Discussão:Manon Lescaut

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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Parece que existe um pucciniano fanático escrevendo artigos na Wikipedia. À semelhança do que acontece com o artigo sobre a ópera La Bohème, este também está cheio de textos parciais e opinativos.

  • "A autoria do libreto da Manon Lescaut é assunto muito confuso."
  • "Poucos personagens femininos da literatura universal têm exercido maior fascínio do que Manon"
  • "que exprime magistralmente a paixão"
  • "canta para ele uma bela ária de tenor"
  • "Puccini comporia obras primas maiores do que a Manon."
  • "ficou claro ao mundo que um gênio havia nascido."
  • "Manon é o tipo da ópera que, quanto mais nós a ouvimos, mais gostamos dela. "
  • "Cada vez que nós a ouvimos, descobrimos novos tesouros."
  • "A atração está toda na música de Puccini."

Como no outro artigo: bom texto para se colocar em encartes de teatro ou de revistas especializadas, mas que não cabe no contexto de uma enciclopédia.

Fábio Soldá 12:52, 3 Janeiro 2006 (UTC)

De fato, eu gosto da Manon Lescaut, do contrário não escreveria um artigo sobre ela. Qualquer um que escreve sobre qualquer artigo na Wikipédia gosta do assunto sobre o qual está escrevendo, caso contrário não escreveria. Nós não estamos sendo pagos. Mas mesmo assim, é possível não gostar da Manon, ler meu artigo, e continuar não gostando - a liberdade de opinião é garantida a todos. Mas respondendo aos seus pontos um por um:

  • De fato o é, e isto não é questão de opinião, isto é um fato histórico. Eu cito aqui o livro Opera de András Batta (estou traduzindo do inglês): "De fato, não menos do que cinco escritores trabalharam no libreto entre 1889 e 1892, começando com Leoncavallo. Ele foi sucedido por Marco Praga e Domenico Oliva, e finalmente por Luigi Illica e Giuseppe Giacosa. Não foram eles, porém, mas o próprio Puccini, com suas repetidas exigências de alterações, que acabou reivindicando a responsabilidade pela versão final do libreto da Manon, e não é de surpreender que no final das contas nenhum deles tenha se disposto a reivindicar a autoria de um libreto de origens tão híbridas." Um outro livro, A Night at the Opera de Sir Denis Forman, autor muitíssimo respeitado, e grande entendedor do assunto: "Libreto: Praga (renunciou), Leoncavallo (despedido ou renunciou), Oliva (renunciou após desentendimentos com os outros), e Illica, que praticamente assumiu a responsabilidade pelo projeto; contribuições de Giulio Ricordi e do próprio Puccini."

E de fato, eu consultei a partitura da Manon Lescaut na Biblioteca Pública de San Francisco. Eles têm um exemplar da partitura impresso pela Ricordi no começo do século e, de fato, nele não há nenhum nome de libretista. Uma edição mais recente da mesma partitura publicada pela mesma editora Ricordi de Milão traz como libretistas: Marco Praga, Domenico Oliva, Luigi Illica, Giuseppe Giacosa e Giulio Ricordi. Como se vê, o assunto é controverso, e isto não é questão de opinião.

  • De fato, três compositores diferentes: François Auber (1782-1871), Jules Massenet, e Giacomo Puccini escreveram óperas a respeito dela. Quantos outros personagens femininos (ou masculinos, by the way) têm três óperas a respeito deles? Eu não disse que ela é "o" personagem feminino mais fascinante da literatura universal; disse que ela é "um dos", e "um dos" é muito vago, pode ser interpretado como um dos dez ou um dos mil.
  • Aí é possível discordar, eu admito. Eu concordo em retirar o advérbio "magistralmente". Posso dizer apenas "exprime (ou tenta exprimir) a paixão)", será que assim o Sr. está de acordo? Mesmo assim, emitir opiniões de valor desse tipo num artigo sobre arte numa enciclopédia não é necessáriamente considerado imparcial. Uma vez eu li um artigo sobre Mozart na Encyclopaedia Britannica, e, ao mencionar a Missa K427, o autor do artigo diz: "o Et incarnatus é muito expressivo." Será que podemos acusar a Encyclopaedia Britannica de parcialidade?
  • De fato, essa ária de tenor tem que ser muito boa, do contrário o comandante do navio não o deixará subir a bordo. Como ele deixa no final, parece que o comandante ao menos concorda que a ária é bela. Mas vamos retirar o adjetivo "bela" e deixar apenas como "canta uma ária para o comandante, e este aparentemente gosta, porque o deixa subir a bordo."
  • De fato, quase todos os fãs de Puccini concordam que La Bohème, Tosca, e Madama Butterfly são melhores óperas do que a Manon. Eu também concordo. Isso é confirmado pelo número de gravações que têm sido feitas dessas óperas, e a frequência com que elas têm sido encenadas. A Tosca, por exemplo, existe um maníaco que tem umas cem ou duzentas gravações diferentes dessa ópera (eu ainda acabo encontrando o website dele) - eu só tenho cinco. Mesmo assim, a Manon exerce um fascínio irresistível sobre certos ouvintes entendidos, e isto precisa ser registrado.
  • Até quando estreou a Manon Lescaut, a Itália e o mundo se perguntavam: quem será o sucessor de Verdi? Após a data da estréia, esta pergunta estava respondida. É só ler os jornais da época. O próprio Verdi mandou de presente a Puccini um retrato seu autografado, que o compositor guardou com carinho o resto da vida. Isto também é um fato, não questão de opinião.
  • Esta frase eu concordo em retirar. Afinal de contas, eu reconheço que é possível ouvir a Manon Lescaut e detestá-la.
  • De fato, se a atração não estiver na música, nesta cena, não vai estar em lugar nenhum, a não ser que alguém ache atraente ver um casal morrer no meio do deserto.Luiz Netto 20:31, 4 Janeiro 2006 (UTC)


--- Vamos arrumar alguma forma de melhorar o artigo:

  • De fato, três compositores diferentes: François Auber (1782-1871), Jules Massenet, e Giacomo Puccini escreveram óperas a respeito dela. Quantos outros personagens femininos (ou masculinos, by the way) têm três óperas a respeito deles? Eu não disse que ela é "o" personagem feminino mais fascinante da literatura universal; disse que ela é "um dos", e "um dos" é muito vago, pode ser interpretado como um dos dez ou um dos mil.

Podemos reescrever o artigo da seguinte forma: "Manon Lescaut é uma personagem que tem exercido fascínio em muitas pessoas".

Disse bem: "quase" todos os fãs. O texto ficaria melhor assim: "Puccini escreveu outras óperas que caíram mais no gosto do público".


  • Até quando estreou a Manon Lescaut, a Itália e o mundo se perguntavam: quem será o sucessor de Verdi? Após a data da estréia, esta pergunta estava respondida. É só ler os jornais da época. O próprio Verdi mandou de presente a Puccini um retrato seu autografado, que o compositor guardou com carinho o resto da vida. Isto também é um fato, não questão de opinião.

Mesmo assim parece tendencioso escrever que um "gênio" havia nascido. Talvez fosse melhor escrever que Manon Lescaut foi uma ópera que projetou Puccini à fama, sendo aclamado pela maioria dos italianos como o sucessor de Verdi.

  • De fato, se a atração não estiver na música, nesta cena, não vai estar em lugar nenhum, a não ser que alguém ache atraente ver um casal morrer no meio do deserto.

Pode existir muita gente que ache isso. Por que não? Há gosto para tudo...

Fábio Soldá 00:23, 6 Janeiro 2006 (UTC)