Discussão:Praça Franklin Roosevelt

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Último comentário: 4 de agosto de 2012 de Urielpunk no tópico Degradação

Meu nome é Marcos de Souza Dias, 67 anos e sou um dos arquitetos da equipe que projetou a Praça Roosevelt. Este artigo na Wikipédia, apesar de bem elaborado é um tanto tendencioso. Não é porque alguns intelectuais engajados decidiram, sem muita análise, que a Praça é uma "aberração", "um monstrengo" ou bobagens similares, que o assunto se encerra e leva a absurdos de uma caríssima parcial demolição de mais de 5 mil m2 de construção custeada pelo erário público. Reproduzo no final deste um artigo sobre a praça que diz coisas bem diferentes. Existem muitos outros.

É preciso ter em mente que a Praça Roosevelt é um edificio de 5 andares sobre uma via expressa. Foi a forma encontrada para cobrir e travar as laterais do imenso buraco de 250 mil m3 que a construção da Ligação Leste-Oeste, projeto de 1954, iria provocar. Históricamente, esse projeto foi necessário porque Prestes Maia foi impedido de cortar a Praça da Republica e ligar a Praça do Patriarca à Av.Rangel Pestana, de um lado, e à Vieira de Carvalho e Av.São João, do outro. O esforço em não deixar apenas o "buracão" resultou num complexo urbanistico que funcionou, e bem, algum tempo, com estacionamentos, serviços públicos e as vias subterrâneas. Hoje, do que restou, ao nível da superficie, os usuários demonstram gostar: está com os horários todos programados. A população gosta da “Praça”. O artigo citado trata disso.

Esse edificio foi concebido e construido por Faria Lima, que prometeu devolver aos feirantes o espaço que tinham tradicionalmente às quartas e sábados, assim como o estacionamento nos demais dias da semana. Paulo Maluf, que o inaugurou, não gostava de feirantes e transformou o espaço a eles destinado em um desajeitado supermercado, que ali funcionou por décadas, distorcendo todo o arranjo previsto. A feira ainda acontece – na rua Gravataí, interrompendo o trânsito.

É inegável que qualquer edificio completamente abandonado, sem limpeza, sem iluminação, vira covil de ratos, aranhas e marginais. Como aconteceu há tempos com a marquise do Ibirapuera, com o Jardim da Luz e tantos outros lugares publicos abandonados. Se a “reforma” não criar a manutenção necessária, tudo ficará como agora, no curto prazo. As árvores e a vegetação, que continuarão a serem plantadas em caixas sobre o concreto (exatamente como no projeto original, apenas um andar abaixo), vão exigir atendimento, irrigação, adubo e cuidado. Quem garante que existirá tal manutenção, que não ocorreu na laje acima? Se está hoje cheia de infiltrações e rachaduras, é porque nunca foi submetida à manutençaõ adequada. Mas a estrutura ainda está incólume e resiste muito bem, ou já teria implodido até o nível da via expressa. Os calcuistas, temendo erros na obra, que se fez num ritmo intenso (e absurdo), triplicaram seus coeficientes de segurança. Além, não nenhum m3 de concreto protendido nos grandes vãos das lajes de arremate. Ou seja, o concreto não está sobre tensionado. Trata-se simplesmente de vedar as fissuras e renovar o acabamento. Não é um edificio estruturalmente condenado e a demolição não é obrigatória.

O que realmente é inexplicável nesses 40 anos todos de existencia do edificio, é a indiferença da prefeitura, que até poderia autorizar, ou licitar, uma administração local, independente, com um conselho local, de moradores e usuários. Uma licitação de arrendamento: apareceriam centenas de interessados! Derrubar milhares de metros quadrados de caríssima construção de grandes vãos em nome de preconceitos de grupinhos para que alguns grupões financeiros faturem lucros é absurdo e aumentará o caos no entorno do local.

Há de fato muito preconceito, dirigido de forma doutrinária e confusa. Se fosse um livro já teria sido queimado. É preciso lembrar aos inimigos da ditadura que a Roosevelt foi concebida na ultima prefeitura legitimamente eleita de SP antes da ditadura militar, a de Faria Lima. Tem inumeros espaços destinados ao público, todos adaptáveis a novas funções. A critica da intelectualidade conservadora é cheia de descaso, principalmente pelo suado dinheiro público (suado pelo contribuinte, é claro) e descaso pela verdade, pois qualquer edificio abandonado vira covil de marginalidade em pouco tempo. Até o Copan quase chegou aí, quase se transformou num São Vito ou num Edificio das Nações, mas hoje é patrimonio cultural, tombado pelos intelectuais, os mesmos que não conseguem compreender conceitos elementares de administração e vitalização de espaços públicos.

Infelizmente o prefeito nomeado Paulo Maluf e seus comparsas nunca foram capazes de produzir um só pensamento de utilidade publica e deformaram seu uso (fizeram até uma boate!) e criaram muitos problemas. A feira, para a qual foram até desenhados os equipamentos, passou a funcionar na rua lateral, demonstrando a incapacidade de coordenação da prefeitura. Na verdade e apesar das Emurbs e Cogeps as secretarias municipais são feudos politicos incomunicáveis, e a Praça precisa da ação coordenada de pelo menos dez secretarias. Se estas não forem capazes de se entender e se coordenar, o resultado é mesmo o abandono e o caos. A caríssima reforma, orçada em dezenas de milhões de dólares, produzirá, inevitavelmente, mais do mesmo.

