2015-11-16}}</ref>

Em setembro de 2007, [[Viktor Zubkov]] foi indicado por Putin como o novo primeiro-ministro, substituindo [[Mikhail Fradkov|Fradkov]]. Em Dezembro, o partido Rússia Unida conquistou 64% dos votos nas eleições para a [[Duma Federal]]. Essa vitória representou o forte apoio popular e confiança na então liderança da Rússia.

=== Primeiro-Ministro (2º mandato) ===
[[Imagem:Vladimir Putin 27 April 2008-2.jpg|miniatura|direita|Putin como primeiro-ministro, ao lado do então presidente [[Dmitri Medvedev]]]]
A constituição russa não permite um terceiro mandato, portanto Putin não pôde disputar as [[Eleição presidencial da Rússia em 2008|eleições de 2008]]. Em 8 de maio, no dia seguinte às eleições, consideradas por observadores ocidentais "nem justas nem livres", [[Dmitri Medvedev]], o presidente eleito, escolheu Putin como seu primeiro-ministro, de modo a manter o seu poder político.

A [[Grande Recessão|crise financeira de 2008]] afetou duramente a economia russa, interrompendo o fluxo de crédito barato e investimento do [[Ocidente]]. Este fato coincidiu com a tensão nas relações entre a [[União Europeia]] e os [[Estados Unidos]] logo após a [[Guerra na Ossétia do Sul em 2008]], na qual a Rússia derrotou os EUA e a [[Geórgia]], aliada da [[OTAN]]. Por outro lado, as largas reservas financeiras acumuladas nos anos em que o preço do [[petróleo]] estava em alta foram capazes de salvar o país e lidar com a crise, dando continuidade ao crescimento econômico do país. As medidas anticrise do governo russo vêm sendo elogiadas pelo [[Banco Mundial]], que disse em seu relatório de novembro: ''"Política fiscal prudente e reservas financeiras substanciais protegeram a Rússia de consequências mais profundas do choque externo".''<ref>{{citar web|título=Russia Research|url=http://www.worldbank.org/en/country/russia/research|obra=World Bank|acessadoem=2015-11-16|wayb=20160101205943|urlmorta=sim}}</ref> O próprio Putin citou o modo como a Rússia conseguiu lidar com a avalanche de consequências da crise econômica mundial como um dos dois principais proveitos de seu segundo mandato como primeiro-ministro. O outro proveito terá sido a estabilização das taxas de crescimento da população russa no período 2008-2011, após um longo período de colapso demográfico, iniciado nos anos 1990.<ref>{{citar web|título=Russia's Putin set to return as president in 2012|url=http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-15045816|obra=BBC News|acessadoem=2015-11-16|primeiro=Steve|último=Rosenberg}}</ref>
{{multiple image
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| image1 = Moscow rally 4 February 2012, Yakimanka Street, Bolotnaya Square 26.JPG
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| caption1 = Protesto contra Putin em Moscou, Fevereiro de 2012
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| caption2 = Manifestação de apoio a Putin no estádio  Lujniki em 23 de Fevereiro de 2012
}}

No congresso do partido Rússia Unida em [[Moscou]], ocorrido em setembro de 2011, [[Dmitri Medvedev|Medvedev]] propôs oficialmente que Putin se apresentasse como candidato nas [[Eleição presidencial da Rússia em 2012|eleições de 2012]], proposta que Putin aceitou. Devido ao domínio quase que absoluto do Rússia Unida na política, muitos observadores acreditavam que Putin tinha o terceiro mandato nas mãos.

Após as eleições parlamentares de dezembro, dezenas de milhares de russos juntaram-se a [[Protestos na Rússia em 2011–2012|protestos contra alegadas fraudes eleitorais]],<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20140427082420/http://lenta.ru/news/2012/02/04/ninety/|titulo=ЦИК признал несостоятельными 90 процентов жалоб на думские выборы (A Comissão Eleitoral Central reconheceu como inválidas 90% das reclamações sobre as eleições para a Duma)|data=4 de Fevereiro de 2012|website=Lenta.Ru (Arq. em WayBack Machine)}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20111206155659/http://cifidiol.livejournal.com/1600.html|titulo=Как все было на самом деле. Избирательный участок №6 г. Москва. Хроника одного дня. (Como realmente foi. Posto de votação nº 6, Moscovo. Crônica de um dia.)|data=2011-12-06|website=Cifidiol (Arq. em WayBack Machine)}}</ref> naqueles que foram os maiores protestos desde que Putin tornou-se figura principal na política russa. Putin comparou os manifestantes aos macacos das histórias de [[Rudyard Kipling]].<ref>{{Citar web|ultimo=April|primeiro=Peter|url=https://www.lefigaro.fr/international/2011/12/16/01003-20111216ARTFIG00556-poutine-devisse-l-opposition-mobilise.php|titulo=Poutine dévisse, l'opposition mobilise|data=2011-12-16|website=Le Figaro|lingua=fr}}</ref> Os participantes do protesto criticaram Putin e o Rússia Unida, exigindo a anulação dos resultados das eleições. Segundo a imprensa russa, esses protestos, que foram organizados por líderes da oposição, suscitaram o medo de uma [[Revoluções coloridas|revolução colorida]] na sociedade, e diversos contraprotestos foram liderados por simpatizantes e partidários de Putin, superando os protestos da oposição.<ref>{{citar web|url=http://www.politonline.ru/comments/10432.html|título=Как митинг на Поклонной собрал около 140 000 человек (Como uma manifestação em Poklonnaya reuniu cerca de 140.000 pessoas)|data=4 de Fevereiro de 2012|obra=Politonline}}</ref><ref>{{citar web|título=‘We Won in  Fair and Open Fight' – Putin|url=https://sputniknews.com/20120304/171729884.html|obra=Sputinik News|acessadoem=2015-11-16}}</ref><ref>{{citar web|título = Putin Supporters Fill Moscow Stadium|url=https://sputniknews.com/20120223/171487865.html|obra=Sputnik News|acessadoem=2015-11-16}}</ref> Por ironia, a [[socialite]] [[Ksenia Sobchak]], filha do padrinho político de Putin, [[Anatoli Sobchak]], foi uma das celebridades que mais fortemente criticaram o governo de Putin nos protestos do final de 2011, manifestando sua indignação com seu terceiro mandato no dia de sua posse.<ref>{{citar web|título=Ксения Собчак выступила против Путина до его инаугурации|url=http://www.siapress.ru/blogs/18373|obra=Новости Сургута и Югры, пресс-релизы, официальная информация. СИА-ПРЕСС|acessadoem=2015-11-16}}</ref>

=== Presidente (2012-2018) ===
==== 3º mandato ====
Em 4 de março de 2012, Putin venceu as [[Eleição presidencial da Rússia em 2012|eleições presidenciais]] no primeiro turno, com 63% dos votos. Vários chefes de estado parabenizaram Putin pela vitória nas eleições. O presidente [[venezuela]]no [[Hugo Chávez]] congratulou pessoalmente Putin pela vitória, afirmando que o presidente russo é ''"uma força ativa por detrás dos laços estratégicos e de cooperação entre Venezuela e Rússia".''<ref>{{citar web|url=http://www.thenewage.co.za/45209-1020-53-Chavez_welcomes_Putins_victory_in_Russia|título=Chavez welcomes Putin's victory in Russia|website=The New Wage|acessodata=2015-02-28|wayb=20130516231608|urlmorta=sim}}</ref> O presidente do [[Brasil]], [[Luiz Inácio Lula da Silva]], também parabenizou Putin, dizendo que está ''"certo de que, sob sua liderança, a Rússia continuará a trilhar o caminho de sucessos que vem alcançando nos planos interno e internacional e que a sólida parceria com o Brasil será aprofundada, intensificando o denso diálogo político que logramos consolidar nos últimos anos"''.<ref>{{citar web|título=Lula parabeniza Vladimir Putin por vitória nas eleições russas|url=http://www.dihitt.com/barra/lula-parabeniza-vladimir-putin-por-vitoria-nas-eleicoes-russas|obra=diHITT|acessadoem=2015-11-17|wayb=20151118093228|urlmorta=sim}}</ref>
[[Imagem:Vladimir Putin inauguration 7 May 2012-10.jpeg|miniatura|direita|Vladimir Putin assume o terceiro mandato, 7 de maio de 2012]]
Protestos anti-Putin ocorreram durante e logo após a campanha presidencial. O protesto mais notório foi a performance do grupo [[Pussy Riot]], em 21 de fevereiro, e seu subsequente julgamento.<ref>{{citar web|título=Pussy Riot sentenced to two years in prison colony over anti-Putin protest|url=http://www.theguardian.com/music/2012/aug/17/pussy-riot-sentenced-prison-putin|obra=The Guardian|acessadoem=2015-11-17|primeiro=Miriam|último=Elder}}</ref> Outra manifestação de destaque ocorreu meses depois, quando por volta de 8 000-20 000 manifestantes protestaram em [[Moscou]], em 6 de maio — dia anterior à posse presidencial — resultando em oito feridos e 450 presos.<ref>{{Citar periódico|titulo=Russian police battle anti-Putin protesters|url=http://www.reuters.com/article/2012/05/06/us-russia-protests-idUSBRE8440CK20120506|jornal=Reuters|data=2012-05-06|wayb=20120507110539|urlmorta=sim}}</ref>

Tomou posse no complexo do [[Kremlin de Moscovo|Kremlin]], em 7 de maio de 2012. Em seu primeiro dia como presidente, Putin passou 14 decretos presidenciais, sendo um deles um comprido artigo a respeito dos objetivos de longo prazo da economia russa. Outros decretos foram sobre educação, moradia, treinamento de trabalho especializado, relações com a [[União Europeia]], indústria de defesa, relações interétnicas e outras áreas tratadas por ele em seu programa político proposto em sua campanha presidencial.<ref>{{citar web|url=http://larouchepac.com/node/22623|título=Putin Inaugurated; States Intention for Russia to Be "Center of Gravity for the Whole of Eurasia"|website=Larouche Pac|acessodata=2012-12-28|wayb=20130731192357}}</ref> Em dezembro de 2012, em retaliação à [[lei Magnitsky]] — que impôs sanções a oficiais russos acusados de violar os direitos humanos — sancionada pelos [[Estados Unidos]], foi aprovada por Putin uma lei que proíbe cidadãos norte-americanos de adotarem crianças russas. Mais de 700 mil crianças vivem em orfanatos na Rússia. Nas últimas duas décadas, 70 mil órfãos russos foram adotados por famílias americanas.<ref>{{citar web|título=Putin sanciona lei que proíbe adoção de crianças russas por americanos|url=http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2012/12/putin-sanciona-lei-que-proibe-adocao-de-criancas-russas-por-americanos.html|obra=Jornal Nacional|acessadoem=2015-11-17}}</ref> A justificativa é que diversas crianças adotadas da Rússia morreram nos Estados Unidos ou foram devolvidas ao país, como foi o caso de Artem Saveliev, de sete anos, que foi colocado sozinho em um avião com destino a Moscou, e de Dima Iakovlev, que morreu após ser esquecido no carro por seu pai adotivo americano.<ref>{{citar web|título=Rússia pode suspender adoções após menino ser devolvido|url=http://oglobo.globo.com/mundo/russia-pode-suspender-adocoes-apos-menino-ser-devolvido-3025811|obra=O Globo|acessadoem=2015-11-17}}</ref><ref>{{citar web|título=Norte-americanos serão proibidos de adotar crianças russas|url=http://opiniaoenoticia.com.br/internacional/norte-americanos-serao-proibidos-de-adotar-criancas-russas/|obra=Opinião e Notícia|acessadoem=2015-11-17|wayb=20151118201339}}</ref> Quando questionado se não seria melhor permitir que as crianças russas fossem viver em países onde as condições de vida são melhores, Putin respondeu com sarcasmo: ''"Há provavelmente muitos lugares no mundo onde os padrões de vida são maiores do que os nossos. E então, vamos enviar todas as nossas crianças para lá? Talvez nos devamos mudar para lá nós mesmos?".''<ref>{{citar web|título = Putin indica que proibirá adoções de crianças russas por norte-americanos|url=http://www.politicalivre.com.br/2012/12/putin-indica-proibira-adocoes-de-criancas-russas-por-norte-americanos/|obra=Política Livre|acessadoem=2015-11-17}}</ref><br>Em 12 de junho de 2013, em pleno feriado nacional, milhares de pessoas reuniram-se em [[Moscou]] para protestar contra o governo de Putin.<ref>{{citar web|título=Milhares vão às ruas contra Putin na capital da Rússia|url=http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/06/milhares-vao-ruas-contra-putin-na-capital-da-russia.html|obra=G1|acessadoem=2015-11-17}}</ref> Entre as exigências, estava a libertação dos manifestantes presos nas [[Protestos na Rússia em 2011–2012|ondas de protestos em 2011 e 2012]]. Alguns dos cartazes apresentavam dizeres como: ''"Putin, vergonha da Rússia"'' e ''"Abaixo a autocracia presidencial"''. Entre os manifestantes, podia-se encontrar as tendências mais variadas.<ref>{{citar web|título = Milhares saem às ruas para protestar contra Putin|url=https://www.estadao.com.br/internacional/milhares-saem-as-ruas-para-protestar-contra-putin/|obra=Estadão|acessadoem=2015-11-17}}</ref>

Em março de 2014, motivado pela crise política na [[Ucrânia]], Putin enviou ao [[Soviete da Federação]] a proposta de uma intervenção militar na [[Crimeia]], região de maioria russa, após apelo do primeiro-ministro. A proposta foi aceita pelo órgão superior, desagradando às autoridades ocidentais, que condenaram o ato, levando o presidente norte-americano, [[Barack Obama]], a afirmar que ''“qualquer violação da integridade territorial e soberania da Ucrânia seria profundamente desestabilizadora, e representaria uma séria interferência em matérias que devem ser decididas pela população ucraniana”''.<ref name=":5">{{citar web|título=Obama alerta Putin para os riscos de uma intervenção militar na Ucrânia|url=http://www.publico.pt/mundo/noticia/russia-confirma-intervencao-militar-na-crimeia-para-proteger-frota-1626634|obra=PÚBLICO|acessadoem=2015-11-17}}</ref> Para Putin, a intervenção foi a fim de proteger os cidadãos russos que compõem a maioria étnica da Crimeia, que se havia declarado independente antes de qualquer movimentação militar russa, devido à alegada perseguição da população russa por parte do governo extremista e nacionalista que havia tomado posse na Ucrânia. Putin declarou apoio aos separatistas russos das regiões de [[Donetsk]] e [[Lugansk]], também regiões de maioria russa.<ref>{{citar web|título=Putin approves draft bill for annexation of Crimea|url=http://www.politico.com/story/2014/03/crimea-independence-ukraine-russia-104721|obra=POLITICO|acessadoem=2015-11-17}}</ref><ref>{{citar web|título=Rally on Crimea: Russia reunification on Red Square gathers tens of thousands of people|url=http://en.itar-tass.com/russia/724229|obra=TASS|acessadoem=2015-11-17|wayb=20140318211110|urlmorta=sim}}</ref> O povo da Crimeia festejou<ref>{{citar web|título=95.7% of Crimeans in referendum voted to join Russia - preliminary results|url=http://rt.com/news/crimea-vote-join-russia-210/|obra=RT English|acessadoem=2015-11-17|língua=en-EN}}</ref> o resultado do referendo, que se tornou polêmico devido ao fato da [[Organização do Tratado do Atlântico Norte|OTAN]], o governo ucraniano e os [[EUA]] não terem aceitado o resultado, afirmando que havia sido feito de forma ilegal.<ref>{{citar web|url = http://timesofindia.indiatimes.com/world/europe/EU-calls-Crimea-referendum-illegal-US-says-it-wont-recognize-outcome/articleshow/32156601.cms|título=Times of India|data=16-03-2014|wayb=20140317124752|urlmorta=sim}}</ref>

==== 4º mandato ====
[[Imagem:Ukrajnai menekültek.jpg|miniatura|Ajuda a refugiados ucranianos na Hungria em 2022. De 24 de Fevereiro a 1 de Março, 105 000 refugiados ucranianos entraram na Hungria vindos do leste<ref>{{Citar web|url=https://infostart.hu/belfold/2022/03/01/hivatalos-napi-adatokat-kozolt-a-rendorseg-az-ukran-magyar-hataron-belepok-szamarol|titulo=Hivatalos napi adatokat közölt a rendőrség az ukrán-magyar határon belépők számáról|data=2022-03-01|website=Infostart|lingua=hu}}</ref>]]
[[Imagem:Наслідки обстрілу дитячої лікарні та пологового будинку в Маріуполі, 9 березня 2022 року.jpg|miniatura|Em 9 de março de 2022, a Força Aérea Russa bombardeou o Hospital Maternidade No. 3, em [[Mariupol]], Ucrânia<ref>{{Citar web|autor=Agência Lusa|url=https://www.publico.pt/2022/03/09/fotogaleria/mariupol-407685|titulo=Hospital pediátrico em Mariupol foi bombardeado pela Rússia. Há mulheres em trabalho de parto entre os feridos|data=09-03-2022|publicado=Público}}</ref>]]

