Discussão:Convento de Santo Antônio (Ipojuca)

O conteúdo da página não é suportado noutras línguas.
Adicionar tópico
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

CONVENTO DE SANTO ANTÔNIO DE IPOJUCA

O Livro dos Guardiões do Convento de Santo Antônio de Ipojuca, dando as primeiras notícias de fundação do convento menciona como o ano de aceitação o de 1605. No segundo semestre de 1606 chegaram os primeiros Frades Franciscanos nomeados pelo Frei Leonardo de Jesus para a tarefa de construção do convento: Frei Antônio da Ilha por prelado e por companheiros Frei João da Esperança, pregador, Frei Melquior da Magdalena, sacerdote e Frei João da Magdalena, corista e na metade da parte alta da localidade fizeram uma casa de taipa em forma de recolhimento, aquele que seria mais tarde o Convento de Santo Antônio de Ipojuca. Em 1608 foi lançada a pedra fundamental da construção do convento que parcialmente se conserva até hoje. O convento foi construído pelo mestre Manuel Gonçalves Olinda com planta idêntica ao convento Franciscano de Recife cujo mestre, segundo Frei Jaboatão também o tinha construído. O convento foi construído em terras do engenho Trapiche de propriedade de Francisco Dias Delgado que realizou a maior parte das obras concluindo-o. A igreja conventual de nave única em estilo maneirista guarda em seu interior a imagem de Cristo Crucificado em estilo Jansenista, o que leva a crer ser ela a única no mundo datada provavelmente de antes de 1633. O que difere esta imagem das demais é que seus braços estão presos a cruz quase que verticalmente. A lenda sobre a imagem contada de geração a geração diz que a 28 de agosto de 1660 segundo registros existentes da época, entrou na ordem dos franciscanos sendo acolhido como irmão um dos sobrinhos de Francisco Dias Delgado, filho de Jerônimo de Albuquerque Maranhão e sobrinho bisneto de Duarte Coelho Pereira, primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, que recebeu o nome de Frei Antônio de Santa Maria. Segundo a história conta um dia em seus afazeres diários, ao limpar o coro da igreja do Convento, casualmente quebra a imagem do Cristo Crucificado de tamanho médio que ao cair ao chão já carcomido pelos carunchos se fez irremediavelmente em pedaços. Com medo dos castigos que lhe seriam impostos, fugiu indo se refugiar no engenho Trapiche de seu tio que o acolhendo trouxe-o de volta ao Convento e desculpando seu sobrinho, prometeu repor a imagem. A aquisição da nova imagem é encomendada ao seu procurador na Província de Porto, Portugal de onde o mesmo era natural. Segundo conta a tradição o procurador esquece em comprá-la e na hora de embarcar no navio as compras eis que chega um desconhecido e pergunta se ele quer comprar uma imagem de um Cristo Crucificado. O procurador lembra-se da solicitação e ao ver a caixa que a continha, nota ser de tamanho exagerado para o pedido, mas sem tempo para procurar outra aceita-a. O desconhecido diz não se preocupar com o pagamento pela imagem, despacha-a para o convés e simplesmente desaparece. A viagem é tranqüila até próximo a costa do porto de Suape o que faz a embarcação desviar para Porto de Galinhas no litoral de Ipojuca. Ao ver a imagem Francisco Dias Delgado resolve doá-la. A imagem é colocada em carro-de-bois e os animais se recusam a andar e mesmos acoitados só seguem um único caminho, àquele que daria em Ipojuca. Pelo tamanho da imagem ela ao chegar ao convento não serve para o nicho, pois a mesma assemelha-se a um homem de um metro e oitenta centímetros de fisionomia européia. A imagem é deslocada para a matriz de São Miguel e lá fica até 14 de setembro de 1665 quando vem para uma capela anexa a Igreja conventual com entrada e saída pela mesma cuja construção foi iniciada em 04 de novembro de 1663 por Francisco Dias Delgado. A imagem veio sem a cruz e foi mandado machadeiros cortarem madeira nas matas do engenho trapiche e segundo conta a lenda a as machadeiros encontraram uma arvore em forma de cruz que ao ser cortada amoldou-se perfeitamente a imagem sem precisar lavrá-la ou recortá-la. Essa cruz sem emendas foi atestada por Frei Jaboatão quando era Guardião do Convento de Recife e Paraíba em visita ao Convento de Santo Antônio de Ipojuca, no entanto essa cruz não mais existe não se sabe por qual o motivo ou quem a retirou. A atual contém emendas. A igreja que abriga o Cristo Crucificado, local de romarias desde antes de 1700, é conhecida como Santuário do Senhor Santo Cristo de Ipojuca, foi vítima de incêndio em 01 de março de 1935, sexta-feira de carnaval, cujo incêndio foi descoberto por volta das vinte e duas horas. Sem água encanada, nem luz elétrica continuada, com ruas e estradas de barro a população trouxe água de suas casas e retirando do canengue mesmo após os auxílios de caminhões e carroças de tração animal enviadas pelas Usinas Ipojuca e Salgado, toda a população colaborou até que às cinco horas da manhã do sábado o fogo foi debelado. Neste ano não houve carnaval em Ipojuca. Com o incêndio foram destruídos: • A Biblioteca com mais de dois mil títulos incluindo obras raras como a coleção completa dos Sermões do Padre Antônio Vieira • O Arquivo do Convento • A segunda sacristia que ficava atrás do altar-mor • Toda a capela-mor exceto as paredes • A pintura do forro • Todo o interior da igreja Em 15 de agosto de 1935 a Capela-mor estava coberta. Em 29 de agosto de 1937 foi concluído o altar-mor para onde é deslocada a imagem de Santo Cristo que fora salvo das chamas assim que percebido o incêndio. O Convento é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional pelo Decreto-Lei nº 25 e está registrado no Livro de Belas Artes sob nº 003-T-1938 de 21/03/85.

FONTES: SANTUÁRIO DO SENHOR SANTO CRISTO DE IPOJUCA Religiosos Franciscanos -1938 Autor: Frei Venâncio Villeke ENSAIOS PERNAMBUCANOS VOL VI – IPOJUCA, SANTUÁRIO DO SENHOR SANTO CRISTO – Secretaria de Educação e Cultura de Pernambuco – 1977 Autora: Maria Odete de Mesquita HISTÓRIA DE IPOJUCA (no prelo) - Ivo D’Almeida