Mascaramento em audiometria: diferenças entre revisões

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O '''Mascaramento''' é utilizado para que o estímulo apresentado seja escutado apenas na orelha testada. Para isso, é adicionado um ruído mascarante na orelha não testada, possibilitando, assim, a obtenção dos limiares auditivos de cada orelha separadamente.<ref name=":1">{{Citar periódico |url=https://www.scielo.br/j/pfono/a/vpq6pQP5tjmm9Y8z6q9qRkd/?lang=pt |título=Mascaramento clínico: aplicabilidade dos métodos platô e otimizado na pesquisa dos limiares auditivos |data=dezembro de 2009 |acessodata=2023-09-18 |periódico=Pró-Fono Revista de Atualização Científica |ultimo=Fernandes |primeiro=Kelly Cristina de Souza |ultimo2=Russo |primeiro2=Iêda Chaves Pacheco |paginas=333–338 |lingua=pt |doi=10.1590/S0104-56872009000400012 |issn=0104-5687}}</ref><ref name=":4">{{citar livro|url=https://www.manole.com.br/tratado-de-audiologia-3-edicao/p|título=O Tratado de Audiologia|ultimo=Schochat, Samelli, Couto, Teixeira,|primeiro=Eliane, Alessandra, Christiane, Adriane|editora=Editora Manole|ano=2022|páginas=142-167|isbn=9786555765724}}</ref> A técnica pode ser utilizada na avaliação audiológica básica ([[audiometria]] e [[logoaudiometria]]) e na avaliação [[Eletrofisiologia|eletrofisiológica]].<ref name=":4" /> Dessa forma, o som mascarador diminui a capacidade da orelha não testada de responder ao estímulo, conferindo novos limiares ao paciente, que se dão a partir do ruído mascarador. Portanto, seu objetivo é atribuir fidedignidade aos resultados da audiometria, não havendo margens para suposições de que a resposta recebida não seja exclusiva de uma orelha ou outra. A necessidade de mascaramento é verificada pelos audiologistas através da análise e da comparação das respostas obtidas sem o mascaramento.<ref name=":4" />


== Atenuação interaural ==
O '''Mascaramento em audiometria''' é um fenômeno psicoacústico no qual o limiar de audibilidade para um som (tom puro ou fala) é elevado pela presença de um outro som de maior intensidade na orelha contralateral. Clinicamente o seu uso tem como objetivo elevar o limiar da orelha que não está sendo testada, eliminando sua influência nos resultados obtidos na orelha sob teste<ref>{{citar livro|título=Prática em audiologia clinica|ultimo=MOMENSOHN-SANTOS; RUSSO;|primeiro=Teresa Maria; Iêda Pacheco|editora=Cortez Editora|ano=2011|local=São Paulo|página=97|páginas=97102|isbn=978-85-249-1125-5}}</ref>. A técnica é utilizada tanto na avaliação por via aérea [[Audiometria|(audiometria tonal liminar]] e logoaudiometria) como por via óssea, para evitar a ocorrência da audição cruzada, a capacidade da melhor cóclea responder pela pior. Dessa forma, o som mascarador, diminui a capacidade da orelha não testada de responder ao estímulo, conferindo novos limiares ao paciente, que se dão a partir do ruído mascarador. Portanto, seu objetivo é atribuir fidedignidade aos resultados da audiometria, não havendo margens para suposições de que a resposta recebida não é exclusiva de uma orelha ou outra.<ref>{{citar livro|título=Audiologia Clinica|ultimo=MUNHOZ|primeiro=MSL|editora=Atheneu|ano=2000}}</ref><ref name=":0">{{citar livro|url=https://www.pulsoeditorial.com.br/o-mascaramento-na-avaliac-o-audiologica.html|título=O Mascaramento na Avaliação Audiológica: Um Guia Prático|ultimo=Alvarenga|primeiro=Kátia de Freitas|ultimo2=Corteletti, Bornia Jacob|primeiro2=Lilian Cássia|editora=Pulso|ano=2006|local=São José dos Campos|página=114}}</ref>
A atenuação interaural (AI) é a perda da energia sonora que ocorre quando há a apresentação de um estímulo acústico à orelha testada e o estímulo é percebido pela orelha não testada.<ref name=":6">{{citar web|ultimo=Rabelo Paulinelli|primeiro=Bruna|url=https://ftp.medicina.ufmg.br/fono/monografias/2007/brunarabelo_estudodaatenuacao_2007-1.pdf|título=Estudo da atenuação interaural da via óssea em pacientes com perda auditiva neurossensorial unilateral}}</ref> Os valores dessa perda dependem da frequência da onda sonora apresentada como estímulo, do tipo de transdutor utilizado e do sinal acústico.<ref name=":42">{{citar livro|url=https://www.manole.com.br/tratado-de-audiologia-3-edicao/p|título=O Tratado de Audiologia|ultimo=Schochat, Samelli, Couto, Teixeira,|primeiro=Eliane, Alessandra, Christiane, Adriane|editora=Editora Manole|ano=2022|páginas=142-167|isbn=9786555765724}}</ref> Na condução por via aérea, a [[energia sonora]] que chega à orelha contralateral à testada é sempre inferior à apresentada na orelha testada. Isso porque é necessário retirar o crânio do repouso para que o som chegue ao lado oposto, pois existem muitas estruturas a serem percorridas até que a onda sonora chegue ao órgão sensitivo da audição.
[[Ficheiro:Ateunação_interaural_para_fones_supra-aurais_e_fones_de_inserção.gif|miniaturadaimagem|309x309px|Comparação da atenuação interaural entre o fone supra-aural e o fone de inserção]]