Ganhou as eleições presidenciais de 2018 com mais de 76% dos votos. Seu quarto mandato começou em 7 de maio de 2018 e durará até 2024.<ref>{{Citar web|url=https://www.dn.pt/mundo/vitoria-de-putin-na-russia-recebida-com-silencio-e-criticas-9199227.html|titulo=Vitória de Putin na Rússia recebida com silêncio e críticas|acessodata=2021-02-06|website=DN}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Ribeiro|primeiro=João Ruela|url=https://www.publico.pt/2018/03/18/mundo/noticia/putin-reeleito-presidente-com-votacao-superior-a-70-1807112|titulo=Putin ganha por aclamação e promete um governo "fora do comum"|data=18-03-2018|publicado=Público}}</ref>

Em setembro de 2019, a administração de Putin interferiu os resultados das eleições regionais nacionais russas e manipulou-as, eliminando todos os candidatos da oposição. O evento que visava contribuir à vitória do partido no poder, a Rússia Unida, também contribuiu para incitar protestos em massa pela democracia, levando a prisões em larga escala e a casos de brutalidade policial.<ref>{{Citar web|url=http://www.theguardian.com/commentisfree/2019/sep/08/the-observer-view-on-russia-subversion-of-democracy |titulo=The Observer view on Putin’s ongoing corruption of democracy|data=08-09-2019|publicado=The Guardian}}</ref>

Na sequência da [[Guerra Russo-Ucraniana]], em fevereiro de 2022, ordenou a [[Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022|invasão da Ucrânia]], questionando seu [[direito de existir]] como país independente.<ref name="Putin Ukraine statehood">{{citar revista|último=Perrigo|primeiro =Billy|data=22-02-2022|título=How Putin's Denial of Ukraine's Statehood Rewrites History|url=https://time.com/6150046/ukraine-statehood-russia-history-putin/|revista=[[Time (magazine)|Time]]|acessodata=28-02-2022}}</ref> A invasão foi amplamente condenada pela [[comunidade internacional]], e países membros da União Europeia e da OTAN lançaram uma nova rodada de [[sanções contra a Rússia]], o que começou a desencadear uma [[crise financeira]] no país.<ref>{{citar jornal|último1=Chernova|primeiro1=Anna|último2=Cotovio|primeiro2=Vasco|último3=Thompson|primeiro3=Mark|data=28-02-2022|título=Sanctions slams Russian economy|obra=CNN|url=https://edition.cnn.com/2022/02/28/business/russia-ruble-banks-sanctions/index.html|acessodata=04-03-2022}}</ref> De acordo com o [[Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados]], em decorrência da guerra, quase três milhões de [[ucranianos]] fugiram do seu país até a segunda semana de março, em sua grande maioria mulheres e crianças. Cerca de um milhão e meio de pessoas tiveram de abandonar suas casas mas permaneciam no país, e cerca de doze milhões estavam carentes de assistência.<ref>{{citar web|url=https://www.bbc.com/news/world-60555472|título=How many refugees have fled Ukraine and where are they going?|data=15/03/2022|website=BBC}}</ref> Em muitos países foram organizados protestos populares contra o ataque, enquanto que os protestos que aconteceram na Rússia foram reprimidos com prisões em massa.<ref>{{citar web|url=https://www.aljazeera.com/news/2022/2/27/more-than-2000-arrested-at-anti-war-protests-in-russia|título=More than 2,000 arrested at anti-war protests in Russia|data=27/02/2022|website=Al Jazeera}}</ref> Segundo a [[Anistia Internacional]], o governo russo passou a perseguir dissidentes e impôs censura à imprensa, obrigando os veículos de informação domésticos a divulgarem apenas versões do conflito aprovadas pelo governo,<ref>{{citar web|url=https://www.amnesty.org/en/latest/news/2022/02/russia-kremlin-censors-media-and-disperses-protesters-opposed-to-ukraine-invasion/|título=Russia: Kremlin censors media and disperses protesters opposed to Ukraine invasion|data=28/02/2022|publicado=Amnesty International}}</ref> além de limitar ou bloquear o acesso dos cidadãos russos a veículos estrangeiros.<ref>{{citar web|url=https://observers.france24.com/en/europe/20220303-how-ukrainians-are-bypassing-russian-censorship-to-share-news-of-the-war|título=How Ukrainians are bypassing Russian censorship to share news of the war|último=Bizot|primeiro=Olivia|data=03/03/2022|website=France 24}}</ref>

A 17 de março de 2023, o [[Tribunal Penal Internacional]], com sede em [[Haia]], nos [[Países Baixos]], emitiu um mandato de captura contra Putin por [[crimes de guerra]] cometidos durante a invasão da Ucrânia, em particular por responsabilidade pessoal no rapto e deportação ilegal de milhares de crianças ucranianas para [[campos de reeducação]] na Rússia. A medida limita a liberdade de deslocação do presidente russo nos 123 países signatários do [[Estatuto de Roma]].<ref>{{Citar web|ultimo=Soares|primeiro=Mariana Ribeiro|url=https://www.rtp.pt/noticias/mundo/tpi-emite-mandado-de-captura-para-putin-por-crimes-de-guerra_n1473908|titulo=TPI emite mandado de captura para Putin por crimes de guerra|acessodata=2023-03-17|website=Rádio e Televisão de Portugal}}</ref><ref>{{Citar periódico|url=https://www.theguardian.com/world/2023/mar/17/vladimir-putin-arrest-warrant-ukraine-war-crimes|título=ICC judges issue arrest warrant for Vladimir Putin over alleged war crimes|data=2023-03-17|acessodata=2023-03-17|periódico=The Guardian|ultimo=Borger|primeiro=Julian|ultimo2=Sauer|primeiro2=Pjotr|lingua=en-GB|issn=0261-3077}}</ref>

== Política ==
[[Imagem:Moscow Russia Flag and Hammer and Sickle.jpg|miniatura|A foice e o martelo, ícones máximos da [[União Soviética]], sob a [[bandeira da Rússia|bandeira]] [[Cores pan-eslavas|pan-eslava]], símbolo da Rússia independente, simbolizam o sincretismo político de Putin]]

=== Política interna ===
A política interna de Putin, principalmente durante seu primeiro mandato, visou a criação de um "poder vertical". Em 13 de maio de 2000, sancionou um decreto dividindo as 89 [[subdivisões da Rússia]] entre 7 distritos comandado por representantes nomeados por si mesmo, de forma a facilitar a administração federal. Putin também desenvolveu uma política de crescimento das subdivisões: o número caiu de 89 em 2000 para os atuais 83, após a fusão dos ''[[okrug]]s'' com demais subdivisões próximas.
[[Imagem:Map of Russian districts, 2010-01-19.svg|miniatura|direita|Em 2000, a Rússia foi dividida em sete distritos, pondo em prática o ''"poder vertical"'' proposto por Putin. Em 2010, o [[Região Econômica do Norte do Cáucaso|distrito Ciscáucaso]] (em roxo) foi criado, estabelecendo um novo distrito]]
Em julho de 2000, de acordo com uma lei proposta por Putin e aprovada pelo [[Conselho Federal Russo|Soviete Federal]], o presidente ganhou o direito de despedir chefes das subdivisões federais. Em 2004, as eleições para governadores por [[voto direto]] foi extinta. Essa jogada foi vista como necessária por Putin, para dar fim às tendências separatistas e livrar-se daqueles governadores que estavam conectados com o crime organizado.<ref>{{citar web|título="Президентское фильтрование" губернаторов оценили политики|url=http://radiovesti.ru/article/show/article_id/30497|obra=radiovesti.ru|acessadoem=2015-11-17}}{{Ligação inativa}}</ref> A medida, de fato, parece ter sido temporária, já que em 2012, segundo proposta do presidente [[Dmitri Medvedev]], sucessor de Putin, as eleições para governadores foram reintroduzidas, e junto delas, as reformas de Medvedev também simplificaram o registro de partidos políticos e reduziram o número de assinaturas necessárias por candidatos partidos não-parlamentares para lançar candidatos independentes à presidência, afrouxando a rigidez e restrições impostas pela antiga legislação de Putin.<ref>{{citar web|título=State Duma Approves Liberal Political Reforms|url=http://en.rian.ru/russia/20120228/171592651.html|obra=en.rian.ru|acessadoem=2015-11-17}}</ref>

Putin governou diante de uma intensa luta contra o [[crime organizado]] e o [[terrorismo]] que resultou em uma taxa de assassinatos duas vezes menor em 2011, assim como uma redução no número de ações de terroristas no final dos anos 2000.<ref>{{citar web|título=Несмотря на двукратное снижение числа убийств, на фоне европейских показателей оно остается крайне высоким|url=http://demoscope.ru/weekly/2011/0453/barom02.php|obra=demoscope.ru|acessadoem=2015-11-17}}</ref><ref>{{citar web|título=МВД рапортует: количество терактов снизилось в 15 раз|url=http://www.finmarket.ru/hotnews/722215|obra=Finmarket|acessadoem=2015-11-17|língua=ru-RU}}</ref>

==== Política econômica ====
[[Imagem:GDP_of_Russia_since_1989.svg|miniatura|direita|A economia russa entre a queda da [[União Soviética]] e o governo de [[Dmitri Medvedev|Medvedev]], passando pela [[Crise russa de 1998|crise de 1998]] e a recuperação sob Putin]]
Sob a administração de Putin, a economia teve ganhos reais em uma média de 7% ao ano (2000: 10%, 2001: 5.1%, 2002: 4,7%, 2003: 7,3%, 2004: 7,2%, 2005: 6,4%, 2006: 8,2%, 2007: 8,5%),<ref>{{citar web|título = Report for Selected Countries and Subjects|url=http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2011/02/weodata/weorept.aspx?%2529sy=1993&ey=2010&scsm=1&ssd=1&sort=country&ds=.&br=1&pr1.x=49&pr1.y=11&c=922&s=NGDP_RPCH&grp=0&a=|obra=IMF|acessadoem=2015-11-17|wayb=20151119080055|urlmorta=sim}}</ref> fazendo da Rússia a 7ª maior economia mundial em poder de compra. O [[PIB]] [[Lista de países por PIB nominal|nominal]] russo aumentou em seis vezes, subindo do 22º ao 10º maior do mundo. Em 2007, o PIB russo ultrapassou o da [[República Socialista Federativa Soviética Russa|Rússia Soviética]] em 1990, provando que a economia foi capaz de superar os efeitos devastadores da recessão dos anos 1990, seguida da trágica [[Crise russa de 1998|moratória de 1998]].<ref name=":4">{{citar web|título=Russia’s economy under Vladimir Putin: achievements and failures|url=http://sputniknews.com/analysis/20080301/100381963.html|obra=Sputnik News|acessadoem=2015-11-17}}</ref>

De 2000 a 2006, o volume do crédito para consumo aumento em 45 vezes, e o número de cidadãos pertencentes à classe média cresceu de 8 milhões para 55 milhões. O número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza diminui de 30% em 2000 para 14% em 2008.<ref name=":4" />

Em 2001, Putin, que patrocinou políticas econômicas liberais, introduziu uma taxa única de imposto sobre a renda de 13%,<ref>{{citar web|url=http://www.indiana.edu/~spea/faculty/policy_briefs/duncan_economic_impact_flat_tax.pdf|obra=indiana.edu|título="Economic Impact of a Flat Tax. What have we learned from the Russian Experience?".|editora=Indiana University|data=fevereiro de 2012|acessodata=08-01-2013|língua=en|wayb=20120427050100|urlmorta=sim}}</ref> e a taxa corporativa também foi reduzida de 35% para 24%.<ref>{{citar web|título=Russias Flat Tax Miracle|obra=The Heritage Foundation|url=https://www.heritage.org/europe/commentary/russias-flat-tax-miracle|data=2003-03-24|acessadoem=2015-11-17|wayb=20110629040859}}</ref> Pequenos negócios também receberam um melhor tratamento. O antigo sistema de altas taxas de impostos foi substituído por um novo sistema em que as companhias podem escolher entre uma taxa de 6% na receita bruta ou uma taxa de 15% nos lucros. A carga geral de impostos é menor na Rússia que na maioria dos países europeus, favorecendo com isso o capitalismo.<ref>{{citar periódico|titulo=A Comparative Study of Taxation in Russia and Other CIS, East European and OECD Countries|url=http://papers.ssrn.com/abstract=526745|data=2004-04-01|local=Rochester, NY|primeiro=Galina|ultimo=Preobragenskaya|coautor=Robert W.}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.bbc.com/news/world-europe-20921208|titulo=Gerard Depardieu meets Putin, receives Russian passport|data=06-01-2013|acessodata=24-02-2022|publicado=BBC News|lingua=en}}</ref>

Um conceito central na linha econômica de Putin foi a criação dos "campeões nacionais", que integravam companhias de setores estratégicos de que não se espera somente a busca pelo lucro, mas também um "avanço nos interesses da nação". Como exemplo dessas companhias, estão a [[Gazprom]], a [[Rosneft]] e a [[United Aircraft Corporation|Corporação de Aviação Unificada]].<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=9VreAGr8sk4C|titulo=Petrostate: Putin, Power, and the New Russia|data=30-04-2008|editora=Oxford University Press|local=Nova Iorque|autor=Marshall I. Goldman|isbn=9780199712571|páginas=98-99, 124 e 190}}</ref>

Parte da receita do [[petróleo]] foi para o fundo de estabilização, criado em 2004. O fundo permitiu à Rússia pagar todos os débitos restantes da [[União Soviética]] no ano de 2005. No início de 2008, o fundo foi dividido entre o ''Fundo de Reserva'', estabelecido para proteger a Rússia de um possível choque da economia financeira, e o ''Fundo de Bem-Estar Nacional'', cujos lucros serão usados para uma reforma nos auxílios do governo.<ref name=":4" /> Contudo, a inflação continuou alta, tendo as estimativas de 2007 ultrapassado as dos anos anteriores e apresentando-se como um dos mais graves problemas econômicos da Rússia de Putin.<ref name=":4" />

==== Política religiosa ====
[[Imagem:Vladimir Putin 21 February 2001-2.jpg|miniatura|Putin com líderes religiosos da Rússia em 2001]]
O [[Budismo]], o [[Cristianismo Ortodoxo]], o [[Islamismo]] e o [[Judaísmo]], definidos pela lei como as religiões tradicionais da Rússia e parte da herança histórica da Rússia,<ref>{{citar livro|autor=Bell, I|título=Eastern Europe, Russia and Central Asia|url=https://books.google.com/?id=EPP3ti4hysUC&pg=PA47|acessodata=27-12-2007|isbn=978-1-85743-137-7|editora=Taylor & Francis|local=Londres|edição=3ª|ano=2002|página=47}}</ref> gozam de apoio estatal limitado na era Putin. A vasta construção e restauração de igrejas, iniciada na década de 1990, continuou sob Putin, e o estado permitiu o ensino religioso nas escolas (os pais têm a opção de que seus filhos aprendam os conceitos básicos de uma das religiões tradicionais ou ética secular). Sua abordagem na política religiosa foi caracterizada como um apoio às liberdades religiosas, mas também a tentativa de unificar diferentes religiões sob a autoridade do Estado. Na prática, o estado russo favorece a Igreja Ortodoxa Russa e pune e discrimina indivíduos e igrejas que se desviem da norma nacionalista, que é ditada pelo Estado.<ref>{{citar livro|sobrenome=Admiraal|nome=Beth|editor-sobrenome=Laruelle|editor-nome=Marlène|título=Russian Nationalism and the National Reassertion of Russia|editora=Routledge|local=Abingdon-on-Thames|ano=2009|páginas=203-217|capitulo=Cap, 11: A religion for the nation or a nation for the religion? Putin’s third way for Russia}}</ref>

Em 2012, foi homenageado em [[Belém (Palestina)|Belém]], na Palestina, e uma rua foi nomeada em seu nome após sua visita.<ref>{{citar web|url=http://www.abc.net.au/news/2012-06-27/bethlehem-street-named-after-putin/4094628|título=Bethlehem street named after Putin|publicado=Australian Broadcasting Corporation|data=27-06-2012|acessodata=22-06-2013}}</ref>

[[Imagem:Vladimir Putin in Tuva 2007-54.jpg|miniatura|Putin visitando a [[Tuva|República de Tuva]], na Sibéria, em 2007]]
Frequenta regularmente os eventos mais importantes da [[Igreja Ortodoxa Russa]] nos principais feriados cristãos ortodoxos. Consolidou um bom relacionamento com os [[Lista de metropolitas e patriarcas de Moscou|Patriarcas da Igreja Russa]], o falecido [[Aleixo II de Moscou]] e o atual [[Cirilo I de Moscou]]. Como Presidente, participou ativamente na promoção do Ato de Comunhão Canônica com o Patriarcado de Moscou, assinado em 17 de maio de 2007, que restabeleceu as relações entre a Igreja Ortodoxa Russa de Moscou e a [[Igreja Ortodoxa Russa no Exterior]] após o cisma de 80 anos.<ref>{{citar comunicado de imprensa|título=The President of Russia attended the ceremonial signing of the Act on Canonical Communion that was held in the Cathedral of Christ the Saviour|publicado=Embaixada da Rússia em Ottawa|data=17-05-2007|url=http://www.rusembcanada.mid.ru/pr2007/022.html|acessodata=02-10-2008|wayb=20081211074427|urlmorta=sim}}</ref>

