Saltar para o conteúdo

Nínive: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Rosana (discussão | contribs)
(Sem diferenças)

Revisão das 13h41min de 26 de dezembro de 2004

Durante séculos, babilônios e assírios disputaram o território da antiga Mesopotâmia, região entre os rios Tigre e Eufrates. O povo assírio, de origem semita, viveu nesta área e sua capital nos anos mais prósperos foi Nínive, cujo nome significa Bela, numa região que hoje pertence ao Iraque, na margem ocidental do rio Tibre perto da atual Mossul. O Império assírio abrange o período de 1700 a 610 a.C. Neste período organizaram-se em uma sociedade extremamente militarizada e expansionista, ficando famosos pelos métodos extremamente cruéis de fazer a guerra. Realizaram diversas conquistas e estenderam seu domínio além da Mesopotâmia, chegando ao Egito. Durante o 2º milênio AC, a Babilônia foi destruída pelos hititas (1531 a.C.) e submetida depois aos cassitas. A cidade tornou-se assíria (séc. VIII-VII a.C.) e foi reconstruída. No século VII a.C. a Babilônia foi tomada pelos elamitas de Susa (hoje no Irã). O rei assírio Senaquerib reconquistou-a em 698 a.C. e a destruiu completamente. Senaquerib foi assassinado por volta de 681 a.C. e o novo rei, Asarhaddon começou a reconstrução de Babilônia. Mas, seu sucessor, Assurbanipal, destruiu-a novamente. Aproximadamente em 670 A.C., Arsurbanípal recopilou a primeira grande biblioteca da antigüidade, que continha milhares de tábuas de argila, com a escrita cuneiforme, muito antes da de Alexandria, no Egito. Esta Biblioteca se situava em Nínive e é considerada a1a biblioteca organizada da história. Com a morte de Assurbanipal o Império entrou em decadência e inúmeras revoltas dos povos dominados levaram os assírios à derrota em 612 a.C. Nesse ano, Nínive foi tomada por uma coalizão de medas e caldeus em uma dinastia independente chamada "Neobabilônia". Seu fundador, o general caldeu Nabopolassar conquistou e destruiu Ninive para sempre. Os palácios de Nínive eram cobertos de esculturas em baixo-relevo, representando cenas de batalhas e da vida cotidiana dos assírios. Pelo que restou deles e da biblioteca (foram recuperadas cerca de 20.000 tabuinhas da sua famosa biblioteca) sabemos muito da história desse grande Império. A mais antiga observação do planeta foi realizada há pelo menos dezessete séculos A.C. São as observações de Bel, escritas em caracteres cuneiformes encontrados em tábuas nas ruínas de Nínive, que contêm também um livro totalmente dedicado ao planeta Marte.

Nínive é citada na Bíblia, em Jonas, que é chamado por Deus para ir a Nínive pregar que, devido a seus procedimentos, sofrerá a ira divina. Ao invés disso, Jonas decide ir a outra cidade, Tarsis. Na viagem acontece a tempestade que acaba por fazer Jonas ser engolido por uma baleia e no seu ventre passar 3 dias e 3 noites. Após isso, Jonas resolver pregar em Nínive, atendendo ao desejo de Deus e, ainda segundo a Bíblia, os homens de Nínive fizeram jejum e vestiram-se de saco, buscando o perdão divino.

Após a Guerra do Golfo, as esculturas dos palácios que estavam sendo escavados foram pilhadas. Todas as equipes de pesquisa européias deixaram o Iraque durante a invasão deste pelos EUA, suspendendo por tempo indeterminado as escavações ao longo dos rios Tigre e Eufrates, em lugares como Uruk, Assur, Nimrud e Nineve. Nínive está na lista dos 100 sítios históricos mundiais que estão mais ameaçados, elaborada pelo movimento World Monuments Watch (Alerta dos Monumentos Mundiais). Mosul, por exemplo, foi bombardeada intensamente para destruir rampas de lançamento de mísseis iraquianos. Nesta cidade está a mesquita Nur ad-Din, construída em 1170 e, muito próximo dela, os restos de Nínive, que é o maior sítio arqueológico de todo Oriente, com 750 hectares.