Watson (supercomputador)

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IBM Watson

Watson é a plataforma de serviços cognitivos da IBM para negócios. A cognição consiste no processo que a mente humana utiliza para adquirir conhecimento a partir de informações recebidas. Com o avanço da tecnologia, essa capacidade passa a ser integrada a sistemas que podem aprender em larga escala e ajudar a sociedade em uma série de finalidades, desde o atendimento a clientes até o combate a doenças graves, essa solução também é chamada de inteligência artificial.

O Watson foi criado pela IBM para auxiliar profissionais, desenvolvedores, startups e empresas a construírem sistemas cognitivos que possam melhorar processos, interações e ações. Só no Brasil, já existem cerca de 30 casos de uso públicos em áreas como Saúde, Educação, Bancos, Agricultura, Cultura, entre outras. Ele foi apresentado mundialmente em 2011, durante o programa americano de perguntas e respostas, Jeopardy!. Ele foi um dos participantes e desafiou dois grandes vencedores da história do quiz. Na época, a solução apenas conseguia ler textos e responder perguntas. Hoje, já possui diferentes serviços como reconhecimento e análise de vídeos e imagem; interação por voz; leitura de grandes volumes de textos; criação de assistentes virtuais; entre outros. Esse sistema da IBM está disponível em nuvem, portanto não se trata de um supercomputador, um robô ou um hardware de grandes proporções e sim uma plataforma.  

É um sistema para o processamento avançado, recuperação de informação, representação de conhecimento, raciocínio automatizado e tecnologias de aprendizado de máquinas.[1]

De acordo com a IBM, "Mais de 100 técnicas diferentes são utilizadas para analisar a linguagem natural, identificar origem, localizar e gerar hipóteses, localizar e marcar evidências e juntar e rankear hipóteses."[2]

Em Novembro de 2014 o presidente da IBM Portugal, António Raposo de Lima afirmou que o Watson, que é fluente em tratamento e validação de dados e de reconhecimento da linguagem natural, ainda irá ter a versão em português, o que fará com que a máquina se comunique com o pessoas que utilizam esta língua.[3]

Software[editar | editar código-fonte]

O Watson usa o software IBM DeepQA e o framework Apache UIMA (Unstructure Information Management Architeture). O sistema foi escrito em diversas linguagens de programação, incluindo Java, C++ e Prolog, e roda no sistema operacional SUSE Linux Enterprise Server 11 utilizando o framework Apache Hadoop para a computação distribuida.[4]

Hardware[editar | editar código-fonte]

O sistema do Watson pretende otimizar a carga de trabalho que temos diariamente, nesse sentido, o computador integra processadores POWER7, criados com a tecnologia IBM's DeepQA, que é usada para gerar hipóteses, juntar evidencias e analisar dados. Em média, o Watson consegue processar 500 gigabytes, o equivalente a um milhão de livros por segundo.[5]

Data[editar | editar código-fonte]

As fontes de informação do Watson são enciclopédias, dicionários, artigos e trabalhos literários. Para além disso o Watson também usa bases de dados, ontologias e taxonomias. Como fonte de informação foi usado especialmente o DBPedia, o WordNet, e o Yago.[6]

Atuais e possíveis aplicações[editar | editar código-fonte]

  1. Saúde - no suporte de decisões clinicas.[7]
  2. Educação - parcerias estabelecidas com a Pearson Education, Blackboard, Sesame Workshop, e a Apple.[8][9]
  3. Previsão meteorológica - em Agosto de 2016, a IBM assumiu que iria usar o Watson para a previsão da meteorologia.[10]
  4. Marketing - O escaneamento de arquivos, com a finalidade de classifica-los como imagens, vídeos ou áudios, adicionando automaticamente "tags" pode salvar muito tempo para o profissional dessa área. Essa plataforma também possibilita o uso de anúncios personalizados para cada grupo de clientes. [11]
  5. Segurança - O Watson tem a capacidade de reconhecimento visual, podendo visualizar um indivíduo através de câmeras, ajudando na segurança de empresas e lojas.[12]

Watson na saúde[editar | editar código-fonte]

O Watson com sua tecnologia cognitiva vem ajudando pesquisadores no desenvolvimento de novos medicamentos. Antes de se ter um novo medicamento é necessário uma análise de centenas ou milhares de artigos científicos, livros e patentes até que se encontrem possíveis caminhos para o estudo. Essa revisão bibliográfica, que geralmente leva semanas ou meses, já é executada pelo Watson em minutos. Além disso o Watson auxilia os cientistas a identificar rapidamente relações entre genes, proteínas e medicamentos.[13]Para isso a IA utiliza a mineração de dados e textos de literaturas médicas. Dessa forma ela ajuda os pesquisadores na descoberta de novos tratamentos medicinais e de outros usos para medicamentos já existentes.[14] Um exemplo da utilização do Watson nessa área é a parceria feita pela IBM e o tradicional centro de tratamento de câncer "Memorial Sloan Kettering" em Nova York, Estados Unidos, a qual têm como objetivo o desenvolvimento de tratamentos específicos para as necessidades de cada paciente, o que inclui a análise genética, algo capaz de revelar predisposição ao câncer, assim permitindo o tratamento preventivo.