Atenuação interaural é a perda de energia sonora em dBs, de um estímulo acústico do transdutor audiométrico da orelha testada para a cóclea da orelha não testada. O uso básico da atenuação interaural é para contrastar as respostas obtidas por via aérea (V.A) na orelha testada (O.T) e os limiares de via óssea (V.O) da orelha não testada (O.N.T).<ref>PAULINELLI, Bruna Rabelo. Estudo da atenuação interaural da via óssea em pacientes com perda auditiva neurossensorial unilateral. '''Monografia. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais–Faculdade de Medicina''', 2007.</ref> Os valores desta perda são dependente da frequência do estimulo, do tipo de transdutor utilizado e do sinal acústico. Na condução por via aérea, a [[energia sonora]] que chega à orelha contralateral da testada é sempre inferior a apresentada na orelha testada. Isto porque é necessário retirar o crânio da inércia para que o som chegue ao lado oposto, existem muitas estruturas a serem percorridas até que ela chegue ao órgão sensitivo da audição. Por exemplo, no TDH39, um estímulo de 90 dB na frequência de 1000Hz, ao ser transmitida ao lado contralateral do estímulo, terá uma atenuação de 40dB e chegará com sensação de 50dBNS à cóclea, já para o fone 3A de inserção, a atenuação será de 70dB e chegará com 20dBNS. Abaixo estão descritos o valor de Atenuação Interaural para cada faixa de frequência:
{| class="wikitable"
| colspan="9" |Valores de atenuação interaural sugeridos para cada frequência, com a utilização do fone TDH 39
|-
| colspan="9" |Frequência (Hz)
|-
|
|250
|500
|1000
|2000
|3000
|4000
|6000
|8000
|-
|Atenuação Interaural (dB)
|40
|40
|40
|45
|45
|50
|50
|50
|}
Valores de atenuação interaural sugeridos para cada frequência, com a utilização do fone TDH 39, KATZ (1994).
{| class="wikitable"
| colspan="9" |Valores de atenuação interaural sugeridos para cada frequência, com a utilização do fone 3A
|-
| colspan="9" |Frequência (Hz)
|-
|
|250
|500
|1000
|2000
|3000
|4000
|6000
|8000
|-
|Atenuação Interaural (dB)
|95
|85
|70
|70
|70
|75
|70
|70
|}
Valores de atenuação interaural sugeridos para cada frequência, com a utilização do fone de inserção 3A<ref name=":0" /> Local onde é posicionado o vibrador ósseo para a transmissão do som por vibração até a cóclea. Quando há a busca de limiares por condução óssea, a atenuação interaural é zero, pois com o uso do vibrador ósseo posicionado na [[Processo mastoide|mastóide]], todo o crânio entra em vibração, ocasionando na sensação das duas cócleas de maneira igual, não havendo perda de energia durante o percurso do som. Além disso, a pesquisa de limiares via óssea se limita às frequências de 500 a muito agudas, já que abaixo dessa limitação existe uma sensação tátil e acima, há distorção do som, ambos os efeitos interferem na pesquisa, alterando o resultado. Portanto, os valores acima, são utilizados para a pesquisa de limiares no mascaramento por via aérea.


No quadro ao lado, podemos ver a comparação entre os valores de atenuação dos fones comumente utilizados no exame da [[audiometria]], o fone de inserção e o fone supra-aural. Na pesquisa dos limiares auditivos por via aérea, o fone de inserção fornece maior atenuação interaural do que o supra-aural, tanto para tons puros quanto para sons da fala.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.scielo.br/j/rsbf/a/yVTDBnq88k7KGZP3PLLQZjM/?lang=pt |título=Atenuação interaural: estudo comparativo com dois tipos de transdutores |data=2009 |acessodata=2023-11-22 |periódico=Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia |ultimo=Ramos |primeiro=Juliana Maria Pires |ultimo2=Dabbur |primeiro2=Renata Rufino |paginas=498–502 |lingua=pt |doi=10.1590/S1516-80342009000400012 |issn=1516-8034 |ultimo3=Gil |primeiro3=Daniela}}</ref> Ademais, os fones de inserção atenuam o ruído ambiental, evitam o colabamento do meato acústico externo e, com isso, propiciam maior conforto durante a realização do exame.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.scielo.br/j/rcefac/a/NSJL6wMZPfJnYsVV7J6KC4h/?lang=pt |título=Influência do tipo de transdutor no mascaramento em deficiência auditiva condutiva e mista bilateral |data=agosto de 2012 |acessodata=2023-11-22 |periódico=Revista CEFAC |ultimo=Oshiro |primeiro=Lívia Tamie |ultimo2=Silveira |primeiro2=Marcela Rosana Maia da |paginas=635–640 |lingua=pt |doi=10.1590/S1516-18462011005000142 |issn=1516-1846 |ultimo3=Gil |primeiro3=Daniela}}</ref>
A necessidade do mascaramento ocorre em casos de perda auditiva unilateral ou em perdas auditivas bilaterais assimétricas. Nestes casos é possível que a configuração da pior orelha seja semelhante à da melhor orelha, porém com uma diferença de 40 a 80 dB entre elas, ocasionando a chamada curva sombra no audiograma. Usualmente para o mascaramento na prática clinica utiliza-se o ruído de banda estreita (narrow band). Este é caracterizado como a filtragem seletiva do ruído branco, com bandas centradas na frequência do tom teste (tom puro). Para a logoaudiometria, utiliza-se o ruído de fala (speech noise), caracterizado pela filtragem do ruído branco no espectro de energia de 250 Hz a 4000 Hz.


Quando há a busca de limiares por condução óssea, a atenuação interaural é zero, pois, com o uso do vibrador ósseo posicionado na [[Processo mastoide|mastóide]], todo o crânio entra em vibração simultaneamente, ocasionando sensação auditiva nas duas cócleas de maneira igual, não havendo perda de energia durante o percurso do som.<ref name=":6" />Além disso, a pesquisa de limiares auditivos por via óssea se limita às frequências de 500Hz, 1000Hz, 2000Hz, 3000Hz e 4000Hz, já que abaixo de 500Hz há produção de sensação tátil e acima de 4000Hz há distorção do som. Ambos os efeitos interferem na pesquisa dos limiares auditivos, alterando o resultado.<ref name=":6" />
==== Supermascaramento ou mascaramento excessivo ====
É quando apresentamos um ruído mascarador na orelha não testada e sua intensidade é forte o suficiente para interferir na resposta da orelha testada. Nos casos em que a perda é bilateral condutiva, a chance de ocorrer esse fenômeno é maior, devido a necessidade de aplicar mais intensidade do ruído mascarador na orelha contralateral, sem saber o limiar ósseo da orelha testada e que nestes casos pode apresentar limiar baixo.


== Conceitos utilizados no mascaramento ==
==== - Submascaramento ====
[[Ficheiro:Esquema_representando_a_audição_cruzada.jpg|miniaturadaimagem|Representação de como ocorre a audição cruzada]]
Ocorre quando o ruído mascarador não tem intensidade suficiente para ser percebido.


* '''''Audição cruzada'''''<ref name=":43">{{citar livro|url=https://www.manole.com.br/tratado-de-audiologia-3-edicao/p|título=O Tratado de Audiologia|ultimo=Schochat, Samelli, Couto, Teixeira,|primeiro=Eliane, Alessandra, Christiane, Adriane|editora=Editora Manole|ano=2022|páginas=142-167|isbn=9786555765724}}</ref>
==== - Mascaramento insuficiente ====
Ocorre quando o ruído mascarador não tem intensidade suficiente para eliminar a participação da melhor cóclea.


O estímulo sonoro apresentado em uma orelha é percebido pela orelha não testada.
==== - Mascaramento suficiente ====
Quantidade de ruído necessário para o mascaramento adequado da orelha não testada. Sendo assim, é quando o mascaramento não está causando super ou submascaramento, mas pode, ainda, ser máximo ou mínimo.


* '''Curva sombra'''<ref name=":43" />
==== - Mascaramento mínimo ====
É a menor intensidade para ocorrer o mascaramento.


Conjunto de respostas da orelha testada que correspondem aos limiares auditivos da orelha não testada. Tal situação indica a presença de audição cruzada.
==== - Mascaramento máximo ====
É a intensidade limite que o ruído mascarador pode ter para não provocar o supermascaramento.


