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Nikolai Semashko

O modelo Semashko é um sistema de saúde de camada única em que a saúde é gratuita para todos. Ao contrário do Modelo Beveridge, em que a saúde nacional é financiada por meio de tributação especial da população, a saúde no modelo Semashko é financiada pelo orçamento nacional. O modelo recebeu esse nome em homenagem a Nikolai Semashko, um Comissário do Povo para a Saúde soviético. [1] O modelo é amplamente mantido na Rússia e na maioria dos outros estados pós-soviéticos[2] (exceto no Turcomenistão, Quirguistão e Estados Bálticos) e é considerado um dos mais influentes. [3]

Características

No modelo Semashko, os serviços médicos são fornecidos por uma hierarquia de instituições estatais sob a supervisão do Ministério da Saúde e são financiados pelo orçamento nacional.[1] Para os cidadãos do país, os serviços médicos são gratuitos e iguais, com ênfase em higiene social e prevenção de doenças infecciosas. [1] O modelo apresenta instalações médicas de propriedade pública, trabalhadores de saúde assalariados, grandes provedores de atenção primária à saúde e um grau excepcionalmente alto de administração governamental, fornecendo uma atenção universal à saúde.[2] O modelo Semashko não permite práticas médicas privadas, pois todos os médicos são funcionários do Estado. [1] Na União Soviética, sob esse modelo, todo o território do país era dividido em distritos, com hospitais ambulatoriais e médicos locais designados para cada um deles.[1] Esses médicos eram multiespecial, capazes de tratar a maioria das doenças comuns, enquanto os casos mais complicados eram encaminhados aos hospitais regionais.[1]

Uma característica especial do modelo Semashko é o "método de vigilância dinâmica do dispensário", que sustenta que cada caso detectado de uma doença grave deve ser submetido a um determinado conjunto de diretrizes médicas, incluindo o planejamento de atividades curativas, documentando-as, garantindo o número necessário de contatos com especialistas, um processo de monitoramento e indicadores de resultados. [2] Essas diretrizes foram desenvolvidas em um estágio posterior, no final da década de 1960.[2]

Histórico

O modelo Semashko teve origem após a Revolução de Outubro de 1917. No Reino Unido, a Lei de Seguro Nacional de 1911 forneceu cobertura para atendimento primário (mas não para atendimento especializado ou hospitalar) para assalariados, cobrindo cerca de um terço da população. O Império Russo estabeleceu um sistema semelhante em 1912, e outros países industrializados começaram a seguir o exemplo. O modelo Semashko foi estabelecido na Rússia Soviética em 1920.[4][5] Entretanto, não era um sistema verdadeiramente universal naquele momento, pois os residentes rurais não eram cobertos. O modelo melhorou substancialmente a saúde da população em relação ao ponto de partida de sua implementação no final da década de 1920.[2] No entanto, o modelo foi menos eficaz contra doenças não transmissíveis e, como tal, não conseguiu avançar ainda mais na saúde da população.[3] Na década de 1970, com a disponibilidade de novas tecnologias médicas e a demanda popular por melhor atendimento, a União Soviética deu maior ênfase à especialização no atendimento ambulatorial, afastando-se do modelo Semashko. Com isso, a importância do médico distrital foi consideravelmente reduzida.

Referências

  1. a b c d e f Georgy Manaev (15 April 2021). «O que a URSS realmente acertou?». Russia Beyond. Consultado em 7 December 2022  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  2. a b c d Igor Sheiman; Sergey Shishkin; Vladimir Shevsky (2018). «The evolving Semashko model of primary health care: the case of the Russian Federation». Risk Manag Healthc Policy. 11 (11): 209-220. PMC 6220729Acessível livremente. PMID 30464661. doi:10. 2147/RMHP.S168399Acessível livremente Verifique |doi= (ajuda) 
  3. Andreas Heinrich (28 February 2022). «The Emergence of the Socialist Healthcare Model After the First World War». International Impacts on Social Policy. Col: Global Dynamics of Social Policy. [S.l.: s.n.] pp. 35–46. ISBN 978-3-030-86644-0. doi:10.1007/978-3-030-86645-7_4Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)