Misofonia: diferenças entre revisões

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A '''misofonia''' é caracterizada pela aversão a certos sons, que podem causar forte reação emocional. Tem sido associado que a misofonia, bem como o [[zumbido]], está associada à hiperconectividade entre os sistemas auditivo e límbico. Indivíduos com zumbido incômodo podem ter c<u>omprometimento da atenção seletiva</u>, mas isso ainda não foi demonstrado em caso de misofonia<ref>{{Citar periódico |url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1808869418300685 |título=Evaluation of selective attention in patients with misophonia |data=2019-05 |acessodata=2023-04-24 |periódico=Brazilian Journal of Otorhinolaryngology |número=3 |ultimo=Silva |primeiro=Fúlvia Eduarda da |ultimo2=Sanchez |primeiro2=Tanit Ganz |paginas=303–309 |lingua=en |doi=10.1016/j.bjorl.2018.02.005 |pmc=PMC9442865 |pmid=29673780}}</ref>.
A '''misofonia''' (ou síndrome da sensibilidade seletiva ao som, raiva sonora) é um fenômeno [[Neuropsicologia|neurocomportamental]] associado à intolerância a sons específicos ou a estímulos a eles associados, cuja denominação médica e avaliação variam conforme os autores e métodos. Pode afetar adversamente a capacidade de atingir objetivos de vida e desfrutar de situações sociais. Foi reconhecido pela primeira vez em 2001,embora ainda não esteja no [[Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders|DSM]]-5 ou em qualquer manual semelhante.


A misofonia, conhecida também como a '''síndrome da sensibilidade seletiva ao som''', é um fenômeno [[Neuropsicologia|neurocomportamental]] associado à intolerância a sons específicos ou a estímulos a eles associados, cuja denominação médica e avaliação variam conforme os autores e métodos. Pode afetar adversamente a capacidade de atingir objetivos de vida e desfrutar de situações sociais<ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852017000300178&lng=pt&tlng=pt |título=Misofonia: características clínicas e relato de caso |data=2017-09 |acessodata=2023-04-24 |periódico=Jornal Brasileiro de Psiquiatria |número=3 |ultimo=Vidal |primeiro=Carlos Eduardo Leal |ultimo2=Vidal |primeiro2=Ligia Melo |paginas=178–181 |doi=10.1590/0047-2085000000168 |issn=0047-2085 |ultimo3=Lage |primeiro3=Maria Júlia de Alvarenga}}</ref>. Foi reconhecido pela primeira vez em 2001,embora ainda não esteja no [[Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders|DSM]]-5 ou em qualquer manual semelhante.
As reações aos sons variam de aborrecimento à raiva, com possíveis ativações da resposta de luta ou fuga. [[Gatilho de trauma|Gatilhos]] comuns incluem sons orais (respiração alta, mastigação, deglutição), sons de cliques (teclado, dedos, limpadores de para-brisa) e sons associados ao movimento (inquietação). Os sons odiados costumam ser repetitivos por natureza. A misofonia não é um distúrbio auditivo ou psiquiátrico. Também difere da fonofobia (medo do som). Não há critérios padrão para diagnosticar a misofonia. Em 2019, ainda não havia métodos baseados em evidências para tratar a condição com eficiência.

As reações aos sons variam de aborrecimento à raiva, com possíveis ativações da resposta de luta ou fuga. [[Gatilho de trauma|Gatilhos]] comuns incluem sons orais (respiração alta, mastigação, deglutição), sons de cliques (teclado, dedos, limpadores de para-brisa) e sons associados ao movimento (inquietação)<ref>{{Citar periódico |url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1808869417301143 |título=Familial misophonia or selective sound sensitivity syndrome : evidence for autosomal dominant inheritance? |data=2018-09 |acessodata=2023-04-24 |periódico=Brazilian Journal of Otorhinolaryngology |número=5 |ultimo=Sanchez |primeiro=Tanit Ganz |ultimo2=Silva |primeiro2=Fúlvia Eduarda da |paginas=553–559 |lingua=en |doi=10.1016/j.bjorl.2017.06.014 |pmc=PMC9452240 |pmid=28823694}}</ref>. Os sons odiados costumam ser repetitivos por natureza.