* '''Mascaramento ipsilateral<ref name=":02">{{Citar periódico |url=https://repositorio.pucsp.br/xmlui/handle/handle/12124 |título=Mascaramento clínico: limiares auditivos pelos métodos Platô e Otimizado |data=2007-10-09 |acessodata=2023-09-18 |ultimo=Fernandes |primeiro=Kelly Cristina de Souza}}</ref>'''
== Pesquisa dos limiares por condução aérea ==
A audição ocorre via dois mecanismos: ósseo e aéreo, e a cóclea é o órgão receptor independente do meio de condução do som. Durante a pesquisa dos limiares por condução aérea, o profissional deverá ter a percepção e o raciocínio de quando será necessário o mascaramento para anular a percepção do tom puro na orelha não testada. Se não realizado, a detecção do tom puro pela orelha contralateral à testada pode alterar o resultado da audiometria, revelando uma audiometria infiel a realidade.


O ruído mascarador e o estímulo são apresentados ao mesmo tempo e na mesma orelha. Essa abordagem auxilia na realização da calibração do mascaramento, determinando, assim,  a eficácia do ruído mascarante.
Para isso, deve ser identificado qual é o nível de sensação da orelha não testada está tendo do estímulo. Para cada frequência, deve-se comparar a intensidade que o tom puro terá, contando com a atenuação interaural com o limiar ósseo dessa orelha, para qual o som foi transmitido, sendo esse nível de sensação a intensidade a ser mascarada.


* '''Mascaramento contralateral'''<ref name=":02" />
'''Nível de sensação do tom puro = Intensidade do tom puro - Atenuação Interaural - Limiar de Via óssea da orelha não testada'''


O estímulo e o ruído mascarador são apresentados em orelhas diferentes. Clinicamente, essa abordagem é utilizada para que a orelha não testada (a que recebe o mascaramento) não interfira nas respostas da orelha testada ( a que recebe o estímulo em tom puro).<ref>{{citar periódico |url=https://doi.org/10.1590/2317-6431-2018-2108 |título=O uso do mascaramento contralateral na pesquisa do potencial evocado auditivo de tronco encefálico por condução aérea: revisão sistemática}}</ref>
Após encontrar o nível de intensidade a ser mascarado, o profissional deve calcular qual será o nível de sensação do ruído mascarador, lembrando que a intensidade do ruído mascarador não será o mesmo do seu nível de sensação, pois será considerado o limiar de via aérea do lado a ser mascarado, já que o mascaramento percorrerá a via aérea do paciente. Para que o mascaramento seja suficiente, o nível de sensação do ruído deverá eliminar a ajuda que esta orelha está fornecendo a outra, sendo este nível, no mínimo, 10dB superior ao nível de sensação do tom puro.


* '''Mascaramento mínimo'''<ref name=":02" />
'''Nível de sensação do ruído = Nível de sensação do tom puro + 10'''


É a menor intensidade de mascaramento utilizada capaz de causar uma alteração no limiar.
A partir do nível de sensação do ruído, deve-se calcular a intensidade deste considerando-se o limiar de via aérea do paciente.


* '''Mascaramento máximo'''
'''Intensidade do ruído = Nível de sensação do ruído + Limiar de via aérea da orelha não testada'''


É a intensidade limite que o ruído mascarador pode ter para não provocar o supermascaramento.{{Carece de fontes|data=outubro de 2023}}
O mascaramento será suficiente se a o nível de sensação do ruído se sobressair ao nível de sensação do tom puro. Caso não o for, a partir da descoberta do novo limiar com o mascaramento insuficiente, pode-se repetir o processo novamente para uma nova intensidade de ruído mascarador ou aumentar a intensidade proporcionalmente ao aumento do limiar. Por exemplo, se antes o limiar de via aérea era 40dB e com o mascaramento rebaixou para 50dB, a intensidade do ruído mascarador deverá aumentar também 10dB.<ref name=":0" />


== Mascaramento na avaliação audiológica básica ==
[[Ficheiro:AudioLRF.jpg|miniaturadaimagem|Audiogramas ilustrativos da orelha direita (vermelho) e orelha esquerda (azul)]]
A onda sonora se propaga pelo sistema auditivo periférico através de dois mecanismos: ósseo e aéreo. A cóclea é o órgão receptor, independente do meio de condução do som. Durante a pesquisa dos limiares por condução aérea, o profissional deverá ter a percepção e o raciocínio de quando será necessário o mascaramento para anular a percepção do tom puro na orelha não testada. Se não realizado, a detecção do tom puro pela orelha contralateral à testada pode alterar o resultado da audiometria, revelando uma audiometria infiel à realidade.<ref name=":12">{{Citar periódico |url=https://www.scielo.br/j/pfono/a/vpq6pQP5tjmm9Y8z6q9qRkd/?lang=pt |título=Mascaramento clínico: aplicabilidade dos métodos platô e otimizado na pesquisa dos limiares auditivos |data=dezembro de 2009 |acessodata=2023-09-18 |periódico=Pró-Fono Revista de Atualização Científica |ultimo=Fernandes |primeiro=Kelly Cristina de Souza |ultimo2=Russo |primeiro2=Iêda Chaves Pacheco |paginas=333–338 |lingua=pt |doi=10.1590/S0104-56872009000400012 |issn=0104-5687}}</ref><ref name=":43" /><ref name=":02" />


=== Método Platô ===
== Pesquisa da logoaudiometria ==
Um dos possíveis métodos utilizados na prática clínica para a realização do mascaramento é o método Platô, desenvolvido por Linda J. Hood na década de 1960. Segundo essa técnica, durante a pesquisa dos limiares auditivos, o nível de mascaramento é aumentado progressivamente até que o estímulo apresentado fique inaudível para a orelha não testada<ref name=":43" /><ref name=":02" />
O raciocínio para o mascaramento em logoaudiometria é similar a pesquisa de limiares por via aérea<ref>{{citar livro|título=O Mascaramento na Avaliação Audiológica e Eletrofisiológica. In: Tratado de Audiologia.|ultimo=JACOB-CORTELETTI; LILIAN CÁSSIA BÓRNIA|primeiro=ZUCKI; FERNANDA|editora=Guanabara Koogan|ano=2015|local=Rio de Janeiro|página=76-82.|isbn=978-8527727327}}</ref>. O nível de apresentação do estímulo de fala não poderá ser percebido pela orelha contralateral, para isto é analisado a intensidade do estímulo na orelha testada (para a pesquisa de LRF e IPRF) considerando-se uma  AI em 45 dB, na qual é fixa para todas as frequências, pela fala abranger variadas faixas de frequência.  No entanto, é necessário avaliar essas faixas separadamente, para que o nível de sensação da orelha não testada, não interfira na resposta da orelha testada e cause uma audição cruzada. Vejamos no exemplo a seguir.


'''Aplicação do método Platô'''<ref name=":02" /><ref name=":12" />
Se o LRF pesquisado da orelha esquerda foi de 55 dBNA, considerando-se a AI de 45 dB, a intensidade que chegará à orelha direita será de 10 dB.


