Autoconceito: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
pequena correcao
Inserir mais texto
Etiquetas: Expressão problemática Possível conteúdo ofensivo Provável parcialidade Editor Visual
Linha 1: Linha 1:
{{Mais fontes|data=6 de maio de 2023}}
{{Mais fontes|data=6 de maio de 2023}}
O '''Autoconceito''' é o conjunto de percepções e ideias que uma pessoa tem de si própria, abrangendo seus pensamentos, características e sentimentos sobre nossa pessoa. O autoconceito é uma ideia abrangente que temos sobre quem somos - física, emocional, social, espiritual e em termos de quaisquer outros aspectos que constituem quem somos<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1017/cbo9780511676000.005 |título=Self-Concept: Self-Esteem and Self-Confidence |data=2010-02-08 |acessodata=2023-05-06 |publicado=Cambridge University Press |paginas=99–127}}</ref>. Formamos e regulamos o nosso auto-conceito à medida que crescemos, com base no conhecimento que temos sobre nós próprios. É multidimensional e pode ser dividido em aspectos individuais.
O '''Autoconceito''' é o conjunto de percepções e ideias que uma pessoa tem de si própria, abrangendo seus pensamentos, características e sentimentos sobre a própria pessoa. O autoconceito é uma ideia abrangente que temos sobre quem somos - física, emocional, social, espiritual e em termos de quaisquer outros aspectos que constituem quem somos<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1017/cbo9780511676000.005 |título=Self-Concept: Self-Esteem and Self-Confidence |data=2010-02-08 |acessodata=2023-05-06 |publicado=Cambridge University Press |paginas=99–127}}</ref>. Formamos e regulamos o nosso autoconceito à medida que crescemos, é um constructo psicológico bastante dinamico e influecniável, com base no conhecimento que temos sobre nós próprios. É multidimensional e pode ser dividido em aspectos individuais.


Por exemplo, podemos ter uma ideia muito diferente de quem somos em termos do nosso corpo físico e de quem somos em termos do nosso espírito ou alma.
Por exemplo, podemos ter uma ideia muito diferente de quem somos em termos do nosso corpo físico e de quem somos em termos do nosso espírito ou desempenho académico.


O influente investigador do Autoconceito Roy Baumeister<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1016/b978-012134645-4/50027-5 |título=Identity, Self-Concept, and Self-Esteem |data=1997 |acessodata=2023-05-06 |publicado=Elsevier |ultimo=Baumeister |primeiro=Roy F. |paginas=681–710}}</ref> define o auto-conceito da seguinte forma:
O influente investigador do Autoconceito Roy Baumeister<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1016/b978-012134645-4/50027-5 |título=Identity, Self-Concept, and Self-Esteem |data=1997 |acessodata=2023-05-06 |publicado=Elsevier |ultimo=Baumeister |primeiro=Roy F. |paginas=681–710}}</ref> define o autoconceito da seguinte forma:


"A crença do indivíduo sobre si próprio, incluindo os atributos da pessoa e quem e o que o Ego é."
"A crença do indivíduo sobre si próprio, incluindo os atributos da pessoa e quem e o que o Eu é."


Uma definição semelhante vem do livro de Rosenberg<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1126/science.204.4394.727 |título=The Dynamics of a Central Illusion:
Uma definição semelhante vem do livro de Rosenberg<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1126/science.204.4394.727 |título=The Dynamics of a Central Illusion:
<i>Conceiving the Self</i>
<i>Conceiving the Self</i>
. Morris Rosenberg. Basic, New York, 1979, xvi, 320 pp. $16.95. |data=1979-05-18 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Science |número=4394 |ultimo=Turner |primeiro=Ralph H. |paginas=727–728 |doi=10.1126/science.204.4394.727 |issn=0036-8075}}</ref> sobre o tema; ele diz que o auto-conceito é:
. Morris Rosenberg. Basic, New York, 1979, xvi, 320 pp. $16.95. |data=1979-05-18 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Science |número=4394 |ultimo=Turner |primeiro=Ralph H. |paginas=727–728 |doi=10.1126/science.204.4394.727 |issn=0036-8075}}</ref> sobre o tema; ele diz que o autoconceito é:


"...a totalidade dos pensamentos e sentimentos de um indivíduo em relação a si próprio como objecto".
"...a totalidade dos pensamentos e sentimentos de um indivíduo em relação a si próprio como objecto".


O autoconceito está relacionado com vários outros constructos do "eu", como a auto-estima, a auto-imagem, a auto-eficácia e a auto-consciência.
O autoconceito está relacionado com vários outros constructos do "Eu", como a autoestima, a autoimagem, a autoeficácia e a autoconsciência.


O facto de haver uma série de dificuldades associadas à tentativa de definir um conceito já foi reconhecido pelo grupo de trabalho em torno de Richard Shavelson,<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.3102/00346543046003407 |título=Self-Concept: Validation of Construct Interpretations |data=1976-09 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Review of Educational Research |número=3 |ultimo=Shavelson |primeiro=Richard J. |ultimo2=Hubner |primeiro2=Judith J. |paginas=407–441 |doi=10.3102/00346543046003407 |issn=0034-6543 |ultimo3=Stanton |primeiro3=George C.}}</ref> quando observaram que "a investigação sobre o autoconceito tem-se debruçado sobre problemas substantivos antes de os problemas de definição, medição e interpretação terem sido resolvidos".
O facto de haver uma série de dificuldades associadas à tentativa de definir um conceito já foi reconhecido pelo grupo de trabalho em torno de Richard Shavelson,<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.3102/00346543046003407 |título=Self-Concept: Validation of Construct Interpretations |data=1976-09 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Review of Educational Research |número=3 |ultimo=Shavelson |primeiro=Richard J. |ultimo2=Hubner |primeiro2=Judith J. |paginas=407–441 |doi=10.3102/00346543046003407 |issn=0034-6543 |ultimo3=Stanton |primeiro3=George C.}}</ref> quando observaram que "a investigação sobre o autoconceito tem-se debruçado sobre problemas substantivos antes de os problemas de definição, medição e interpretação terem sido resolvidos".
Linha 25: Linha 25:


Para além disso, o autoconceito, tal como muitos outros constructos psicológicos, também é utilizado na linguagem comum, pelo que existem ideias ingénuas do que se quer dizer com ele<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1037/0022-0663.82.4.623 |título=The structure of academic self-concept: The Marsh/Shavelson model. |data=1990-12 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Journal of Educational Psychology |número=4 |ultimo=Marsh |primeiro=Herbert W. |paginas=623–636 |doi=10.1037/0022-0663.82.4.623 |issn=1939-2176}}</ref>. Além disso, muitos investigadores não se dão ao trabalho de começar por definir claramente e fundamentar teoricamente a área temática e os constructos dos seus estudos<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1037/0022-0663.76.5.940 |título=Self-Description Questionnaire: Age and sex effects in the structure and level of self-concept for preadolescent children. |data=1984-10 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Journal of Educational Psychology |número=5 |ultimo=Marsh |primeiro=Herbert W. |ultimo2=Barnes |primeiro2=Jennifer |paginas=940–956 |doi=10.1037/0022-0663.76.5.940 |issn=1939-2176 |ultimo3=Cairns |primeiro3=Len |ultimo4=Tidman |primeiro4=Marjorie}}</ref>
Para além disso, o autoconceito, tal como muitos outros constructos psicológicos, também é utilizado na linguagem comum, pelo que existem ideias ingénuas do que se quer dizer com ele<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1037/0022-0663.82.4.623 |título=The structure of academic self-concept: The Marsh/Shavelson model. |data=1990-12 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Journal of Educational Psychology |número=4 |ultimo=Marsh |primeiro=Herbert W. |paginas=623–636 |doi=10.1037/0022-0663.82.4.623 |issn=1939-2176}}</ref>. Além disso, muitos investigadores não se dão ao trabalho de começar por definir claramente e fundamentar teoricamente a área temática e os constructos dos seus estudos<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1037/0022-0663.76.5.940 |título=Self-Description Questionnaire: Age and sex effects in the structure and level of self-concept for preadolescent children. |data=1984-10 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Journal of Educational Psychology |número=5 |ultimo=Marsh |primeiro=Herbert W. |ultimo2=Barnes |primeiro2=Jennifer |paginas=940–956 |doi=10.1037/0022-0663.76.5.940 |issn=1939-2176 |ultimo3=Cairns |primeiro3=Len |ultimo4=Tidman |primeiro4=Marjorie}}</ref>

== Autoconceito vs. Autoestima ==
O autoconceito não é autoestima, embora a autoestima possa fazer parte do autoconceito. O autoconceito é a percepção que temos de nós próprios, a nossa resposta quando nos colocamos a questão "Quem sou eu?".

É o conhecimento das nossas próprias tendências, pensamentos, preferências e hábitos, passatempos, competências e fraquezas. De acordo com Carl Rogers<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.12928/jehcp.v5i1.4270 |título=Discovering the Self in Islam: Self-Striving, Self-Regard, and Self-Neglect |data=2016-07-14 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Journal of Educational, Health and Community Psychology |número=1 |ultimo=Tekke |primeiro=Mustafa Tekke |ultimo2=Ismail |primeiro2=Nik Ahmad Hisham |paginas=1 |doi=10.12928/jehcp.v5i1.4270 |issn=2460-8467}}</ref>, fundador da terapia centrada doente, o autoconceito é uma construção abrangente em que a autoestima é um dos componentes<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.4324/9780203720448-29 |título=The self-concept |data=2012-12-06 |acessodata=2023-05-06 |publicado=Psychology Press |paginas=288–300 |isbn=978-0-203-72044-8}}</ref>.

== Autoconceito vs. Autoimagem ==
A autoimagem está relacionada com o autoconceito, mas é menos abrangente. A autoimagem é a forma como um indivíduo se vê a si próprio e não tem de estar alinhada com a realidade.

A autoimagem de uma pessoa baseia-se na forma como ela se vê a si própria, ao passo que o autoconceito é uma avaliação mais abrangente do Eu, largamente baseada na forma como uma pessoa se vê a si própria, se valoriza a si própria, pensa em si própria e se sente em relação a si própria.