Apesar de a '''misofonia''' não ser caracterizada como um transtorno psiquiátrico, os sintomas causam sofrimento significativo aos indivíduos, sendo necessários mais estudos para melhor caracterização clínica e tratamento da síndrome. O quadro pode incluir uma variedade de emoções negativas, como desagrado, aborrecimento, ódio, raiva e desconforto. Um subtipo de misofonia é a [[fonofobia]], em que o medo a determinados sons é o fator<ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852017000300178&lng=pt&tlng=pt |título=Misofonia: características clínicas e relato de caso |data=2017-09 |acessodata=2023-04-24 |periódico=Jornal Brasileiro de Psiquiatria |número=3 |ultimo=Vidal |primeiro=Carlos Eduardo Leal |ultimo2=Vidal |primeiro2=Ligia Melo |paginas=178–181 |doi=10.1590/0047-2085000000168 |issn=0047-2085 |ultimo3=Lage |primeiro3=Maria Júlia de Alvarenga}}</ref>. As pesquisas científicas sobre o tema, têm relacionado misofonia à ansiedade, zumbido, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e hiperacusia<ref>{{citar web|ultimo=USP|primeiro=Jornal da USP no Ar é uma parceria da Rádio USP com a Escola Politécnica e o Instituto de Estudos Avançados|url=https://jornal.usp.br/atualidades/misofonia-causa-sofrimento-por-exposicao-a-sons-e-pode-ser-tratada/|titulo=Misofonia causa sofrimento por exposição a sons, mas pode ser tratada|data=23/07/2021|acessodata=24/04/2023}}</ref>.

A alta incidência de '''misofonia''' na distribuição familiar pode sugerir a possibilidade de haver uma etiologia [[Hereditariedade|hereditária]]<ref>{{Citar periódico |url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1808869417301143 |título=Familial misophonia or selective sound sensitivity syndrome : evidence for autosomal dominant inheritance? |data=2018-09 |acessodata=2023-04-24 |periódico=Brazilian Journal of Otorhinolaryngology |número=5 |ultimo=Sanchez |primeiro=Tanit Ganz |ultimo2=Silva |primeiro2=Fúlvia Eduarda da |paginas=553–559 |lingua=en |doi=10.1016/j.bjorl.2017.06.014 |pmc=PMC9452240 |pmid=28823694}}</ref>.


== Origem do termo ==
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"Misofonia" vem das palavras do grego antigo μῖσος (IPA: /mîː.sos/), que significa "ódio" e φωνή (IPA: /pʰɔː.nɛ̌ː/), que significa "voz" ou "som", traduzindo vagamente para " ódio ao som", e foi cunhado para diferenciar a condição de outras formas de diminuição da tolerância ao som, como hiperacusia (hipersensibilidade a certas frequências e faixas de volume) e fonofobia (medo de sons).{{referências}}
"Misofonia" vem das palavras do grego antigo μῖσος (IPA: /mîː.sos/), que significa "ódio" e φωνή (IPA: /pʰɔː.nɛ̌ː/), que significa "voz" ou "som", traduzindo vagamente para " ódio ao som", e foi cunhado para diferenciar a condição de outras formas de diminuição da tolerância ao som, como hiperacusia (hipersensibilidade a certas frequências e faixas de volume) e fonofobia (medo de sons).{{referências}}
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Revisão das 17h36min de 24 de abril de 2023

A misofonia é caracterizada pela aversão a certos sons, que podem causar forte reação emocional. Tem sido associado que a misofonia, bem como o zumbido, está associada à hiperconectividade entre os sistemas auditivo e límbico. Indivíduos com zumbido incômodo podem ter comprometimento da atenção seletiva, mas isso ainda não foi demonstrado em caso de misofonia[1].

A misofonia, conhecida também como a síndrome da sensibilidade seletiva ao som, é um fenômeno neurocomportamental associado à intolerância a sons específicos ou a estímulos a eles associados, cuja denominação médica e avaliação variam conforme os autores e métodos. Pode afetar adversamente a capacidade de atingir objetivos de vida e desfrutar de situações sociais[2]. Foi reconhecido pela primeira vez em 2001,embora ainda não esteja no DSM-5 ou em qualquer manual semelhante.