# Realizar a obtenção dos limiares sem mascaramento.
O mascaramento do LRF deverá ser feito em cada faixa de frequência que haverá um nível de sensação, já no IPRF o mascaramento será realizado uma só vez, visto que há apenas um limiar fixo a ser encontrado.
# Avaliar se existe a necessidade de mascaramento considerando os valores de atenuação interaural por frequência.
# Adicionar o nível de mascaramento inicial (15dB) com base no limiar da orelha não testada.
# Aumentar o nível de mascaramento em 10 dB e retestar o limiar.
# Aumentar o nível de mascaramento de 10 em 10 dB até que haja pelo menos duas respostas estáveis ( sem alteração de limiar) para que seja obtido o verdadeiro limiar da orelha testada.


O momento em que o limiar auditivo permanece inalterado é indicativo de que se chegou ao real limiar da orelha testada, como intitulado pelo autor do método de ''change over''.<ref name=":02" />
O primeiro passo para realizar o mascaramento nessas frequências que possuem a sensação do estímulo, deve-se analisar o nível de intensidade atenuada a partir da intensidade da fala considerando-se a atenuação e o melhor limiar de via óssea.


=== Obtenção dos limiares por via aérea (VA) ===
'''Nível da intensidade atenuada = Intensidade do estímulo - 45 - Melhor limiar de via óssea'''
Será necessário realizar mascaramento quando o o valor do '''''limiar da via aérea da orelha testada for subtraído pela atenuação interaural (min: 40dBNA) e o resultado obtido for maior que o limiar da via óssea na orelha não testada'''''.<ref name=":43" />
[[Ficheiro:Audiometria_da_orelha_esquerda.jpg|miniaturadaimagem|Audiograma com mascaramento por via aérea e por via óssea<ref>{{Citar periódico |url=https://www.scielo.br/j/codas/a/KX7cMLcqGYkqRHkp7xmf7WB/?lang=pt |título=Audiômetro virtual: tecnologia integrada ao ensino |data=2021-09-20 |acessodata=2023-09-27 |periódico=CoDAS |ultimo=Araújo |primeiro=Deuzimar Pires de |ultimo2=Araújo |primeiro2=Maria Eduarda Braga de |paginas=e20200287 |lingua=pt |doi=10.1590/2317-1782/20202020287 |issn=2317-1782 |ultimo3=Alves |primeiro3=Emille Rayanne Arruda |ultimo4=Jales |primeiro4=Juliana Maria Rodrigues |ultimo5=Araújo |primeiro5=Eliene Silva}}</ref>]]
O mascaramento será suficiente se o nível de sensação do ruído se sobressair ao nível de sensação do tom puro. Caso não o for, a partir da descoberta do novo limiar com o mascaramento insuficiente, pode-se repetir o processo com uma nova intensidade de ruído mascarador ou aumentar a intensidade proporcionalmente ao aumento do limiar. Por exemplo, se antes o limiar de via aérea era 40dB e, com o mascaramento, rebaixou para 50dB, a intensidade do ruído mascarador deverá aumentar também 10dB.<ref name=":02" />


=== Obtenção pesquisa dos limiares por via óssea (VO) ===
Para determinar o nível de sensação do ruído, deve-se levar em consideração que este deve ser 10 dB superior ao nível de intensidade atenuada.
Será necessário utilizar ruído mascarador quando o '''''limiar da via óssea na orelha testada - limiar via óssea da orelha não testada > 0dB'''''<ref name=":43" />


Na pesquisa dos limiares ósseos, é necessário lembrar que, quando há o posicionamento do vibrador ósseo na mastóide, a vibração será transmitida de forma igual às duas cócleas. Portanto, a resposta dos limiares sem o mascaramento sempre irá se referir àquela de melhor limiar, pois a atenuação interaural da via óssea é zero.<ref name=":43" /><ref name=":62">{{citar web|ultimo=Rabelo Paulinelli|primeiro=Bruna|url=https://ftp.medicina.ufmg.br/fono/monografias/2007/brunarabelo_estudodaatenuacao_2007-1.pdf|título=Estudo da atenuação interaural da via óssea em pacientes com perda auditiva neurossensorial unilateral}}</ref>
'''Nível de sensação do ruído = nível de intensidade atenuada + 10'''
[[Ficheiro:Símbolos_Audiométricos.png|miniaturadaimagem|277x277px|Símbolos utilizados para fazer a marcação do limiar no audiograma<ref>{{Citar web|url=https://fonoaudiologia.org.br/comunicacao/guia-de-orientacao-na-avaliacao-audiologica/|titulo=Guia de Orientação na Avaliação Audiológica – Conselho Federal de Fonoaudiologia|acessodata=2023-09-27|lingua=pt-BR}}</ref>]]
Há casos em que é necessária a separação dos limiares da pior e da melhor cóclea para fins de diagnóstico do tipo da perda auditiva quando há a existência de gap aéreo-ósseo (diferença de energia na transmissão do som entre a via aérea e a via óssea) maior ou igual do que 15 dB,


Apesar de o método Platô ser o mais utilizado pelos fonoaudiólogos, existem outras técnicas, tais como o método Ptimizado. Esse método considera o método Platô complexo e demorado e, ao invés de começar o teste considerando os limiares auditivos da via aérea não testada, o método Otimizado considera os limiares da orelha testada. Contudo, alguns estudos demonstram que, comparando os dois testes, não há real diferença quanto ao resultado final.<ref name=":12" />
Para definir, por fim, a intensidade do ruído a ser utilizado, considera-se o limiar de via aérea da orelha não testada , uma vez que esse ruído é apresentado por via aérea à essa orelha. Logo:


=== Logoaudiometria ===
'''Intensidade do ruído = Nível de sensação do ruído + limiar de via aérea da orelha não testada'''
Na [[logoaudiometria]], podemos obter  o Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF) e o Índice de Reconhecimento de Fala (IRF). Esse exame permite alcançar informações sobre como estão as habilidades de identificação dos sons que fazem parte do nosso cotidiano, nesse caso, a fala. Embora o estímulo testado seja o da fala, a  logoaudiometria sofre a mesma dificuldade da [[audiometria]], pois a orelha contralateral pode estar influenciando na resposta da orelha testada, sendo necessário o uso do mascaramento.<ref name=":5">{{citar web|ultimo=Juliana|primeiro=Miranda|url=https://secure.unisagrado.edu.br/static/biblioteca/salusvita/salusvita_v27_n3_2008_art_01.pdf|título=LOGOAUDIOMETRIA: O USO DO MASCARAMENTO NA AVALIAÇÃO DO RECONHECIMENTO DE FALA EM INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA SENSORIONEURAL|data=Julho de 2008|acessodata=11 de outubro de 2023|website=Revista salustiva ciências biológicas e da saúde|arquivourl=https://secure.unisagrado.edu.br/static/biblioteca/salusvita/salusvita_v27_n3_2008.htm|arquivodata=11 de outubro de 2023|urlmorta=não}}</ref>


O raciocínio para o mascaramento em logoaudiometria é similar àquele empregado na pesquisa de limiares por via aérea. O nível de apresentação do estímulo de fala não deverá ser percebido pela orelha contralateral. Para isso, é analisada a intensidade do estímulo na orelha testada (para a pesquisa de LRF e IRF) considerando-se uma  atenuação interaural de 45 dB. Pórem, diferente da pesquisa de limiar por via aérea, na logoaudiometria o nível de mascaramento é fixo, não ocorrendo adição de incrementos. Sempre que houver a necessidade de utilizar mascaramento no LRF, será preciso utilizar no IRF também.<ref name=":43" /><ref name=":5" />
Se o mascaramento for insuficiente, da mesma forma na pesquisa por condução aérea, deve-se aumentar o ruído proporcionalmente ao rebaixamento do limiar ou repetir novamente o procedimento com o novo limiar encontrado.


