Discussão:Emília (personagem)

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Apesar de ser um belo desenho, fica a dúvida: é um desenho de Emília? Afinal, não deveríamos considerar desenhos de Emília apenas os oficialmente publicados como tal?

Como sugestão, a legenda poderia ser : uma interpretação de X para a boneca Emília.

Além disso, ela parece meio braba e seus cabelos não dão nenhuma indicação de serem multicoloridos (isso é uma característica da Emília original ou só a da TV?).

--Geraldo Xexéo 19:45, 21 Abril 2006 (UTC)

  • Sabe, Xexeo, a Emília oficial é aquela que habita o imaginário de cada um. Mesmo as ilustrações originais não podem representar nem integralmente, nem oficialmente, nem definitivamente a Emília, elas nada mais são que a tradução daquele ilustrador. O que o seriado da Rede Globo fez na primeira versão e na recente são releituras da personagem, muito mais do que da ilustração da mesma. Acho que pode-se acrescentar aqui no verbete uma legenda a dizer que ali se trata da Emília na versão de Coehne, mais para dar a Cézar o que é de Cézar, do que para dizer que não se trata de desenho oficial. Qual o desenho oficial da Branca de Neve, por exemplo? O desenho da Disney é talvez o mais conhecido, e o mais diferente da ilustração original, e isso não desmerece a um nem a outro. Mas isso é apenas e tão somente meu ponto de vista. Martiniano Hilário 23:56, 23 Abril 2006 (UTC)
  • Concordo com seus argumentos, porém é comum caracterizar o autor desse tipo de imagem, até mesmo quando são os autores originais. Do jeito que está, ficou ótimo.

--Geraldo Xexéo 03:24, 25 Abril 2006 (UTC)

Falando o "autor"[editar código-fonte]

A "alegoria" da Emília, uma boneca de pano, na literatura jamais foi desenhada pelo Autor da Emília, ou seja, Monteiro Lobato. Representada no Brasil e no mundo por diversos ilustradores da obra lobatiana, cada qual deles figurou-a com um estilo próprio.

Ilustradores[editar código-fonte]

Posso aqui citar uns dez ilustradores da personagem - bem antes de a televisão a cores ser inventada, e que deram-lhe "interpretações" análogas... muitas bem "piores" que esta "minha" Emília "brava"... Voltolino (ed. 1920), por exemplo, a boneca tinha uns riscos para cima, em vez de "cabelos". Jean G. Villin, outro que trouxe uma Emília caricata. A testa da Emília de Belmonte era tão proeminente que o cabelo negro deste desenhista passava por vezes despercebido (193..?), mas depois ele até deu uma melhoradinha, em 1936. Rodolpho, idem. J.U. Campos... a Emília dele, de cabelos negros, é hilária... Já Eugenio (sem acento) Hirsch, na edição argentina, trouxe uma Emília morena e curvilínea (está aqui porque esta foi uma edição binacional).

Passo agora para o "meu" desenhista da Emília - aquela a quem fui apresentado sei lá em que idade: meu xará, André Le Blanc... Cabelos negros arrepiados, ao lado das melhores representações do Visconde que já vi... Aliás, acho que no meu inconsciente, Le Blanc deve guiar meus traços, por mais que tente dar-lhes um cunho próprio.

Odiléa Toscano é uma das que destruíram o "desenho" de Lobato... odiéia, deveria chamar-se... Que o Xexeo nunca veja seus desenhos - mas se quiser, num sebo talvez encontre-a em "Histórias Diversas", 2ª ed. da editora Brasiliense (1964)... posso até escanear e mandar-lhe por e-mail...

Se a "minha" Emília está brava, que dizer daquelas que saíram da pena de Paulo E. Nesti?

Bem, a televisão a cores estava a surgir alhures, e a década de 70 assiste Manoel Victor Filho me apresentar a 2ª Emília que conheci... é mais simpática, mais "feminina", sorridente... Tem no começo cabelos negros e parece feita em aquarela.

Em fins dos anos 70, 1979 exatamente, a ilustradora Ely Barbosa destrói completamente a percepção das "várias" Emílias que as edições brasileiras levaram décadas a construir, para impor um novo visual, uma visual "global"... A boneca tem de adaptar-se à nova mídia em que seria inserida - a televisão. Gosto dos desenhos, são efetivamente bons. Mas Emília deixa de ser a "boneca" da Tia Nastácia, para ser uma menina fantasiada de boneca: tem nariz, cabelo de peruca, sardas...

