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Interpretação de von Neumann-Wigner: diferenças entre revisões

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A '''Interpretação de von Neumann-Wigner''' é uma das teorias, em [[mecânica quântica]], na qual as observações por um ser consciente são responsáveis pelo [[colapso da função de onda]]. Esta é uma tentativa de solucionar o paradoxo do [[amigo de Wigner]] estabelecendo-se que o colapso é ocasionado pelo primeiro observador consciente.
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Em seu livro de 1932, ''The Mathematical Foundations of Quantum Mechanics'', [[John von Neumann]] argumentou que a matemática da mecânica quântica permite que o colapso da função de onda ocorra em qualquer posição na cadeia causal, desde o dispositivo de medição até a "percepção subjetiva" do observador humano. Em 1939, [[Fritz London]] e [[Edmond Bauer]] defenderam a última fronteira (consciência).<ref>F. London and E. Bauer, "La théorie de l'observation en mécanique quantique" (1939), English translation in ''Quantum Theory and Measurement'', edited by J. A. Wheeler and W. H. Zurek, Princeton University, Princeton New Jersey, 1983, pp. 217–259. {{ISBN|0-691-08315-0}}</ref> Na década de 1960, Eugene Wigner<ref name="Wigner">{{citar periódico| doi = 10.1119/1.1973829| volume = 35| número = 12| página= 1169–1170| último= Wigner| primeiro= Eugene| autor2 = Henry Margenau| título= Remarks on the Mind Body Question, in Symmetries and Reflections, Scientific Essays| periódico= American Journal of Physics| acessodata = 30/7/2009 | data = 1967| url = http://link.aip.org/link/?AJP/35/1169/1| bibcode = 1967AmJPh..35.1169W| wayb=20130112081842 | urlmorta=sim}}</ref> reformulou o enunciado do "[[gato de Schrödinger]]" como "''amigo de Wigner''" e propôs que a consciência de um observador é a linha de demarcação que precipita o colapso da função de onda, independente de qualquer interpretação realista. Postula-se que a mente não é física e é o único verdadeiro aparelho de medição.<ref name="Schreiber">{{Cite arXiv |last=Schreiber |first=Zvi |date=1995-01-16 |title=The Nine Lives of Schroedinger's Cat |eprint=quant-ph/9501014 |language=en}}</ref>


Esta interpretação foi resumida assim:<ref name=Schreiber/>
'''Consciência causa o colapso''' é uma das teorias na qual as observações por um ser consciente são responsáveis pelo [[colapso da função de onda]]. Esta é uma tentativa de solucionar o paradoxo do [[amigo de Wigner]] estabelecendo-se que o colapso é ocasionado pelo primeiro observador consciente. Os defensores desta teoria afirmam que esta não é uma reedição do [[dualismo da substância]], desde que (em ramificações desta visão) consciência e objetos estão [[entrelaçamento quântico|entrelaçados]] e não podem ser considerados como distintos. A teoria da consciência causa o colapso pode ser considerada como fundamental na concepção de realidade. [[interpretações da mecânica quântica]] e alguns físicos ainda rejeitam-na por ser não verificável e introduzir elementos ''desnecessários'' na física, apesar de poder ser de suma importância para a concepção de realidade da raça humana.
<blockquote>
As regras da mecânica quântica estão corretas, mas só existe um sistema que pode ser tratado com a mecânica quântica, nomeadamente o mundo material inteiro. Existem observadores externos que não podem ser tratados dentro da mecânica quântica, especificamente mentes humanas (e talvez animais), que realizam [[Medição quântica|medições]] no cérebro causando o colapso da função de onda.{{Nota de rodapé|Livre tradução de: ''The rules of quantum mechanics are correct but there is only one system which may be treated with quantum mechanics, namely the entire material world. There exist external observers which cannot be treated within quantum mechanics, namely human (and perhaps animal) ''minds'', which perform measurements on the brain causing wave function collapse''.}}
</blockquote>


[[Henry Stapp]] defendeu o conceito da seguinte forma:<ref name="Stapp2001">{{citar periódico |autor=H. Stapp |título=Quantum Theory and the Role of Mind in Nature |periódico=Foundations of Physics |volume=31 |número=10 |página=1465–1499 |ano=2001 |doi=10.1023/A:1012682413597|arxiv=quant-ph/0103043 |s2cid=189823051 }}</ref>
O processo de "medição" na [[mecânica quântica]] é considerado como a consciência em si mesmo. Porém, não é explicado pela teoria porque animais, criaturas vivas, ou objetos tem consciência, isto é, o direito para colapsar a função de onda. Também não está claro se os mecanismos de medição devem também ser considerados conscientes, embora geralmente os equipamentos de medição sejam considerados uma "cadeia de observações" que somente termina em uma entidade consciente. Alguns{{Quem?}} mesmo sugeriram que existe uma "consciência maior" e, portanto mais capaz de colapsar a função de onda, o que vai de encontro à [[crença]] de que Deus é onisciente (caso seja, todas as funções de onda existente estão colapsadas!), porém outros{{Quem?}} acreditam que todas as entidades conscientes tenham a mesma capacidade.
<blockquote>
Do ponto de vista da matemática da teoria quântica, não faz sentido tratar um dispositivo de medição como intrinsecamente diferente da coleção de constituintes atômicos que o compõem. Um dispositivo é apenas outra parte do universo físico... Além disso, os pensamentos conscientes de um observador humano devem estar causalmente conectados de forma ''mais direta e imediata'' com o que está acontecendo em seu cérebro, e não com o que está acontecendo em algum dispositivo de medição... Nossos corpos e cérebros tornam-se assim (...) partes do universo físico descrito mecanicamente quântica. Tratar todo o universo físico desta forma unificada fornece uma base teórica conceitualmente simples e logicamente coerente.{{Nota de rodapé|Livre tradução de: "From the point of view of the mathematics of quantum theory it makes no sense to treat a measuring device as intrinsically different from the collection of atomic constituents that make it up. A device is just another part of the physical universe... Moreover, the conscious thoughts of a human observer ought to be causally connected ''most directly and immediately'' to what is happening in his brain, not to what is happening out at some measuring device... Our bodies and brains thus become ... parts of the quantum mechanically described physical universe. Treating the entire physical universe in this unified way provides a conceptually simple and logically coherent theoretical foundation..."}}
</blockquote>