O tipo de ruído mais recomendado e utilizado no mascaramento da logoaudiometria é o ''speech noise,'' pois ele abrange o espectro de frequências presentes nos sons da fala. As  palavras apresentadas podem ser gravadas quanto a viva-voz<ref name=":5" />
Portanto, voltando ao exemplo acima tem-se que:


==== Limiar de Reconhecimento de Fala - LRF ====
Se o nível de apresentação (nível de intensidade atenuada) é de 10 dBNS (considerado-se na frequência de 500 Hz em que a via óssea é 0 dB), para encontrar o nível de sensação do ruído adiciona-se 10 dB, totalizando um nível de sensação do ruído de 20 dBNS. Assim, a intensidade do ruído a ser aplicada é:
Primeiramente, é realizado o exame sem mascaramento e, após a obtenção do resultado, é avaliada a necessidade de utlizar o ruído mascarante.<ref name=":43" />


O limiar de reconhecimento de fala da orelha testada é subtraído pela atenuação interaural. '''Se o resultado for acima da média do limiar auditivo (da orelha não testada), será necessário utilizar mascaramento.'''<ref name=":43" />
'''Intensidade do ruído = 20 + 0'''


Exemplo:<ref name=":43" /><ref name=":5" />
'''Intensidade do ruído = 20 dBNS'''


* O resultado do LRF sem mascaramento ficou em 65dB à orelha direita.
Já na pesquisa do IPRF em 85 dBNA, o nível de apresentação (nível de intensidade atenuada) na orelha direita será de 40 dBNA, isso trará ao paciente, diferentes níveis de sensação em cada frequência, variando de 40 dBNA em 500Hz a 10 dBNA em 4kHz, como não variamos a intensidade da voz neste teste, escolhemos a melhor frequência para mascarar, seguindo o mesmo raciocínio:
* A média dos limiares auditivos da orelha esquerda (não testada) do paciente é 10dB (média dos limiares das frequências de 500Hz, 1000Hz e 2000Hz)
* 65dB (média) - 45dB (atenuação interaural) = 20dB
* O limiar do paciente à orelha esquerda é 10dB e chegará a 30dB de intensidade, ou seja, será necessário utilizar mascaramento, pois a orelha não testada pode intervir nas respostas.


Para determinar o nível de sensação do ruído, deve-se levar em consideração que este deve ser 10 dB superior ao nível de intensidade atenuada, nesse caso, o mínimo de mascaramento a ser utilizado é 30dB.
'''Nível de intensidade atenuada = 85 - 45 - 0 = 40 dBNA'''


'''Nível de sensação do ruído = 40 + 10 = 50 dBNA'''
Nível de sensação do ruído = nível de intensidade atenuada + 10


==== Índice de Reconhecimento de Fala - IRF ====
'''Intensidade do ruído = 50 + 0 = 50 dB (considerando-se a frequência de 500 Hz)'''
A pesquisa do índice de reconhecimento de fala (IRF) segue a mesma linha de raciocínio do LRF. Exemplo:


* O resultado do LRF sem mascaramento ficou em 65db à orelha direita
== Pesquisa dos limiares por condução óssea ==
* A média dos limiares auditivos da orelha esquerda (não testada) do paciente é 10dB (média dos limiares das frequências de 500Hz, 1000Hz e 2000Hz).<ref name=":5" />
Na pesquisa dos limiares ósseos, é necessário lembrar que quando há o posicionamento do vibrador ósseo na mastóide, a vibração será transmitida de forma igual às duas cócleas e, portanto, a resposta dos limiares sem o mascaramento sempre irá se referir àquela que possui melhor limiar. Além disso, a AI da via óssea é zero pelo mesmo motivo.


== Mascaramento na avaliação eletrofisiológica ==
Há casos em que é necessária a separação dos limiares da pior e da melhor cóclea para fins de diagnóstico do tipo da perda auditiva quando há a existência de gap aéreo-ósseo (diferença de energia na transmissão no som entre a via aérea e a via óssea, maior ou igual do que 15 dB).
Na avaliação eletrofisiológica, também é utilizado o mascaramento em algumas situações; porém, como existem poucos estudos sobre o assunto, a falta de consenso na literatura sobre a sua necessidade permanece.<ref name=":2">{{Citar periódico |url=https://www.scielo.br/j/acr/a/6ctVtgM84hfLm4BNdc5m69Q/?lang=pt |título=O uso do mascaramento contralateral na pesquisa do potencial evocado auditivo de tronco encefálico por condução aérea: revisão sistemática |data=2019-10-17 |acessodata=2023-10-16 |periódico=Audiology - Communication Research |ultimo=Silva |primeiro=Bárbara Cristiane Sordi |ultimo2=Jacob-Corteletti |primeiro2=Lilian Cássia Bórnia |paginas=e2108 |lingua=pt |doi=10.1590/2317-6431-2018-2108 |issn=2317-6431 |ultimo3=Araújo |primeiro3=Eliene Silva |ultimo4=Alvarenga |primeiro4=Kátia de Freitas}}</ref>


==== Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico - [[Potencial evocado auditivo de tronco encefálico|PEATE]] ====
Para realizar o mascaramento dos limiares por condução óssea, primeiramente é necessário atribuir o limiar encontrado sem o ruído para o melhor limiar de via aérea, considerando-se que há a possibilidade deste limiar ser equivalente para as duas orelhas. Neste momento, o profissional deve analisar se, ao fazer o mascaramento, as opções que poderão ser encontradas dos limiares ósseos mudarão o diagnóstico. Essa análise é fundamentada no preceito de que esses limiares nunca serão mais rebaixados que o de via aérea, portanto há opções que podem ser consideradas nessa análise.
O PEATE é um exame objetivo e não invasivo que avalia a integridade da via auditiva, desde o nervo auditivo até o tronco encefálico.<ref name=":3">{{Citar periódico |url=https://www.scielo.br/j/rboto/a/nMYQsQXgrp8P9HGgnQy9zyF/?lang=pt |título=Audiometria de tronco encefálico (abr): o uso do mascaramento na avaliação de indivíduos portadores de perda auditiva unilateral |data=junho de 2003 |acessodata=2023-10-16 |periódico=Revista Brasileira de Otorrinolaringologia |ultimo=Toma |primeiro=Melissa M. T. |ultimo2=Matas |primeiro2=Carla G. |paginas=356–362 |lingua=pt |doi=10.1590/S0034-72992003000300010 |issn=0034-7299}}</ref>


O exame consiste na análise de sete ondas, cada uma representando um trecho da via auditiva central, captadas por eletrodos fixados na cabeça, em pontos específicos. Numa via auditiva em condições normais, a onda V sempre está presente. Por isso, um estudo da Universidade Federal de São Paulo analisou 22 indivíduos com perdas profundas ou severas unilateralmente e constatou que a onda V na orelha comprometida estava presente sem o uso de mascaramento. Já quando introduzido o mascaramento contralateral, essas respostas não foram as mesmas.<ref name=":3" />
Por exemplo, foram encontrados os limiares de:


O mascaramento é bastante requisitado nos casos de perda auditiva sensorioneural unilateral, principalmente nos graus severo e profundo. Nesses casos, o ruído mascarante é utilizado para evitar que ocorra a audição cruzada, fator que pode influenciar no resultado do exame. O mascaramento no PEATE permite a obtenção de respostas seguras em relação às latências e amplitudes das ondas.<ref name=":2" />
* Via aérea na orelha direita de 45 dB,
* Via aérea na orelha esquerda de 50 dB,
* Melhor limiar de via óssea de 40 dB.


