Newsgame: diferenças entre revisões
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'''Newsgames quebra-cabeças''' – são jogos que surgem da adaptação de palavras cruzadas e questionários sobre noticias para o mundo digital, dando origem a novos quebra-cabeças e jogos casuais. |
'''Newsgames quebra-cabeças''' – são jogos que surgem da adaptação de palavras cruzadas e questionários sobre noticias para o mundo digital, dando origem a novos quebra-cabeças e jogos casuais. |
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Newsgames educativos – são jogos que contribuem para o aprendizado do jornalismo. Jogos que oferecem informações diretas ou indiretas sobre como ser um bom jornalista ou sobre a importância do jornalismo para os cidadãos e a sociedade. |
'''Newsgames educativos''' – são jogos que contribuem para o aprendizado do jornalismo. Jogos que oferecem informações diretas ou indiretas sobre como ser um bom jornalista ou sobre a importância do jornalismo para os cidadãos e a sociedade. |
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'''Newsgames de comunidade''' – são jogos que estimulam e criam comunidades e grupos locais, muitas vezes situando o jogo parte no mundo virtual e parte no mundo real. |
'''Newsgames de comunidade''' – são jogos que estimulam e criam comunidades e grupos locais, muitas vezes situando o jogo parte no mundo virtual e parte no mundo real. |
Revisão das 03h20min de 27 de abril de 2015
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Newsgames são jogos eletrônicos baseados em acontecimentos reais e em aspectos do jornalismo e das notícias. [1]
O termo newsgames abrange um vasto campo de trabalhos produzidos na interseção entre o campo dos videogames e do jornalismo.[2] Esse gênero de jogos eletrônicos é geralmente baseado em histórias e acontecimentos reais, mas os newsgames também podem oferecer experiências fictícias baseadas em fontes reais.
Para Miguel Sicart, newsgames são jogos sérios baseados em eventos atuais, produzidos com a intenção de estimular o debate público. [1] Já o designer de jogos uruguaio, Gonzalo Frasca, um dos pioneiros no trabalho e pesquisa com newsgames, associa esse gênero de jogos eletrônicos às charges e cartuns políticos, que buscam transmitir uma opinião e fazer com que os jogadores analisem um determinado fato, notícia ou acontecimento, a partir de uma visão determinada pela mecânica e os objetivos do jogo. Esse processo é chamado por Ian Bogost de “retórica processual”.[3] No Brasil o gênero tem sido usado em sites de de publicações como Superinteressante, Estadão e G1. [4] O newsgame Filosofighters da Superinteressante, inclusive, atingiu repercussão internacional[5] numa apuração que explicava conceitos básicos de filosofia através de um jogo de luta.
Retórica processual
O pesquisador, critico e designer de videogames, Ian Bogost, professor do Georgia Institute of Technology, descreve a “retórica processual” como “persuadir por meio de processos” ou a forma como um videogame incorpora uma ideologia em sua estrutura computacional. [3] Para Bogost, os jogos eletrônicos, por meio das regras e objetivos impostos ao jogador, podem persuadi-lo a enxergar uma situação a partir de um ponto de vista ou posicionamento politico, estabelecido pelo autor do jogo. Por exemplo, no newsgame Kabul Kaboom[6] , de Gonzalo Frasca, sobre a guerra do Afeganistão, o jogador deve coletar a comida e desviar das bombas que caem do céu. Entretanto, após pouco tempo, é fácil perceber que não há como vencer e o jogo sempre termina em derrota. Esse processo, chamado por Bogost de “retórica processual da derrota”, revela a opinião do criador do jogo de que “uma politica externa que envolva despejar comida e bombas em um mesmo país, no final, sempre terminará com as bombas matando e ferindo as pessoas que deveriam receber a ajuda humanitária”.[3] Da mesma forma, no newsgame , September 12th[7], também de Frasca, o objetivo é eliminar os terroristas, por meio de bombardeios aéreos, mas sem atingir os civis. Porém, logo o jogador percebe que é impossível atingir apenas os terroristas. Novamente as regras e objetivos do game demonstram o posicionamento do autor de que não é possível eliminar terroristas com bombardeios, sem atingir também civis.
Tipos de newsgames
No livro “Newsgames: Journalism at Play”, Ian Bogost, Simon Ferrari e Bobby Schweizer dividem os newsgames em seis categorias: atualidades, infográficos, jogos documentários, quebra-cabeças, educativos e jogos em comunidade.
Newsgames sobre atualidades – com a facilidade cada vez maior de se produzir jogos rapidamente e a custos menores, é possível produzir games sobre notícias e acontecimentos recentes. Esse jogos geralmente são jogos marcados por uma forte opinião e/ou critica por parte do autor. Esse tipo de newsgames possui forte identificação com os editoriais jornalísticos e cartuns políticos e de críticas sociais.
Newsgames infográficos – são jogos que surgem de uma evolução dos infográficos jornalísticos, adaptados para os meios digitais. Os infográficos digitais permitem novas formas de interação e se comportam mais como games, onde os jogadores podem simular diferentes cenários e situações, baseados em informações de acontecimentos reais.