O atual Patriarca Cirilo I é um aliado de longa data de Putin, e apoiou a expansão russa na Crimeia e no leste da Ucrânia.<ref>{{Citar web|ultimo=Smith|primeiro=Peter|url=https://apnews.com/article/russia-ukraine-putin-religion-europe-moscow-0670305be2e010e02a4e195ced2b7523|titulo=Moscow patriarch stokes Orthodox tensions with war remarks|data=2022-03-08|website=AP NEWS|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar periódico|url=https://www.reuters.com/article/us-ukraine-crisis-church-insight-idUSKCN0HV0MH20141006|titulo=How the Russian Orthodox Church answers Putin's prayers in Ukraine|data=2014-10-06|publicado=Reuters|ultimo=Baczynska|primeiro=Gabriela|último2=Heneghan|primeiro2=Tom|lingua=en}}</ref> Apesar de pedir a rápida restauração da paz, o Patriarca Cirilo I também se referiu aos adversários de Moscou na Ucrânia como "forças do mal", afirmando que "não devemos permitir que forças externas obscuras e hostis se riam de nós".<ref>{{Citar web|ultimo=AFP|url=https://twitter.com/afp/status/1497888319920824322|titulo=The head of the Russian Orthodox Church has called Moscow's opponents in Ukraine "evil forces", speaking on the fourth day of the Kremlin's invasion of its pro-Western neighbour|data=2022-02-27|website=Twitter|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.patriarchia.ru/en/db/text/5903803.html|titulo=Patriarch Kirill's address to the hierarchs, clergy, monastics, and faithful of the Russian Orthodox Church|data=24-02-2022|website=Patriarchate.ru|lingua=ru}}</ref>

Sob o comando de Putin, a [[Judaísmo chassídico|chassídica]] Federação das Comunidades Judaicas da Rússia tornou-se cada vez mais influente dentro da comunidade judaica, em parte devido à influência de empresários apoiados pela Federação mediados por suas alianças com Putin, notadamente [[Lev Leviev]] e [[Roman Abramovich]].<ref>{{citar web|último=Berman|primeiro=Phyllis|último2=Goldman|primeiro2=Lea|url=http://www.forbes.com/forbes/2003/0915/108_print.html|título=Cracked De Beers|data=15-03-2003|obra=Forbes|wayb=20030905120347|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|último=Mehlman|primeiro=Yossi|url=https://www.haaretz.com/2005-12-08/ty-article/no-love-lost/0000017f-dbcb-db5a-a57f-dbeb1af10000|título=No love lost|data=11-12-2005|obra=Haaretz}}</ref> De acordo com a [[Jewish Telegraphic Agency|JTA]], Putin é popular entre a comunidade judaica russa, que o vê como uma força para a estabilidade. O principal rabino da Rússia, Berel Lazar, disse que Putin "prestou grande atenção às necessidades de nossa comunidade e nos tratou com um profundo respeito".<ref>{{citar web|último=Krichevksy|primeiro=Lev|url=http://www.jpost.com/JewishWorld/JewishFeatures/Article.aspx?id=241225|título="In Putin's return, Russian Jews see stability". Jewish Telegraphic Agency|obra=The Jerusalem Post|data=10-10-2011|acessodata=22-06-2013}}</ref> Em 2016, Ronald S. Lauder, presidente do Congresso Judaico Mundial, também elogiou Putin por tornar a Rússia "um país onde os judeus são bem-vindos".<ref name="wjcrussiafight">{{citar web|url=http://www.worldjewishcongress.org/en/news/ronald-s-lauder-russias-fight-against-anti-semitism-isnt-just-good-for-jews--its-good-for-russia-as-well-11-2-2016|título=Ronald S. Lauder: Russia’s fight against anti-Semitism isn’t just good for Jews – it’s good for Russia as well|data=01-11-2016|website=World Jewish Congress}}</ref>

Organizações de direitos humanos e defensores da liberdade religiosa criticaram o estado da liberdade religiosa na Rússia. Em 2016, Putin supervisionou a aprovação de legislação que proibia a atividade missionária na Rússia.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.washingtonpost.com/news/acts-of-faith/wp/2016/09/20/missionaries-struggle-to-work-in-russia-under-new-law-that-bans-proselytizing/|titulo=Missionaries are struggling to work under new Russia law banning proselytizing|data=20-09-2016|publicado=Washington Post|ultimo=Chandler|primeiro=Michael A.|lingua=en-US|issn=0190-8286}}</ref> Grupos minoritários religiosos não violentos foram reprimidos ao abrigo de leis anti-extremismo, especialmente as [[Testemunhas de Jeová]].<ref>{{Citar web|ultimo=Reevell|primeiro=Patrick|url=https://abcnews.go.com/International/russias-mysterious-campaign-jehovahs-witnesses/story?id=78629389|titulo=Russia's mysterious campaign against Jehovah's Witnesses|data=18-07-2021|website=ABC News|lingua=en}}</ref>

==== Política de Direitos Humanos ====
{{Artigo principal|Direitos humanos na Rússia}}
A [[Human Rights Watch]] num relatório intitulado Laws of Attrition, de autoria de Hugh Williamson, diretor britânico da Divisão Europa & Ásia Central da HRW, afirma que desde Maio de 2012, quando Putin foi reeleito presidente, a Rússia promulgou muitas leis restritivas, iniciou inspeções a organizações não governamentais, assediou, intimidou e aprisionou ativistas políticos, e começou a restringir as críticas. As novas leis incluem a lei dos "agentes estrangeiros", que é largamente considerada como um exagero ao incluir organizações russas de direitos humanos que recebem algum financiamento internacional, a lei da traição, e a lei da assembleia que penaliza muitas expressões de dissidência<ref>{{citar web|url=https://www.hrw.org/report/2013/04/24/laws-attrition/crackdown-russias-civil-society-after-putins-return-presidency|titulo=Laws of Attrition -Crackdown on Russia’s Civil Society after Putin’s Return to the Presidency|data=24-04-2013|publicado=Human Rights Watch|lingua=en}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.hrw.org/news/2013/04/24/russia-worst-human-rights-climate-post-soviet-era|titulo=Russia: Worst Human Rights Climate in Post-Soviet Era|data=24-04-2013|publicado=Human Rights Watch|lingua=en}}</ref> Os ativistas dos direitos humanos criticaram a Rússia por censurar o discurso dos ativistas [[LGBT]] devido à "lei da propaganda ''gay''" e à crescente violência contra pessoas LGBT devido à lei.<ref>{{citar web|url=http://www.theguardian.com/world/2016/may/04/kyrgyzstan-lgbt-community-fear-attacks-russia|titulo='We'll cut off your head': open season for LGBT attacks in Kyrgyzstan|data=04-05-2016|publicado=The Guardian|autor=Andrew North|lingua=en}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.theguardian.com/world/2013/sep/01/russia-rise-homophobic-violence|titulo=Russian anti-gay law prompts rise in homophobic violence|data=01-09-2013|publicado=The Guardian|autor=Alec Luhn|lingua=en}}</ref><ref>{{citar web|url=https://slate.com/human-interest/2014/10/russian-lgbt-activists-on-the-effects-of-gay-propaganda-law.html|titulo=Arrests, Prosecutions, and Rainbow Paranoia: The Chilling Effects of Russia’s Anti-Gay Law|data=09-10-2014|publicado=Slate Magazine|autor=Joshua Keating|lingua=en}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.themoscowtimes.com/2015/09/14/russias-lgbt-youth-victimized-by-gay-propaganda-law-a49524|titulo=Russia's LGBT Youth Victimized by 'Gay Propaganda' Law|data=14-09-2015|publicado=The Moscow Times|lingua=en}}</ref>

Em 2020, Putin assinou uma lei sobre a rotulagem de indivíduos e organizações que recebem financiamento do estrangeiro como "agentes estrangeiros". A lei é uma expansão da legislação sobre "agentes estrangeiros" já adotada em 2012.<ref>{{citar web|url=https://www.themoscowtimes.com/2020/12/30/putin-signs-controversial-foreign-agent-law-expansion-a72524|titulo=Putin Signs Controversial ‘Foreign Agent’ Law Expansion|data=30-12-2020|publicado=The Moscow Times|lingua=en}}</ref><ref>{{citar web|ultimo=Odynova|primeiro=Alexandra|url=https://www.cbsnews.com/news/russia-vladimir-putin-ends-2020-laws-foreign-agents-limits-press-individual-freedoms/|titulo=Putin ends 2020 by tightening the legal noose on press and individual freedoms|data=31-12-2020|publicado=CBS News|lingua=en}}</ref> Assassinatos extrajudiciais e esquadrões da morte são comuns na Rússia, antes e depois de Putin.<ref>{{citar web|ultimo=Penketh|primeiro=Anne|url=http://www.independent.co.uk/news/world/europe/court-rules-against-russia-in-chechen-killing-454152.html|titulo=Court rules against Russia in Chechen killing|data=22-06-2007|publicado=The Independent|acessodata=01-02-2021|wayb=20110806071635|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar periódico|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/6163502.stm|titulo=Obituary: Alexander Litvinenko|data=24-11-2006|publicado=BBC News|lingua=en}}</ref> Vários assassinatos de jornalistas, oposicionistas e defensores dos direitos humanos, no país e no estrangeiro, foram atribuídos a figuras do topo da administração pública. Em 2003, o jornalista de investigação Yuri Schekochikhin morreu misteriosamente de doença, causando especulações sobre a sua morte, tais como envenenamento.<ref>{{citar web|ultimo=Sokolov|primeiro=Sergey|url=https://novayagazeta.ru/articles/2013/07/03/55342-my-stavim-tochku|titulo=Мы ставим точку10 лет назад умер Юрий Щекочихин. Мы знаем — это убийство, но доказать это теперь невозможно.Прокуратура сделала все, чтобы исчезли следы преступления|data=02-07-2013|publicado=Novaya Gazeta|lingua=ru}}</ref><ref>{{citar web|ultimo=Zeller|primeiro=Tom (Jr.)|url=https://thelede.blogs.nytimes.com/2006/11/20/from-russia-with-love/?scp=99&sq=russian%20apartment%20bombings&st=cse|titulo=From Russia With Love|data=20-11-2006|publicado=The New York Times}}</ref> Em 2003, o político liberal Sergei Yushenkov foi morto com três tiros pelas costas.<ref>{{citar web|url=https://www.irishtimes.com/news/opponent-of-putin-shot-dead-outside-his-flat-1.356097|titulo=Opponent of Putin shot dead outside his flat|data=18 de abril de 2003|acessodata=|publicado=The Irish Times|lingua=inglês}}</ref> Em 2006, em Londres, o oposicionista [[Alexander Litvinenko]] foi morto por envenenamento com [[Polônio|polónio-210]].<ref>{{citar web|url=https://www.bbc.com/news/magazine-33678717|titulo=Litvinenko: A deadly trail of polonium|data=28-07-2015|publicado=BBC News|lingua=en}}</ref> Um inquérito britânico concluiu que Putin tinha "provavelmente" aprovado o seu assassinato pelos agentes do [[Serviço Federal de Segurança|FSB]] (ex-[[KGB]]) Andrei Lugovoi (mais tarde deputado da [[Duma Federal|Duma]]) e Dmitry Kovtun. A utilização de polónio-210 era "no mínimo um forte indicador do envolvimento do Estado", uma vez que a substância só é obtida num reator nuclear, dizia o relatório.<ref>{{citar web|url=https://www.bbc.com/news/uk-35371344|titulo=Litvinenko inquiry: Key findings|data=21-01-2016|publicado=BBC News|lingua=en}}</ref> Em 2006, a jornalista de investigação [[Anna Politkovskaia]] foi morta a tiro no elevador da sua casa, no dia do aniversário de Putin.<ref>{{citar web|url=https://observador.pt/2014/06/09/politkovskaya-jornalista-sem-influencia-que-incomodava/|titulo=Politkovskaya: a jornalista “sem influência” que incomodava|data=09-06-2014|publicado=Observador|autor=Catarina Fernandes Martins}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.publico.pt/2006/10/07/portugal/noticia/jornalista-russa-anna-politkovskaia-encontrada-assassinada-em-moscovo-1272569|titulo=Jornalista russa Anna Politkovskaia encontrada assassinada em Moscovo|data=07-10-2006|publicado=Público}}</ref> Em 2009, o defensor dos direitos humanos Stanislav Markelov e a jornalista [[Anastasia Baburova]] foram mortos a tiros em Moscou.<ref>{{citar web|url=https://www.nytimes.com/2009/01/20/world/europe/20chechnya.html|titulo=Leading Russian Rights Lawyer Is Shot to Death in Moscow, Along With Journalist|data=19-01-2009|publicado=The New York Times|autor=Michael Schwirtz|lingua=en|issn=0362-4331}}</ref> Em 2015, o político da oposição [[Boris Nemtsov]] foi morto a tiro pelas costas perto do Kremlin<ref>{{citar web|url=https://www.publico.pt/2015/02/28/mundo/noticia/boris-nemtsov-um-dos-principais-opositores-de-putin-abatido-a-tiro-na-rua-1687625|titulo=Boris Nemtsov, um dos principais opositores de Putin, abatido a tiro na rua|data=28-02-2015|publicado=Público}}</ref> e Mikhail Lesin, fundador da [[RT (canal de televisão)|RT]] (Russia Today) foi encontrado morto num quarto de hotel em Washington em Novembro.<ref>{{Citar web|ultimo=Wilson|primeiro=Jeremy|url=https://www.businessinsider.com/list-of-people-putin-is-suspected-of-assassinating-2016-3|titulo=Here’s a list of Putin critics who've ended up dead|data=11-03-2016|website=Business Insider|lingua=en}}</ref> Em 2017, o jornalista Nikolay Andrushchenko foi espancado até à morte em [[São Petersburgo]].<ref>{{citar web|url=https://www.rferl.org/a/russia-journalist-andrushchenko-dies-severe-beating/28439320.html|titulo=Russian Journalist, Putin Critic Dies After Severe Beating|data=19-04-2017|publicado=RadioFreeEurope Radio LIberty|lingua=en}}</ref> No dia 4 de março de 2018, o antigo agente duplo [[Sergei Skripal]] foi envenenado com [[Novichok]] em [[Salisbury]], mas conseguiu sobreviver.<ref>{{citar web|ultimo=Dodd|primeiro=Vikram (e outros)|url=http://www.theguardian.com/uk-news/2018/mar/07/russian-spy-police-appeal-for-witnesses-as-cobra-meeting-takes-place|titulo=Sergei Skripal: former Russian spy poisoned with nerve agent, say police|data=2018-03-08|publicado=The Guardian|lingua=en}}</ref><ref>{{citar periódico|url=https://www.bbc.com/news/uk-44165718 |titulo=Ex-spy Sergei Skripal discharged after poisoning|data=2018-05-18|jornal=BBC News|lingua=en-GB}}</ref> Já no dia 12 de março, Nikolai Glushkov, também um crítico de Putin, foi estrangulado em Londres.<ref>{{citar web|url=https://www.bbc.com/news/uk-england-london-56695489|titulo=Nikolai Glushkov: Putin critic 'strangled in London home by third party'|data=2021-04-09|publicado=BBC News|lingua=en}}</ref> A 23 de Agosto de 2019, em Berlim, Zelimkhan Khangoshvili, um dissidente checheno, foi morto com dois tiros na cabeça por Vadim Krasikov, um agente do [[Serviço Federal de Segurança|FSB]]. O governo russo e o líder checheno [[Ramzan Kadyrov]] foram ambos ligados ao assassinato.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.thetimes.co.uk/article/chechen-leader-was-behind-berlin-assassination-of-zelimkhan-khangoshvili-v3wgb77hl|titulo=Chechen leader ‘was behind Berlin assassination’ of Zelimkhan Khangoshvili|data=06-12-2019|publicado=The Times|ultimo=Moody|primeiro=Oliver|lingua=en|issn=0140-0460}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.bellingcat.com/news/uk-and-europe/2019/09/27/new-evidence-links-russian-state-to-berlin-assassination/|titulo=New Evidence Links Russian State to Berlin Assassination|data=2019-09-27|publicado=Bellingcat|lingua=en-GB}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Oltermann|primeiro=Philip|url=https://www.theguardian.com/world/2021/dec/15/germany-convicts-russian-man-of-of-chechen-separatist|titulo=Berlin expels Russian diplomats after court rules Moscow ordered dissident’s murder|data=2021-12-15|website=the Guardian|lingua=en}}</ref>

Tem-se considerado que o [[Síndrome aguda da radiação|envenenamento radioativo]] de [[Alexander Litvinenko]] estava ligado às forças especiais russas do ex-KGB. Os agentes dos serviços secretos dos EUA e do Reino Unido alegam que os assassinos russos, alguns possivelmente por ordem de Putin, estão por detrás de pelo menos catorze assassinatos seletivos em pleno solo britânico que na altura a polícia não considerou suspeitos.<ref name=":13">{{citar web|ultimo=da Silva|primeiro=Chantal|url=https://www.independent.co.uk/news/uk/home-news/uk-police-evidence-russian-assassins-behind-14-suspicious-deaths-british-soil-boris-berezovsky-scot-young-alexander-litvinenko-theresa-may-vladimir-putin-a7793151.html|titulo=UK authorities 'overlooked' evidence linking Russia to deaths on British soil|data=17-06-2017|publicado=The Independent|lingua=en}}</ref> O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros [[Heiko Maas]] disse que havia "várias indicações" de que a Rússia estava por detrás do envenenamento de [[Alexei Navalny]] com [[Novichok]].<ref>{{Citar periódico |url=https://www.bbc.com/news/world-europe-55303703 |título=Alexei Navalny: Report names 'Russian agents' in poisoning case |data=2020-12-14 |periódico=BBC News |lingua=en-GB}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://www.bbc.com/news/world-europe-54012278 |título=Alexei Navalny: Two hours that saved Russian opposition leader's life |data=2020-09-03 |periódico=BBC News |lingua=en-GB}}</ref>