Carl Rogers afirmou que a auto-imagem é uma componente do autoconceito, juntamente com a auto-estima e o "Eu ideal" de uma pessoa<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.4324/9780203720448-29 |título=The self-concept |data=2012-12-06 |acessodata=2023-05-06 |publicado=Psychology Press |paginas=288–300 |isbn=978-0-203-72044-8}}</ref>

== Autoconceito vs. Autoeficácia ==
O autoconceito é uma construção mais complexa do que a autoeficácia. Enquanto a autoeficácia se refere aos julgamentos de um indivíduo sobre as suas próprias capacidades, o autoconceito é mais geral e inclui julgamentos cognitivos (pensamentos sobre) e afectivos (sentimentos sobre) sobre si próprio<ref>{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1207/s15326985ep3403_1 |título=Comparison between self-concept and self-efficacy in academic motivation research |data=1999-06-01 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Educational Psychologist |número=3 |ultimo=Bong |primeiro=Mimi |ultimo2=Clark |primeiro2=Richard E. |paginas=139–153 |doi=10.1207/s15326985ep3403_1 |issn=0046-1520}}</ref>.

== Autoconceito vs. Autoconsciencia ==
A autoconsciência também influencia o autoconceito. É a qualidade ou característica que envolve a consciência dos próprios pensamentos, sentimentos, comportamentos e características<ref>{{Citar web|url=https://www.verywellmind.com/what-is-self-awareness-2795023|titulo=Self-Awareness: How It Develops and Why It Matters|acessodata=2023-05-06|website=Verywell Mind|lingua=en}}</ref>. Para ter um autoconceito totalmente desenvolvido (e baseado na realidade), uma pessoa deve ter pelo menos algum nível de autoconsciência.

== Teoria do Autoconceito ==
Existem muitas teorias sobre o que é exactamente o autoconceito e como se desenvolve<ref>{{Citar web|url=https://www.verywellmind.com/what-is-self-concept-2795865|titulo=What Is Self-Concept and How Does It Form?|acessodata=2023-05-06|website=Verywell Mind|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1146/annurev.so.08.080182.000245 |título=The Self-Concept |data=1982-08 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Annual Review of Sociology |número=1 |ultimo=Gecas |primeiro=V |paginas=1–33 |doi=10.1146/annurev.so.08.080182.000245 |issn=0360-0572}}</ref>.

Em geral, os teóricos concordam com os seguintes pontos:

No nível mais amplo, o autoconceito é a ideia geral que temos sobre quem somos e inclui julgamentos cognitivos e afetivos sobre nós mesmos;

O autoconceito é multidimensional, incorporando a nossa visão de nós próprios em termos de vários aspectos diferentes (por exemplo, social, religioso, espiritual, físico, emocional);

É aprendido, não é inerente;

É influenciado por factores biológicos e ambientais, mas a interacção social também desempenha um papel importante;

O autoconceito desenvolve-se durante a infância e o início da idade adulta, altura em que é mais facilmente alterado ou actualizado;

Pode ser alterado nos últimos anos, mas é uma batalha mais difícil, uma vez que as pessoas têm ideias estabelecidas sobre quem são;

O autoconceito nem sempre está de acordo com a realidade. Quando isso acontece, o nosso aut-conceito é "congruente". Quando não está, o nosso autoconceito é "incongruente".

=== Teoria da Identidade e do Autoconceito em Psicologia vs. Autoconceito em Sociologia ===
Tanto a psicologia como a sociologia partilham o interesse pelo autoconceito, mas utilizam formas ligeiramente diferentes de o explorar. Os investigadores variam, evidentemente, mas, de um modo geral, a divisão pode ser pensada nestes termos:

A sociologia/psicologia social centra-se na forma como o autoconceito se desenvolve, especificamente no contexto do ambiente social do indivíduo.

A psicologia centra-se na forma como o autoconceito afecta as pessoas<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1146/annurev.so.08.080182.000245 |título=The Self-Concept |data=1982-08 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Annual Review of Sociology |número=1 |ultimo=Gecas |primeiro=V |paginas=1–33 |doi=10.1146/annurev.so.08.080182.000245 |issn=0360-0572}}</ref>.

Existem outras diferenças entre as duas, incluindo o facto de a psicologia se centrar no indivíduo e a sociologia no grupo, na comunidade ou na sociedade; no entanto, esta diferença de enfoque deu origem a duas correntes de investigação diferentes. Ambas resultaram em grandes conhecimentos e descobertas interessantes, e por vezes sobrepõem-se, mas esta divisão ainda pode ser vista na literatura actual.

=== Carl Rogers e a teoria do autoconceito da personalidade ===
O famoso psicólogo, teórico e clínico Carl Rogers<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.12928/jehcp.v5i1.4270 |título=Discovering the Self in Islam: Self-Striving, Self-Regard, and Self-Neglect |data=2016-07-14 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Journal of Educational, Health and Community Psychology |número=1 |ultimo=Tekke |primeiro=Mustafa Tekke |ultimo2=Ismail |primeiro2=Nik Ahmad Hisham |paginas=1 |doi=10.12928/jehcp.v5i1.4270 |issn=2460-8467}}</ref> propôs uma teoria sobre a forma como o auto-conceito influencia e, de facto, actua como a estrutura da personalidade de uma pessoa.

A imagem que temos de quem somos contribui para a nossa personalidade, e as nossas acções - combinadas com a nossa personalidade - criam um ciclo de feedback para a imagem que temos de nós próprios. Rogers<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.4324/9780429353482-3 |título=Key Theories and Concepts from Positive Psychology |data=2020-12-29 |acessodata=2023-05-06 |publicado=Routledge |ultimo=Raney |primeiro=Arthur A. |local=New York, NY : Routledge, 2021. |paginas=36–53 |isbn=978-0-429-35348-2}}</ref> acreditava que a nossa personalidade é impulsionada pelo nosso desejo de auto-realização. Esta é a condição que surge quando atingimos o nosso pleno potencial e o nosso autoconceito, autoestima e Eu ideal se sobrepõem.

A forma como desenvolvemos as nossas personalidades e auto-conceitos varia, criando assim os indivíduos únicos que somos. De acordo com Rogers, esforçamo-nos sempre por atingir a auto-realização, alguns com mais sucesso do que outros.

Como é que as pessoas se esforçam por alcançar a auto-realização e a congruência? Isto está relacionado com a ideia de como alguém "mantém" a sua ideia de si próprio. Exploramos isso a seguir.

=== Teoria da manutenção do autoconceito ===
A manutenção do autoconceito refere-se à forma como as pessoas mantêm ou melhoram o seu sentido do Eu. É relativamente fixo depois de uma pessoa atingir a idade adulta, mas pode mudar - e muda - com base nas experiências da pessoa.

A teoria da manutenção do autoconceito afirma que não nos limitamos a esperar que o nosso autoconceito se desenvolva: desempenhamos um papel activo na formação do nosso autoconceito em todas as idades (quer estejamos conscientes disso ou não).

Embora existam diferentes teorias sobre os processos de manutenção do auto-conceito, estas dizem geralmente respeito:

- As avaliações que fazemos de nós próprios;

- A comparação do nosso "Eu" actual com o nosso "Eu" ideal;

- As nossas acções para nos aproximarmos do nosso "Eu" ideal<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.2307/3033556 |título=Theories of Deviance and the Self-Concept |data=1978-09 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Social Psychology |número=3 |ultimo=Wells |primeiro=L. Edward |paginas=189 |doi=10.2307/3033556 |issn=0147-829X}}</ref>.

Este pode parecer um processo bastante lógico e directo, mas temos tendência a dar-nos espaço para a ambiguidade moral. Por exemplo, um estudo de Mazar, Amir e Ariely<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1509/jmkr.45.6.633 |título=The Dishonesty of Honest People: A Theory of Self-Concept Maintenance |data=2008-12 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Journal of Marketing Research |número=6 |ultimo=Mazar |primeiro=Nina |ultimo2=Amir |primeiro2=On |paginas=633–644 |doi=10.1509/jmkr.45.6.633 |issn=0022-2437 |ultimo3=Ariely |primeiro3=Dan}}</ref> mostrou que as pessoas geralmente se envolvem em uma certa desonestidade benéfica quando lhes é dada a oportunidade. No entanto, essas mesmas pessoas podem não rever o seu autoconceito para incorporar essa desonestidade.

Quando os participantes no estudo eram convidados a estar mais conscientes dos seus padrões internos de honestidade, tinham menos probabilidades de se envolverem em desonestidade benéfica; por outro lado, quando lhes era dado um "grau de liberdade" (maior separação entre as suas acções e as recompensas que receberiam por desonestidade), tinham mais probabilidades de se envolverem em desonestidade - sem impacto no seu autoconceito.

Este é um exemplo do trabalho sobre a manutenção do autoconceito, uma vez que os seres humanos se avaliam constantemente a si próprios e ao seu código moral, uma vez que este influencia a sua identidade e as suas acções.

=== Clareza do autoconceito e diferenciação do autoconceito ===
A clareza do autoconceito é diferente do autoconceito.

A clareza do autoconceito refere-se ao grau de clareza, confiança e consistência das definições que um indivíduo faz de si próprio<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.2190/ag.73.2.b |título=Self-Concept Differentiation and Self-Concept Clarity across Adulthood: Associations with Age and Psychological Well-Being |data=2011-09 |acessodata=2023-05-06 |periódico=The International Journal of Aging and Human Development |número=2 |ultimo=Diehl |primeiro=Manfred |ultimo2=Hay |primeiro2=Elizabeth L. |paginas=125–152 |doi=10.2190/ag.73.2.b |issn=0091-4150}}</ref>. A diferenciação do autoconceito refere-se à forma como a autorepresentação de um indivíduo pode variar consoante os contextos ou os papéis sociais (por exemplo, o autoconceito como cônjuge, o autoconceito como pai ou mãe, o autoconceito como estudante...).

A clareza do Autoconceito e a diferenciacao do Autoconceito são temas quentes na psicologia, uma vez que influenciam os padrões de pensamento e o comportamento.

Uma clareza do autoconceito mais elevada indica um autoconceito mais firme e estável, enquanto uma clareza do autoconceito baixa indica que um indivíduo não tem a certeza ou não sabe quem realmente é. As pessoas com baixa clareza do autoconceito podem debater-se com baixa autoestima, baixa autoconsciência e neuroticismo.

A diferenciacao do autoconceito não é tão clara. Ter uma diferenciacao do autoconceito elevada pode ser visto como uma coisa má, mas também pode ser um mecanismo eficaz para ter sucesso no mundo moderno, onde os indivíduos têm muitos papéis diferentes. Se a diferenciacao do autoconceito for muito elevada, pode significar que o indivíduo não tem um autoconceito estável e "usa uma máscara diferente" para cada um dos seus papéis.

