Discussão:Judeus de ascendência portuguesa

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Judeus de nação portuguesa[editar código-fonte]

Bom dia, Stego! O termo "nação portuguesa" pode parecer estranho, mas é o termo histórico que aparece como utilizado pelos próprios judeus sefarditas, uma terminologia daquela época. Isso está presente com ampla fundamentação histórica em diversas obras de pesquisadores, não apenas "um livro" e nem é um absurdo, basta pesquisar o termo com aspas em locais como Google Books e Google Scholar. Inclusive alguns deles eram espanhóis mas se utilizavam do termo "nação portuguesa", provavelmente como resquício da União Ibérica e assimilação no território português após a expulsão desses judeus da Espanha (Portugal não existia de forma independente da Espanha naquela época e muitos desse judeus tinham na verdade ascendência espanhola), e portanto não é válido restringir a definição apenas como "de ascendência portuguesa", mas sim "nação portuguesa", porque nação é um conceito de identidade mais amplo para além da barreira territorial do país; eles próprios se consideravam assim, independente da ascendência. Cito aqui alguns exemplos:

Decreto Lei nº 30-A/2015 de 27 de Fevereiro, sobre a Concessão da Nacionalidade Portuguesa para Judeus Sefarditas no site da Comunidade Israelita de Lisboa [1]: "Depois do Édito de Alhambra de 1492 e a perseguição levada a cabo pela Inquisição Espanhola, um grande número de judeus espanhóis procuraram refúgio em Portugal e estabeleceram-se nas comunidades judaicas portuguesas. (...) Apesar da expulsão e da perseguição na sua terra ancestral, eles mantiveram, com os seus descendentes, não só a língua portuguesa, nalguns casos, mas também, os rituais tradicionais do culto judaico antigo em Portugal, guardando seus apelidos ao longo de gerações, objetos e documentos provando a sua origem portuguesa, ao mesmo tempo uma forte ligação memorial a Portugal na diáspora. Consequentemente, eles são referidos, muitas vezes, como “Judeus Portugueses” ou “Judeus da Nação Portuguesa”.

Um livro de 1995 [2]: "Os que retornaram ao judaísmo na Holanda denominavam - se «judeus de nação portuguesa»"

Um de 2011 [3]: "Quando da unificação das congregações na Talmud Torá , em 1639, o artigo terceiro de seus estatutos excluiu os ashkenazim , ao enunciar que a comunidade destinava-se aos “judeus da nação portuguesa e espanhola”

Um de 1933 [4]: "não se confundiam, como nos nossos tempos, "os judeus da nação portuguesa" com "os judeus da nação espanhola"

Outro livro histórico [5]: "A Talmud Torá era congregação reservada para a chamada Gente da Nação, isto é, judeus da Nação Portuguesa e Espanhola. Expressão um tanto vaga, cuja polissemia revela a incerteza identitária do grupo. Algumas vezes se referia aos membros da comunidade sefardita de Amsterdam, outras vezes à totalidade da diáspora sefardita, em certos casos somente aos judeus portugueses da Europa Ocidental, e não raro incluía também aos cristãos novos que viviam nas "terras de idolatria", isto é, os países ibéricos"

Chamo também o Renato de Carvalho Ferreira para analisar a procedência histórica e mantenho a opinião de que o nome do artigo deve ser retomado ao original. Tudo de bom! Bafuncius (discussão) 15h15min de 7 de abril de 2022 (UTC)[responder]

@Bafuncius: Obrigado pelo sclarecimento. Convenceu-me da validade do termo e não vou insistir muito a que ele seja usado como título. No entanto, dada a sua "bizarria", continuo a achar que o título "Judeus de ascendência portuguesa" é mais adequado, por tornar mais evidente do que trata o artigo. Aliás talvez até o mais adequado seja "Judeus de ascendência portuguesa e espanhola" ou "Judeus de ascendência ibérica". Estes últimos títulos deixam mais claro que o artigo não é apenas sobre judeus com origem no território português. Ainda para mais, quando grande parte dos sefarditas — arriscaria até dizer que a maioria — têm origem no que é hoje a Espanha, o que se passa inclusivamente com alguns dos mais ilustres "judeus portugueses", como Garcia de Orta, que se tivesse nascido uns poucos anos antes teria nascido em Espanha.
Embora isso não seja relevante para a discussão do título a adotar, note que faz algumas observações menos corretas acima. A União Ibérica ocorreu 88 anos depois da expulsão dos judeus de Espanha e, pelo menos formalmente (e de facto, nos primeiros anos), Portugal não perdeu a sua independência, apenas tinha o mesmo rei que Espanha, da mesma forma que não tem sentido dizer que o Sacro-Império ou a Espanha deixaram de ser independentes durante o reinado de Carlos V. Por outro lado, ao que julgo saber, a maioria dos sefarditas não "manteve a língua portuguesa", mas sim o ladino, que é muito mais próximo do castelhano do que do português. --Stego (discussão) 16h33min de 7 de abril de 2022 (UTC)[responder]
Grato igualmente pelos apontamentos e correções, Stego! Eu não tinha conhecimento aprofundado da história na época. De qualquer modo, defendo pelo menos uma menção da expressão "judeus da nação portuguesa" no corpo da introdução como um sinônimo registrado. Quanto ao título, fica a critério do que parecer melhor então pra vocês com essas novas informações. Tudo de bom! Bafuncius (discussão) 16h51min de 7 de abril de 2022 (UTC)[responder]
@Bafuncius: Sim, o termo deve ser mencionado, claro! --Stego (discussão) 19h30min de 7 de abril de 2022 (UTC)[responder]