A Madrinha Morte

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Madrinha Morte” (em alemão: "Der Gevatter Tod") é um conto de fadas alemão recolhido pelos Irmãos Grimm, sob o número 44.[1] Ele está posto no Sistema de classificação de Aarne-Thompson, sob o número 332.[2][3]

História[editar | editar código-fonte]

A Morte ao pé do rei, com o jovem médico ao seu lado

Um homem pobre tinha doze filhos, e seu trabalho era suficiente apenas para o alimento diário de cada um deles. Quando o seu décimo terceiro filho nasceu, o homem decidiu encontrar um padrinho para a criança. Ela foi para a estrada, e lá ele se encontrou com Deus que caminhava e pediu para ser o padrinho de seu filho, prometendo saúde e felicidade. O homem, depois de descobrir que Ele era Deus , recusou a oferta, dizendo que Deus tolera a pobreza, mas estava se esquecendo o fato de que Ele mesmo premia os sofrimentos sofridos na terra com a eternidade no céu. Posteriormente, na mesma estrada, o homem se encontrou com o Diabo, que se ofereceu também para tornar-se o padrinho de seu filho, prometendo ouro e todas as alegrias do mundo. O homem, depois de descobrir a falar com o Diabo, recusou dizendo que ele engana a humanidade.

Ainda andando na estrada, o homem encontrou a Morte, que propôs se tornar a madrinha de seu filho, em razão de que a morte chega aos ricos e aos pobres, sem discriminação. No domingo seguinte, então, a Morte tornou-se madrinha de seu filho.

Quando o menino atingiu a maioridade, a Morte aparece para ele e o leva para uma floresta, em que crescem as ervas curativas especiais. Lá, a Morte prometeu fazer dele um famoso médico, após o que, explicou que toda vez que ele fosse chamado para tratar uma pessoa que estivesse particularmente mal, a Morte apareceria ao lado da cama do paciente. Se ela aparecesse perto da cabeça do paciente, o médico deveria administrar a erva curativa, originária da floresta; ao contrário quando a Morte aparecesse ao pé do paciente, não haveria chance de salvá-lo e ele iria morrer em breve.

Logo o moço se tornou um famoso médico, conforme prometido pela Morte, e começou a acumular riqueza, graças à sua incrível capacidade de prever se uma pessoa iria viver ou morrer. Quando o rei de todas aquelas terras ficou doente, mandou chamar o jovem médico para tratá-lo.

Quando o médico chegou para examinar o Rei, ele percebeu imediatamente que a Morte estava ao pé da cama. O médico sentiu pena para o rei, e decidiu enganar a Morte com um truque. O médico então virou o rei em sua cama para que a morte ficasse do lado de sua cabeça. Ele, então, deu ao rei a poção de erva para tomar. Esta curou o Rei e acelerou sua recuperação.

Logo depois, a Morte se aproximou do médico, expressando sua ira por enganar e desobedecer as suas regras. Mas porque o médico era seu afilhado, ela decidiu não puni-lo. Em seguida, a Morte advertiu o médico que, se ele tentasse enganá-la de novo, ela iria tirar a vida do médico.

Algum tempo depois, a filha do rei ficou gravemente doente, e seu pai mandou chamar o jovem médico. O rei prometeu-lhe a mão de sua filha e a sucessão ao trono, se ele curasse a princesa; mas, quando o médico foi consultar a princesa, viu que a morte estava a seus pés, sem lhe dar chance de esperança. Encantado com a beleza da princesa e dominado pelo pensamento de tornar-se seu marido, o médico, ignorando os avisos da Morte, novamente, realiza a mesma manobra que havia feito anteriormente. Então, o médico virou a princesa para que a morte ficasse do lado de sua cabeça e ministrou-lhe, imediatamente, as ervas curativas.

Assim,a princesa recuperou-se. A Morte puxou o médico, pelo braço, e levou-o para uma caverna subterrânea, onde havia milhares e milhares de velas, todas derretendo-se, em diferentes alturas. A Morte, então, explicou para seu afilhado que as velas simbolizavam a vida de cada pessoa e que o comprimento de cada vela mostra quanto tempo uma pessoa tem ainda para viver. A seguir, mostrou-lhe a vela que representava a vida dele. Ela era muito curta, um sinal de que a vida do médico estava quase chegando ao fim.

O médico começou a pleitear com a madrinha para acender uma vela nova para ele e deixá-lo viver uma vida feliz como rei e marido da bela princesa. Foi aí que a Morte pareceu reconsiderar suas ideias, estando prestes a tomar uma nova vela para acender na antiga vela de seu afilhado. No entanto, no momento em que estava prestes a passar a chama de uma vela para o outra, a Morte finalmente decidiu se vingar, e derruba a primeira vela, cuja chama se apaga. No momento em que a chama é completamente extinta, o médico cai no chão, morto.

Final[editar | editar código-fonte]

A história foi incluída na primeira edição da Kinder-und Hausmarchen, mas com um final diferente. A primeira edição do conto de fadas acaba quando a Morte mostra ao médico a vela, enquanto a segunda versão, o incluída na coleção Kinder-und Hausmarchen diz que morte pretende acender a vela, mas a derruba, não de propósito, matando o médico.[4]

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]