O ruído mascarante mais utilizado no PEATE é o ruído branco (''white noise''), e o valor mínimo e máximo de mascaramento a ser utilizado é de 20 a 35 dBNS, respectivamente.<ref name=":43" />
Na orelha direita há as opções de encontrar as intensidades de 40 dB e 45 dB e na orelha esquerda há as opções 40 dB, 45 dB e 50 dB. Em ambas as orelhas, o diagnóstico será o mesmo: perda auditiva sensorioneural, portanto não há necessidade de aplicar o mascaramento.


Atenuação interaural no PEATE para o estímulo clique:<ref name=":43" />
Após essa etapa de análise, caso seja necessária a presença do ruído mascarador, deve-se fazer o seguinte raciocínio:


* Fone de inserção: 55 dBNS
A intensidade do ruído subtraído pela AI de via aérea da orelha não testada naquela frequência deve ser 5 db menor que o melhor limiar ósseo obtido. Se essa intensidade não for suficiente, deverá ser feito aumentos sucessivos proporcionais, até que o mascaramento seja eficiente.
* Fone supra-aural:50 dBNS
* Fator de correção: 10 dBNS  (é necessário devido à diferença  entre o limiar eletrofisiológico e o limiar eletroacústico)


Será necessário mascarar quando:<ref name=":43" />
'''Intensidade do ruído - AI = Melhor limiar de via óssea - 5'''


'''Intensidade do estímulo (clique) - fator de correção (10 dB) - atenuação interaural > limiar da orelha não testada'''{{Referências}}
Após a definição da intensidade, é necessário verificar se esta não causará o supermascaramento. Essa análise é possível a partir da comparação do nível de ruído apresentado com o limiar de via aérea da orelha não testada.

Caso o nível de sensação de ruído seja igual ou superior a 10 dB à sensação do tom puro, o mascaramento será suficiente e o resultado fidedigno.<ref>{{citar livro|título=A aplicação do mascaramento em Audiologia|ultimo=Almeida|primeiro=Katia|ultimo2=Russo, C Pacheco|primeiro2=Iêda|ultimo3=Santos, Momensohn|primeiro3=Teresa|editora=lovise|ano=2001|local=São Paulo|página=134|isbn=9788585274672}}</ref><ref>{{citar livro|título=Handbook of clinical audiology|ultimo=Katz|primeiro=J|editora=LippincottWilliams & Wilkins.|ano=1994|local=Philadelphia}}</ref>{{Referências}}


{{Esboço-medicina}}
{{Esboço-medicina}}

Revisão das 21h10min de 5 de dezembro de 2023

O Mascaramento é utilizado para que o estímulo apresentado seja escutado apenas na orelha testada. Para isso, é adicionado um ruído mascarante na orelha não testada, possibilitando, assim, a obtenção dos limiares auditivos de cada orelha separadamente.[1][2] A técnica pode ser utilizada na avaliação audiológica básica (audiometria e logoaudiometria) e na avaliação eletrofisiológica.[2] Dessa forma, o som mascarador diminui a capacidade da orelha não testada de responder ao estímulo, conferindo novos limiares ao paciente, que se dão a partir do ruído mascarador. Portanto, seu objetivo é atribuir fidedignidade aos resultados da audiometria, não havendo margens para suposições de que a resposta recebida não seja exclusiva de uma orelha ou outra. A necessidade de mascaramento é verificada pelos audiologistas através da análise e da comparação das respostas obtidas sem o mascaramento.[2]

Atenuação interaural

A atenuação interaural (AI) é a perda da energia sonora que ocorre quando há a apresentação de um estímulo acústico à orelha testada e o estímulo é percebido pela orelha não testada.[3] Os valores dessa perda dependem da frequência da onda sonora apresentada como estímulo, do tipo de transdutor utilizado e do sinal acústico.[4] Na condução por via aérea, a energia sonora que chega à orelha contralateral à testada é sempre inferior à apresentada na orelha testada. Isso porque é necessário retirar o crânio do repouso para que o som chegue ao lado oposto, pois existem muitas estruturas a serem percorridas até que a onda sonora chegue ao órgão sensitivo da audição.

Comparação da atenuação interaural entre o fone supra-aural e o fone de inserção


No quadro ao lado, podemos ver a comparação entre os valores de atenuação dos fones comumente utilizados no exame da audiometria, o fone de inserção e o fone supra-aural. Na pesquisa dos limiares auditivos por via aérea, o fone de inserção fornece maior atenuação interaural do que o supra-aural, tanto para tons puros quanto para sons da fala.[5] Ademais, os fones de inserção atenuam o ruído ambiental, evitam o colabamento do meato acústico externo e, com isso, propiciam maior conforto durante a realização do exame.[6]

Quando há a busca de limiares por condução óssea, a atenuação interaural é zero, pois, com o uso do vibrador ósseo posicionado na mastóide, todo o crânio entra em vibração simultaneamente, ocasionando sensação auditiva nas duas cócleas de maneira igual, não havendo perda de energia durante o percurso do som.[3]Além disso, a pesquisa de limiares auditivos por via óssea se limita às frequências de 500Hz, 1000Hz, 2000Hz, 3000Hz e 4000Hz, já que abaixo de 500Hz há produção de sensação tátil e acima de 4000Hz há distorção do som. Ambos os efeitos interferem na pesquisa dos limiares auditivos, alterando o resultado.[3]

Conceitos utilizados no mascaramento

Representação de como ocorre a audição cruzada
  • Audição cruzada[7]

O estímulo sonoro apresentado em uma orelha é percebido pela orelha não testada.

  • Curva sombra[7]

Conjunto de respostas da orelha testada que correspondem aos limiares auditivos da orelha não testada. Tal situação indica a presença de audição cruzada.

  • Mascaramento ipsilateral[8]

O ruído mascarador e o estímulo são apresentados ao mesmo tempo e na mesma orelha. Essa abordagem auxilia na realização da calibração do mascaramento, determinando, assim,  a eficácia do ruído mascarante.

