Bélizaire e as Crianças Frey

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Bélizaire e as Crianças Frey
Bélizaire e as Crianças Frey
Autor Jacques Amans
Data 1837
Gênero retrato familiar
Técnica tinta a óleo
Dimensões 120 centímetro x 92,1 centímetro
Localização Museu Metropolitano de Arte, New Orleans Museum of Art

Bélizaire e as Crianças Frey é uma pintura de 1837 atribuída a Jacques Amans. É considerada um raro exemplar de representação naturalista de uma pessoa escravizada.[1][2] Integra a coleção do Museu Metropolitano de Arte.[1]

A pintura retrata o adolescente escravizado Bélizaire, ao lado dos três filhos do comerciante e banqueiro de Nova Orleans Frederick Frey.[3]

A família de Frey comprou Bélizaire e sua mãe quando Bélizaire tinha seis anos, então acredita-se que ele não era parente dos filhos ou da família.[3] Ele nasceu aproximadamente em 1822 e, portanto, teria cerca de 15 anos quando o quadro foi feito. Mais tarde, o adolescente foi vendido para uma plantação e os pesquisadores não conseguiram determinar o que aconteceu com ele depois de 1860.[4]

Duas das crianças Frey na pintura morreram no mesmo ano em que foi pintada,[3] e a outra não sobreviveu até a idade adulta.[4]

História[editar | editar código-fonte]

Pintura sem a representação de Bélizaire

Por volta da virada do século 20, um membro da família Frey mandou excluir Bélizaire da pintura. Quando a família a doou ao Museu de Arte de Nova Orleans em 1972, o museu foi informado de que uma pessoa escravizada havia sido obliterada, mas nenhuma ação foi tomada pelo museu.[2]

A pintura foi colocada à venda em 2005, e o comprador solicitou a remoção da camada de pintura feita sobre a representação de Bélizaire.[4]

O colecionador Jeremy K. Simien comprou a pintura em 2021. Simien mandou restaurá-la por Craig Crawford, que removeu a sobrepintura restante. (Crawford já havia restaurado outra pintura de Nova Orleans na qual uma renda havia sido removida porque um restaurador havia determinado incorretamente que a modelo não usaria renda, supostamente por causa de sua raça.[5]) Simien também contratou a historiadora Katy Morlas Shannon para pesquisar a identidade e história de Bélizaire, descobrindo assim sua idade e nome.[2]

Relevância[editar | editar código-fonte]

A pintura é o “primeiro retrato naturalista de um sujeito negro com nome em uma paisagem sulista” na Ala Americana do Museu Metropolitano.[3] A sua exposição faz parte de uma tendência nacional nos museus e sítios históricos de “abordar a história de escravatura e como... a riqueza [no Sul dos Estados Unidos] foi acumulada”.[4]

Referências

  1. a b «'His Name Was Bélizaire': Rare Portrait of Enslaved Child Arrives at the Met». The New York Times (em inglês). 14 de agosto de 2023. ISSN 0362-4331. Consultado em 16 de agosto de 2023 
  2. a b c Cascone, Sarah (2023). «An 1837 Portrait of an Enslaved Child, Obscured by Overpainting for a Century, Has Been Restored and Acquired by the Met». artnet 
  3. a b c d «The Metropolitan Museum of Art Acquires Important Painting Attributed to Jacques Amans». The Metropolitan Museum of Art. 14 de agosto de 2023. Consultado em 16 de agosto de 2023 
  4. a b c d Clark, Maria (26 de outubro de 2021). «The boy who was almost erased from an 1837 painting now has an identity and a story». The Daily Advertiser (em inglês). Consultado em 17 de agosto de 2023 
  5. Cleaver, Molly Reid (17 de junho de 2022). «Identity theft: A rare painting damaged, a story half-told, and a reckoning about bias in art stewardship». The Historic New Orleans Collection. Consultado em 18 de agosto de 2023