Em 2006, o governo russo aprovou leis autorizando os seus agentes (o [[Serviço Federal de Segurança|FSB)]] a matar "inimigos do Estado" no estrangeiro.<ref name=":13" /><ref>{{Citar web|ultimo=Finn|primeiro=Peter|url=https://web.archive.org/web/20150402200612/http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2006/12/11/AR2006121101434.html|titulo=In Russia, A Secretive Force Widens (1/2)|data=12 de Dezembro de 2006|website=The Washington Post (Arq. em WayBack Machine)}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Finn|primeiro=Peter|url=https://web.archive.org/web/20150701072223/https://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2006/12/11/AR2006121101434_2.html|titulo=In Russia, A Secretive Force Widens (2/2)|data=12 de Dezembro de 2006|website=The Washington Post (Arq. em WayBack Machine)}}</ref> A propósito do caso dos Skripal, o próprio Putin tinha sido bem claro, em declarações na televisão estatal: "Os traidores vão morrer. Confiai em mim.(…) vão sufocar com aquelas trinta moedas de prata que lhes foram dadas".<ref>{{citar livro|título=From Russia With Blood: The Kremlin´s Ruthless Assassination Program and Vladimir Putin´s Secret War on the Wes|ultimo=Blake|primeiro=Heidi|editora=Mulholland Books|local=Nova Iorque|ano=2019|capitulo=Introduction}}</ref>

Na Rússia de Putin, a psiquiatria está a tornar-se novamente uma ferramenta contra os dissidentes. Existem vários casos em que pessoas problemáticas para as autoridades russas foram presas em instituições psiquiátricas nos últimos anos.<ref>{{Citar web|ultimo=Murphy|primeiro=Kim|url=https://web.archive.org/web/20070927024321/http://fairuse.100webcustomers.com/fuj/latimes47.htm|titulo=Speak Out? Are You Crazy? - In a throwback to Soviet times, Russians who cross the powerful are increasingly hustled into mental asylums, rights activists say.|data=2007-09-27|website=Los Angeles Times (Arq. em WayBack Machine)}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2006/09/29/AR2006092901592.html |título=In Russia, Psychiatry Is Again a Tool Against Dissent |data=30 de Setembro de 2006 |periódico=Washington Post |ultimo=Finn |primeiro=Peter |lingua=en-US |issn=0190-8286}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Blomfield|primeiro=Adrian|url=https://web.archive.org/web/20071011142732/http://www.telegraph.co.uk/news/main.jhtml?xml=/news/2007/08/13/wasylum113.xml|titulo=Labelled mad for daring to criticise the Kremlin|data=14 de Agosto de 2007|website=The Telegraph (Arq. em WayBack Machine)}}</ref>

==== Política esportiva ====
[[Imagem:Vladimir Putin in Japan 3-5 September 2000-22.jpg|miniatura|Putin aplicando golpe de [[judô]]]]
Em 4 de julho de 2007, Putin viajou à [[Guatemala]] e discursou a delegados do [[Comitê Olímpico Internacional]] por conta da escolha da cidade russa de [[Sochi]] como a sede dos [[Jogos Olímpicos de Inverno de 2014]], cuja edição foi a primeira a realizar-se na Rússia. Em 2008, a cidade de [[Cazã]] venceu a escolha da cidade sede da [[Universíada de Verão de 2013]], e em 2 de dezembro de 2010, a Rússia foi escolhida a sede da [[Copa do Mundo FIFA de 2018]], outro evento que, pela primeira vez, aconteceu na Rússia entre 14 de junho e 15 de julho daquele ano.

Outros grandes eventos esportivos para que o país foi escolhido para sediar incluem o [[Grande Prêmio da Rússia]] de [[Fórmula 1]], em 2014, e o [[Campeonato Mundial de Hóquei no Gelo]] de 2016. Tanto em Sochi quanto em Kazan, a preparação para os eventos esportivos incluiram a modernização da infraestrutura inteira da cidade, não somente no campo esportivo, mas no [[transporte]], energia, [[comunicação]], [[habitação]] e serviços públicos.

A [[Dopagem Bioquímica|dopagem]] nos desportos russos é um problema significativo. O problema da dopagem russo recebeu uma atenção generalizada em Dezembro de 2014, quando a empresa de televisão alemã ARD o noticiou e o comparou com a da dopagem na RDA. Em Novembro de 2015, a Agência Mundial ''Anti-Doping'' (WADA) publicou um relatório que foi altamente crítico tanto à Agência Russa Anti-Doping (RUSADA) como à Federação Russa de Atletismo (VFLA).<ref>{{Citar web|autor=The Associated Press|url=https://www.nbcnews.com/news/world/ban-all-russian-track-athletes-world-anti-doping-agency-panel-n459791|titulo=Ban All Russian Track Athletes, World Anti-Doping Agency Panel Says|acessodata=2021-10-02|website=NBC News|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.theguardian.com/sport/2015/nov/09/wada-iaaf-russia-dick-pound-banned|titulo=Russia accused of ‘state-sponsored doping’ as Wada calls for athletics ban|data=2015-11-09|acessodata=2021-10-02|website=The Guardian|lingua=en}}</ref> No mesmo mês, a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) suspendeu temporariamente a Rússia de competições internacionais devido à dopagem generalizada.

"Método do Desaparecimento Positivo" foi o nome dado a um sofisticado esquema que transformou em negativas pelo menos 312 amostras positivas de vinte desportos, e que era diretamente controlado e supervisionado pelo Ministério dos Desportos da Rússia, com assistência de laboratórios em [[Sochi]] e [[Moscou]] e organismos governamentais como a FSB (nome atual da KGB).<ref>{{Citar periódico|url=https://www.nytimes.com/2016/06/18/world/europe/putin-russia-olympics-doping.html |titulo=Olympic Ban Adds to Russia’s Culture of Grievances|data=2016-06-17|acessodata=2021-10-02|jornal=The New York Times|ultimo=Kramer|primeiro=Andrew E.|lingua=en-US|issn=0362-4331}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Arribas|primeiro=Carlos|url=https://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/18/deportes/1468863237_248396.html|titulo=Assim a Rússia fazia desaparecer o doping positivo de seus melhores atletas|data=2016-07-19|acessodata=2021-10-02|website=El País Brasil}}</ref>

Putin afirmou que as alegações de dopagem contra os atletas de seu país faziam parte duma "política anti-Rússia" por parte do Ocidente.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.nytimes.com/2016/06/18/world/europe/putin-russia-olympics-doping.html |título=Olympic Ban Adds to Russia’s Culture of Grievances |data=2016-06-17 |acessodata=2023-10-07 |periódico=The New York Times |ultimo=Kramer |primeiro=Andrew E. |lingua=en-US |issn=0362-4331}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.dw.com/en/opinion-russias-parallel-universe/a-19319243|titulo=Opinion: Russia's parallel universe|data=09.06.2016|acessodata=2021-10-02|website=Deutsche Welle|lingua=en-GB}}</ref>

=== Política externa ===

==== Ex-Repúblicas Soviéticas ====
Uma série de [[revoluções coloridas]] nas ex-repúblicas soviéticas, nomeadas [[Revolução Rosa]] na [[Geórgia]] em 2003, [[Revolução Laranja]] na [[Ucrânia]] em 2004 e [[Revolução das Tulipas]] no [[Quirguistão]] em 2005, friccionaram as relações desses países com Rússia. Em dezembro de 2004, Putin criticou as revoluções Rosa e Laranja, dizendo: "Se tens revoluções permanentes, corres o risco de mergulhar o espaço pós-soviético em conflitos intermináveis".<ref>{{citar web|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/4122721.stm|titulo=Polish head rejects Putin attack|data=24-12-2004|publicado=BBC News|lingua=en}}</ref>
[[Ficheiro:Vladimir Putin 22 February 2008-1.jpg|miniaturadaimagem|Putin e o então Presidente da [[Geórgia]] [[Mikheil Saakashvili]] em 2008]]

Uma série de disputas econômicas entraram em erupção entre a Rússia e alguns vizinhos, como a proibição da importação russa do vinho da Geórgia. E em alguns casos, como os [[Disputa comercial pelo gás natural entre Rússia e Ucrânia|litígios de gás entre a Rússia e Ucrânia]], os conflitos econômicos afetaram outros países europeus, por exemplo, quando uma [[Disputa comercial pelo gás natural entre Rússia e Ucrânia em 2009|disputa de gás de janeiro de 2009 com a Ucrânia]] fez a empresa estatal russa [[Gazprom]] interromper suas entregas de gás natural à Ucrânia,<ref name=":02">{{citar web|url=https://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7240462.stm|titulo=Q&A: Russia-Ukraine gas row|data=20-01-2009|publicado=BBC News|lingua=en}}</ref> deixando uma série de países europeus, para quem a Ucrânia transita gás russo, com grave escassez de gás natural.<ref name=":02" />

Os planos da Geórgia e da Ucrânia para tornarem-se membros da [[Organização do Tratado do Atlântico Norte|OTAN]] causaram algumas tensões entre a Rússia e esses países.<ref>{{citar web|url=https://www.economist.com/europe/2013/11/23/playing-east-against-west|titulo=Playing East against West: The success of the Eastern Partnership depends on Ukraine|data=23-11-2013|publicado=The Economist|lingua=en}}</ref> Em 2010, a Ucrânia abandonou esses planos.<ref>{{citar web|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/10229626.stm|titulo=Ukraine's parliament votes to abandon Nato ambitions|data=03-06-2010|publicado=BBC News|lingua=en}}</ref> Putin alegadamente declarou em uma cúpula entre a OTAN e a Rússia em 2008 que, se a Ucrânia se unisse à OTAN, a Rússia poderia defender a anexação do leste ucraniano e da [[Crimeia]].<ref>{{citar web|url=http://www.kyivpost.com/news/nation/detail/91772/|titulo=After Russian Invasion of Georgia, Putin's Words Stir Fears about Ukraine|data=30-11-2010|publicado=Kyiv Post|wayb=20101202135718|urlmorta=sim|lingua=en}}</ref> No encontro disse ao [[Presidente dos Estados Unidos|presidente]] dos [[Estados Unidos]], [[George W. Bush]], que "a Ucrânia nem sequer é um país!" enquanto no ano seguinte Putin se referiu à Ucrânia como "[[Pequena Rússia]]".<ref>{{citar web|url=http://www.themoscowtimes.com/opinion/article/ukraine-is-putins-favorite-vassal/492096.html|titulo=Ukraine Is Putin's Favorite Vassal|data=25-12-2013|publicado=The Moscow Times|wayb=20131227024913|urlmorta=sim|lingua=en}}</ref> Após a [[Revolução Ucraniana de 2014|revolução ucraniana de 2014]] em março de 2014, a [[Adesão da Crimeia à Federação Russa|Federação Russa anexou a Crimeia]].<ref>{{citar web|url=https://www.theguardian.com/world/2014/mar/04/ukraine-crisis-russian-troops-crimea-john-kerry-kiev|titulo=Russian takeover of Crimea will not descend into war, says Vladimir Putin|data=04-03-2014|publicado=The Guardian|lingua=en}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.bloomberg.com/news/articles/2014-03-04/russia-calls-ukraine-intervention-legal-citing-yanukovych-letter|titulo=Russia Stays in Ukraine as Putin Channels Yanukovych Request|data=04-03-2014|lingua=en}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.thehindu.com/news/international/world/russian-parliament-approves-use-of-force-in-crimea/article5739708.ece|titulo=Russian Parliament approves use of army in Ukraine|data=01-03-2014|publicado=The Hindu|lingua=en}}</ref> Segundo Putin, isso foi feito porque "a Crimeia sempre foi e permanece sendo uma parte inseparável da Rússia".<ref>{{citar web|url=https://www.theguardian.com/world/video/2014/mar/18/vladimir-putin-annex-crimea-russia-ukraine-video|titulo=Vladimir Putin signs treaty for Russia to take Crimea from Ukraine – video|data=18-03-2014|publicado=The Guardian|lingua=en}}</ref> Após a anexação russa da Crimeia, disse que a Ucrânia inclui "regiões do sul histórico da Rússia" e "foi criada por capricho dos [[bolchevique]]s".<ref name=":12">{{citar web|url=http://www.cbsnews.com/news/russia-president-vladimir-putin-approves-draft-bill-to-annex-crimea-after-residents-vote-to-leave-ukraine/|titulo=Russia President Vladimir Putin signs treaty to annex Crimea after residents vote to leave Ukraine|data=18-03-2014|lingua=en}}</ref> Continuou a declarar que a derrota de fevereiro de 2014 do presidente ucraniano [[Víktor Yanukóvytch]] fora orquestrada pelo Ocidente como uma tentativa de enfraquecer a Rússia. "Os nossos parceiros ocidentais cruzaram uma linha, comportaram-se de forma grosseira, irresponsável e pouco profissional", disse Putin, acrescentando que as pessoas que chegaram ao poder na Ucrânia eram "[[Nacionalismo|nacionalistas]], [[Neonazismo|neonazistas]], [[Russofobia|russófobos]] e [[Antissemitismo|antissemitas]]".<ref name=":12" /> Em um discurso de julho de 2014, no meio de uma insurgência armada no leste da Ucrânia, Putin afirmou que usaria o "arsenal inteiro" da Rússia e "o direito à autodefesa" para proteger os [[russos]] fora da Rússia.<ref>{{citar web|url=http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/vladimir-putin/10951644/Has-Vladimir-Putin-blinked-over-Ukraine.html|titulo=Has Vladimir Putin blinked over Ukraine?|publicado=The Daily Telegraph|lingua=en}}</ref>

No final de agosto de 2014, afirmou: "As pessoas que têm suas próprias opiniões sobre a história e a [[História da Rússia|história do nosso país]] podem discutir comigo, mas parece-me que os povos russos e [[Ucranianos|ucraniano]] são praticamente um povo só".<ref>{{citar web|url=http://uk.reuters.com/article/2014/08/29/ukraine-crisis-putin-people-idUKL5N0QZ2QF20140829|titulo=Putin says Russians and Ukrainians 'practically one people'|data=29-08-2014|publicado=Reuters|lingua=en|wayb=20141217143800|urlmorta=sim}}</ref> Depois de fazer uma declaração semelhante no final de dezembro de 2015, Putin disse: "a cultura ucraniana, bem como a literatura ucraniana, certamente têm uma fonte própria".<ref>{{citar web|url=https://en.interfax.com.ua/news/general/314057.html|titulo=Putin: Ukrainian Literature Library must not be lost in any circumstances|data=26-12-2015|publicado=Interfax-Ukraine|lingua=en}}</ref>
[[Ficheiro:Eurasian Economic Union (orthographic projection) - Crimea disputed - no borders.svg|miniaturadaimagem|A [[União Econômica Eurasiática|União Eurasiática]] com os atuais membros: Rússia, [[Arménia|Armênia]], [[Bielorrússia]], [[Cazaquistão]] e [[Quirguistão]]]]
Em agosto de 2008, o presidente [[Georgianos|georgiano]] [[Mikheil Saakashvili]] tentou restaurar o controle sobre a região separatista de [[Ossétia do Sul]]. No entanto, o exército georgiano foi logo derrotado na resultante [[Guerra Russo-Georgiana|Guerra da Ossétia do Sul em 2008]], depois que as forças regulares russas entraram na Ossétia do Sul e depois na [[Geórgia]] propriamente dita, e também abriram uma segunda frente em outra província separatista da [[Abecásia]] junto às forças abecásias.<ref>{{citar web|url=http://www.heritage.org/research/RussiaandEurasia/wm2017.cfm|titulo=The Russian-Georgian War: A Challenge for the U.S. and the World|data=09-05-2009|publicado=The Heritage Foundation|lingua=en|wayb=20080813102538|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7551576.stm|titulo=Day-by-day: Georgia-Russia crisis|data=21-08-2008|publicado=BBC News|lingua=en}}</ref> Durante esse conflito, de acordo com o diplomata francês Jean-David Levitte, Putin pretendeu depor o presidente georgiano e declarou: "Vou pendurar Saakashvili pelas bolas".<ref>{{citar web|url=http://www.dailymail.co.uk/news/article-1085468/Putin-planned-topple-president-Georgia-hang-b---says-Nicolas-Sarkozys-chief-adviser.html|titulo=Putin planned to topple the president of Georgia and 'hang him by the b****', says Nicolas Sarkozy's chief adviser|data=14-11-2008|publicado=Daily Mail|lingua=en}}</ref>