  • Mascaramento contralateral[8]

O estímulo e o ruído mascarador são apresentados em orelhas diferentes. Clinicamente, essa abordagem é utilizada para que a orelha não testada (a que recebe o mascaramento) não interfira nas respostas da orelha testada ( a que recebe o estímulo em tom puro).[9]

  • Mascaramento mínimo[8]

É a menor intensidade de mascaramento utilizada capaz de causar uma alteração no limiar.

  • Mascaramento máximo

É a intensidade limite que o ruído mascarador pode ter para não provocar o supermascaramento.[carece de fontes?]

Mascaramento na avaliação audiológica básica

A onda sonora se propaga pelo sistema auditivo periférico através de dois mecanismos: ósseo e aéreo. A cóclea é o órgão receptor, independente do meio de condução do som. Durante a pesquisa dos limiares por condução aérea, o profissional deverá ter a percepção e o raciocínio de quando será necessário o mascaramento para anular a percepção do tom puro na orelha não testada. Se não realizado, a detecção do tom puro pela orelha contralateral à testada pode alterar o resultado da audiometria, revelando uma audiometria infiel à realidade.[10][7][8]

Método Platô

Um dos possíveis métodos utilizados na prática clínica para a realização do mascaramento é o método Platô, desenvolvido por Linda J. Hood na década de 1960. Segundo essa técnica, durante a pesquisa dos limiares auditivos, o nível de mascaramento é aumentado progressivamente até que o estímulo apresentado fique inaudível para a orelha não testada[7][8]

Aplicação do método Platô[8][10]

  1. Realizar a obtenção dos limiares sem mascaramento.
  2. Avaliar se existe a necessidade de mascaramento considerando os valores de atenuação interaural por frequência.
  3. Adicionar o nível de mascaramento inicial (15dB) com base no limiar da orelha não testada.
  4. Aumentar o nível de mascaramento em 10 dB e retestar o limiar.
  5. Aumentar o nível de mascaramento de 10 em 10 dB até que haja pelo menos duas respostas estáveis ( sem alteração de limiar) para que seja obtido o verdadeiro limiar da orelha testada.

O momento em que o limiar auditivo permanece inalterado é indicativo de que se chegou ao real limiar da orelha testada, como intitulado pelo autor do método de change over.[8]

Obtenção dos limiares por via aérea (VA)

Será necessário realizar mascaramento quando o o valor do limiar da via aérea da orelha testada for subtraído pela atenuação interaural (min: 40dBNA) e o resultado obtido for maior que o limiar da via óssea na orelha não testada.[7]

Audiograma com mascaramento por via aérea e por via óssea[11]

O mascaramento será suficiente se o nível de sensação do ruído se sobressair ao nível de sensação do tom puro. Caso não o for, a partir da descoberta do novo limiar com o mascaramento insuficiente, pode-se repetir o processo com uma nova intensidade de ruído mascarador ou aumentar a intensidade proporcionalmente ao aumento do limiar. Por exemplo, se antes o limiar de via aérea era 40dB e, com o mascaramento, rebaixou para 50dB, a intensidade do ruído mascarador deverá aumentar também 10dB.[8]

Obtenção pesquisa dos limiares por via óssea (VO)

Será necessário utilizar ruído mascarador quando o limiar da via óssea na orelha testada - limiar via óssea da orelha não testada > 0dB[7]

Na pesquisa dos limiares ósseos, é necessário lembrar que, quando há o posicionamento do vibrador ósseo na mastóide, a vibração será transmitida de forma igual às duas cócleas. Portanto, a resposta dos limiares sem o mascaramento sempre irá se referir àquela de melhor limiar, pois a atenuação interaural da via óssea é zero.[7][12]

Símbolos utilizados para fazer a marcação do limiar no audiograma[13]

Há casos em que é necessária a separação dos limiares da pior e da melhor cóclea para fins de diagnóstico do tipo da perda auditiva quando há a existência de gap aéreo-ósseo (diferença de energia na transmissão do som entre a via aérea e a via óssea) maior ou igual do que 15 dB,

Apesar de o método Platô ser o mais utilizado pelos fonoaudiólogos, existem outras técnicas, tais como o método Ptimizado. Esse método considera o método Platô complexo e demorado e, ao invés de começar o teste considerando os limiares auditivos da via aérea não testada, o método Otimizado considera os limiares da orelha testada. Contudo, alguns estudos demonstram que, comparando os dois testes, não há real diferença quanto ao resultado final.[10]

Logoaudiometria

Na logoaudiometria, podemos obter  o Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF) e o Índice de Reconhecimento de Fala (IRF). Esse exame permite alcançar informações sobre como estão as habilidades de identificação dos sons que fazem parte do nosso cotidiano, nesse caso, a fala. Embora o estímulo testado seja o da fala, a  logoaudiometria sofre a mesma dificuldade da audiometria, pois a orelha contralateral pode estar influenciando na resposta da orelha testada, sendo necessário o uso do mascaramento.[14]

O raciocínio para o mascaramento em logoaudiometria é similar àquele empregado na pesquisa de limiares por via aérea. O nível de apresentação do estímulo de fala não deverá ser percebido pela orelha contralateral. Para isso, é analisada a intensidade do estímulo na orelha testada (para a pesquisa de LRF e IRF) considerando-se uma  atenuação interaural de 45 dB. Pórem, diferente da pesquisa de limiar por via aérea, na logoaudiometria o nível de mascaramento é fixo, não ocorrendo adição de incrementos. Sempre que houver a necessidade de utilizar mascaramento no LRF, será preciso utilizar no IRF também.[7][14]

O tipo de ruído mais recomendado e utilizado no mascaramento da logoaudiometria é o speech noise, pois ele abrange o espectro de frequências presentes nos sons da fala. As  palavras apresentadas podem ser gravadas quanto a viva-voz[14]

Limiar de Reconhecimento de Fala - LRF

Primeiramente, é realizado o exame sem mascaramento e, após a obtenção do resultado, é avaliada a necessidade de utlizar o ruído mascarante.[7]

O limiar de reconhecimento de fala da orelha testada é subtraído pela atenuação interaural. Se o resultado for acima da média do limiar auditivo (da orelha não testada), será necessário utilizar mascaramento.[7]

Exemplo:[7][14]

  • O resultado do LRF sem mascaramento ficou em 65dB à orelha direita.
  • A média dos limiares auditivos da orelha esquerda (não testada) do paciente é 10dB (média dos limiares das frequências de 500Hz, 1000Hz e 2000Hz)
  • 65dB (média) - 45dB (atenuação interaural) = 20dB
  • O limiar do paciente à orelha esquerda é 10dB e chegará a 30dB de intensidade, ou seja, será necessário utilizar mascaramento, pois a orelha não testada pode intervir nas respostas.

Para determinar o nível de sensação do ruído, deve-se levar em consideração que este deve ser 10 dB superior ao nível de intensidade atenuada, nesse caso, o mínimo de mascaramento a ser utilizado é 30dB.

