Wasil Ahmad

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Wasil Ahmad
Nascimento 2006
Oruzgan
Morte 2016
Candaar
Cidadania Afeganistão
Ocupação soldado

Wasil Ahmad (c. 2005 – fevereiro de 2016) foi uma criança-soldado afegã, mais conhecida por comandar uma unidade policial e por ter sido subsequentemente assassinada pelo Talibã quando tinha onze anos.[1] Seu tio Samad o treinou "no uso de AK-47 e metralhadoras PK, foguetes e morteiros, bem como telefones via satélite e rádios VHF".[1]

Criação[editar | editar código-fonte]

Wasil Ahmad nasceu na província de Uruzgan. Seu pai já havia sido morto lutando contra o Talibã e o filho disse mais tarde que buscar vingança pela morte de seu pai foi sua principal motivação para ir para a guerra.[1][2] O tio de Ahmad era comandante da Polícia Local Afegã no distrito de Khas Uruzgan. Anteriormente, havia sido comandante talibã, mas mudou de lado em 2012 e passou a lutar pelo governo afegão.[3] No verão de 2015, Khas Uruzgan – a sua área de controle – foi sitiada pelos talibãs e Samad ficou ferido. Posteriormente, Ahmad assumiu o comando da unidade de seu tio.[1][4]

Cerco[editar | editar código-fonte]

No auge do cerco de Dan Sango[2], Ahmad comandava 75 soldados pró-governo contra uma força de ataque de aproximadamente “centenas” de talibãs.[1] O cerco em si durou 71 dias e Ahmad comandou seu esquadrão durante 43 deles.[1] Ele disparou morteiros e foguetes, bem como metralhadoras, do telhado do complexo.[5] Além do combate físico, Ahmad também era responsável pelas comunicações com o mundo exterior e pelo ponto único de contato das forças especiais afegãs.[2] Quando este último levantou o cerco em agosto de 2015,[2] Ahmad e 35 soldados sobreviventes foram transportados por helicópteros afegãos e da OTAN[6] para Tarin Kowt.[1] De acordo com Samad, as autoridades "elogiaram ele e seu sobrinho Wasil como heróis".[1]

Assassinato[editar | editar código-fonte]

Após o cerco, Ahmad matriculou-se na escola na quarta série,[6] enquanto também recebia aulas particulares em casa.[1] Ele melhorou o inglês, embora não fosse "um bom aluno" - possivelmente, comentou mais tarde um vizinho, porque havia sido "altamente incentivado pelos policiais e premiado com medalhas por sua bravura" e apenas "queria brincar com armas e dirigir veículos policiais como hobby."[6] Também foi autorizado a carregar uma pistola para a escola.[2] Na segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016, no bazar local,[5] a caminho da escola,[7] foi baleado duas vezes[5] na cabeça por homens armados mascarados em uma motocicleta, no que foi chamado um "assassinato direcionado".[2] Mais tarde, ele morreu em um hospital de Kandahar[1] e foi enterrado no cemitério local de Shahidano.[6]

Controvérsia[editar | editar código-fonte]

Após a morte de Ahmad, houve controvérsia quanto à sua posição precisa na força sitiada. Samad enfatizou que Ahmad estava apenas "defendendo sua família",[1] enquanto o mesmo se recuperava dos ferimentos que já havia recebido.[8] A Comissão Independente de Direitos Humanos do Afeganistão, no entanto, afirmou que, uma vez que lhe tinham sido fornecidas uma arma e um uniforme de polícia, isso constituía uma violação das leis anti-crianças-soldados.[1] A Comissão também sugeriu que a própria polícia colocou em perigo a vida de Ahmad ao elogiá-lo como um herói. Eles o enfeitaram com 'flores de plástico'[5] e até realizaram um programa na sede da Polícia "onde sua bravura e coragem foram comentadas pelas autoridades".[8] O Ministério do Interior também negou que crianças-soldados fossem usadas por forças governamentais; por outro lado, a instituição de caridade Child Soldiers International também afirmou que ambos os lados os usaram.[5]

Nota[editar | editar código-fonte]

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Wasil Ahmad».

Referências