Apesar das tensões existentes ou passadas entre a Rússia e a maioria das ex-repúblicas soviéticas, Putin seguiu a política de integração euro-asiática ([[eurasianismo]]). Putin endossou a ideia de uma [[União Econômica Eurasiática|União Eurasiática]] em 2011,<ref>{{citar web|url=http://www.america-russia.net/eng/geopolitics/288470359|titulo=New Integration Project for Eurasia – A Future That Is Being Born Today|data=03-10-2011|publicado=Izvestiya|lingua=en|wayb=20130604193552|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.izvestia.ru/news/502761|titulo=Новый интеграционный проект для Евразии – будущее, которое рождается сегодня|wayb=20111004124357|urlmorta=sim|lingua=ru}}</ref><ref>{{citar web|url=http://news.yahoo.com/russias-putin-says-wants-build-eurasian-union-222139037.html|titulo=Russia's Putin says wants to build "Eurasian Union"|data=03-10-2011|publicado=Yahoo! News|wayb=20111006174652|urlmorta=sim|lingua=en}}</ref> O conceito foi proposto pelo presidente do [[Cazaquistão]] em 1994.<ref>{{citar web|url=http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/asia/kazakhstan/8808500/Kazakhstan-welcomes-Putins-Eurasian-Union-concept.html|titulo=Kazakhstan welcomes Putin's Eurasian Union concept|data=06-10-2011|lingua=en}}</ref> Em 18 de novembro de 2011, os presidentes da [[Bielorrússia]], do Cazaquistão e da Rússia assinaram um acordo determinando o objetivo de estabelecer a União Eurasiática até 2015.<ref>{{citar web|url=http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-15790452|titulo=Russia sees union with Belarus and Kazakhstan by 2015|data=18-11-2011|lingua=en}}</ref> A União Eurasiana foi criada em 1 de janeiro de 2015.<ref>{{citar web|url=http://docs.eaeunion.org/en-us/Pages/DisplayDocument.aspx?s=bef9c798-3978-42f3-9ef2-d0fb3d53b75f&w=632c7868-4ee2-4b21-bc64-1995328e6ef3&l=540294ae-c3c9-4511-9bf8-aaf5d6e0d169&EntityID=3610|titulo=Ru-ru|data=09-04-2016|publicado=Eurasian Economic Union|lingua=en|wayb=20160417110445|urlmorta=sim}}</ref>

Em 24 de Fevereiro de 2022, Putin, num discurso televisionado, anunciou uma "[[Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022|operação militar especial]]" lançando uma invasão militar em grande escala da Ucrânia.<ref>{{Citar web|url=https://www.msn.com/en-us/news/world/russian-president-vladimir-putin-announces-military-assault-against-ukraine-in-surprise-speech/ar-AAUebpI|titulo=Russian President Vladimir Putin announces military assault against Ukraine in surprise speech|acessodata=2022-03-02|website=MSN|lingua=en-US|wayb=20220224033346|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.dw.com/en/russia-launches-massive-invasion-of-ukraine-as-it-happened/a-60893588|titulo=Russia launches massive invasion of Ukraine — as it happened|data=24-02-2022|website=DW|lingua=en-GB}}</ref>
[[Imagem:Vladimir Putin 21 February 2002-5.jpg|miniatura|direita|Vladimir Putin é o Comandante Supremo das [[Forças Armadas da Rússia|Forças Armadas da Federação Russa]]]]

==== OTAN e Estados Unidos ====
{{VT|Expansão da OTAN}}
As relações da Rússia com a [[Organização do Tratado do Atlântico Norte|OTAN]] e os [[Estados Unidos]] passaram por diversos passos. No primeiro mandato de Putin, as relações eram de cautela. Após os [[Ataques de 11 de setembro de 2001]], Putin apoiou os Estados Unidos na [[Guerra ao Terror]] — foi quando a oportunidade de uma parceria apareceu. Sob Putin, a Rússia modificou suas relações com os [[Estados Unidos]] e [[Reino Unido]], já que adotou uma postura mais independente, caracterizada pela política de não-intervenção, contrária à dos norte-americanos e britânicos.<ref>{{citar web|título=Putin makes direct plea to Americans over non-intervention in Syria|url=http://www.albawaba.com/news/putin-new-york-times-syria-520067|obra=Al Bawaba|acessadoem=2015-11-16}}</ref><ref>{{citar web|título=West in|url=http://www.timeslive.co.za/world/2011/03/21/west-in-mediaeval-crusade-on-gaddafi-putin|obra=Times LIVE|acessadoem=2015-11-16}}</ref>

Contudo, os Estados Unidos responderam com a [[Expansão da OTAN|expansão das áreas militarizadas da OTAN]] em direção das fronteiras russas, resultando no cancelamento unilateral do [[Tratado sobre Mísseis Antibalísticos]], o ABM, assinado em 1972 pelos então presidentes [[Leonid Brejnev|Brezhnev]] e [[Gerald Ford|Ford]]. De 2003 em diante, quando a Rússia foi contra a [[Guerra do Iraque]] e Putin tornou-se menos próximo do Ocidente em suas decisões, as relações continuaram a deteriorar-se. De acordo com o especialista [[:en:Stephen F. Cohen|Stephen Cohen]], a posição da imprensa [[norte-americana]], seguindo os passos da [[Casa Branca]], tornou-se profundamente anti-Putin, saturada de acusações que Putin seria o culpado de problemas que na realidade já afetavam a Rússia desde os anos 1990, e afirmando que Putin foi pessoalmente responsável pelo assassinato de vários opositores políticos, como a jornalista [[Anna Politkovskaia]] e o agente desertor do [[KGB]] em [[Londres]], [[Alexander Litvinenko]].<ref>{{citar web|título=America's Failed (Bi-Partisan) Russia Policy|url=http://www.huffingtonpost.com/stephen-f-cohen/us-russia-policy_b_1307727.html|obra=The Huffington Post|acessadoem=2015-11-17}}</ref>
[[Imagem:Barack Obama & Vladimir Putin at Putin's dacha 2009-07-07.jpg|miniatura|[[Barack Obama]] e Vladimir Putin em 2009]]

Em Fevereiro de 2007, na conferência anual da cidade de [[Munique]] sobre política de segurança, [[Discurso de Vladimir Putin em Munique em 2007|em seu discurso]], Putin criticou abertamente aquilo que chamou de monopólio de domínio dos [[Estados Unidos]] nas [[relações internacionais]], e o ''"uso excessivo de força nas relações internacionais"''. Também afirmou que o resultado disso é que ''"ninguém se sente seguro, porque ninguém é capaz de ver o [[Direito internacional]] como uma muralha capaz de proteger-nos. É claro que uma política deste tipo estimula uma [[corrida armamentista]]"''.<ref>{{citar web|url=https://en.wikipedia.org/wiki/Munich_Security_Conference|título=essa fonte veio da enwiki, mas não foi eu que a adicionei}}</ref> Nesse discurso, que ficou mundialmente conhecido pelo desafio feito à [[OTAN]] por parte da Rússia, país que chefiava o antigo [[Pacto de Varsóvia]], Putin pediu por uma ''"ordem mundial justa e democrática, que garanta segurança e prosperidade não a poucos, mas a todos"''. Suas afirmações foram recebidas com críticas por alguns delegados, como o ex-secretário da OTAN [[Jaap de Hoop Scheffer]], que chamou o discurso de ''"decepcionante e nada útil"''.<ref>{{Citar periódico|titulo=Putin's speech: Back to cold war|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/6350847.stm|jornal=BBC|data=2007-02-10}}</ref>

Putin se opôs publicamente aos planos dos Estados Unidos em criar um escudo de mísseis na [[Europa]] e, em 7 de junho de 2007, apresentou ao presidente [[George W. Bush]] uma contraproposta, pela modernização e compartilhamento da estação de radar de [[Qabala (rayon)|Qabala]], no [[Azerbaijão]], em vez da construção de um novo sistema na [[República Tcheca]], de acordo com os planos de Bush. Putin disse que não seria necessário aplicar mísseis interceptores na [[Polônia]], já que seria melhor situar os mísseis na [[Turquia]], membro da OTAN, ou no [[Iraque]]. Putin sugeriu o envolvimento de todos países europeus interessados no projeto. A proposta foi recusada. A Rússia suspenderia a sua participação no ''Tratado das Forças Armadas Convencionais Europeias'' em 11 de dezembro de 2007.<ref>{{citar web|url=http://afp.google.com/article/ALeqM5hM6ii1jZ7sJORsbdQRQXezRVBd9Q|título=Russia walks away from CFE arms treaty|data=11-07-2007|acessodata=2012-12-30|wayb=20130509051710|urlmorta=sim}}</ref>

Vladimir Putin também se opôs fortemente à secessão de [[Kosovo]] da [[Sérvia]]. Disse que qualquer apoio a esse ato seria "imoral" e "ilegal". Descreveu a declaração de independência de Kosovo como um evento terrível que atingirá o [[Ocidente]] "na cara". Ainda afirmou que os acontecimentos em Kosovo destruirão todo o sistema de relações internacionais, desenvolvido através de séculos.<ref>{{citar web|url=http://www2.irna.ir/en/news/view/menu-239/0802233413164912.htm|título=EU's Solana rejects Putin's criticism over Kosovo's independence|data=26-02-2008|publicado=Irna.ir|acessodata = 2012-12-30|wayb=20080226194531|urlmorta=sim}}</ref>

Em 2014, em meio à crise política na [[Ucrânia]], Putin considerou uma intervenção militar na [[Crimeia]], cuja maioria da população é russa e aonde o presidente deposto, [[Viktor Yanukovich]], seu aliado, havia fugido. Além disso, homens armados não identificados a favor da Rússia haviam tomado prédios públicos e aeroportos da região, onde se localiza a frota marítima russa do [[Mar Negro]]. Em 1 de março, o [[Soviete da Federação]] aprovou a ação militar, enviando 2 000 homens à região, após apelo do primeiro-ministro. A chefe do Soviete, [[Valentina Matvienko]], afirmou que ''"“a Rússia não pode ficar indiferente ao fato de as vidas dos russos na Crimeia estarem em perigo”''. Em [[Donetsk]], outra cidade de maioria russa, milhares de cidadãos saíram às ruas para apoiar a Rússia.<ref>{{citar web|título = Putin pede que Parlamento aprove envio de tropas russas à Ucrânia|url=http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/03/140301_putin_tropas_ucrania_dg.shtml|obra=BBC Brasil|acessadoem=2015-11-19}}</ref><ref>{{citar web|título=Primeiro-ministro da Crimeia apela a Putin para "garantir a paz"|url=http://www.publico.pt/mundo/noticia/primeiroministro-da-crimeia-apela-a-putin-para-garantir-a-paz-1626698|obra=PÚBLICO|acessadoem=2015-11-19}}</ref> O presidente americano, [[Barack Obama]], entretanto, alertou Putin com relação aos riscos dessa invasão.<ref name=":5" />
[[Imagem:Vladimir Putin & Donald Trump in Helsinki, 16 July 2018 (4).jpg|miniatura|Delegações dos EUA, chefiada por Donald Trump e da Rússia chefiada por Putin, durante a [[Cúpula Estados Unidos-Rússia]] ([[Helsinque]], 16 de julho de 2018)]]

Com a tragédia do [[Voo Malaysia Airlines 17]], abatido na Ucrânia, o governo russo foi acusado de entregar armamentos avançados aos rebeldes separatistas e fornecer treinamento para que eles usassem esses equipamentos.<ref>{{citar web|título=Acidente aéreo na Ucrânia deve endurecer postura dos EUA contra Rússia|url=http://www.portugues.rfi.fr/geral/20140718-linha-direta|obra=RFI|acessadoem=2015-11-19|wayb=20140727080328|urlmorta=sim}}</ref> Putin negou que seu governo estivesse apoiando os separatistas e afirmou que as acusações eram precipitadas.<ref>{{citar web|título = Rússia nega envolvimento em queda do avião na Ucrânia|url=http://noticias.r7.com/internacional/russia-nega-envolvimento-em-queda-do-aviao-na-ucrania-18072014|obra=R7|acessadoem=2015-11-19}}</ref> Ele também afirmou que iria exigir que os separatistas permitissem o acesso de especialistas internacionais ao local da queda do avião. O presidente russo ainda declarou que "ninguém deveria e ninguém tem o direito de usar esta tragédia para atingir fins políticos próprios", completou dizendo que "tais eventos não deveriam separar as pessoas, mas uni-las".<ref>{{citar web|título=ONU pede cessar-fogo para investigação de queda de avião no Leste da Ucrânia|url=http://oglobo.globo.com/mundo/onu-pede-cessar-fogo-para-investigacao-de-queda-de-aviao-no-leste-da-ucrania-13323571|obra=O Globo|acessadoem=2015-11-19}}</ref>

Integrantes do governo estadunidense acusaram-no de liderar a [[interferência russa na eleição presidencial nos Estados Unidos em 2016]], contra [[Hillary Clinton]] e a favor da candidatura de [[Donald Trump]], alegação que tanto Trump quanto Putin frequentemente negam e criticam.<ref>{{citar web|url=https://www.latimes.com/politics/washington/la-na-essential-washington-updates-putin-russian-meddling-claims-lack-1496416198-htmlstory.html|titulo=Putin says claims of Russian meddling in U.S. election are 'just some kind of hysteria'|data=02-06-2017|acessodata=11-06-2019|publicado=The Los Angeles Times|ultimo=Ayres|primeiro=Sabra|lingua=en}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.factcheck.org/2018/02/words-trump-russian-meddling/|título=In His Own Words: Trump on Russian Meddling|autor=Eugene Kiely e D'Angelo Gore|data=19-02-2018|publicado=FactCheck.org|acessodata=11-06-2019|lingua=en}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.politifact.com/truth-o-meter/statements/2018/feb/19/donald-trump/donald-trump-falsely-denies-he-denied-russian-medd/|titulo=Donald Trump falsely says he never denied Russian meddling|data=19-02-2018|acessodata=11-06-2019|publicado=PolitiFact|ultimo=Greenberg|primeiro=Jon|lingua=en}}</ref> Antes de depor perante um comitê do [[senado dos Estados Unidos]], criado para investigar tal interferência, [[Victoria Nuland]], ex-[[embaixador]]a dos EUA na [[OTAN]], descreveu a si mesma como "''um alvo rotineiro de ''[[medidas ativas]]'' russas".<ref>{{citar web|URL=https://www.c-span.org/video/?447328-1/obama-administration-officials-testify-russia-election-interference#Victoria&start=772|título=Russia Election Interference|data=20-06-2018|publicado=C-SPAN|acessodata=11-06-2019|lingua=en}}</ref>

Em 30 de Setembro de 2022, Vladimir Putin fez um discurso sobre a situação de anexação das províncias de ''Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Khérson:''<ref>{{Citar web|ultimo=Putin|primeiro=Vladimir|url=https://novaresistencia.org/2022/09/30/o-discurso-de-vladimir-putin-a-verdade-esta-conosco-e-atras-de-nos-esta-a-russia/|titulo=O discurso de Vladimir Putin: A verdade está conosco, e atrás de nós está a Rússia!|data=2022-09-30|acessodata=2022-10-01|website=Nova Resistência}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://en.kremlin.ru/events/president/news/69465|titulo=Signing of treaties on accession of Donetsk and Lugansk people's republics and Zaporozhye and Kherson regions to Russia|acessodata=2022-10-01|website=President of&nbsp;Russia|lingua=en}}</ref><blockquote>É sem dúvida um direito deles, um direito inerente selado no artigo 1 da [[Carta das Nações Unidas]], que declara diretamente o princípio de igualdade de direitos e autodeterminação dos povos.

Repito, é um direito inerente do povo. É baseado em nossa afinidade histórica, e é esse direito que levou gerações de nossos antecessores, aqueles que construíram e defenderam a Rússia durante séculos desde o período da Antiga Rus, à vitória.

Aqui em Novorossiya, Rumyantsev, Suvorov e Ushakov travaram suas batalhas, e Catarina a Grande e [Grigory] Potyomkin fundaram novas cidades. Nossos antepassados lutaram aqui até o amargo fim durante a Grande Guerra Patriótica.</blockquote>

==== Reino Unido ====
Em meados dos anos 2000, a crise que se emergiu nas relações entre Rússia e [[Reino Unido]] originou-se da decisão britânica em oferecer asilo político ao inimigo político de Putin, o [[Oligarcas russos|oligarca]] [[Boris Berezovski]], em 2003.<ref name=":6">{{citar web|título=Brown Defends Russian Expulsions, Decries Killings|url=http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=newsarchive&sid=ajvS9NfMW2EE&refer=uk|obra=Bloomberg|acessadoem=2015-11-19|wayb=20121020152307|urlmorta=sim}}</ref> O [[Reino Unido]] também ofereceu asilo político a diversos cidadãos fugitivos da Rússia, como o líder rebelde da [[Chechênia]], [[Akhmed Zakayev|Akhmed Zakaiev]].
[[Imagem:Vladimir Putin at the Millennium Summit 6-8 September 2000-19.jpg|miniatura|Putin participando do [[Conselho de Segurança da ONU]]]]

[[Imagem:Vladimir Putin with Tony Blair-12.jpg|miniatura|direita|Putin e o [[Primeiro-ministro do Reino Unido|primeiro-ministro britânico]] [[Tony Blair]], no ano 2000]]
Em 2006, descobriu-se que o Reino Unido estava espiando a Rússia através de uma rocha falsa, localizada na rua e contendo equipamentos eletrônicos que permitiam a diplomatas britânicos receber e transmitir informações. O serviço secreto russo, o [[FSB]], ligou a pedra a alegações de que os britânicos estariam fazendo pagamentos secretos a grupos de defesa dos [[direitos humanos]], e no mesmo ano em que Putin introduziu uma lei que restringia as [[ONG]]s russas de defesa dos direitos humanos de receber dinheiro do exterior. O resultado foi o fechamento de diversas ONGs.<ref>{{citar web|título=UK spied on Russians with fake rock|url=http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-16614209|obra=BBC News|acessadoem=2015-11-19}}</ref> Em 2006, a oposição liberal da Rússia acusou o FSB de ter plantado a rocha espiã,<ref>{{citar web|título=Британия признала наличие шпионского камня, существование которого считали фантазией спецслужб - Первый канал|url=http://www.1tv.ru/news/polit/197091|obra=www.1tv.ru|acessadoem = 2015-11-19}}</ref> mas em 2012, [[:en:Jonathan Powell (Labour adviser)|Jonathan Powell]], ex-assessor do primeiro-ministro britânico [[Tony Blair]], confirmou que a história da rocha era verdadeira.<ref name=":7">{{citar web|título=Litvinenko's father apologises for accusing Russia - BBC News|url=http://www.bbc.com/news/world-europe-16859830|obra=BBC News|acessadoem=2015-11-19|língua=en-GB}}</ref>