Nível de sensação do ruído = nível de intensidade atenuada + 10

Índice de Reconhecimento de Fala - IRF

A pesquisa do índice de reconhecimento de fala (IRF) segue a mesma linha de raciocínio do LRF. Exemplo:

  • O resultado do LRF sem mascaramento ficou em 65db à orelha direita
  • A média dos limiares auditivos da orelha esquerda (não testada) do paciente é 10dB (média dos limiares das frequências de 500Hz, 1000Hz e 2000Hz).[14]

Mascaramento na avaliação eletrofisiológica

Na avaliação eletrofisiológica, também é utilizado o mascaramento em algumas situações; porém, como existem poucos estudos sobre o assunto, a falta de consenso na literatura sobre a sua necessidade permanece.[15]

Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico - PEATE

O PEATE é um exame objetivo e não invasivo que avalia a integridade da via auditiva, desde o nervo auditivo até o tronco encefálico.[16]

O exame consiste na análise de sete ondas, cada uma representando um trecho da via auditiva central, captadas por eletrodos fixados na cabeça, em pontos específicos. Numa via auditiva em condições normais, a onda V sempre está presente. Por isso, um estudo da Universidade Federal de São Paulo analisou 22 indivíduos com perdas profundas ou severas unilateralmente e constatou que a onda V na orelha comprometida estava presente sem o uso de mascaramento. Já quando introduzido o mascaramento contralateral, essas respostas não foram as mesmas.[16]

O mascaramento é bastante requisitado nos casos de perda auditiva sensorioneural unilateral, principalmente nos graus severo e profundo. Nesses casos, o ruído mascarante é utilizado para evitar que ocorra a audição cruzada, fator que pode influenciar no resultado do exame. O mascaramento no PEATE permite a obtenção de respostas seguras em relação às latências e amplitudes das ondas.[15]

O ruído mascarante mais utilizado no PEATE é o ruído branco (white noise), e o valor mínimo e máximo de mascaramento a ser utilizado é de 20 a 35 dBNS, respectivamente.[7]

Atenuação interaural no PEATE para o estímulo clique:[7]

  • Fone de inserção: 55 dBNS
  • Fone supra-aural:50 dBNS
  • Fator de correção: 10 dBNS  (é necessário devido à diferença  entre o limiar eletrofisiológico e o limiar eletroacústico)

Será necessário mascarar quando:[7]

Intensidade do estímulo (clique) - fator de correção (10 dB) - atenuação interaural > limiar da orelha não testada

Referências

  1. Fernandes, Kelly Cristina de Souza; Russo, Iêda Chaves Pacheco (dezembro de 2009). «Mascaramento clínico: aplicabilidade dos métodos platô e otimizado na pesquisa dos limiares auditivos». Pró-Fono Revista de Atualização Científica: 333–338. ISSN 0104-5687. doi:10.1590/S0104-56872009000400012. Consultado em 18 de setembro de 2023 
  2. a b c Schochat, Samelli, Couto, Teixeira,, Eliane, Alessandra, Christiane, Adriane (2022). O Tratado de Audiologia. [S.l.]: Editora Manole. pp. 142–167. ISBN 9786555765724 
  3. a b c Rabelo Paulinelli, Bruna. «Estudo da atenuação interaural da via óssea em pacientes com perda auditiva neurossensorial unilateral» (PDF) 
  4. Schochat, Samelli, Couto, Teixeira,, Eliane, Alessandra, Christiane, Adriane (2022). O Tratado de Audiologia. [S.l.]: Editora Manole. pp. 142–167. ISBN 9786555765724 
  5. Ramos, Juliana Maria Pires; Dabbur, Renata Rufino; Gil, Daniela (2009). «Atenuação interaural: estudo comparativo com dois tipos de transdutores». Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia: 498–502. ISSN 1516-8034. doi:10.1590/S1516-80342009000400012. Consultado em 22 de novembro de 2023 
  6. Oshiro, Lívia Tamie; Silveira, Marcela Rosana Maia da; Gil, Daniela (agosto de 2012). «Influência do tipo de transdutor no mascaramento em deficiência auditiva condutiva e mista bilateral». Revista CEFAC: 635–640. ISSN 1516-1846. doi:10.1590/S1516-18462011005000142. Consultado em 22 de novembro de 2023 
  7. a b c d e f g h i j k l m n Schochat, Samelli, Couto, Teixeira,, Eliane, Alessandra, Christiane, Adriane (2022). O Tratado de Audiologia. [S.l.]: Editora Manole. pp. 142–167. ISBN 9786555765724 
  8. a b c d e f g h Fernandes, Kelly Cristina de Souza (9 de outubro de 2007). «Mascaramento clínico: limiares auditivos pelos métodos Platô e Otimizado». Consultado em 18 de setembro de 2023 
  9. «O uso do mascaramento contralateral na pesquisa do potencial evocado auditivo de tronco encefálico por condução aérea: revisão sistemática» 
  10. a b c Fernandes, Kelly Cristina de Souza; Russo, Iêda Chaves Pacheco (dezembro de 2009). «Mascaramento clínico: aplicabilidade dos métodos platô e otimizado na pesquisa dos limiares auditivos». Pró-Fono Revista de Atualização Científica: 333–338. ISSN 0104-5687. doi:10.1590/S0104-56872009000400012. Consultado em 18 de setembro de 2023 
  11. Araújo, Deuzimar Pires de; Araújo, Maria Eduarda Braga de; Alves, Emille Rayanne Arruda; Jales, Juliana Maria Rodrigues; Araújo, Eliene Silva (20 de setembro de 2021). «Audiômetro virtual: tecnologia integrada ao ensino». CoDAS: e20200287. ISSN 2317-1782. doi:10.1590/2317-1782/20202020287. Consultado em 27 de setembro de 2023 
  12. Rabelo Paulinelli, Bruna. «Estudo da atenuação interaural da via óssea em pacientes com perda auditiva neurossensorial unilateral» (PDF) 
  13. «Guia de Orientação na Avaliação Audiológica – Conselho Federal de Fonoaudiologia». Consultado em 27 de setembro de 2023 
  14. a b c d e Juliana, Miranda (Julho de 2008). «LOGOAUDIOMETRIA: O USO DO MASCARAMENTO NA AVALIAÇÃO DO RECONHECIMENTO DE FALA EM INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA SENSORIONEURAL» (PDF). Revista salustiva ciências biológicas e da saúde. Consultado em 11 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 11 de outubro de 2023 
  15. a b Silva, Bárbara Cristiane Sordi; Jacob-Corteletti, Lilian Cássia Bórnia; Araújo, Eliene Silva; Alvarenga, Kátia de Freitas (17 de outubro de 2019). «O uso do mascaramento contralateral na pesquisa do potencial evocado auditivo de tronco encefálico por condução aérea: revisão sistemática». Audiology - Communication Research: e2108. ISSN 2317-6431. doi:10.1590/2317-6431-2018-2108. Consultado em 16 de outubro de 2023 
  16. a b Toma, Melissa M. T.; Matas, Carla G. (junho de 2003). «Audiometria de tronco encefálico (abr): o uso do mascaramento na avaliação de indivíduos portadores de perda auditiva unilateral». Revista Brasileira de Otorrinolaringologia: 356–362. ISSN 0034-7299. doi:10.1590/S0034-72992003000300010. Consultado em 16 de outubro de 2023 
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