As reações aos sons variam de aborrecimento à raiva, com possíveis ativações da resposta de luta ou fuga. Gatilhos comuns incluem sons orais (respiração alta, mastigação, deglutição), sons de cliques (teclado, dedos, limpadores de para-brisa) e sons associados ao movimento (inquietação)[3]. Os sons odiados costumam ser repetitivos por natureza.

Apesar de a misofonia não ser caracterizada como um transtorno psiquiátrico, os sintomas causam sofrimento significativo aos indivíduos, sendo necessários mais estudos para melhor caracterização clínica e tratamento da síndrome. O quadro pode incluir uma variedade de emoções negativas, como desagrado, aborrecimento, ódio, raiva e desconforto. Um subtipo de misofonia é a fonofobia, em que o medo a determinados sons é o fator[4]. As pesquisas científicas sobre o tema, têm relacionado misofonia à ansiedade, zumbido, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e hiperacusia[5].

A alta incidência de misofonia na distribuição familiar pode sugerir a possibilidade de haver uma etiologia hereditária[6].

Origem do termo

O termo foi cunhado em 2001 pelo professor Pawel Jastreboff e pela médica Margaret M. Jastreboff, com a ajuda do classicista Guy Lee, apresentando-o em seu artigo "Hyperacusis", com maiores explicações no International Tinnitus and Hyperacusis Society's ITHS Newsletter.

O termo foi usado pela primeira vez em um periódico revisado por pares em 2002.

"Misofonia" vem das palavras do grego antigo μῖσος (IPA: /mîː.sos/), que significa "ódio" e φωνή (IPA: /pʰɔː.nɛ̌ː/), que significa "voz" ou "som", traduzindo vagamente para " ódio ao som", e foi cunhado para diferenciar a condição de outras formas de diminuição da tolerância ao som, como hiperacusia (hipersensibilidade a certas frequências e faixas de volume) e fonofobia (medo de sons).

Referências

  1. Silva, Fúlvia Eduarda da; Sanchez, Tanit Ganz (maio de 2019). «Evaluation of selective attention in patients with misophonia». Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (em inglês) (3): 303–309. PMC PMC9442865Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 29673780. doi:10.1016/j.bjorl.2018.02.005. Consultado em 24 de abril de 2023 
  2. Vidal, Carlos Eduardo Leal; Vidal, Ligia Melo; Lage, Maria Júlia de Alvarenga (setembro de 2017). «Misofonia: características clínicas e relato de caso». Jornal Brasileiro de Psiquiatria (3): 178–181. ISSN 0047-2085. doi:10.1590/0047-2085000000168. Consultado em 24 de abril de 2023 
  3. Sanchez, Tanit Ganz; Silva, Fúlvia Eduarda da (setembro de 2018). «Familial misophonia or selective sound sensitivity syndrome : evidence for autosomal dominant inheritance?». Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (em inglês) (5): 553–559. PMC PMC9452240Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 28823694. doi:10.1016/j.bjorl.2017.06.014. Consultado em 24 de abril de 2023 
  4. Vidal, Carlos Eduardo Leal; Vidal, Ligia Melo; Lage, Maria Júlia de Alvarenga (setembro de 2017). «Misofonia: características clínicas e relato de caso». Jornal Brasileiro de Psiquiatria (3): 178–181. ISSN 0047-2085. doi:10.1590/0047-2085000000168. Consultado em 24 de abril de 2023 
  5. USP, Jornal da USP no Ar é uma parceria da Rádio USP com a Escola Politécnica e o Instituto de Estudos Avançados (23 de julho de 2021). «Misofonia causa sofrimento por exposição a sons, mas pode ser tratada». Consultado em 24 de abril de 2023 
  6. Sanchez, Tanit Ganz; Silva, Fúlvia Eduarda da (setembro de 2018). «Familial misophonia or selective sound sensitivity syndrome : evidence for autosomal dominant inheritance?». Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (em inglês) (5): 553–559. PMC PMC9452240Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 28823694. doi:10.1016/j.bjorl.2017.06.014. Consultado em 24 de abril de 2023