O fim de 2006 deixou as relações ainda mais tensas entre os dois países, com a morte do ex-agente fugitivo do [[KGB]], [[Alexander Litvinenko]], envenenado por [[polônio]] em [[Londres]]. [[Andrei Nekrasov]] e Alexander Goldfarb, que também é chefe de uma fundação comandada por [[Boris Berezovski|Berezovski]], fizeram queixas contraditórias de que Litvinenko teria ditado um testamento ao seu advogado — ou concordado com um testamento feito por Goldfarb — no qual Putin era acusado diretamente de seu assassinato.<ref>{{Citar periódico|titulo=In full: Litvinenko statement|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/6180262.stm|jornal=BBC|data=2006-11-24}}</ref> Críticos duvidaram que Litvinenko seja o verdadeiro autor do testamento mostrado.<ref>{{citar web|url=http://izvestia.ru/investigation/article3098756/?print|título=Страница не найдена|wayb=20070930230523|urlmorta=sim}}</ref> Quando questionado sobre as supostas acusações de Litvinenko, Putin disse que um testamento escrito após a morte do autor ''"por si só não merece comentários"'', e apresentou sua convicção de que toda a história foi usada para fins políticos.<ref>{{citar web|título=Ex-spy's death should not be used for provocation - Putin|url=http://sputniknews.com/russia/20061124/55967399.html|obra=Sputnik News|acessadoem=2015-11-19}}</ref> Em 2012, quando a viúva de Litvinenko admitiu que seu marido trabalhara para o [[serviço secreto]] [[britânico]], o pai de Litvinenko disse que os serviços secretos [[russos]] tinham o direito de executar traidores, e lamentou a participação do filho ''"na obscura campanha contra a Rússia em geral e o presidente Putin em particular"''.<ref name=":7" />

Em 2007, a crise terminou com a expulsão de quatro cônsules russos do Reino Unido, devido à Rússia ter recusado o pedido de [[Extradição|extraditar]] do ex-guarda-costas do KGB Andrei Lugovoi, para que fosse julgado no Reino Unido por seu envolvimento no assassinato de Litvinenko.<ref name=":6" /> A constituição russa proíbe a extradição de cidadãos russos a outros países. Como represália ao ato [[britânico]], a Rússia expulsou diplomatas britânicos e anunciou que suspenderia a emissão de vistos para autoridades britânicas e congelaria a cooperação contra o [[terrorismo]], em resposta à suspensão dos contatos britânicos com o [[Serviço Federal de Segurança|FSB]]. Mais tarde, Lugovoi tornar-se-ia um deputado na [[Duma Federal]], ganhando imunidade contra processos na Rússia. Em 10 de dezembro de 2007, o embaixador britânico em [[Moscou]], Tony Brenton, reagiu dizendo que ''"é uma pena que um homem acusado de um assassinato ganhe privilégios políticos. Não faz nada bem à Rússia ter Lugovoi no parlamento, isso torna tudo ainda mais suspeito"''. No mesmo dia, a Rússia pediu ao ''[[British Council]]'' que parasse suas atividades no país.<ref>{{Citar periódico|titulo = Russia suspends British Council regional offices|url=http://www.reuters.com/article/2007/12/13/us-russia-britain-council-idUSL1288433020071213|jornal=Reuters|data=2007-12-13|wayb=20151119072306|urlmorta=sim}}</ref>

==== América Latina ====
Putin e seu sucessor, Dmitri Medvedev, mantiveram boas relações com a [[Venezuela]] de [[Hugo Chávez]], muito provavelmente por conta do comércio de material bélico — desde 2005 a Venezuela comprava mais de quatro bilhões de [[dólar]]es em armamentos da Rússia.<ref>{{citar web|url=http://www.france24.com/en/20080925-russia-nuclear-putin-chavez-nuclear-energy|título=Russia forges nuclear links with Venezeula|obra=France 24|acessodata=2015-02-28|wayb=20131110051027|urlmorta=sim}}</ref> Em Setembro de 2008, a Rússia enviou bombardeiros [[Tupolev Tu-160]] à Venezuela.<ref>{{Citar periódico|titulo=Russian bombers land in Venezuela|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/7609577.stm|jornal=BBC|data=2008-09-11}}</ref>

=== Oriente Médio ===
==== Líbia ====
[[Imagem:Vladimir Putin with Muammar Gaddafi-2.jpg|miniatura|direita|Putin com o líder líbio [[Muammar Gaddafi]]. Os dois líderes pretendiam estabelecer um grupo alternativo de países produtores de petróleo]]

Com o início da [[Guerra Civil Líbia (2011)|Guerra Civil Líbia]], Putin condenou as intervenções militares do país, considerando a resolução da [[Organização das Nações Unidas|ONU]] como ''"defeituosa e falha"'', declarando que ela ''"permite tudo e faz lembrar as [[Cruzadas]] medievais".''<ref>{{citar web|título=Putin: Military Intervention In Libya Resembles 'Crusades'|url=https://www.huffpost.com/entry/putin-libya-intervention_n_838293|obra=The Huffington Post|acessadoem=2015-11-19}}</ref> Durante todo o episódio, Putin condenou as medidas tomadas pela [[OTAN]]. Ao saber da morte de Gaddafi, Putin denominou o ato como um ''"homicídio planejado"'', questionando ''"Eles mostraram ao mundo todo como Gadaffi fora morto. Havia sangue por todos os lados. É isso que eles chamam de [[Democracia]]?".''<ref>{{citar web|título = Vladimir Putin Blames US Drones For Gaddafi Death, Slams John McCain|url=http://www.mediaite.com/online/vladimir-putin-blames-us-drones-for-gaddafi-death-slams-john-mccain/|obra=Media ITE|acessadoem=2015-11-19|wayb=20120104145441|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{Citar periódico|titulo=Putin claims U.S. planned murder of Gadhafi|url=http://www.canada.com/ottawacitizen/news/world/story.html?id=883c4e8f-cd01-4705-b446-fe9c72d3a291|jornal=Canada.com|acessodata=2013-06-12|wayb=20131020152422|urlmorta=sim}}</ref>

==== Síria ====
Segundo o correspondente Dmitri Trenin, do ''[[New York Times]]'', entre 2000 e 2010, a Rússia de Putin vendeu cerca de [[Dólar dos Estados Unidos|US$]] 1,5 bilhão de dólares em armamentos para a [[Síria]], fazendo de [[Damasco]] o sétimo maior cliente de [[Moscou]].<ref>{{Citar periódico|titulo=Why Russia is willing to sell arms to Syria|url=http://www.csmonitor.com/World/Europe/2012/0119/Why-Russia-is-willing-to-sell-arms-to-Syria|jornal=Christian Science Monitor|issn=0882-7729|primeiro=Fred|ultimo=Weir}}</ref> Durante toda a [[Guerra Civil Síria|Revolução Síria]], a Rússia ameaçou vetar quaisquer sanções contra o governo sírio, continuando a vender armas para o governo de [[Bashar Al-Assad]]. Putin se opôs contra qualquer intervenção estrangeira. Em [[Paris]], no dia 1 de junho de 2012, rejeitou a declaração do presidente [[François Hollande]], exigindo que Assad se retirasse. Putin propagou o discurso governista do governo de Assad de que os militantes contrários ao regime eram muito mais responsáveis pelo banho de sangue do que as próprias forças sírias e adeptos do governo. Putin questionou: ''"Quantas pessoas pacíficas terão sido mortas pelos ditos militantes? Vós contastes? Há ainda centenas de vítimas."'' Ele também se posicionou a respeito das antigas intervenções da [[OTAN]] e os seus resultados, questionando novamente: ''"O que está acontecendo na [[Líbia]], no [[Iraque]]? Eles se tornaram mais seguros? O que eles estão planejando? Ninguém o sabe".'' Apesar disso, ele ofereceu a renúncia do presidente em troca da pacificação do país com uma transição controlada em 2012.<ref>{{citar web|título=Russia Open to Syria Transition in Shift Away From Assad|url=http://www.bloomberg.com/news/articles/2012-06-06/russia-open-to-syria-transition-in-shift-away-from-assad|obra=Bloomberg|acessadoem=2015-11-19|primeiro=Flavia|último=Krause-Jackson}}</ref><ref>{{citar web|título=West 'ignored Russian offer in 2012 to have Syria's Assad step aside'|url=http://www.theguardian.com/world/2015/sep/15/west-ignored-russian-offer-in-2012-to-have-syrias-assad-step-aside|obra=the Guardian|acessadoem=2015-11-19|primeiro=Julian|último=Borger}}</ref>

Em 17 de junho de 2013, na cúpula do [[G8]] na [[Irlanda do Norte]], Putin encontrou-se com o colega americano [[Barack Obama]]. O presidente dos EUA afirmou que os dois teriam visões diferentes sobre a guerra civil na [[Síria]], mas compartilham do interesse em parar a violência e garantir que armas químicas não sejam usadas. Obama também afirmou que as equipes americanas e russas estariam trabalhando por uma conferência de paz sobre a Síria, que se deveria passar na [[Suíça]]. O presidente americano também convidou Putin a avançar no diálogo com o [[Irã]], criticado pelos EUA e apoiado pela Rússia, após a eleição do candidato moderado [[Hassan Rohani]].<ref>{{citar web|título=Obama e Putin dizem ter 'visões diferentes' sobre a guerra na Síria|url=http://g1.globo.com/revolta-arabe/noticia/2013/06/obama-e-putin-tem-visoes-diferentes-sobre-guerra-siria-diz-americano.html|obra=G1|acessadoem=2015-11-19}}</ref>

== Ideologia ==
[[File:2019 Cerimônia de Encerramento do Fórum Empresarial do BRICS - 49061272263.jpg|thumb|Vladimir Putin e o presidente do [[Brasil]], [[Jair Bolsonaro]], em 2019]]
Em termos de&nbsp;preferências políticas,&nbsp;cientistas políticos e jornalistas classificam Vladimir Putin como&nbsp;um [[conservadorismo|conservador]],<ref>{{Citar web|url=https://www.bbc.com/russian/russia/2013/12/131212_putin_address_analysis|titulo=Путин определился с идеологией - он консерватор|data=2013-12-12|acessodata=2023-09-12|website=BBC News Русская служба|lingua=ru}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://gefter.ru/archive/12530|titulo=В голове Владимира Путина|acessodata=2023-09-12|website=Михаил Гефтер|lingua=ru-RU}}</ref> embora um dos principais portais de notícias do mundo,&nbsp;[[Business Insider]], acredite que Vladimir Putin não é um conservador, mas&nbsp;um verdadeiro político&nbsp;que é guiado unicamente pelos seus próprios interesses e não por princípios morais ou ideológicos.<ref>{{Citar web|url=https://russian.rt.com/inotv/2013-12-18/Business-Insider-Putin---ne|titulo=Business Insider: Путин - не консерватор. Он - «реальный политик»|data=2013-12-18|acessodata=2023-09-12|website=ИноТВ}}</ref>

Entre os filósofos e historiadores citados por Putin, há predominantemente conservadores de direita:&nbsp;[[Ivan Ilyin]],&nbsp;[[Konstantin Leontiev]],&nbsp;[[Lev Gumilev]],&nbsp;[[Nikolai Berdiaev]],&nbsp;[[Nikolai Karamzin]],&nbsp;[[Dmitri Mendeleiev]],&nbsp;[[Vladimir Solovyov]].&nbsp;O filósofo favorito de Putin se chama [[Ivan Ilyin]], um crítico consistente do poder [[comunismo|comunista]] na [[Rússia]]. O filósofo Michel Elchaninov caracterizou as principais características da visão de mundo de Putin como o conservadorismo, a teoria antiocidental de um "caminho russo" especial e o&nbsp;[[eurasianismo]].

O próprio Putin em 2011 e 2013 se autodenominou um "conservador não-comunista"&nbsp;e&nbsp;um pragmático&nbsp;com&nbsp;tendência&nbsp;conservadora, em 2014 ele se considerou um&nbsp;[[liberalismo|liberal]]<ref>{{Citar web|url=https://www.rbc.ru/politics/19/01/2014/570416189a794761c0ce5bf4|titulo=В.Путин подтвердил, что он "настоящий либерал"|data=2014-01-19|acessodata=2023-09-12|website=РБК|lingua=ru}}</ref> e se autodenominou "o maior&nbsp;[[nacionalismo|nacionalista]]&nbsp;da Rússia"<ref>{{Citar web|url=https://www.vedomosti.ru/politics/news/2014/10/24/putin-ya-samyj-bolshoj-nacionalist-v-rossii|titulo=Путин: Самый большой националист в России - это я|data=2014-10-24|acessodata=2023-09-12|website=Ведомости|lingua=ru}}</ref>&nbsp;(em 2018, acrescentando "o nacionalista mais correto e eficaz" na Rússia<ref>{{Citar web|url=https://www.rbc.ru/politics/18/10/2018/5bc887819a79471a48978647|titulo=Путин назвал себя самым эффективным националистом|data=2018-10-18|acessodata=2023-09-12|website=РБК|lingua=ru}}</ref>). numa das suas entrevistas televisivas em 2022, ele afirmou que vê o seu objetivo como "a unificação do povo russo".<ref>{{Citar web|url=https://www.dw.com/ru/putin-obvinil-zapad-v-stremlenii-rastasit-istoriceskuu-rossiu/a-64210109|titulo=Путин обвинил Запад в стремлении "растащить Россию" – DW – 25.12.2022|acessodata=2023-09-12|website=dw.com|lingua=ru}}</ref>&nbsp;Segundo Peskov, Putin é cético e "sem otimismo" em relação&nbsp;à [[monarquia]]<ref>{{Citar web|url=https://www.vedomosti.ru/politics/news/2017/03/15/681255-peskov-putin-monarhiyu|titulo=Песков: Путин относится к монархии без оптимизма|data=2017-03-15|acessodata=2023-09-12|website=Ведомости|lingua=ru}}</ref>&nbsp;- o próprio Putin disse em 2016 que sempre gostou de&nbsp;ideias&nbsp;[[socialismo|socialistas]].<ref>{{Citar web|url=https://www.vedomosti.ru/politics/news/2016/01/25/625382-putin-kommunisticheskie-idei|titulo=Путин: Мне до сих пор нравятся коммунистические идеи, я не выбрасывал партбилет|data=2016-01-25|acessodata=2023-09-12|website=Ведомости|lingua=ru}}</ref>

Putin falou duramente sobre os resultados das atividades e ideias do líder da [[Revolução de Outubro]], [[Vladimir Lenin]], acusando-o de destruir a [[Império Russo|Rússia histórica]].<ref>{{Citar web|url=https://www.rbc.ru/rbcfreenews/5dfb4c919a79470a42e53bb1|titulo=Путин ответил на вопрос о выносе тела Ленина из Мавзолея|data=2019-12-19|acessodata=2023-09-12|website=РБК|lingua=ru}}</ref> Ao mesmo tempo, o período de centralização do poder por [[Stalin]] é percebido positivamente por Putin, mesmo apesar da dureza das repressões de Stalin que ele não nega.<ref>{{Citar web|ultimo=Magazine|primeiro=Smithsonian|ultimo2=Cohen|primeiro2=Richard|url=https://www.smithsonianmag.com/history/vladimir-putins-rewriting-of-history-draws-on-a-long-tradition-of-soviet-myth-making-180979724/|titulo=Vladimir Putin's Rewriting of History Draws on a Long Tradition of Soviet Myth-Making|acessodata=2023-09-12|website=Smithsonian Magazine|lingua=en}}</ref> Putin se opôs à demonização do [[stalinismo]], no entanto, de acordo com Alexei Venediktov , "Putin não é um stalinista, e ele não gosta de Stalin", e da Rússia monarcas ele considera [[Catarina II da Rússia|Catarina II]] a mais agradável. Em dezembro de 2019, Putin dedicou vários discursos em fóruns internacionais e russos à questão da responsabilidade ocidental pela eclosão da [[Segunda Guerra Mundial]], que equiparou os crimes de comunismo de Stalin ao [[nazismo]].