Um nível muito baixo de diferenciacao do autoconceito pode indicar que o indivíduo é autenticamente "ele" em todos os seus papéis - embora também possa indicar que não consegue mudar efectivamente de um papel para outro <ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.2190/ag.73.2.b |título=Self-Concept Differentiation and Self-Concept Clarity across Adulthood: Associations with Age and Psychological Well-Being |data=2011-09 |acessodata=2023-05-06 |periódico=The International Journal of Aging and Human Development |número=2 |ultimo=Diehl |primeiro=Manfred |ultimo2=Hay |primeiro2=Elizabeth L. |paginas=125–152 |doi=10.2190/ag.73.2.b |issn=0091-4150}}</ref>.

Essencialmente, as pessoas que diferenciam ligeiramente os seus papéis, mas mantêm uma imagem clara de si próprias, podem ser mais bem sucedidas na procura de equilíbrio na sua identidade e imagem.

== Os componentes e os elementos do modelo de autoconceito ==
Existem diferentes ideias sobre o que é o autoconceito e como deve ser definido; no entanto, existem algumas características e dimensões que se aplicam à conceptualização básica e consensual do autoconceito.

=== Características do autoconceito ===
Numa breve revisão, o autoconceito é a perspectiva que temos sobre quem somos. Cada um de nós tem um autoconceito único, diferente do autoconceito dos outros e do conceito que têm de nós.

No entanto, existem algumas características que todos os nossos autoconceitos têm em comum:

- Apresenta-se de forma única em cada pessoa.

- Varia de muito positivo a muito negativo.

- Tem dimensões emocionais, intelectuais e funcionais.

- Muda consoante o contexto.

- Muda com o tempo.

- Influenciam a vida do indivíduo <ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/52766354|título=Nursing fundamentals : caring & clinical decision making|data=2004|editora=Delmar Learning|outros=Rick Daniels|local=Australia|oclc=52766354}}</ref>

=== Dimensões do autoconceito ===
Diferentes dimensões podem constituir diferentes tipos de autoconceito; por exemplo, as dimensões que criam o "autoconceito académico" não se sobrepõem tanto ao "autoconceito social".

Existem algumas dimensões abrangentes que os investigadores entendem como o puzzle do autoconceito. Estas dimensões incluem:

- Auto-estima

- Valor próprio

- Auto-imagem (física)

- o Eu ideal

- Identidades ou papéis (sociais)

- Traços e qualidades pessoais <ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1007/bf02094866 |título=Dimensions of the self-concept: A source of further distinctions in the nature of self-consciousness |data=1984-08 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Journal of Youth and Adolescence |número=4 |ultimo=Elliott |primeiro=Gregory C. |paginas=285–307 |doi=10.1007/bf02094866 |issn=0047-2891}}</ref> <ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1146/annurev.so.08.080182.000245 |título=The Self-Concept |data=1982-08 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Annual Review of Sociology |número=1 |ultimo=Gecas |primeiro=V |paginas=1–33 |doi=10.1146/annurev.so.08.080182.000245 |issn=0360-0572}}</ref>

== As fases de desenvolvimento do autoconceito ==
O autoconceito desenvolve-se e altera-se ao longo de toda a vida, mas é durante os primeiros anos que sofre mais alterações.

A primeira infância é uma altura propícia para os jovens humanos se percepcionarem no mundo.

=== A formação do autoconceito durante a primeira infância ===
Existem três fases gerais de desenvolvimento do autoconceito durante a primeira infância:

Fase 1: 0 a 2 anos de idade

a. Os bebés precisam de relações consistentes e amorosas para desenvolverem um sentido positivo de si próprios.

b. Os bebés formam preferências que se alinham com o seu sentido inato do Eu.

c. As crianças pequenas sentem-se seguras com limites suaves mas firmes

d. Aos dois anos de idade, as competências linguísticas desenvolvem-se e as crianças têm um sentido de "Eu".

Fase 2: 3 a 4 anos de idade

a. As crianças de três e quatro anos começam a ver-se como indivíduos separados e únicos.

b. As suas autoimagens tendem a ser descritivas em vez de prescritivas ou julgadoras.

c. As crianças em idade pré-escolar são cada vez mais independentes e curiosas sobre o que podem fazer.

Fase 3: 5 a 6 anos de idade

a. Estão a passar da fase do "Eu" para a fase do "nós", onde estão mais conscientes das necessidades e interesses do grupo maior.

b. As crianças do jardim-de-infância podem usar as suas palavras para comunicar os seus desejos, necessidades e sentimentos.

c. As crianças de cinco e seis anos podem utilizar uma linguagem ainda mais avançada para ajudar a definir-se no contexto do grupo<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.2307/j.ctt3fgqcd.6 |título=The Self-Concept of Early Scholastic Theologies |acessodata=2023-05-06 |publicado=Catholic University of America Press |paginas=74–119}}</ref>

=== Autoconceito na infancia tardia ===
Durante a infância tardia (entre os 7 e os 11 anos de idade), as crianças começam a desenvolver uma noção do seu "Eu" social e a descobrir como se enquadram com os outros. Fazem referência a grupos sociais e fazem comparações sociais com mais frequência, e começam a pensar na forma como os outros as vêem.

Outras características do seu auto-conceito nesta fase incluem:

- Descrições mais equilibradas, menos "tudo ou nada";

- Desenvolvimento do "Eu ideal" e do "Eu real";

- Descrições do Eu por competências em vez de comportamentos específicos;

- Desenvolvimento de um sentido pessoal do Eu (Berk, 2004)<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1177/106591297102400434 |título=Book Reviews : Latin American Politics: A Primer. By ARPAD VON LAZAR. (Boston: Allyn and Bacon, 1971. Pp. xviii, 157.) Political Forces in Argentina. By PETER G. SNOW. (Boston: Allyn and Bacon, 1971. Pp. ix, 157.) Mexican Democracy: A Critical View. By KENNETH F. JOHNSON. (Boston: Allyn and Bacon, 1971. Pp. xiii, 190.) Patterns of Costa Rican Politics. By CHARLES F. DENTON. (Boston: Allyn and Bacon, 1971. Pp. x, 113. $2.50.) |data=1971-12 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Western Political Quarterly |número=4 |ultimo=Schwarz |primeiro=Carl E. |paginas=837–842 |doi=10.1177/106591297102400434 |issn=0043-4078}}</ref>

A cultura começa a desempenhar um papel importante nesta fase.

=== O desenvolvimento do autoconceito na adolescência ===
A adolescência é a fase em que o desenvolvimento do autoconceito de uma pessoa explode verdadeiramente.

Esta é a fase em que os indivíduos (por volta dos 12-18 anos) brincam com o seu sentido do Eu, incluindo uma altura em que experimentam a sua identidade, se comparam com os outros e desenvolvem a base de um autoconceito que pode permanecer com eles para o resto da vida.

Durante este período, os adolescentes são propensos a uma maior autoconsciência e susceptibilidade à influência dos seus pares e às mudanças químicas que ocorrem no cérebro<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1016/j.tics.2008.07.008 |título=Development of the self-concept during adolescence |data=2008-11 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Trends in Cognitive Sciences |número=11 |ultimo=Sebastian |primeiro=Catherine |ultimo2=Burnett |primeiro2=Stephanie |paginas=441–446 |doi=10.1016/j.tics.2008.07.008 |issn=1364-6613 |ultimo3=Blakemore |primeiro3=Sarah-Jayne}}</ref>.

Gozam de uma maior liberdade e independência, envolvem-se em actividades cada vez mais competitivas, comparam-se com os seus pares e podem valorizar (ou mesmo sobrevalorizar) a perspectiva dos outros<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1057/9780230597907_7 |título=Corporate Self-Esteem, Leadership, Stress and Organizations of the Future |data=2007 |acessodata=2023-05-06 |publicado=Palgrave Macmillan UK |ultimo=Dolan |primeiro=Simon L. |local=London |paginas=191–236 |isbn=978-1-349-28222-7}}</ref>.

Na adolescência, há dois factores importantes que influenciam o autoconceito e a auto-estima:

- Sucesso em áreas em que o adolescente deseja ter sucesso;

- Aprovação de pessoas importantes na vida do adolescente<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1057/9780230597907_7 |título=Corporate Self-Esteem, Leadership, Stress and Organizations of the Future |data=2007 |acessodata=2023-05-06 |publicado=Palgrave Macmillan UK |ultimo=Dolan |primeiro=Simon L. |local=London |paginas=191–236 |isbn=978-1-349-28222-7}}</ref>.

Quando os alunos têm um sentido saudável de [[autoestima]], contribuem para um maior autoconceito.

== 10 Exemplos de Autoconceito ==
Talvez já tenha uma boa noção do que é o autoconceito, mas estes exemplos podem ajudar a explicá-lo melhor.

Os autoconceitos raramente são todos positivos ou todos negativos; uma pessoa pode ter autoconceitos positivos e negativos em diferentes domínios (por exemplo, um marido que se considera um bom pai, mas que vê o seu físico como fora de forma e pouco saudável, ou um estudante que se considera um grande atleta, mas que tem dificuldades académicas).

''Alguns exemplos de auto-conceitos positivos incluem:''

- Uma pessoa vê-se a si própria como uma pessoa inteligente;

- Um homem vê-se como um membro importante da sua comunidade;

- Uma mulher vê-se como uma excelente esposa e amiga;

- Uma pessoa vê-se a si própria como uma pessoa carinhosa e atenciosa;

- Uma pessoa vê-se a si própria como um trabalhador esforçado e competente.


''Por outro lado, estas pessoas podem ter auto-conceitos negativos como:''

- Uma pessoa vê-se a si própria como pouco inteligente e agraciado;

- Um homem vê-se a si próprio como dispensável e um fardo para a sua comunidade;

- Uma mulher vê-se como uma péssima esposa e amiga;

- Uma pessoa vê-se a si própria como uma pessoa fria e inacessível;

- Uma pessoa vê-se a si própria como um empregado preguiçoso e incompetente.

Todos nós temos muitos destes mini-conceitos ou autoconceitos específicos de um domínio que englobam o nosso autoconceito. Alguns podem ser mais positivos ou negativos do que outros, mas cada um deles é uma parte importante daquilo que nos torna quem somos e contribuem decisivamente para o autoconceito global.

== Investigação sobre o autoconceito ==
Dado o grande interesse por este tema no âmbito da sociologia e da psicologia, existe uma grande quantidade de investigação sobre o assunto. Aqui estão algumas das descobertas mais interessantes e impactantes sobre o autoconceito:

=== O autoconceito no marketing e a sua influência no comportamento do consumidor ===
Provavelmente, não achará estranho o facto de a ideia de autoconceito ter entrado no marketing - afinal, as marcas e as empresas podem lucrar ao visar determinadas identidades desejáveis. De facto, é a base da moda e do consumismo.