E além de tudo, demolir o Pentágono é uma ação de extremo perigo, pois a estrutura só tem UM unico pilar fixo, o central (TODOS os outros são articulados em coxins). É uma maravilhosa concepção estrutural dos engenheiros João del Nero e Mario Franco, mas se se romper isoladamente UMA viga do teto o conjunto todo desaba em cima da laje do estacionamento, que pode ir caindo até chegar na Via Leste Oeste.

Esse desperdício de dinheiro em destruir poderia ser muito melhor empregado em pintura, conservação, ajardinamento, contratação de pessoal e implantação de uma zeladoria responsável. São Paulo já tem muitos exemplos de bom senso prático, seja nas adaptações de velhas fábricas, gasômetros, ou até sobras de terreno transformados em pequenas praças, em vez de depósitos de lixo e imundicie. Do lado da população, só existe muito interesse e carinho pelo edificio, que recebe diárimente eventos variados, de skatistas a modistas.

Em tempo: Roberto Coelho Cardozo, hoje ainda vivo e morando na Inglaterra, não é português, mas americano da California. Sempre falou mal o português, por sinal. Talvez aí esteja a origem do preconceito (bairrista?) contra o projeto. Cardozo é, sim, filho de imigrantes portugueses, foi professor em Berkeley e diretor de projetos do escritório de Garret Eckbo, um dos mais importantes paisagistas dos USA. Ao mudar-se para o Brasil, ainda na década de 40, trabalhou com Burle Marx no Rio de Janeiro, para depois mudar-se para SP e lecionar na FAUUSP, onde formou importantes nomes do paisagismo nacional, como Miranda Magnoli, Luciano Fiaschi, Benedito Abbud e muitos outros.

Tenho muito material sobre a Praça Roosevelt (inclusive todo o projeto, mais de 400m2 de desenhos), fotos da construção, da inauguração e inumeros artigos, a favor e contra. Estão à disposição dos editores da Wikipédia, caso desejarem tornar este artigo mais amplo e abrangente. Minha tese de doutoramento na FAUUSP, intitulada "Espaços Urbanos de Uso Multiplo" trata de diversos aspectos desse tipo de projeto e pode ser encontrada na biblioteca da FAUUSP.

Marcos de Souza Dias, arquiteto marcosdesouzadias@gmail.comcomentário não assinado de 187.23.176.87 (discussão • contrib) Alexandre Giesbrecht (discussão) 22h17min de 14 de julho de 2010 (UTC)Responder

Degradação[editar código-fonte]

Quando skate chegou à praça a mesma já estava abandonada pela vizinhança e a prefeitura, nem mesmo supermercado cuidava do jardim, no fim da década de 90 os skatista compram material de construção e arrumaram uma boa parte da praça, porque andar de skate em partes quebras não é possível, vale ressaltar que escola ao lado foi quebrada por usuários de droga, como toda a parte abaixo da praça, local por mais de 10 anos foi moradia de sem teto, não estou escrevendo com fontes e sim por viver nesta praça a mais de 24 anos, amigos compraram e alugaram apartamento em frente da mesma e moram até hoje no local, o qual dava manutenção nas plantas, coisa que muitos vizinhos e prefeitura não fazia agora colocar skatista com ênfase no artigo e esquecer que no mesmo local andava bicicleta, patins até mesmo motos passou pela praça, fora prefeitura ir com maquinas e quebrar as paredes e bancos falando que faria manutenção e ficarem lá por 10 anos ou mais sem manutenção prometida, estes jornais publicam que deseja. Uriel Punk|(אוּרִיאֵל Envia 11h41min de 4 de agosto de 2012 (UTC)Responder

Relações afetivas, resistentes, amorais, utópicas e paródicas foram ao longo de todo o período de existência da praça constantemente formuladas e comunicadas, em convivência com as imagens de deterioração e “submundização” da Roosevelt e do centro. Uriel Punk|(אוּרִיאֵל Envia 11h47min de 4 de agosto de 2012 (UTC)Responder
Mais de 20 anos com os skatistas andando na praça e a degradaçao igual, marmores quebrados, chão rachado devido infiltração da chuva, que dava manutenção neste praça eram os skatistas (Os Últimos Dias da Praça Roosevelt), apenas quem viveu na praça pelo menos 3 dias da semana por mais de 20 anos sabe sobre seu fim de vida arquitetonico. Uriel Punk|(אוּרִיאֵל Envia 11h52min de 4 de agosto de 2012 (UTC)Responder
Ultima visita minha na praça, tivemos que limpar todo o local como pedras, sujeiras degradavel, cimentado alguns lugares, entre outros trabalhos para promover a pratica do skatePostcast Skatistas femininas no Best CONSbo. Praça Roosevelt, clássico pico do skate nacional, localizado no centro de São Paulo.`Uriel Punk|(אוּרִיאֵל Envia 12h05min de 4 de agosto de 2012 (UTC)Responder