Em 9 de junho de 2022, Putin comparou-se a [[Pedro I da Rússia]] e chamou a "devolução dos territórios" de objetivo da Rússia.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.bbc.com/russian/news-61749842 |título=Путин сравнил себя с Петром I и назвал своей задачей возвращение территорий |acessodata=2023-09-12 |periódico=BBC News Русская служба |lingua=ru}}</ref>
== Vida pessoal ==
=== Família ===
[[Imagem:Vladimir Putin wedding-2.jpg|miniatura|direita|Vladimir Putin casando-se com sua esposa [[Lyudmila Putina|Ludmila]]]]
Putin foi casado com [[Lyudmila Putina|Ludmila Putina]], que conheceu na universidade. Putin e Ludmila viveram na [[Alemanha]] entre 1985 e 1990. Pouco antes de voltar à [[União Soviética]], houve rumores que Putin estaria envolvido com uma espiã alemã, e teria inclusive deixado uma criança para trás. Em 6 de junho de 2013, Putin e Ludmila anunciaram o divórcio ao vivo pela televisão russa.<ref>{{citar web|título=Rússia: Casal Putin se divorcia ao vivo na televisão russa|url=http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2013/06/06/russia-casal-putin-se-divorcia-ao-vivo-na-televisao-russa/|obra=Jornal do Brasil|acessadoem=2015-11-19}}</ref>

Teve duas filhas com a ex-esposa: Maria Putina (nascida em Leningrado, 1985) e [[Katerina Tikhonova|Ekaterina Putina]] (nascida em [[Dresden]], [[Alemanha Oriental]], 1986). Suas filhas cresceram na Alemanha Oriental e estudaram em escolas alemãs em [[Moscou]], até a posse do pai como Primeiro-Ministro. Futuramente, elas estudariam economia internacional na ''Academia de Finanças de Moscou''. Fotografias de suas filhas são raramente divulgadas pela imprensa russa, por razões de segurança, e diferentemente da família [[Boris Iéltsin|Iéltsin]], a família Putin não possui uma foto familiar para fins oficiais.<ref>{{citar web|título=Mystery of Russia's missing First Lady: Is Putin's 'affair' with spy Anna Chapman the reason Lyudmila is never seen in public... or is she just locked away in a monastery|url=http://www.dailymail.co.uk/news/article-2133820/Lyudmila-Putina-Is-Vladimir-Putins-affair-spy-Anna-Chapman-reason-wife-seen.html|obra=Daily Mail|publicado=|acessadoem=2015-11-19}}</ref>

É pai de Luiza Rozova nascida em 3 de março de 2003 em São Petersburgo, fruto de uma relação com a sua ex-funcionária Svetlana Krivonogikhestá. A mãe passou de empregada a multimilionária sócia de um dos maiores bancos russos.<ref>{{citar web|url=https://www.vidas.pt/a-ferver/detalhe/filha-de-putin-ameacada-apos-invasao-a-ucrania?previewMode=1|título=Filha de Putin ameaçada após invasão à Ucrânia|data=09-03-2022|publicado=Vidas}}</ref>

Em março de 2022, o jornal britânico ''[[Daily Star]]'' divulgou que de acordo com relatórios do [[O Pentágono|Pentágono]] e da Ucrânia, Putin estaria com [[câncer]] terminal no [[intestino]].<ref>{{citar web|url=https://www.dailystar.co.uk/news/world-news/vladimir-putin-dying-agony-terminal-26395464|titulo=Vladimir Putin 'dying in agony from terminal cancer' and pics show his pain, say sources|publicado=Daily Star|data=05-03-2022|acessodata=11-03-2022}}</ref> No entanto, tal afirmativa foi "sugerida" por Putin apresentar aspectos de que estaria "fazendo uso de medicamentos [[Quimioterapia#Tipos de Medicamentos|quimioterápicos]] ou [[esteróide|esteroide]]s" após ser visto com o "rosto inchado" durante o período de invasão à Ucrânia.<ref>{{citar web|url=https://www.dailystar.co.uk/news/world-news/putins-terminal-cancer-made-him-26397400|titulo=Putin's 'terminal cancer' has made him desperate to invade Ukraine, warns expert|publicado=Daily Star|data=06-03-2022|acessodata=11-03-2022}}</ref>
=== Religião ===
Em janeiro de 2012, durante a campanha eleitoral, Putin disse que na infância foi batizado na [[Igreja Ortodoxa]]. O batismo ocorreu em novembro de 1952 (no dia de [[São Miguel]]) em [[Leningrado]], na Catedral da Transfiguração.<ref>{{Citar web|url=https://www.pravmir.ru/vladimir-putin-rasskazal-o-svoem-kreshhenii/|titulo=Владимир Путин рассказал о своем крещении {{!}} Правмир|acessodata=2023-09-12|website=www.pravmir.ru|lingua=ru-RU}}</ref>

Putin traçou repetidamente paralelos entre o cristianismo e a ideologia comunista, argumentando que os principais valores do Código do Construtor do Comunismo — "liberdade, fraternidade, igualdade, justiça" — afirmando que a experiência socialista da Rússia como [[União Soviética]] foi uma [[utopia]] — "estão todos estabelecidos nas Sagradas Escrituras, está tudo lá […] As ideias são geralmente boas […], mas a implementação prática destas ideias maravilhosas no nosso país estava longe do que os socialistas utópicos estabeleceram".<ref>{{Citar web|url=https://www.rbc.ru/politics/14/01/2018/5a5b2c469a79477f62cbafae|titulo=Путин сравнил тело Ленина в Мавзолее с мощами святых|data=2018-01-14|acessodata=2023-09-12|website=РБК|lingua=ru}}</ref>
[[Imagem:Vladimir Putin inauguration 7 May 2012-25.jpeg|thumb|A Catedral da Anunciação no Kremlin de Moscou]]

Putin se reunia regularmente com o Patriarca [[Aleixo II de Moscou|Aleixo II de Moscou e de toda a Rússia]] (a partir de 31 de dezembro de 1999, dia em que [[Boris Yeltsin]] transferiu o poder presidencial para Putin, e 11 de janeiro de 2000, quando Putin, junto com Aleixo II, participou de uma recepção cerimonial no [[Kremlin]], dedicado à celebração do 2.000.º aniversário da Natividade de Cristo), encontra-se com o Patriarca [[Cirilo I de Moscou|Cirilo I de Moscou e de toda a Rússia]]<ref>{{Citar web|url=http://www.patriarchia.ru/db/text/1992378.html|titulo=Председатель Правительства В.В. Путин поздравил Святейшего Патриарха Кирилла с третьей годовщиной интронизации / Видеоматериалы / Патриархия.ru|acessodata=2023-09-12|website=Патриархия.ru|lingua=ru}}</ref> participa de serviços religiosos, durante viagens pelo país visita várias igrejas e mosteiros ortodoxos, e durante os serviços religiosos faz o sinal da cruz.<ref>{{Citar web|ultimo=ntv.ru|url=https://www.ntv.ru/novosti/411816/?fb|titulo=Путин на Рождество призвал помогать нуждающимся и проявлять милосердие|acessodata=2023-09-12|website=НТВ|lingua=ru}}</ref> Desde o início dos anos 2000, tem circulado na mídia uma suposição não confirmada de que o confessor de Putin é um arquimandrita (mais tarde Metropolita) Tikhon Shevkunov.

Durante uma visita à [[Chechênia|Chechénia]], de maioria [[Islamismo|muçulmana]] [[Sunismo|sunita]], Putin beijou o [[Alcorão]], num gesto simbólico de [[diálogo interreligioso]].<ref>{{citar web|url=https://www.hindustantimes.com/videos/real-aim-of-putins-quran-kiss-masterstroke-to-woo-arabs-away-from-usa-as-iran-plans-israel-attack-101724299252673.html|titulo=Real Aim Of Putin's Quran Kiss: Masterstroke To Woo Arabs Away From USA As Iran Plans Israel Attack?|data=22-08-2024|acessodata=23-10-2024|website=Hindustan Times}}</ref>

=== Riqueza pessoal ===
[[Imagem:Vladimir Putin in Australia 7 September 2007-3.jpg|miniatura|Vladimir Putin a bordo de seu [[iate]] privado na baía de [[Sydney]]]]

Cálculos de 2007 estipulam que a riqueza de Putin é de aproximadamente 3,7 milhões de rublos (cerca de R$ 206,5 mil) em contas bancárias, um apartamento de 77 m² em [[São Petersburgo]], 260 ações do ''Banco de São Petersburgo''<ref>{{citar web|título=Банк Санкт-Петербург|url=http://quote.rbc.ru/exchanges/emitent/1249/|obra=Quote.rbc.ru|acessadoem=2015-11-19|wayb=20120304212900|urlmorta=sim}}</ref> e dois automóveis [[:ru:Волга (автомобиль)|Volga M21]] dos anos 1960 herdados de seu pai, mas que não são registrados para uso rodoviário. Em 2012 Putin declarou uma renda de 3,6 milhões de rublos (cerca de de R$ 200,9 mil). O relatório fez com que líderes da oposição, como [[Boris Nemtsov]], questionassem como Putin é capaz de manter certas posses, como seus 11 relógios de luxo com valor estimado de [[Dólar dos Estados Unidos|US$]] 700 mil (cerca de R$ 2,8 milhões).<ref>{{citar web|título=Vladimir Putin: the Russian president's 'life of four yachts and 58 aircraft'|url=http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/vladimir-putin/9503469/Vladimir-Putin-the-Russian-presidents-life-of-four-yachts-and-58-aircraft.html|obra=Telegraph|acessadoem=2015-11-19}}</ref>

Em 2017, estimou-se a fortuna de Putin em cerca de US$ 200 bilhões de dólares, entre contas bancárias no exterior e bens, muitos adquiridos supostamente de maneira ilícita, como mansões e [[Iate|super-iates]].<ref>{{citar web|título=Putin, the Kremlin power struggle and the $40bn fortune|url=http://www.theguardian.com/world/2007/dec/21/russia.topstories3|obra=the Guardian|acessadoem=2015-11-15|primeiro=Luke|último=Harding}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.cnnbrasil.com.br/business/tamanho-da-riqueza-de-putin-e-incerto-mas-pode-ultrapassar-us-200-bilhoes/|título=Tamanho da riqueza de Putin é incerto, mas pode ultrapassar US$ 200 bilhões|publicado=CNN Brasil|acessodata=03-03-2022}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.latimes.com/politics/story/2022-03-03/palaces-superyachts-swiss-accounts-how-rich-is-putin-sanctions|título=Palaces, superyachts, Swiss accounts. How rich is Putin and can sanctions hurt him?|publicado=Los Angeles Times|acessodata=03-03-2022}}</ref> Quando questionado em uma conferência de imprensa, em 14 de fevereiro de 2008, se era a pessoa mais rica da [[Europa]], como alguns jornais afirmaram, Putin respondeu: ''"Sim, sou o homem mais rico não somente da Europa, como também do mundo, eu acumulo emoções, eu sou rico e satisfeito pelo fato de o povo russo ter-me confiado duas vezes a liderança de um país tão glorioso como a Rússia, e considero que essa é a minha maior riqueza. Quanto aos rumores sobre riqueza material, olhei esses documentos, e isso é conversa fiada, indigno de discussão, pura besteira. Eles enfiaram o dedo nos narizes deles e mancharam esses papéis com a sujeira que saiu. É isso que acho"''.<ref>{{citar web|título = Президент России|url=http://archive.kremlin.ru/appears/2008/02/14/1327_type63380type82634_160108.shtml|obra=archive.kremlin.ru|acessadoem=2015-11-19|wayb=20110712103304|urlmorta=sim}}</ref>

[[Imagem:Putin palace courtyard.jpg|miniatura|Vista do pátio interior do alegado palácio de Putin]]

A 19 de Janeiro de 2021, publicou-se uma investigação do opositor [[Alexei Navalny]] e da [[FBK]] (Fundação Anti Corrupção, uma ONG) acusando Putin de utilizar fundos obtidos fraudulentamente para construir uma enorme propriedade para si próprio perto da cidade de [[Gelendzhik]] em [[Krasnodar krai|Krasnodar Krai]], naquilo a que ele chamou "o maior suborno do mundo". O assunto foi noticiado pela primeira vez em 2010 após o empresário Sergei Kolesnikov, que estava envolvido no projeto, ter dado detalhes sobre o mesmo. Segundo a investigação, a propriedade tem 39 vezes o tamanho do Mónaco, com o [[Serviço Federal de Segurança]] (FSB, a sucessora do KGB) possuindo 70 quilómetros quadrados de terreno à volta do palácio, e a construção custou mais de 100 mil milhões de rublos (1,35 mil milhões de dólares).<ref>{{Citar periódico|url=https://www.bbc.com/news/world-europe-55732296|titulo=Alexei Navalny: Millions watch jailed critic's 'Putin palace' film|data=20-01-2021|publicado=BBC News|lingua=en-GB}}</ref> Exibiram-se imagens aéreas da propriedade obtidas por um ''drone'', e uma planta detalhada do palácio que a Navalny e o FBK disseram ter sido dada por um empreiteiro, o que foi comparado com fotografias do interior do palácio que se divulgaram na Internet em 2011. A investigação também pormenorizou um elaborado esquema de corrupção, alegadamente envolvendo o círculo interno de Putin, que teria permitido a Putin esconder biliões de dólares para construir a propriedade. A equipe de Navalny também disse que conseguiu confirmar a informação sobre as alegadas amantes de Putin, [[Svetlana Krivonogikh]] e [[Alina Kabaeva]].<ref name=":11">{{Citar web|url=https://www.themoscowtimes.com/2021/01/19/navalny-targets-billion-dollar-putin-palace-in-new-investigation-a72661|titulo=Navalny Targets 'Billion-Dollar Putin Palace' in New Investigation|data=20-01-2021|publicado=The Moscow Times|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://meduza.io/en/feature/2021/01/20/following-the-money|titulo=Following the money Alexey Navalny’s boldest investigation yet describes a vast network of shell companies and frontmen working to build and sustain Vladimir Putin’s supposed seaside getaway|data=20-01-2021|publicado=Meduza}}</ref> O vídeo da Navalny no [[YouTube]] obteve mais de 20 milhões de visualizações em menos de um dia. O porta-voz do Kremlin, [[Dmitry Peskov]], numa conferência de imprensa, chamou à investigação um "esquema" e disse que os cidadãos deveriam "pensar antes de transferir dinheiro a esses bandidos".<ref>{{Citar web|url=https://meduza.io/news/2021/01/20/podumayte-pered-tem-kak-perevodit-dengi-takim-zhulikam-peskov-o-rassledovanii-fbk-pro-dvorets-putina|titulo=«Подумайте перед тем, как переводить деньги таким жуликам». Песков — о расследовании ФБК про «дворец Путина»|titulo-translit=Pensem antes de transferir dinheiro para esses bandidos|data=20-01-2021|publicado=Meduza}}</ref>

Navalny comentou: "Existem vedações inexpugnáveis, o seu próprio porto, a sua própria segurança, uma igreja, o seu próprio sistema de acesso, uma zona de interdição de voo e até o seu próprio posto de controlo fronteiriço. É um estado absolutamente separado dentro da Rússia".<ref name=":11" />

=== Artes marciais ===
Putin é conhecido praticante de [[artes marciais]]. Pratica [[sambo]] (graduado como mestre - faixa azul) e [[judô]] ([[Faixa preta (artes marciais)|faixa preta]], sexto ''dã'').<ref>{{citar web|título=Putin lança vídeo como judoca faixa preta em aniversário|url=http://internacional.estadao.com.br/noticias/europa,putin-lanca-video-como-judoca-faixa-preta-em-aniversario,255294|obra=Estadão|acessadoem=2015-11-19|wayb=20151119231339|urlmorta=sim}}</ref>

Embora não seja o primeiro político praticante de artes marciais, é o que possui os melhores resultados. Em função desses resultados, possui os títulos honorários de presidente da Federação Internacional Amadora de Sambo (FIAS)<ref>{{citar web|url=http://sambo.com/president.html|título=Sambo|wayb=20060222112810|urlmorta=sim}}</ref> e da Federação Internacional de Judô (FIJ).<ref>{{citar web|título=Putin: presidente honorário da Federação Internacional de Judô|url=https://www.estadao.com.br/esportes/putin-presidente-honorario-da-federacao-internacional-de-judo/|obra=Estadão|acessadoem=2015-11-19}}</ref>

=== Música e Pintura ===
Em Dezembro de 2010, em um concerto organizado para uma fundação de caridade para crianças de [[São Petersburgo]], Putin tocou no piano a canção popular russa ''Pátria'', que era a música tema do seriado de espionagem favorito de Putin. No mesmo evento, ele cantou em inglês a canção ''Blueberry Hill'', de [[Fats Domino]], em um auditório formado por diversos astros europeus e de [[Hollywood]], como [[Kevin Costner]], [[Kurt Russell]], [[Sharon Stone]], [[Alain Delon]] e [[Gérard Depardieu]].<ref>{{citar web|url=http://oglobo2.globo.com/mundo/fotogaleria/2010/13313/default.asp|título=Putin canta e toca na Rússia|acessadoem=2015-11-19|obra=oglobo2.globo.com}}{{Ligação inativa}}</ref>

Um [[quadro]] pintado por Putin em 2008, sob o nome ''"Узор на заиндевевшем окне"'', foi vendido, em [[São Petesburgo]], por 37 milhões de [[rublo]]s (860&nbsp;000 [[euro]]s). A pintura foi feita para uma coleção de pinturas de personalidades russas famosas. Os pintores escolhidos deveriam ilustrar uma das letras do alfabeto russo, de modo a ligar o quadro ao conto ''Véspera de Natal'', de [[Nikolai Gogol]], que naquele ano celebraria seus 200 anos. O ano de finalização da pintura, que ilustrava uma janela coberta de neve entre uma cortina de estilo ucraniano, coincidiu com a disputa de gás entre Rússia e [[Ucrânia]], responsável por deixar diversos países europeus sem gás em pleno Janeiro.<ref>{{citar web|url = http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5j1kDb9OHLbL0cXFQVS5IQklN5zhQ|título=AFP|arquivourl=https://archive.is/nSgzS|arquivodata=26-04-2013|urlmorta=sim}}</ref>

== Imagem pública ==
[[Imagem:Vladmir Putin fishing topless.jpg|miniatura|As fotos em tronco nu de Vladimir Putin foram descritas como uma forma de propaganda<ref>{{Citar periódico|url=https://www.bloomberg.com/opinion/articles/2017-08-07/why-shirtless-putin-is-having-the-last-laugh|titulo=Why Shirtless Putin Is Having the Last Laugh|data=07-08-2017|publicado=Bloomberg|ultimo=Bershidsky|primeiro=Leonid|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar periódico|url=https://www.washingtonpost.com/news/worldviews/wp/2017/08/05/new-bare-chested-putin-photos-released-2017-edition-aquatic-theme/|titulo=New bare-chested Putin photos released — 2017 edition, aquatic theme|data=05-08-2017|publicado=Washington Post|ultimo=Selk|primeiro=Avi|lingua=en-US|issn=0190-8286}}</ref>]]