O nosso autoconceito influencia os nossos desejos e necessidades e pode também moldar o nosso comportamento. Quer seja verdade ou não, tendemos a acreditar que as nossas compras ajudarão a estabelecer a nossa identidade. Há uma razão para as pessoas comprarem determinadas roupas, carros, etc.

E esta ideia tem um nome: apego do autoconceito.

==== Apego do autoconceito ====
O apego do auto-conceito refere-se ao apego que formamos a um produto, uma vez que este influencia a identidade. Por exemplo, uma pessoa que adora o seu casaco Nike pode também considerá-lo um símbolo de estatuto que representa também o seu lado "outdoor".

Assim, este casaco tem uma forte ligação ao autoconceito, para além do seu objectivo de fornecer conforto e calor.

Surpreendentemente, os consumidores ficam mais ligados a uma marca quando as marcas correspondem aos seus "Eus reais" e não aos seus "Eus ideais"<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1509/jmkg.75.4.35 |título=Emotional Brand Attachment and Brand Personality: The Relative Importance of the Actual and the Ideal Self |data=2011-07 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Journal of Marketing |número=4 |ultimo=Malär |primeiro=Lucia |ultimo2=Krohmer |primeiro2=Harley |paginas=35–52 |doi=10.1509/jmkg.75.4.35 |issn=0022-2429 |ultimo3=Hoyer |primeiro3=Wayne D. |ultimo4=Nyffenegger |primeiro4=Bettina}}</ref>. Temos tendência para nos identificarmos mais com marcas que "nos encontram onde estamos", em vez de tentarmos ligar-nos ao nosso "Eu ideal" mais elevado.

As empresas compreendem este facto e trabalham para (1) conhecer melhor os seus consumidores-alvo e (2) moldar a identidade da sua marca de modo a corresponder ao autoconceito dos seus consumidores. Quanto mais conseguirem que os consumidores se identifiquem com a sua marca, mais eles comprarão essa marca.

=== Autoconceito e comunicação interpessoal ===
Pense num ciclo em que desenvolvemos, mantemos e revemos o nosso autoconceito: temos uma ideia de quem somos e agimos de acordo com esse autoconceito. Consequentemente, os outros formam uma ideia sobre quem somos e reagem de acordo com a sua ideia de quem somos, afectando assim a nossa ideia de quem somos.

Este ciclo de feedback positivo continua a moldar-nos, e a comunicação interpessoal desempenha aqui um papel importante.

O nosso autoconceito determina as nossas motivações, métodos e experiências de comunicação com os outros. Por exemplo, se se vê a si próprio como alguém que tem sempre razão (ou que tem de ter sempre razão), pode ter dificuldades em comunicar com os outros quando surgem desacordos.

Se essa necessidade for acompanhada por uma aceitação da agressão, pode usar a hostilidade, a assertividade e a argumentação para atacar os auto-conceitos das pessoas com quem está a debater, em vez de discutir as suas posições<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1080/03637758609376126 |título=Verbal aggressiveness: An interpersonal model and measure |data=1986-03 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Communication Monographs |número=1 |ultimo=Infante |primeiro=Dominic A. |ultimo2=Wigley |primeiro2=Charles J. |paginas=61–69 |doi=10.1080/03637758609376126 |issn=0363-7751}}</ref>.

- A comunicação nas redes sociais é também um factor determinante e com consewuencias no autoconceito de um indivíduo.

Sponcil e Gitimu<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1080/17439884.2015.1064953 |título=Self-regulated learning and social media – a ‘natural alliance’? Evidence on students’ self-regulation of learning, social media use, and student–teacher relationship |data=2015-07-15 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Learning, Media and Technology |número=1 |ultimo=Matzat |primeiro=U. |ultimo2=Vrieling |primeiro2=E.M. |paginas=73–99 |doi=10.1080/17439884.2015.1064953 |issn=1743-9884}}</ref> sugeriram que, em geral, quanto mais amigos um indivíduo tem nas redes sociais, mais positivo se sente em relação a si próprio como um todo. Por outro lado, a ansiedade das redes sociais e a manutenção da imagem de uma pessoa colocam outras questões, em grande parte patológicas.

=== Autoconceito e sucesso académico ===
O autoconceito e o sucesso académico são também um ciclo de feedback positivo, uma vez que as acções geram acções semelhantes e uma identidade correspondente.

Num estudo longitudinal, Marsh<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1037/0022-0663.82.4.646 |título=Causal ordering of academic self-concept and academic achievement: A multiwave, longitudinal panel analysis. |data=1990-12 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Journal of Educational Psychology |número=4 |ultimo=Marsh |primeiro=Herbert W. |paginas=646–656 |doi=10.1037/0022-0663.82.4.646 |issn=1939-2176}}</ref> verificou que os estudantes com um autoconceito académico mais positivo obtinham maior sucesso académico no ano seguinte. Estudos posteriores confirmaram a relação entre os dois, mas indicaram que os bons resultados académicos afectam o autoconceito mais do que o autoconceito influencia intrinsecamente os bons resultados académicos<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1111/j.2044-8279.1997.tb01243.x |título=Predictors of academic achievement and academic self-concept: a longitudinal perspective |data=1997-09 |acessodata=2023-05-06 |periódico=British Journal of Educational Psychology |número=3 |ultimo=Muijs |primeiro=R. Daniel |paginas=263–277 |doi=10.1111/j.2044-8279.1997.tb01243.x |issn=0007-0998}}</ref>.

A investigação de Byrne<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1037/h0079982 |título=Self-concept/academic achievement relations: An investigation of dimensionality, stability, and causality. |data=1986 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Canadian Journal of Behavioural Science / Revue canadienne des sciences du comportement |número=2 |ultimo=Byrne |primeiro=Barbara M. |paginas=173–186 |doi=10.1037/h0079982 |issn=1879-2669}}</ref> sugeriu, pelo contrário, que o autoconceito e o autoconceito académico podem ser considerados dois constructos distintos; o sucesso académico pode ter impacto no autoconceito global de uma pessoa, mas está mais directamente relacionado com o autoconceito académico.

=== Autoconceito e desenvolvimento da carreira ===
O auto-conceito desenvolve-se ao longo da vida e duranteas fases de qualquer carreira.

Segundo o investigador Donald Super<ref>{{Citar periódico |url=https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/03069887308259333 |título=Career development theory |data=1973-01 |acessodata=2023-05-06 |periódico=British Journal of Guidance & Counselling |número=1 |ultimo=Super |primeiro=Donald E. |ultimo2=Jordaan |primeiro2=Jean Pierre |paginas=3–16 |lingua=en |doi=10.1080/03069887308259333 |issn=0306-9885}}</ref>, existem cinco fases de desenvolvimento da vida e da carreira:

- Crescimento (dos 0 aos 14 anos);

- Exploração (dos 15 aos 24 anos);

- Estabelecimento (25 a 44 anos);

- Manutenção (45 a 64 anos);

- Declínio (65 anos ou mais);

A primeira fase é marcada pelo desenvolvimento do autoconceito de base. Na segunda fase, os indivíduos capazes experimentam novas aulas, experiências e empregos. Na terceira fase, os indivíduos estabelecem a sua carreira e desenvolvem as suas competências, provavelmente começando numa posição inicial.

Na quarta fase, os indivíduos envolvem-se num processo contínuo de gestão e ajustamento tanto do seu autoconceito como da sua carreira. Por último, a quinta fase caracteriza-se pela redução da produção e pela preparação para a reforma, actividades que podem ter um enorme impacto no autoconceito<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1016/b978-0-08-013391-1.50010-9 |título=A Model for the Translation of Self Concepts into Vocational Terms  (Reprinted from Career Development: Self-Concept Theory, New York, College Entrance Examination Board, by permission of publisher and authors.) |data=1968 |acessodata=2023-05-06 |publicado=Elsevier |ultimo=STARISHEVSKY |primeiro=REUBEN |ultimo2=MATLIN |primeiro2=NORMAN |paginas=25–34}}</ref>.

É claro que este modelo pressupõe igualdade de acesso e de privilégios aquando da entrada no mercado de trabalho, o que não corresponde à realidade. Nem todos os seres humanos, por exemplo, têm a oportunidade de explorar e estabelecer-se tão facilmente como os outros.

=== Cultura e autoconceito ===
Sem surpresa, a cultura pode ter um grande impacto no autoconceito. Por exemplo, a forma como as crianças são tratadas na primeira infância influencia o desenvolvimento do seu sentido do Eu.

Muitos pais podem estar mais preocupados com as emoções e com a satisfação dos desejos dos filhos, enquanto outros podem ser mais firmes e controladores do comportamento dos filhos, preocupando-se mais com as suas necessidades do que com a satisfação dos seus desejos. Esta é uma generalização, mas que se mantém sob escrutínio: a cultura influencia o autoconceito.

A investigação sugere que as pessoas de culturas mais colectivistas produzem mais autodescrições de grupo e menos autodescrições idiocêntricas do que as de culturas individualistas<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1177/0022022194252007 |título=Cross-Cultural Differences in the Self Concept |data=1994-06 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Journal of Cross-Cultural Psychology |número=2 |ultimo=Bochner |primeiro=Stephen |paginas=273–283 |doi=10.1177/0022022194252007 |issn=0022-0221}}</ref>.

Outras investigações também indicaram que as culturas da Ásia Oriental aceitam melhor as crenças contraditórias sobre o "Eu"; isto indica que o autoconceito de uma pessoa nestas culturas pode ser mais flexível do que, por exemplo, na cultura ocidental<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1177/014616702237578 |título=Culture and Self-Concept Flexibility |data=2002-11 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Personality and Social Psychology Bulletin |número=11 |ultimo=Choi |primeiro=Incheol |ultimo2=Choi |primeiro2=Yimoon |paginas=1508–1517 |doi=10.1177/014616702237578 |issn=0146-1672}}</ref>.

Resultados como estes são fascinantes, mas também revelam como e porque é difícil medir o autoconceito.

== Medir o autoconceito com escalas, testes e inventários ==
O enviesamento do autorelato dificulta a medição do autoconceito.

O autoconceito de uma pessoa nem sempre está de acordo com a "realidade" ou com a forma como os outros vêem uma pessoa. No entanto, existem algumas ferramentas que podem medir o autoconceito.