{{Notas e referências}}
[[Amit Goswami]], um destacado físico teórico, defende esta teoria em alguns de seus escritos, incluindo ''The Self-Aware Universe''. O físico Hungaro [[Eugene Wigner]] também concorda com ele.
{{esboço-física}}


[[Categoria:Mecânica quântica]]
[[Categoria:Mecânica quântica]]

Edição atual tal como às 01h07min de 5 de maio de 2024

A Interpretação de von Neumann-Wigner é uma das teorias, em mecânica quântica, na qual as observações por um ser consciente são responsáveis pelo colapso da função de onda. Esta é uma tentativa de solucionar o paradoxo do amigo de Wigner estabelecendo-se que o colapso é ocasionado pelo primeiro observador consciente.

Em seu livro de 1932, The Mathematical Foundations of Quantum Mechanics, John von Neumann argumentou que a matemática da mecânica quântica permite que o colapso da função de onda ocorra em qualquer posição na cadeia causal, desde o dispositivo de medição até a "percepção subjetiva" do observador humano. Em 1939, Fritz London e Edmond Bauer defenderam a última fronteira (consciência).[1] Na década de 1960, Eugene Wigner[2] reformulou o enunciado do "gato de Schrödinger" como "amigo de Wigner" e propôs que a consciência de um observador é a linha de demarcação que precipita o colapso da função de onda, independente de qualquer interpretação realista. Postula-se que a mente não é física e é o único verdadeiro aparelho de medição.[3]

Esta interpretação foi resumida assim:[3]

As regras da mecânica quântica estão corretas, mas só existe um sistema que pode ser tratado com a mecânica quântica, nomeadamente o mundo material inteiro. Existem observadores externos que não podem ser tratados dentro da mecânica quântica, especificamente mentes humanas (e talvez animais), que realizam medições no cérebro causando o colapso da função de onda.[nota 1]

Henry Stapp defendeu o conceito da seguinte forma:[4]

Do ponto de vista da matemática da teoria quântica, não faz sentido tratar um dispositivo de medição como intrinsecamente diferente da coleção de constituintes atômicos que o compõem. Um dispositivo é apenas outra parte do universo físico... Além disso, os pensamentos conscientes de um observador humano devem estar causalmente conectados de forma mais direta e imediata com o que está acontecendo em seu cérebro, e não com o que está acontecendo em algum dispositivo de medição... Nossos corpos e cérebros tornam-se assim (...) partes do universo físico descrito mecanicamente quântica. Tratar todo o universo físico desta forma unificada fornece uma base teórica conceitualmente simples e logicamente coerente.[nota 2]

Notas e referências

Notas

  1. Livre tradução de: The rules of quantum mechanics are correct but there is only one system which may be treated with quantum mechanics, namely the entire material world. There exist external observers which cannot be treated within quantum mechanics, namely human (and perhaps animal) minds, which perform measurements on the brain causing wave function collapse.
  2. Livre tradução de: "From the point of view of the mathematics of quantum theory it makes no sense to treat a measuring device as intrinsically different from the collection of atomic constituents that make it up. A device is just another part of the physical universe... Moreover, the conscious thoughts of a human observer ought to be causally connected most directly and immediately to what is happening in his brain, not to what is happening out at some measuring device... Our bodies and brains thus become ... parts of the quantum mechanically described physical universe. Treating the entire physical universe in this unified way provides a conceptually simple and logically coherent theoretical foundation..."

Referências

  1. F. London and E. Bauer, "La théorie de l'observation en mécanique quantique" (1939), English translation in Quantum Theory and Measurement, edited by J. A. Wheeler and W. H. Zurek, Princeton University, Princeton New Jersey, 1983, pp. 217–259. ISBN 0-691-08315-0
  2. Wigner, Eugene; Henry Margenau (1967). «Remarks on the Mind Body Question, in Symmetries and Reflections, Scientific Essays». American Journal of Physics. 35 (12): 1169–1170. Bibcode:1967AmJPh..35.1169W. doi:10.1119/1.1973829. Consultado em 30 de julho de 2009. Arquivado do original em 12 de janeiro de 2013 
  3. a b Schreiber, Zvi (16 de janeiro de 1995). «The Nine Lives of Schroedinger's Cat» (em inglês). arXiv:quant-ph/9501014Acessível livremente 
  4. H. Stapp (2001). «Quantum Theory and the Role of Mind in Nature». Foundations of Physics. 31 (10): 1465–1499. arXiv:quant-ph/0103043Acessível livremente. doi:10.1023/A:1012682413597 
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