Putin cultiva uma imagem pública de atividade ao ar livre, desportiva e dura, demonstrando a sua destreza física e participando em atos invulgares ou perigosos, tais como desportos radicais e interação com animais selvagens, parte de uma abordagem de relações públicas que, segundo a [[Wired]], "cultiva deliberadamente a imagem de macho, super-herói".<ref>{{Citar periódico|url=https://www.wired.com/2011/05/pow-zam-nyet-superputin-battles-terrorists-protesters-in-online-comic/|titulo=Pow! Zam! Nyet! 'Superputin' Battles Terrorists, Protesters in Online Comic|acessodata=2021-10-02|jornal=Wired|ultimo=Rawnsley|primeiro=Adam|lingua=en-US|issn=1059-1028}}</ref> Por exemplo, em 2007, o tabloide [[Komsomolskaia Pravda|Komsomolskaya Pravda]] publicou uma enorme fotografia de férias de Putin, de tronco nu, nas montanhas siberianas sob a manchete: "Seja como Putin".<ref>{{citar web|url=https://www.cbc.ca/news/world/putin-gone-wild-russia-abuzz-over-pics-of-shirtless-leader-1.639179|título=Putin gone wild: Russia abuzz over pics of shirtless leader}}</ref> Algumas das atividades foram criticadas por serem encenadas.<ref>{{Citar web|url=https://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/europe/russia/8808689/Vladimir-Putin-diving-discovery-was-staged-spokesman-admits.html|titulo=Vladimir Putin diving discovery was staged, spokesman admits|acessodata=2021-10-02|website=Telegraph}}</ref>

Seu governo geralmente é comparado e descrito por alguma mídia especializada pró-Putin com as administrações ao longo da história [[norte-americana]], como os governos de [[Abraham Lincoln]] e de [[Franklin Delano Roosevelt]]. De acordo com [[Caleb Maupin]], tal como Lincoln, tinha uma visão moralista e cristã da política, ignorou partes da constituição americana para suprimir a autonomia local, rivalizou com as elites exportadoras tradicionais do país e com a elite do sistema financeiro, tomou posse como um político moderado e conciliador, concordando entrar para a política por causa da persuasão de seus admiradores. Também ambos se basearam em uma aliança com o Estado Russo, cujo czar também havia [[Servidão na Rússia|abolido]] a servidão em 1861, cooperando com Lincoln para contrapor a um apoio britânico aos confederados. Ambos se ancoravam em movimentos sociais da época, sejam eles esquerdistas ou radicais, embora nenhum dos dois seja marxistas ou socialistas, mas críticos ao capitalismo sem fiscalização, segundo Maupin. Ambos os governos são hoje considerados populares em seus países e são demonizados pela mídia durante vários anos.<ref name=":8">{{citar web|ultimo=Maupin|primeiro=Caleb|url=http://journal-neo.org/2015/10/08/putinism-in-american-history-lincoln-roosevelt-and-the-fight-against-isis/|título=“Putinism” in American History: Lincoln, Roosevelt, and the Fight Against ISIS|data=08-10-2015|website=New Eastern Outlook}}{{Ligação inativa}}</ref> Outros autores comparam as suas políticas com a tática conservadora de [[Nixon]].<ref>{{Citar web|url=https://pando.com/2014/05/14/sorry-america-the-ukraine-isnt-all-about-you/|titulo=Sorry America, Ukraine isn't all about you|data=2014-05-14|acessodata=2021-02-01|website=Pando|lingua=en-gb|wayb=20140517005705|urlmorta=sim}}</ref>

As comparações entre o seu governo e o do Roosevelt estão no campo da [[economia]] e das [[relações internacionais]], sendo que, ainda segundo Caleb Maupin, ambos os governos tiveram que lidar com crises econômicas anteriores a suas posses e buscaram alianças políticas para resolver guerras da época na base do consenso, tributaram as elites, fiscalizaram o setor financeiro, investiram na indústria de base, rejeitaram a [[russofobia]] e tiveram apoio amplo de setores progressistas e de esquerda e enfrentaram fascistas.<ref name=":8"/>

[[José Milhazes]] comenta a opinião corrente de que Putin pôs fim ao regime oligárquico na Rússia, que não passaria de um dos vários mitos criados pelos órgãos de informação controlados pelo governo russo. Putin não pôs fim a esse regime, antes substituiu alguns dos oligarcas e acrescentou outros à casta - os seus aliados e favoritos.<ref>{{citar livro|título=As Minhas Aventuras no País dos Sovietes|ultimo=Milhazes|primeiro=José|editora=Oficina do Livro|local=Alfragide|ano=2017|capitulo=Cap. 21: Vladimir, o justiceiro}}</ref>

=== Putinismos ===
[[Imagem:News conference of Vladimir Putin 2012-12-20 21.jpeg|miniatura|direita|Putin em uma de suas conferências anuais, conhecidas como ''linhas-diretas'']]
Assim como o primeiro-ministro [[Viktor Chernomyrdin|Victor Chernomyrdin]], cujas inúmeras declarações atrapalhadas e gafes verbais ficaram mundialmente conhecidas, Putin produziu um grande número de [[aforismo]]s e [[bordão|bordões]], conhecidos como putinismos. Vários deles foram criados durante suas conferências anuais de perguntas e respostas, em que Putin responde questões de jornalistas e do auditório, assim como de russos espalhados pelo país, que ligam pessoalmente ou comunicam-se através de estúdios localizados em toda a Rússia. Putin é conhecido pela sua linguagem forte, direta e afiada. Os exemplos mais populares de putinismos incluem:
* ''Мочить в сортире.'' — ''"Arrebentar na latrina"''. Um dos putinismos mais antigos, criado em setembro de 1999, quando Putin prometeu acabar com os terroristas onde quer que estivessem, incluindo banheiros públicos.<ref>{{citar web|título = Премьер-министр Владимир Путин: Их нужно выковырять со дна канализации|url=http://izvestia.ru/news/360123|obra = Известия|publicado=Izvestia|acessadoem=2015-11-19|wayb=20120121110149|urlmorta=sim}}</ref>
* ''Она утонула.'' — ''"Afundou"''. Essa foi a curta resposta que Putin deu à questão de [[Larry King]], em setembro de 2000, quando perguntado sobre o que se passou com o submarino {{navio||Kursk|K-141|2}}. Putin foi criticado pelo [[cinismo]] presente nesta resposta.{{Carece de fontes|data=Julho de 2023}}
* ''Пахал как раб на галерах.'' — ''"Arei como um escravo numa galé"''. Foi assim que Putin descreveu seu trabalho como presidente entre 2000 e 2008, durante uma conferência, em Fevereiro de 2008. A frase tornou-se popular e até mesmo transformada, por conta de uma [[corruptela]] — ''"как раб"'' (''"como um escravo"'') soa muito parecido com ''"как краб"'' (''"como um [[caranguejo]]"'') — o que lhe rendeu o apelido na [[internet]] de ''Krabbe'' (gíria [[língua russa|russa]] para caranguejo), enquanto o presidente [[Dmitri Medvedev|Medvedev]] foi apelidado, por alguma razão, de ''"[[Mamangaba]]"''.<ref>{{citar web|título=Почему Путин - краб, Ленин - гриб, Медведев - шмель?|url=http://newsland.com/news/detail/id/844510/|obra=Newsland|acessadoem=2015-11-19|wayb=20130621125553|urlmorta=sim}}</ref>
* ''От мертвого осла уши.'' — ''"As orelhas dum asno morto"''. De acordo com Putin, é isso que a [[Letônia]] receberia se continuasse reivindicando o [[:ru:Пыталовский район|distrito de Pytalovski]], que faz fronteira com o país. Após a declaração de Putin, a Rússia e a Letônia assinaram um tratado em que a Letônia retirava suas reivindicações territoriais.<ref>{{citar web|título=Россия и Латвия подписали договор о рубежах|url=http://www.utro.ru/articles/2007/03/27/636217.shtml|obra = www.utro.ru|acessadoem=2015-11-19|wayb=20070911222442}}</ref>
* ''Шакалить у иностранных посольств.'' — ''"Estrebuchar em frente de embaixadas estrangeiras"''. Nessa frase, Putin refere-se à oposição não sistêmica russa, caracterizando-a como um grupo sem qualquer apoio da população que implora por dinheiro e apoio dos governos estrangeiros.<ref>{{citar web|título=Путин: оппозиция "шакалит" у зарубежных фондов и правительств &#124; Важнейшие политические события в России: оценки, прогнозы, комментарии|data=21.11.2007|url=https://www.dw.com/ru/%D0%BF%D1%83%D1%82%D0%B8%D0%BD-%D0%BE%D0%BF%D0%BF%D0%BE%D0%B7%D0%B8%D1%86%D0%B8%D1%8F-%D1%88%D0%B0%D0%BA%D0%B0%D0%BB%D0%B8%D1%82-%D1%83-%D0%B7%D0%B0%D1%80%D1%83%D0%B1%D0%B5%D0%B6%D0%BD%D1%8B%D1%85-%D1%84%D0%BE%D0%BD%D0%B4%D0%BE%D0%B2-%D0%B8-%D0%BF%D1%80%D0%B0%D0%B2%D0%B8%D1%82%D0%B5%D0%BB%D1%8C%D1%81%D1%82%D0%B2/a-2960021|obra=Deutsche Welle|acessadoem=2015-11-19}}</ref>
* ''Как минимум государственный деятель должен иметь голову''. — ''"No mínimo, um chefe de Estado deve ter cérebro"''. Foi essa sua resposta à [[Secretário de Estado dos Estados Unidos|secretária de Estado dos EUA]], [[Hillary Clinton]], que o acusou de não ter alma, por conta de ter sido um oficial do [[KGB]].<ref>{{citar web|título=Putin vs. Clinton|url=http://www.politico.com/blogs/ben-smith/2008/02/putin-vs-clinton-006259|obra=POLITICO|acessadoem=2015-11-19}}</ref>
* ''Ручку верните!'' — ''"Devolve-me a caneta!"''. Essa ordem foi dada por Putin ao oligarca industrial [[Oleg Deripaska]], que foi obrigado a assinar um acordo que resolvia uma crise trabalhista com a caneta do presidente. Putin fez questão de resolver a questão pessoalmente.<ref>{{citar web|título = Блогозрение: Волшебная ручка Путина &#124; Мнения|data=13.06.2009|url=http://www.dw3d.de/dw/article/0,,4324131,00.html|obra=Deutsche Welle|acessadoem=2015-11-19}}</ref>

=== Avaliações e pesquisas ===
Sua popularidade subiu de 31% em agosto de 1999 para 80% em Novembro de 1999, e nunca caiu para menos de 65% durante sua primeira presidência.<ref name="russia votes">{{Citar web|url=https://www.russiavotes.org//president/putin_performance_trends.php|titulo=Putin's performance in office - Trends|acessodata=2022-05-7|website=Russia Votes}}</ref>

Observadores veem as altas taxas de aprovação de Putin como uma consequência das significantes melhoras no padrão de vida e a reinserção da Rússia no cenário mundial, ocorrida durante sua presidência. A popularidade de Putin pode ser, também, um reflexo da televisão estatal ou controlada pelo estado.<ref>{{citar web|ultimo=Gabowitsch|primeiro=Mischa|url=http://www.npetro.net/resources/opendemocracy.pdf|titulo=Inside the looking glass: a reply to Nicolai N Petro|data=17-02-2006|publicado=OpenDemocracy}}</ref><ref name=":9">{{Citar periódico|titulo=Russia's economic might: spooky or soothing?|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/business/6265068.stm|jornal=BBC|data=2007-07-04}}</ref><ref name="russia votes"/>

Uma pesquisa conduzida pelo ''World Public Opinion'' nos [[Estados Unidos]] e pelo ''Levada Centre'' na Rússia no período de Junho/Julho de 2006 mostrou que ''"nem os russos nem os [[americanos]] acreditam que a Rússia é governada com um alinhamento anti-democrático"'' e que ''"os russos geralmente apoiam a concentração de poder político e apoiam fortemente a estatização das indústrias de [[gás]] e [[petróleo]] da Rússia"''.<ref>{{Citar web|url=http://www.worldpublicopinion.org/pipa/articles/breuropera/224.php?nid=&id=&pnt=224&lb=breu|titulo=Russians Support Putin's Re-Nationalization of Oil, Control of Media, But See Democratic Future|data=10-07-2006|website=World Public Opinion|acessodata=07-05-2022|wayb=20150528012557|urlmorta=sim}}</ref>

Em 2007, segundo as pesquisas do ''Levada Center'', 48 por cento da população pensava que os níveis de roubo e corrupção se mantinham aproximadamente os mesmos, tanto sob Yeltsin como sob Putin.<ref name="russia votes"/>

== Obras ==
* ''Putin V.V.'' [http://rubin.do.am/load/nauka/putin_v_v_strategicheskoe_planirovanie_vosproizvodstva_mineralno_syrevoj_bazy_regiona_v_uslovijakh_formirovanija_rynochnykh_otnoshenij/6-1-0-301 Стратегическое планирование воспроизводства минерально-сырьевой базы региона в условиях формирования рыночных отношений (Санкт-Петербург и Ленинградская область)] {{Wayback|url=http://rubin.do.am/load/nauka/putin_v_v_strategicheskoe_planirovanie_vosproizvodstva_mineralno_syrevoj_bazy_regiona_v_uslovijakh_formirovanija_rynochnykh_otnoshenij/6-1-0-301 |date=20121207131734 }}: dissertação de doutorado em [[Economia]] — [[São Petersburgo]], 1997. — 218 с.
* ''Putin V.V.'' [http://www.ng.ru/politics/1999-12-30/4_millenium.html Россия на рубеже тысячелетий] - [[:ru:Независимая газета|Nezavisimaya Gazeta]]. — 1999. — 30 de dezembro.
* ''Putin V.V.'' [http://www.izvestia.ru/news/511884 Россия сосредотачивается — вызовы, на которые мы должны ответить] - [[:ru:Известия|Izvestia]]. — 2012. — 16 de janeiro.
* ''Putin V.V.'' [http://www.ng.ru/politics/2012-01-23/1_national.html Россия: национальный вопрос] - [[:ru:Независимая газета|Nezavisimaya Gazeta]]. — 2012. — 23 de janeiro.
* ''Putin V.V.'' [http://www.vedomosti.ru/politics/news/1488145/o_nashih_ekonomicheskih_zadachah О наших экономических задачах] - [[:ru:Ведомости|Vedomosti]]. — 2012. — 30 de janeiro. — № 15(3029)
* ''Putin V.V.'' [http://www.kommersant.ru/doc/1866753 Демократия и качество государства] - [[:ru:Коммерсантъ|Kommersant]]. — 2012. — 6 de fevereiro. — № 20/П (4805)
* ''Putin V.V.'' [http://kp.ru/daily/3759/2807793/ Строительство справедливости. Социальная политика для России] - [[:ru:Комсомольская правда|Komsomolskaya Pravda]]. — 2012. — 13 de fevereiro.
* ''Putin V.V.'' [http://www.rg.ru/2012/02/20/putin-armiya.html Быть сильными: гарантии национальной безопасности для России] - [[:ru:Российская газета|Rossiyskaya Gazeta]]. — 2012. — 20 de fevereiro. — № 35(5708)

== Ver também ==
* [[Putinismo]]
* [[Envenenamento de Sergei e Yulia Skripal]]
* [[Alexei Navalny]]
* [[Anna Politkovskaia]]
* [[Bill Browder]]
* [[Alexandr Dugin]]
* [[Dvorets dlya Putina. Istoriya samoy bolshoy vzyatki]] (Documentário. Tradução livre: Um palácio para Putin: a história do maior suborno)
* [[Mortes misteriosas de empresários russos em 2022]]{{notas}}{{Referências}}

== Bibliografia ==
{{refbegin}}
* Blake, Heidi (2019) - ''From Russia With Blood: The Kremlin´s Ruthless Assassination Program and Vladimir Putin´s Secret War on the West'' - Mulholland Books
* Dunlop, John B. (2014) - ''The Moscow Bombings of September 1999: Examinations of Russian Terrorist Attacks at the Onset of Vladimir Putin's Rule'' - Ibidem
* Gessen, Masha (2012) -- ''The Man Without a Face: The Unlikely Rise of Vladimir Putin'' - Penguin Group
* Gevorkyan, Nataliya (e Timakova, Natalya; Kolesnikov, A. V. )  - ''First Person : An Astonishingly Frank Self-portrait By Russia's President Putin'' -  PublicAffairs
* Harding, Luke ( 2016) - ''A very expensive poison: The Definitive Story of the Murder of Litvinenko and Russia’s War with the West'' - Guardian Books e Faber & Faber
* Knight, Amy (2017) - ''Orders to kill:  The Putin regime and political murder'' -  Thomas Dunne Books
* Milhazes, José (2017) - ''As Minhas Aventuras no País dos Sovietes'' -Oficina do Livro
* Milhazes, José (2021) - ''A Mais Breve História da Rússia – Dos Eslavos a Putin'' - Publicações Dom Quixote
* Sakwa, Richard (2008) - ''Putin: Russia's Choice'' - Routledge
{{refend}}

== Ligações externas ==
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