Se estiver interessado em utilizar um instrumento de medida do autoconceito para fins de investigação, deve começar por analisar o desenvolvimento do instrumento, a definição em que se baseia e as dimensões ou componentes que mede. É importante escolher um instrumento que esteja de acordo com a ideia de autoconceito que a sua investigação utiliza.

Alguns dos instrumentos mais proeminentes para medir o autoconceito incluem:

O Questionário de Autoconceito de Robson<ref>{{Citar periódico |url=http://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0013164494054002018 |título=Construct Validity of the Robson Self-Esteem Questionnaire in a College Sample |data=1994-06 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Educational and Psychological Measurement |número=2 |ultimo=Addeo |primeiro=Russell R. |ultimo2=Greene |primeiro2=Anthony F. |paginas=439–446 |lingua=en |doi=10.1177/0013164494054002018 |issn=0013-1644 |ultimo3=Geisser |primeiro3=Michael E.}}</ref>

O Questionário de Auto-Conceito Social <ref>{{Citar web|ultimo=Fernández-Zabala|primeiro=Arantza|ultimo2=Goñi|primeiro2=Eider|url=http://dx.doi.org/10.1037/t53319-000|titulo=Dimensional Self-Concept Questionnaire|data=2015|acessodata=2023-05-06|website=PsycTESTS Dataset|ultimo3=Rodríguez-Fernández|primeiro3=Arantzazu|ultimo4=Goñi|primeiro4=Alfredo}}</ref>

Questionário de Auto-Conceito Académico<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1007/bf03024964 |título=Academic self-concept: A cross-sectional study of grade and gender differences in a Singapore secondary school |data=2005-07 |acessodata=2023-05-06 |periódico=Asia Pacific Education Review |número=1 |ultimo=Liu |primeiro=Woon Chia |ultimo2=Wang |primeiro2=Chee Keng John |paginas=20–27 |doi=10.1007/bf03024964 |issn=1598-1037}}</ref>






{{Referências}}
{{Referências}}

Revisão das 23h44min de 6 de maio de 2023

O Autoconceito é o conjunto de percepções e ideias que uma pessoa tem de si própria, abrangendo seus pensamentos, características e sentimentos sobre a própria pessoa. O autoconceito é uma ideia abrangente que temos sobre quem somos - física, emocional, social, espiritual e em termos de quaisquer outros aspectos que constituem quem somos[1]. Formamos e regulamos o nosso autoconceito à medida que crescemos, é um constructo psicológico bastante dinamico e influecniável, com base no conhecimento que temos sobre nós próprios. É multidimensional e pode ser dividido em aspectos individuais.

Por exemplo, podemos ter uma ideia muito diferente de quem somos em termos do nosso corpo físico e de quem somos em termos do nosso espírito ou desempenho académico.

O influente investigador do Autoconceito Roy Baumeister[2] define o autoconceito da seguinte forma:

"A crença do indivíduo sobre si próprio, incluindo os atributos da pessoa e quem e o que o Eu é."

Uma definição semelhante vem do livro de Rosenberg[3] sobre o tema; ele diz que o autoconceito é:

"...a totalidade dos pensamentos e sentimentos de um indivíduo em relação a si próprio como objecto".

O autoconceito está relacionado com vários outros constructos do "Eu", como a autoestima, a autoimagem, a autoeficácia e a autoconsciência.

O facto de haver uma série de dificuldades associadas à tentativa de definir um conceito já foi reconhecido pelo grupo de trabalho em torno de Richard Shavelson,[4] quando observaram que "a investigação sobre o autoconceito tem-se debruçado sobre problemas substantivos antes de os problemas de definição, medição e interpretação terem sido resolvidos".

A definição do constructo psicológico do autoconceito é complicada por várias circunstâncias: em primeiro lugar, não existe uma definição clara e universalmente aceite do constructo.[5][6] Não existe consenso sobre o significado de conceitos que são idênticos em termos de redacção, nem existe homogeneidade nos termos utilizados.[7] apresentaram 17 dimensões conceptuais diferentes nas quais as definições de autoconceito podem ser classificadas, e Hansford e Hattie[8] identificaram 15 termos diferentes de auto-conceito na sua meta-análise de 128 estudos sobre a relação entre o auto-conceito e a realização.

Assim, para além do termo auto-conceito, existem outros termos na literatura que são normalmente utilizados como sinónimos, tais como [9]. O termo auto-estima é geralmente, mas nem sempre, distinguido semanticamente, mas há também uma variedade de outros termos para ele, tais como autoaceitação, autoconfiança ou autoestima. Dependendo do autor, estes termos são, por sua vez, definidos de forma diferente[10] - o que não ajuda a simplificar a comparabilidade de diferentes resultados de investigação. E isto, inicialmente, apenas diz respeito ao autoconceito geral; se olharmos mais de perto para as áreas individuais do autoconceito, também nos deparamos com várias designações, que são também o resultado de diferentes traduções do inglês. Assim, o autoconceito académico é designado por autoconceito académico, autoconceito escolar ou autoconceito de capacidade.

Uma das razões para a variedade de termos e das teorias e modelos que lhes estão subjacentes é, entre outras coisas, o facto de o autoconceito interessar a muitas sub-disciplinas diferentes com diferentes teorias ou paradigmas de investigação (por exemplo, psicologia do desenvolvimento, psicologia educacional, psicologia diferencial, psicologia social, ciências da educação)[11]

Para além disso, o autoconceito, tal como muitos outros constructos psicológicos, também é utilizado na linguagem comum, pelo que existem ideias ingénuas do que se quer dizer com ele[12]. Além disso, muitos investigadores não se dão ao trabalho de começar por definir claramente e fundamentar teoricamente a área temática e os constructos dos seus estudos[13]

Autoconceito vs. Autoestima

O autoconceito não é autoestima, embora a autoestima possa fazer parte do autoconceito. O autoconceito é a percepção que temos de nós próprios, a nossa resposta quando nos colocamos a questão "Quem sou eu?".

É o conhecimento das nossas próprias tendências, pensamentos, preferências e hábitos, passatempos, competências e fraquezas. De acordo com Carl Rogers[14], fundador da terapia centrada doente, o autoconceito é uma construção abrangente em que a autoestima é um dos componentes[15].

Autoconceito vs. Autoimagem

A autoimagem está relacionada com o autoconceito, mas é menos abrangente. A autoimagem é a forma como um indivíduo se vê a si próprio e não tem de estar alinhada com a realidade.

A autoimagem de uma pessoa baseia-se na forma como ela se vê a si própria, ao passo que o autoconceito é uma avaliação mais abrangente do Eu, largamente baseada na forma como uma pessoa se vê a si própria, se valoriza a si própria, pensa em si própria e se sente em relação a si própria.

Carl Rogers afirmou que a auto-imagem é uma componente do autoconceito, juntamente com a auto-estima e o "Eu ideal" de uma pessoa[16]

Autoconceito vs. Autoeficácia

O autoconceito é uma construção mais complexa do que a autoeficácia. Enquanto a autoeficácia se refere aos julgamentos de um indivíduo sobre as suas próprias capacidades, o autoconceito é mais geral e inclui julgamentos cognitivos (pensamentos sobre) e afectivos (sentimentos sobre) sobre si próprio[17].

Autoconceito vs. Autoconsciencia

A autoconsciência também influencia o autoconceito. É a qualidade ou característica que envolve a consciência dos próprios pensamentos, sentimentos, comportamentos e características[18]. Para ter um autoconceito totalmente desenvolvido (e baseado na realidade), uma pessoa deve ter pelo menos algum nível de autoconsciência.

Teoria do Autoconceito

Existem muitas teorias sobre o que é exactamente o autoconceito e como se desenvolve[19][20].

Em geral, os teóricos concordam com os seguintes pontos:

No nível mais amplo, o autoconceito é a ideia geral que temos sobre quem somos e inclui julgamentos cognitivos e afetivos sobre nós mesmos;

O autoconceito é multidimensional, incorporando a nossa visão de nós próprios em termos de vários aspectos diferentes (por exemplo, social, religioso, espiritual, físico, emocional);

É aprendido, não é inerente;

É influenciado por factores biológicos e ambientais, mas a interacção social também desempenha um papel importante;

O autoconceito desenvolve-se durante a infância e o início da idade adulta, altura em que é mais facilmente alterado ou actualizado;

Pode ser alterado nos últimos anos, mas é uma batalha mais difícil, uma vez que as pessoas têm ideias estabelecidas sobre quem são;

O autoconceito nem sempre está de acordo com a realidade. Quando isso acontece, o nosso aut-conceito é "congruente". Quando não está, o nosso autoconceito é "incongruente".

Teoria da Identidade e do Autoconceito em Psicologia vs. Autoconceito em Sociologia

Tanto a psicologia como a sociologia partilham o interesse pelo autoconceito, mas utilizam formas ligeiramente diferentes de o explorar. Os investigadores variam, evidentemente, mas, de um modo geral, a divisão pode ser pensada nestes termos:

A sociologia/psicologia social centra-se na forma como o autoconceito se desenvolve, especificamente no contexto do ambiente social do indivíduo.

A psicologia centra-se na forma como o autoconceito afecta as pessoas[21].

Existem outras diferenças entre as duas, incluindo o facto de a psicologia se centrar no indivíduo e a sociologia no grupo, na comunidade ou na sociedade; no entanto, esta diferença de enfoque deu origem a duas correntes de investigação diferentes. Ambas resultaram em grandes conhecimentos e descobertas interessantes, e por vezes sobrepõem-se, mas esta divisão ainda pode ser vista na literatura actual.

Carl Rogers e a teoria do autoconceito da personalidade

O famoso psicólogo, teórico e clínico Carl Rogers[22] propôs uma teoria sobre a forma como o auto-conceito influencia e, de facto, actua como a estrutura da personalidade de uma pessoa.

A imagem que temos de quem somos contribui para a nossa personalidade, e as nossas acções - combinadas com a nossa personalidade - criam um ciclo de feedback para a imagem que temos de nós próprios. Rogers[23] acreditava que a nossa personalidade é impulsionada pelo nosso desejo de auto-realização. Esta é a condição que surge quando atingimos o nosso pleno potencial e o nosso autoconceito, autoestima e Eu ideal se sobrepõem.

A forma como desenvolvemos as nossas personalidades e auto-conceitos varia, criando assim os indivíduos únicos que somos. De acordo com Rogers, esforçamo-nos sempre por atingir a auto-realização, alguns com mais sucesso do que outros.