Newsgames documentários – são jogos que abordam fatos históricos e atuais de forma semelhante aos documentários e reportagens investigativas. Normalmente são jogos maiores, que oferecem experiências dos acontecimentos que são noticia, impossíveis de serem assimiladas no noticiário convencional; ou que recriam espaços, acontecimentos e sistemas do passado que só poderiam se compreendidos, de outra forma, por meio de filmes de arquivo ou da imaginação.
Newsgames quebra-cabeças – são jogos que surgem da adaptação de palavras cruzadas e questionários sobre noticias para o mundo digital, dando origem a novos quebra-cabeças e jogos casuais.
Newsgames educativos – são jogos que contribuem para o aprendizado do jornalismo. Jogos que oferecem informações diretas ou indiretas sobre como ser um bom jornalista ou sobre a importância do jornalismo para os cidadãos e a sociedade.
Newsgames de comunidade – são jogos que estimulam e criam comunidades e grupos locais, muitas vezes situando o jogo parte no mundo virtual e parte no mundo real.
No Brasil
O Brasil tem tido papel de destaque na criação de jogos jornalísticos [8], especialmente através do site da Superinteressante. Os newsgames passaram a ser produzidos no Brasil por volta de 2007[9], ainda de maneira intuitiva , em sites como Mundo Estranho, G1 e Aventuras na História. O primeiro newsgame da Superinteressante foi "CSI: Ciência contra o Crime"[10], desenvolvido pelo Núcleo Jovem Digital, na época coordenada pelo jornalista Rafael Kenski - pioneiro na criação de ARGs (Alternate reality game) no Brasil. A produção de jogos no Núcleo Jovem cresceu entre os anos 2009 e 2012, quando sua equipe digital foi liderada pelo jornalista Fred Di Giacomo[11] e contava com colaboradores pioneiros no gênero como os designers Daniel Apolinario e Fabiane Zambon e os programadores Bruno Xavier e Doug Kawazu. Entre os jogos da Super, o que atingiu maior repercussão foi o jogo Filosofighters que recebeu resenhas elogiosas da PC Gamer inglesa[12], ganhou prêmios e atraiu jogadores do mundo todo.
A produção inovadora de jogos jornalísticos no Brasil foi tema de matéria no "Niemans Lab" de Harvard e no site do Kinght Center[13], ligado à Universidade do Texas.
Exemplos de newsgames
- Inside the Haiti Earthquake, sobre o terremoto de 2010 no Haiti [14]. Acesso em 08-10-2012.
- Jogo da Máfia, a revista Superinteressante criou esse game para explicar a globalização das máfias
- Kabul Kaboom, sobre a guerra no Afeganistão [6]. Acesso em 08-10-2012.
- Filosofighters, jogo de luta explica conceitos filosóficos com apuração jornalística
- September 12th, sobre a guerra ao terrorismo [7]. Acesso em 08-10-2012.
- Darfur is Dying, sobre a crise dos refugiados na região de Darfur, no Sudão [15]. Acesso em 08-10-2012.
- Cutthroat Capitalism, sobre a pirataria na região da Somália [16]. Acesso em 08-10-2012.
- JFK Reloaded, sobre o assassinato do presidente americano John Kennedy em 1963 [17]. Acesso em 08-10-2012.
Referências
- ↑ a b SICART, Miguel. Newsgames: Theory and Design,in Entertainment Computing – ICEC 2008, Lecture Notes in Computer Science, November 2009.
- ↑ "Newsgames: Journalism at Play," by Ian Bogost, Simon Farrari, and Bobby Schweizer.
- ↑ a b c "Newsgames: Procedural Rhetoric meets Political Cartoons" by Mike Treanor and Michael Mateas
- ↑ http://super.abril.com.br/blogs/newsgames/como-surgiram-os-newsgames-no-nucleo-jovem/
- ↑ http://www.pcgamer.com/2012/02/23/filosofighters-takes-the-phrase-battle-of-ideas-rather-literally/
- ↑ a b http://ludology.typepad.com/games/kabulkaboom.html
- ↑ a b http://www.newsgaming.com/games/index12.htm
- ↑ http://www.niemanlab.org/2013/08/journalism-and-video-games-come-together-as-a-new-form-of-storytelling-in-brazil/
- ↑ http://www.tiagodoria.com.br/coluna/2008/03/10/o-que-sao-newsgames/
- ↑ http://super.abril.com.br/blogs/newsgames/como-surgiram-os-newsgames-no-nucleo-jovem/
- ↑ http://super.abril.com.br/blogs/newsgames/como-surgiram-os-newsgames-no-nucleo-jovem/
- ↑ http://www.pcgamer.com/filosofighters-takes-the-phrase-battle-of-ideas-rather-literally/
- ↑ https://knightcenter.utexas.edu/blog/00-14254-spanning-line-between-journalism-and-entertainment-newsgame-growing-brazil
- ↑ http://www.insidedisaster.com/experience/Main.html
- ↑ http://www.darfurisdying.com/
- ↑ http://www.wired.com/special_multimedia/2009/cutthroatCapitalismTheGame
- ↑ http://www.fileplanet.com/192027/190000/fileinfo/JFK-Reloaded-v1.1-(Free-Game)