Watson na educação[editar | editar código-fonte]

A capacidade cognitiva do Watson vem ajudando professores a compreenderem melhor seus alunos e isso pode aumentar as chances de sucesso dos estudantes além de reduzir o tempo de permanência dos mesmos nas instituições de ensino[15].O Watson esta mudando o meio de aprendizado a partir da personalização,ou seja, As soluções cognitivas que compreendem, raciocinam e aprendem ajudam os educadores a obter percepções sobre os estilos de aprendizagem, preferências e aptidões de cada aluno.[16]

Watson na segurança[editar | editar código-fonte]

À medida que os ataques cibernéticos crescem em volume e complexidade, a inteligência artificial (IA) do Watson vem ajudando os analistas de operações e segurança a ficarem a frente das ameaças. Administrando a inteligência de ameaças a partir de milhões de artigos de pesquisa, blogs e notícias, Watson fornece percepções instantâneas para ajudá-los a combater milhares de alertas diários, reduzindo drasticamente os tempos de resposta. Watson é treinado através do consumo de bilhões de artefatos de dados de origens estruturadas e não estruturadas, como blogs e notícias. Através de técnicas de machine learning e deep learning, IA melhora seu conhecimento para compreender as ameaças e os riscos de segurança cibernéticos.[17]Dessa forma é possível reduzir as práticas reativas e implementar políticas de pro atividade em defesa dos sistemas computacionais.

Watson no marketing[editar | editar código-fonte]

Os profissionais de marketing enfrentam problemas como excesso de dados para analisar, expectativas crescentes dos clientes e falta de confiança nas marcas. O Watson Marketing é uma plataforma de marketing digital alimentado com Inteligencia artificial que é projetada em um ecossistema aberto para ajudar as equipes a trabalhar de maneira mais inteligente e oferecer as experiências que seus clientes esperam. Uma forma de o Watson proporcionar essa ajuda é a partir do uso de Big data que reuni dados dos clientes para dar um atendimento mais personalizado e melhor para cada cliente, além disso o Watson também ajuda na questão do atendimento 24 horas que é feito pela inteligencia artificial sem a necessidade de uma pessoa para essa função.[18]

Referências

  1. «The DeepQA Research Team» 
  2. IBM (Fevereiro de 2011). «Watson - A system designed for Answer White Paper». Watson – A System Designed for Answers: The future of workload optimized systems design 
  3. [1] Arquivado em 4 de novembro de 2014, no Wayback Machine. Supercomputador Watson vai ter versão portuguesa
  4. «How to replicate Watson hardware and systems design for your own use in your basement» 
  5. «How IBM's Watson Computer Excels at Jeopardy! | Retort». Retort (em inglês). 14 de fevereiro de 2011. Consultado em 9 de novembro de 2017. Arquivado do original em 22 de fevereiro de 2011 
  6. «The AI Behind Watson — The Technical Article». www.aaai.org. Consultado em 9 de novembro de 2017 
  7. «IBM Watson». www-03.ibm.com (em inglês). 11 de abril de 2012. Consultado em 9 de novembro de 2017 
  8. «A professor built an AI teaching assistant for his courses — and it could shape the future of education». Business Insider (em inglês) 
  9. «Blackboard, Pearson join IBM's ecosystem to bring Watson technology to higher ed» 
  10. «IBM's Watson Takes On Yet Another Job, as a Weather Forecaster». Smithsonian (em inglês) 
  11. Talbot, Paul. «IBM Watson And Marketing». Forbes (em inglês). Consultado em 30 de junho de 2019 
  12. «Watson Visual Recognition - Visão Geral». www.ibm.com. Consultado em 30 de junho de 2019 
  13. «Conheça o Watson e seu uso na saúde». Seguros Unimed. 12 de julho de 2017. Consultado em 3 de julho de 2019 
  14. «IBM - United States». www.ibm.com (em inglês). 1 de outubro de 2015. Consultado em 9 de julho de 2019 
  15. «Watson Education». www.ibm.com (em inglês). Consultado em 3 de julho de 2019 
  16. «Tecnologias para impulsionar a educação na sala de Aula». Consultado em 9 de julho de 2019 
  17. «Segurança Cognitiva - Watson for Cyber Security». www.ibm.com. Consultado em 9 de julho de 2019 
  18. «IBM Watson Marketing». www.ibm.com. Consultado em 11 de julho de 2019