Como é que as pessoas se esforçam por alcançar a auto-realização e a congruência? Isto está relacionado com a ideia de como alguém "mantém" a sua ideia de si próprio. Exploramos isso a seguir.

Teoria da manutenção do autoconceito

A manutenção do autoconceito refere-se à forma como as pessoas mantêm ou melhoram o seu sentido do Eu. É relativamente fixo depois de uma pessoa atingir a idade adulta, mas pode mudar - e muda - com base nas experiências da pessoa.

A teoria da manutenção do autoconceito afirma que não nos limitamos a esperar que o nosso autoconceito se desenvolva: desempenhamos um papel activo na formação do nosso autoconceito em todas as idades (quer estejamos conscientes disso ou não).

Embora existam diferentes teorias sobre os processos de manutenção do auto-conceito, estas dizem geralmente respeito:

- As avaliações que fazemos de nós próprios;

- A comparação do nosso "Eu" actual com o nosso "Eu" ideal;

- As nossas acções para nos aproximarmos do nosso "Eu" ideal[24].

Este pode parecer um processo bastante lógico e directo, mas temos tendência a dar-nos espaço para a ambiguidade moral. Por exemplo, um estudo de Mazar, Amir e Ariely[25] mostrou que as pessoas geralmente se envolvem em uma certa desonestidade benéfica quando lhes é dada a oportunidade. No entanto, essas mesmas pessoas podem não rever o seu autoconceito para incorporar essa desonestidade.

Quando os participantes no estudo eram convidados a estar mais conscientes dos seus padrões internos de honestidade, tinham menos probabilidades de se envolverem em desonestidade benéfica; por outro lado, quando lhes era dado um "grau de liberdade" (maior separação entre as suas acções e as recompensas que receberiam por desonestidade), tinham mais probabilidades de se envolverem em desonestidade - sem impacto no seu autoconceito.

Este é um exemplo do trabalho sobre a manutenção do autoconceito, uma vez que os seres humanos se avaliam constantemente a si próprios e ao seu código moral, uma vez que este influencia a sua identidade e as suas acções.

Clareza do autoconceito e diferenciação do autoconceito

A clareza do autoconceito é diferente do autoconceito.

A clareza do autoconceito refere-se ao grau de clareza, confiança e consistência das definições que um indivíduo faz de si próprio[26]. A diferenciação do autoconceito refere-se à forma como a autorepresentação de um indivíduo pode variar consoante os contextos ou os papéis sociais (por exemplo, o autoconceito como cônjuge, o autoconceito como pai ou mãe, o autoconceito como estudante...).

A clareza do Autoconceito e a diferenciacao do Autoconceito são temas quentes na psicologia, uma vez que influenciam os padrões de pensamento e o comportamento.

Uma clareza do autoconceito mais elevada indica um autoconceito mais firme e estável, enquanto uma clareza do autoconceito baixa indica que um indivíduo não tem a certeza ou não sabe quem realmente é. As pessoas com baixa clareza do autoconceito podem debater-se com baixa autoestima, baixa autoconsciência e neuroticismo.

A diferenciacao do autoconceito não é tão clara. Ter uma diferenciacao do autoconceito elevada pode ser visto como uma coisa má, mas também pode ser um mecanismo eficaz para ter sucesso no mundo moderno, onde os indivíduos têm muitos papéis diferentes. Se a diferenciacao do autoconceito for muito elevada, pode significar que o indivíduo não tem um autoconceito estável e "usa uma máscara diferente" para cada um dos seus papéis.

Um nível muito baixo de diferenciacao do autoconceito pode indicar que o indivíduo é autenticamente "ele" em todos os seus papéis - embora também possa indicar que não consegue mudar efectivamente de um papel para outro [27].

Essencialmente, as pessoas que diferenciam ligeiramente os seus papéis, mas mantêm uma imagem clara de si próprias, podem ser mais bem sucedidas na procura de equilíbrio na sua identidade e imagem.

Os componentes e os elementos do modelo de autoconceito

Existem diferentes ideias sobre o que é o autoconceito e como deve ser definido; no entanto, existem algumas características e dimensões que se aplicam à conceptualização básica e consensual do autoconceito.

Características do autoconceito

Numa breve revisão, o autoconceito é a perspectiva que temos sobre quem somos. Cada um de nós tem um autoconceito único, diferente do autoconceito dos outros e do conceito que têm de nós.

No entanto, existem algumas características que todos os nossos autoconceitos têm em comum:

- Apresenta-se de forma única em cada pessoa.

- Varia de muito positivo a muito negativo.

- Tem dimensões emocionais, intelectuais e funcionais.

- Muda consoante o contexto.

- Muda com o tempo.

- Influenciam a vida do indivíduo [28]

Dimensões do autoconceito

Diferentes dimensões podem constituir diferentes tipos de autoconceito; por exemplo, as dimensões que criam o "autoconceito académico" não se sobrepõem tanto ao "autoconceito social".

Existem algumas dimensões abrangentes que os investigadores entendem como o puzzle do autoconceito. Estas dimensões incluem:

- Auto-estima

- Valor próprio

- Auto-imagem (física)

- o Eu ideal

- Identidades ou papéis (sociais)

- Traços e qualidades pessoais [29] [30]

As fases de desenvolvimento do autoconceito

O autoconceito desenvolve-se e altera-se ao longo de toda a vida, mas é durante os primeiros anos que sofre mais alterações.

A primeira infância é uma altura propícia para os jovens humanos se percepcionarem no mundo.

A formação do autoconceito durante a primeira infância

Existem três fases gerais de desenvolvimento do autoconceito durante a primeira infância:

Fase 1: 0 a 2 anos de idade

a. Os bebés precisam de relações consistentes e amorosas para desenvolverem um sentido positivo de si próprios.

b. Os bebés formam preferências que se alinham com o seu sentido inato do Eu.

c. As crianças pequenas sentem-se seguras com limites suaves mas firmes

d. Aos dois anos de idade, as competências linguísticas desenvolvem-se e as crianças têm um sentido de "Eu".

Fase 2: 3 a 4 anos de idade

a. As crianças de três e quatro anos começam a ver-se como indivíduos separados e únicos.

b. As suas autoimagens tendem a ser descritivas em vez de prescritivas ou julgadoras.

c. As crianças em idade pré-escolar são cada vez mais independentes e curiosas sobre o que podem fazer.

Fase 3: 5 a 6 anos de idade

a. Estão a passar da fase do "Eu" para a fase do "nós", onde estão mais conscientes das necessidades e interesses do grupo maior.

b. As crianças do jardim-de-infância podem usar as suas palavras para comunicar os seus desejos, necessidades e sentimentos.

c. As crianças de cinco e seis anos podem utilizar uma linguagem ainda mais avançada para ajudar a definir-se no contexto do grupo[31]

Autoconceito na infancia tardia

Durante a infância tardia (entre os 7 e os 11 anos de idade), as crianças começam a desenvolver uma noção do seu "Eu" social e a descobrir como se enquadram com os outros. Fazem referência a grupos sociais e fazem comparações sociais com mais frequência, e começam a pensar na forma como os outros as vêem.

Outras características do seu auto-conceito nesta fase incluem:

- Descrições mais equilibradas, menos "tudo ou nada";

- Desenvolvimento do "Eu ideal" e do "Eu real";

- Descrições do Eu por competências em vez de comportamentos específicos;

- Desenvolvimento de um sentido pessoal do Eu (Berk, 2004)[32]

A cultura começa a desempenhar um papel importante nesta fase.

O desenvolvimento do autoconceito na adolescência

A adolescência é a fase em que o desenvolvimento do autoconceito de uma pessoa explode verdadeiramente.

Esta é a fase em que os indivíduos (por volta dos 12-18 anos) brincam com o seu sentido do Eu, incluindo uma altura em que experimentam a sua identidade, se comparam com os outros e desenvolvem a base de um autoconceito que pode permanecer com eles para o resto da vida.

Durante este período, os adolescentes são propensos a uma maior autoconsciência e susceptibilidade à influência dos seus pares e às mudanças químicas que ocorrem no cérebro[33].

Gozam de uma maior liberdade e independência, envolvem-se em actividades cada vez mais competitivas, comparam-se com os seus pares e podem valorizar (ou mesmo sobrevalorizar) a perspectiva dos outros[34].

Na adolescência, há dois factores importantes que influenciam o autoconceito e a auto-estima:

- Sucesso em áreas em que o adolescente deseja ter sucesso;

- Aprovação de pessoas importantes na vida do adolescente[35].

Quando os alunos têm um sentido saudável de autoestima, contribuem para um maior autoconceito.

10 Exemplos de Autoconceito

Talvez já tenha uma boa noção do que é o autoconceito, mas estes exemplos podem ajudar a explicá-lo melhor.

Os autoconceitos raramente são todos positivos ou todos negativos; uma pessoa pode ter autoconceitos positivos e negativos em diferentes domínios (por exemplo, um marido que se considera um bom pai, mas que vê o seu físico como fora de forma e pouco saudável, ou um estudante que se considera um grande atleta, mas que tem dificuldades académicas).

Alguns exemplos de auto-conceitos positivos incluem:

- Uma pessoa vê-se a si própria como uma pessoa inteligente;

- Um homem vê-se como um membro importante da sua comunidade;

- Uma mulher vê-se como uma excelente esposa e amiga;

- Uma pessoa vê-se a si própria como uma pessoa carinhosa e atenciosa;

- Uma pessoa vê-se a si própria como um trabalhador esforçado e competente.


Por outro lado, estas pessoas podem ter auto-conceitos negativos como:

- Uma pessoa vê-se a si própria como pouco inteligente e agraciado;

- Um homem vê-se a si próprio como dispensável e um fardo para a sua comunidade;

- Uma mulher vê-se como uma péssima esposa e amiga;

- Uma pessoa vê-se a si própria como uma pessoa fria e inacessível;

- Uma pessoa vê-se a si própria como um empregado preguiçoso e incompetente.

Todos nós temos muitos destes mini-conceitos ou autoconceitos específicos de um domínio que englobam o nosso autoconceito. Alguns podem ser mais positivos ou negativos do que outros, mas cada um deles é uma parte importante daquilo que nos torna quem somos e contribuem decisivamente para o autoconceito global.

Investigação sobre o autoconceito

Dado o grande interesse por este tema no âmbito da sociologia e da psicologia, existe uma grande quantidade de investigação sobre o assunto. Aqui estão algumas das descobertas mais interessantes e impactantes sobre o autoconceito:

O autoconceito no marketing e a sua influência no comportamento do consumidor

Provavelmente, não achará estranho o facto de a ideia de autoconceito ter entrado no marketing - afinal, as marcas e as empresas podem lucrar ao visar determinadas identidades desejáveis. De facto, é a base da moda e do consumismo.