Nas edições internacionais Baldessari, Hidalgo, Travi, Alfeyevski, Nicoletti, Osuchowska, foram dos muitos que trouxeram Emília de cabelos negros...

A padronização "global" de Emília afasta-nos, entretanto, da Emília original, birrenta, pirracenta, encrenquenta e outros "entas" mais... A "minha" Emília, Xexeo, sim, está brava... talvez brava com o que fizeram dela para que pais como eu (não sei se este é o seu caso) comprassem bonecas de todos os tamanhos (minha Joanna tem duas). Mas esta Emília, "versão André Koehne", está mais perto de um cara chamado Monteiro Lobato que a das "massas"... mais até que eu estou da casa do amigo dele, Anísio Teixeira, pai da Babi, desculpe, Anna Christina Teixeira Monteiro de Barros, filha da D. Emília, e de quem ouvi histórias deliciosas das tertúlias do pai dela com o taubateense ilustre...

Não fiz este desenho específico para a wiki. Está num dos volumes que escrevi para minha filha, inserindo-a na turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Emília discutia com a "Joanninha", daí a "cara de brava"... Mas, veja como Lobato começa a descrever Emília, lá nas "Reinações"...

Emília foi feita por tia Nastácia, com olhos de retrós preto e sobrancelhas tão lá em cima que é ver uma bruxa"

Uma bruxa? "Apesar disso Narizinho gosta muito dela(...)"

Neste mesmo livro, lá mais adiante, Tia Nastácia faz outro boneco que, de tão feio, é logo abandonado... o "irmão" de Pinóquio...

Aliás, qual é a "cara" de Pinóquio mesmo? A de Walt Disney? Ou a das primeiras edições do Collodi? E se eu fizer uma para a wiki, teremos de colocar ali : "Pinóquio na visão de Conhecer"? Se assim for, páro de desenhar aqui: ficaria parecendo estar usando a pédia como minha "vitrine"... Já sou "obrigado" a colocar meu nome ao carregar as imagens para certificar que é meu e não cópia. Assino um AK na maioria, mas em muitos desenhos simplesmente me esqueço... porque não acho justo dar este tratamento para imagens e não para os textos - aos quais aquelas se dirigem, e que não são assinados... contudo, se julgarem que assim deva ser, tudo bem. Mas quando carrego do commons um quadro, não saio escrevendo na sua descrição que é um quadro do Bouguereau, do Klimt, ou de sei lá quem mais... que quiser que clique na imagem até chegar na sua descrição...

Enfrentar a dura "política de imagens" já não é fácil. Agora temos de trazê-la para a descrição do verbete?

Desabafado por: André Koehne Digaê 05:31, 11 Maio 2006 (UTC)

PS...[editar código-fonte]

Eu discutindo aqui e erros de revisão passando despercebidos... "a séria" de livros, uma vírgula solta lá embaixo... deve ter mais... mas já editei muito este verbete... estou agora alhures.

André Koehne Digaê 05:47, 11 Maio 2006 (UTC)

eu só acho, André, que seu desabafo é tão ou mais elucidativo que o verbete, por isso, acho que o mesmo deveria fazer parte do verbete. Pensa nisso. Abraço, Ficheiro:Primer vuelo (para E.) - Transp.gif Martiniano Hilário 12:24, 11 Maio 2006 (UTC)

10 a bafo...[editar código-fonte]

Foi... acho que me excedi aqui um pouquinho demais...

Mas o siso achou por bem retornar ao lugar. Acatei as ponderações de ambos: recoloquei meu nome no desenho, que o MHV colocara e retirara, atendendo ao Xexéo, como ampliei o verbete para ali reportar os ilustradores da diabinha... até falando um tanto do uso "chapa branca" da bonequinha...

(Rapaz... será que virei filatelista em 73 por causa disso?)

Então, querendo redimir-me, venho confessar que "caí" num erro bobo: a cidadã (não foi a Babi, claro - mas alguém que usa falar em seu nome) que saiu-se com esta "tese" de converter a Emília na mesma que esposara Anísio, parece-me algo que não tem a menor consistência: quando Emília foi criada, Lobato nem sabia que o meu conterrâneo existia. E, se sabia, este não era casado... Como ainda não pude ir ao material da FGV pra comprovar o período em que os dois iniciaram a amizade - e nem se ele primeiro conhecera a futura esposa do Anísio, não vou retirar do contexto. Mas se não achar, podem considerar eliminado aquele trecho...
Até mais... André Koehne Digaê 21:45, 11 Maio 2006 (UTC)