O nosso autoconceito influencia os nossos desejos e necessidades e pode também moldar o nosso comportamento. Quer seja verdade ou não, tendemos a acreditar que as nossas compras ajudarão a estabelecer a nossa identidade. Há uma razão para as pessoas comprarem determinadas roupas, carros, etc.

E esta ideia tem um nome: apego do autoconceito.

Apego do autoconceito

O apego do auto-conceito refere-se ao apego que formamos a um produto, uma vez que este influencia a identidade. Por exemplo, uma pessoa que adora o seu casaco Nike pode também considerá-lo um símbolo de estatuto que representa também o seu lado "outdoor".

Assim, este casaco tem uma forte ligação ao autoconceito, para além do seu objectivo de fornecer conforto e calor.

Surpreendentemente, os consumidores ficam mais ligados a uma marca quando as marcas correspondem aos seus "Eus reais" e não aos seus "Eus ideais"[36]. Temos tendência para nos identificarmos mais com marcas que "nos encontram onde estamos", em vez de tentarmos ligar-nos ao nosso "Eu ideal" mais elevado.

As empresas compreendem este facto e trabalham para (1) conhecer melhor os seus consumidores-alvo e (2) moldar a identidade da sua marca de modo a corresponder ao autoconceito dos seus consumidores. Quanto mais conseguirem que os consumidores se identifiquem com a sua marca, mais eles comprarão essa marca.

Autoconceito e comunicação interpessoal

Pense num ciclo em que desenvolvemos, mantemos e revemos o nosso autoconceito: temos uma ideia de quem somos e agimos de acordo com esse autoconceito. Consequentemente, os outros formam uma ideia sobre quem somos e reagem de acordo com a sua ideia de quem somos, afectando assim a nossa ideia de quem somos.

Este ciclo de feedback positivo continua a moldar-nos, e a comunicação interpessoal desempenha aqui um papel importante.

O nosso autoconceito determina as nossas motivações, métodos e experiências de comunicação com os outros. Por exemplo, se se vê a si próprio como alguém que tem sempre razão (ou que tem de ter sempre razão), pode ter dificuldades em comunicar com os outros quando surgem desacordos.

Se essa necessidade for acompanhada por uma aceitação da agressão, pode usar a hostilidade, a assertividade e a argumentação para atacar os auto-conceitos das pessoas com quem está a debater, em vez de discutir as suas posições[37].

- A comunicação nas redes sociais é também um factor determinante e com consewuencias no autoconceito de um indivíduo.

Sponcil e Gitimu[38] sugeriram que, em geral, quanto mais amigos um indivíduo tem nas redes sociais, mais positivo se sente em relação a si próprio como um todo. Por outro lado, a ansiedade das redes sociais e a manutenção da imagem de uma pessoa colocam outras questões, em grande parte patológicas.

Autoconceito e sucesso académico

O autoconceito e o sucesso académico são também um ciclo de feedback positivo, uma vez que as acções geram acções semelhantes e uma identidade correspondente.

Num estudo longitudinal, Marsh[39] verificou que os estudantes com um autoconceito académico mais positivo obtinham maior sucesso académico no ano seguinte. Estudos posteriores confirmaram a relação entre os dois, mas indicaram que os bons resultados académicos afectam o autoconceito mais do que o autoconceito influencia intrinsecamente os bons resultados académicos[40].

A investigação de Byrne[41] sugeriu, pelo contrário, que o autoconceito e o autoconceito académico podem ser considerados dois constructos distintos; o sucesso académico pode ter impacto no autoconceito global de uma pessoa, mas está mais directamente relacionado com o autoconceito académico.

Autoconceito e desenvolvimento da carreira

O auto-conceito desenvolve-se ao longo da vida e duranteas fases de qualquer carreira.

Segundo o investigador Donald Super[42], existem cinco fases de desenvolvimento da vida e da carreira:

- Crescimento (dos 0 aos 14 anos);

- Exploração (dos 15 aos 24 anos);

- Estabelecimento (25 a 44 anos);

- Manutenção (45 a 64 anos);

- Declínio (65 anos ou mais);

A primeira fase é marcada pelo desenvolvimento do autoconceito de base. Na segunda fase, os indivíduos capazes experimentam novas aulas, experiências e empregos. Na terceira fase, os indivíduos estabelecem a sua carreira e desenvolvem as suas competências, provavelmente começando numa posição inicial.

Na quarta fase, os indivíduos envolvem-se num processo contínuo de gestão e ajustamento tanto do seu autoconceito como da sua carreira. Por último, a quinta fase caracteriza-se pela redução da produção e pela preparação para a reforma, actividades que podem ter um enorme impacto no autoconceito[43].

É claro que este modelo pressupõe igualdade de acesso e de privilégios aquando da entrada no mercado de trabalho, o que não corresponde à realidade. Nem todos os seres humanos, por exemplo, têm a oportunidade de explorar e estabelecer-se tão facilmente como os outros.

Cultura e autoconceito

Sem surpresa, a cultura pode ter um grande impacto no autoconceito. Por exemplo, a forma como as crianças são tratadas na primeira infância influencia o desenvolvimento do seu sentido do Eu.

Muitos pais podem estar mais preocupados com as emoções e com a satisfação dos desejos dos filhos, enquanto outros podem ser mais firmes e controladores do comportamento dos filhos, preocupando-se mais com as suas necessidades do que com a satisfação dos seus desejos. Esta é uma generalização, mas que se mantém sob escrutínio: a cultura influencia o autoconceito.

A investigação sugere que as pessoas de culturas mais colectivistas produzem mais autodescrições de grupo e menos autodescrições idiocêntricas do que as de culturas individualistas[44].

Outras investigações também indicaram que as culturas da Ásia Oriental aceitam melhor as crenças contraditórias sobre o "Eu"; isto indica que o autoconceito de uma pessoa nestas culturas pode ser mais flexível do que, por exemplo, na cultura ocidental[45].

Resultados como estes são fascinantes, mas também revelam como e porque é difícil medir o autoconceito.

Medir o autoconceito com escalas, testes e inventários

O enviesamento do autorelato dificulta a medição do autoconceito.

O autoconceito de uma pessoa nem sempre está de acordo com a "realidade" ou com a forma como os outros vêem uma pessoa. No entanto, existem algumas ferramentas que podem medir o autoconceito.

Se estiver interessado em utilizar um instrumento de medida do autoconceito para fins de investigação, deve começar por analisar o desenvolvimento do instrumento, a definição em que se baseia e as dimensões ou componentes que mede. É importante escolher um instrumento que esteja de acordo com a ideia de autoconceito que a sua investigação utiliza.

Alguns dos instrumentos mais proeminentes para medir o autoconceito incluem:

O Questionário de Autoconceito de Robson[46]

O Questionário de Auto-Conceito Social [47]

Questionário de Auto-Conceito Académico[48]



Referências

  1. «Self-Concept: Self-Esteem and Self-Confidence». Cambridge University Press. 8 de fevereiro de 2010: 99–127. Consultado em 6 de maio de 2023 
  2. Baumeister, Roy F. (1997). «Identity, Self-Concept, and Self-Esteem». Elsevier: 681–710. Consultado em 6 de maio de 2023 
  3. Turner, Ralph H. (18 de maio de 1979). «The Dynamics of a Central Illusion: Conceiving the Self . Morris Rosenberg. Basic, New York, 1979, xvi, 320 pp. $16.95.». Science (4394): 727–728. ISSN 0036-8075. doi:10.1126/science.204.4394.727. Consultado em 6 de maio de 2023  line feed character character in |título= at position 36 (ajuda)
  4. Shavelson, Richard J.; Hubner, Judith J.; Stanton, George C. (setembro de 1976). «Self-Concept: Validation of Construct Interpretations». Review of Educational Research (3): 407–441. ISSN 0034-6543. doi:10.3102/00346543046003407. Consultado em 6 de maio de 2023 
  5. Byrne, Barbara M. (1996). «Measuring self-concept across the life span: Issues and instrumentation.». doi:10.1037/10197-000. Consultado em 6 de maio de 2023 
  6. Li, Ming (18 de março de 2022). «Lateral habenula neurocircuits mediate the maternal disruptive effect of maternal stress: A hypothesis». Zoological Research (em inglês) (2): 166–175. ISSN 2095-8137. PMC PMC8920836Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 35008132. doi:10.24272/j.issn.2095-8137.2021.362. Consultado em 6 de maio de 2023 
  7. Shavelson, Richard J.; Hubner, Judith J.; Stanton, George C. (setembro de 1976). «Self-Concept: Validation of Construct Interpretations». Review of Educational Research (3): 407–441. ISSN 0034-6543. doi:10.3102/00346543046003407. Consultado em 6 de maio de 2023 
  8. Hansford, B. C.; Hattie, J. A. (março de 1982). «The Relationship Between Self and Achievement/Performance Measures». Review of Educational Research (1): 123–142. ISSN 0034-6543. doi:10.3102/00346543052001123. Consultado em 6 de maio de 2023 
  9. Byrne, Barbara M. (setembro de 1984). «The General/Academic Self-Concept Nomological Network: A Review of Construct Validation Research». Review of Educational Research (3): 427–456. ISSN 0034-6543. doi:10.3102/00346543054003427. Consultado em 6 de maio de 2023 
  10. Byrne, Barbara M. (setembro de 1984). «The General/Academic Self-Concept Nomological Network: A Review of Construct Validation Research». Review of Educational Research (3): 427–456. ISSN 0034-6543. doi:10.3102/00346543054003427. Consultado em 6 de maio de 2023 
  11. Klimisch, Jan-Thilo (31 de dezembro de 2008). «Dynamik von Gewaltmärkten und Gewaltoligopolen: Ein substaatlicher Blick auf die Entwicklung von (Un-)Sicherheit im Sudan». transcript Verlag: 325–350. ISBN 978-3-89942-783-7. Consultado em 6 de maio de 2023 
  12. Marsh, Herbert W. (dezembro de 1990). «The structure of academic self-concept: The Marsh/Shavelson model.». Journal of Educational Psychology (4): 623–636. ISSN 1939-2176. doi:10.1037/0022-0663.82.4.623. Consultado em 6 de maio de 2023 
  13. Marsh, Herbert W.; Barnes, Jennifer; Cairns, Len; Tidman, Marjorie (outubro de 1984). «Self-Description Questionnaire: Age and sex effects in the structure and level of self-concept for preadolescent children.». Journal of Educational Psychology (5): 940–956. ISSN 1939-2176. doi:10.1037/0022-0663.76.5.940. Consultado em 6 de maio de 2023 
  14. Tekke, Mustafa Tekke; Ismail, Nik Ahmad Hisham (14 de julho de 2016). «Discovering the Self in Islam: Self-Striving, Self-Regard, and Self-Neglect». Journal of Educational, Health and Community Psychology (1). 1 páginas. ISSN 2460-8467. doi:10.12928/jehcp.v5i1.4270. Consultado em 6 de maio de 2023 
  15. «The self-concept». Psychology Press. 6 de dezembro de 2012: 288–300. ISBN 978-0-203-72044-8. Consultado em 6 de maio de 2023 
  16. «The self-concept». Psychology Press. 6 de dezembro de 2012: 288–300. ISBN 978-0-203-72044-8. Consultado em 6 de maio de 2023 
  17. Bong, Mimi; Clark, Richard E. (1 de junho de 1999). «Comparison between self-concept and self-efficacy in academic motivation research». Educational Psychologist (3): 139–153. ISSN 0046-1520. doi:10.1207/s15326985ep3403_1. Consultado em 6 de maio de 2023 
  18. «Self-Awareness: How It Develops and Why It Matters». Verywell Mind (em inglês). Consultado em 6 de maio de 2023 
  19. «What Is Self-Concept and How Does It Form?». Verywell Mind (em inglês). Consultado em 6 de maio de 2023 
  20. Gecas, V (agosto de 1982). «The Self-Concept». Annual Review of Sociology (1): 1–33. ISSN 0360-0572. doi:10.1146/annurev.so.08.080182.000245. Consultado em 6 de maio de 2023 
  21. Gecas, V (agosto de 1982). «The Self-Concept». Annual Review of Sociology (1): 1–33. ISSN 0360-0572. doi:10.1146/annurev.so.08.080182.000245. Consultado em 6 de maio de 2023 
  22. Tekke, Mustafa Tekke; Ismail, Nik Ahmad Hisham (14 de julho de 2016). «Discovering the Self in Islam: Self-Striving, Self-Regard, and Self-Neglect». Journal of Educational, Health and Community Psychology (1). 1 páginas. ISSN 2460-8467. doi:10.12928/jehcp.v5i1.4270. Consultado em 6 de maio de 2023 
  23. Raney, Arthur A. (29 de dezembro de 2020). «Key Theories and Concepts from Positive Psychology». New York, NY : Routledge, 2021.: Routledge: 36–53. ISBN 978-0-429-35348-2. Consultado em 6 de maio de 2023 
  24. Wells, L. Edward (setembro de 1978). «Theories of Deviance and the Self-Concept». Social Psychology (3). 189 páginas. ISSN 0147-829X. doi:10.2307/3033556. Consultado em 6 de maio de 2023 
  25. Mazar, Nina; Amir, On; Ariely, Dan (dezembro de 2008). «The Dishonesty of Honest People: A Theory of Self-Concept Maintenance». Journal of Marketing Research (6): 633–644. ISSN 0022-2437. doi:10.1509/jmkr.45.6.633. Consultado em 6 de maio de 2023 
  26. Diehl, Manfred; Hay, Elizabeth L. (setembro de 2011). «Self-Concept Differentiation and Self-Concept Clarity across Adulthood: Associations with Age and Psychological Well-Being». The International Journal of Aging and Human Development (2): 125–152. ISSN 0091-4150. doi:10.2190/ag.73.2.b. Consultado em 6 de maio de 2023 
  27. Diehl, Manfred; Hay, Elizabeth L. (setembro de 2011). «Self-Concept Differentiation and Self-Concept Clarity across Adulthood: Associations with Age and Psychological Well-Being». The International Journal of Aging and Human Development (2): 125–152. ISSN 0091-4150. doi:10.2190/ag.73.2.b. Consultado em 6 de maio de 2023 
  28. Nursing fundamentals : caring & clinical decision making. Rick Daniels. Australia: Delmar Learning. 2004. OCLC 52766354 
  29. Elliott, Gregory C. (agosto de 1984). «Dimensions of the self-concept: A source of further distinctions in the nature of self-consciousness». Journal of Youth and Adolescence (4): 285–307. ISSN 0047-2891. doi:10.1007/bf02094866. Consultado em 6 de maio de 2023 
  30. Gecas, V (agosto de 1982). «The Self-Concept». Annual Review of Sociology (1): 1–33. ISSN 0360-0572. doi:10.1146/annurev.so.08.080182.000245. Consultado em 6 de maio de 2023 
  31. «The Self-Concept of Early Scholastic Theologies». Catholic University of America Press: 74–119. Consultado em 6 de maio de 2023 
  32. Schwarz, Carl E. (dezembro de 1971). «Book Reviews : Latin American Politics: A Primer. By ARPAD VON LAZAR. (Boston: Allyn and Bacon, 1971. Pp. xviii, 157.) Political Forces in Argentina. By PETER G. SNOW. (Boston: Allyn and Bacon, 1971. Pp. ix, 157.) Mexican Democracy: A Critical View. By KENNETH F. JOHNSON. (Boston: Allyn and Bacon, 1971. Pp. xiii, 190.) Patterns of Costa Rican Politics. By CHARLES F. DENTON. (Boston: Allyn and Bacon, 1971. Pp. x, 113. $2.50.)». Western Political Quarterly (4): 837–842. ISSN 0043-4078. doi:10.1177/106591297102400434. Consultado em 6 de maio de 2023 
  33. Sebastian, Catherine; Burnett, Stephanie; Blakemore, Sarah-Jayne (novembro de 2008). «Development of the self-concept during adolescence». Trends in Cognitive Sciences (11): 441–446. ISSN 1364-6613. doi:10.1016/j.tics.2008.07.008. Consultado em 6 de maio de 2023 
  34. Dolan, Simon L. (2007). «Corporate Self-Esteem, Leadership, Stress and Organizations of the Future». London: Palgrave Macmillan UK: 191–236. ISBN 978-1-349-28222-7. Consultado em 6 de maio de 2023 
  35. Dolan, Simon L. (2007). «Corporate Self-Esteem, Leadership, Stress and Organizations of the Future». London: Palgrave Macmillan UK: 191–236. ISBN 978-1-349-28222-7. Consultado em 6 de maio de 2023 
  36. Malär, Lucia; Krohmer, Harley; Hoyer, Wayne D.; Nyffenegger, Bettina (julho de 2011). «Emotional Brand Attachment and Brand Personality: The Relative Importance of the Actual and the Ideal Self». Journal of Marketing (4): 35–52. ISSN 0022-2429. doi:10.1509/jmkg.75.4.35. Consultado em 6 de maio de 2023 
  37. Infante, Dominic A.; Wigley, Charles J. (março de 1986). «Verbal aggressiveness: An interpersonal model and measure». Communication Monographs (1): 61–69. ISSN 0363-7751. doi:10.1080/03637758609376126. Consultado em 6 de maio de 2023 
  38. Matzat, U.; Vrieling, E.M. (15 de julho de 2015). «Self-regulated learning and social media – a 'natural alliance'? Evidence on students' self-regulation of learning, social media use, and student–teacher relationship». Learning, Media and Technology (1): 73–99. ISSN 1743-9884. doi:10.1080/17439884.2015.1064953. Consultado em 6 de maio de 2023 
  39. Marsh, Herbert W. (dezembro de 1990). «Causal ordering of academic self-concept and academic achievement: A multiwave, longitudinal panel analysis.». Journal of Educational Psychology (4): 646–656. ISSN 1939-2176. doi:10.1037/0022-0663.82.4.646. Consultado em 6 de maio de 2023 
  40. Muijs, R. Daniel (setembro de 1997). «Predictors of academic achievement and academic self-concept: a longitudinal perspective». British Journal of Educational Psychology (3): 263–277. ISSN 0007-0998. doi:10.1111/j.2044-8279.1997.tb01243.x. Consultado em 6 de maio de 2023 
  41. Byrne, Barbara M. (1986). «Self-concept/academic achievement relations: An investigation of dimensionality, stability, and causality.». Canadian Journal of Behavioural Science / Revue canadienne des sciences du comportement (2): 173–186. ISSN 1879-2669. doi:10.1037/h0079982. Consultado em 6 de maio de 2023 
  42. Super, Donald E.; Jordaan, Jean Pierre (janeiro de 1973). «Career development theory». British Journal of Guidance & Counselling (em inglês) (1): 3–16. ISSN 0306-9885. doi:10.1080/03069887308259333. Consultado em 6 de maio de 2023 
  43. STARISHEVSKY, REUBEN; MATLIN, NORMAN (1968). «A Model for the Translation of Self Concepts into Vocational Terms  (Reprinted from Career Development: Self-Concept Theory, New York, College Entrance Examination Board, by permission of publisher and authors.)». Elsevier: 25–34. Consultado em 6 de maio de 2023 
  44. Bochner, Stephen (junho de 1994). «Cross-Cultural Differences in the Self Concept». Journal of Cross-Cultural Psychology (2): 273–283. ISSN 0022-0221. doi:10.1177/0022022194252007. Consultado em 6 de maio de 2023 
  45. Choi, Incheol; Choi, Yimoon (novembro de 2002). «Culture and Self-Concept Flexibility». Personality and Social Psychology Bulletin (11): 1508–1517. ISSN 0146-1672. doi:10.1177/014616702237578. Consultado em 6 de maio de 2023 
  46. Addeo, Russell R.; Greene, Anthony F.; Geisser, Michael E. (junho de 1994). «Construct Validity of the Robson Self-Esteem Questionnaire in a College Sample». Educational and Psychological Measurement (em inglês) (2): 439–446. ISSN 0013-1644. doi:10.1177/0013164494054002018. Consultado em 6 de maio de 2023 
  47. Fernández-Zabala, Arantza; Goñi, Eider; Rodríguez-Fernández, Arantzazu; Goñi, Alfredo (2015). «Dimensional Self-Concept Questionnaire». PsycTESTS Dataset. Consultado em 6 de maio de 2023 
  48. Liu, Woon Chia; Wang, Chee Keng John (julho de 2005). «Academic self-concept: A cross-sectional study of grade and gender differences in a Singapore secondary school». Asia Pacific Education Review (1): 20–27. ISSN 1598-1037. doi:10.1007/bf03024964. Consultado em 6 de maio de 2023