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Caetité: diferenças entre revisões

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Revisão das 14h12min de 30 de julho de 2004

.Caetité, distância a mais de 756 quilômetros de Salvador a capital do Estado da Bahia, com uma população estimada 45.241 habitantes. Destacam-se na economia a pecuária, a agricultura, a mineração, a indútria, o comércio e o turismo. Os principais eventos e festas típicas são: Micareta, carnaval fora de época; 2 de julho, festa cívica, em comemoração à Independência da Bahia; comemoração da padroeira da cidade Sant'Anna e outros de mesnos grau. Breve Histórico Caetité situa-se entre o Planalto Central - na verdade oriental da Serra do Espinhaço - e a depressão do São Francisco, a sudoeste do Estado da Bahia, integrando a Zona Fisiográfica da Serra Geral.

Das opiniões acerca da procedência da denominação CAETITÉ, a mais aceita é aquela que relaciona-a à língua indígena significando CAA - mata, ITA - pedra, ETÉ - terminação usada para indicar grandeza, que quer dizer “Mata da Pedra Real”.

A sua origem está ligada à exploração aurífera da Villa de Nossa Senhora do Livramento do Rio das Contas quando, em 1725, “abriu o Coronel Pedro Barbosa Leal a estrada de Jacobina para o Rio de Contas”1. O povoamento do Rio das Contas resultou na exploração das regiões circunvizinhas.

Segundo a tradição, a povoação do núcleo primitivo é explicada com a chegada de colonos portugueses que intensionavam colonizar as terras e fixarem-se no sítio do Caitatés, um grande latifúndio agrícola e pecuarista, de posse do Capitão Estevam Pinho. Este sítio serviu de pouso para viajantes, sertanistas e bandeirantes que buscavam ouro e trabalhavam com o comércio de gado. Figurava como ponto estratégico, já que encontra-se entre Rio de Contas e Minas Nova (MG).

As terras do Caiteté pertenciam às sesmarias da Casa da Ponte, instituída pelo Mestre de Campo Antônio Guedes de Brito, abrangendo desde o Morro dos Chapéus até a nascente do Rio das Velhas.

Segundo Pedro Celestino da Silva, “as terras do Caiteté, desde o tempo em que eram do termo da villa do Rio das Contas, se extrahiu ouro em diversos sítios, havendo muitos dos seus moradores tirado datas de terra no Juizo da Guardamoria d’aquella villa.”2

O povoado foi formado a partir de um aglomerado de casas e construiu-se uma capela sob o padroado de Sant’Ana por volta de 1740. Esta capela ficou filiada à Matriz de Nossa Senhora do Livramento do Rio de Contas até 1754, quando, através de alvará Régio e Provisão do 8º Arcebispo do Brasil, D. José Botelho de Mattos, o arraial foi erigido em Freguesia com o nome de Sant’Ana de Caetité.

Encontra-se evidências que a Freguesia se firmou servindo como ponto de passagem, descanso e abastecimento de gêneros, bem como de refúgio diante das lutas partidárias do Primeiro Reinado e Império, fato que levou à fixação de segmentos que constituíram as antigas famílias caetiteenses.

	Em 5 de outubro de 1759, as terras foram incorporadas à Coroa e por Provisão do Conselho Ultramarino de 12 de julho de 1803, foi assentada a criação da Villa, que recebeu o nome de Villa Nova do Príncipe e Santana de Caitaté. A criação da vila está intimamente relacionada ao progresso da freguesia que gerou necessidades de operacionalização local das demandas políticas e jurídicas. Entretanto, somente 5 de abrilem 1810 verificou-se sua instalação, sob a presidência do Ouvidor da Comarca de Jacobina, o Desembargador Antônio Gabriel Henrique Pessoa.
	A escritora caetiteense Marieta Lobão Gumes expressa brevemente este momento:

“A população local, à frente de homens de mais projeção, tratou logo de organizar a Câmara de Vereadores, edificar a Cadeia, pois a forca e o pelourinho já haviam sido instalados no ato da criação da vila, como padrão de justiça.”3

A 9 de abril de 1810 foi realizada a sessão de posse da primeira Câmara de Caitaté, constituída por personalidades do lugar.

A criação da VILLA acentuou as iniciativas “tendentes à elevação do padrão de civilidade, foram se processando, lenta e progressivamente, com a criação de escolas, inclusive a de Latim, considerada indispensável.”4

	Enquanto vila, Caetité estava sujeita à Ouvidoria de Jacobina e do ponto de vista econômico desenvolviam-se trabalhos de mineração ao lado da atividade agropecuária, já bastante praticada.
	A vila reunia ricos mercadores mineiros que faziam o tráfico de escravos, joalheiros franceses, perseguidos políticos e a população local. De acordo com algumas fontes, as festas, representações teatrais e demais diversões atraíam visitantes, inclusive da Capital.
	Segundo relato de viajantes, Caetité tornou-se centro de distribuição de produtos manufaturados ou de produtos oriundos de outras regiões.
	Caetité foi finalmente desmembrada da Comarca de Minas do Rio de Contas pela Lei provincial n.º 518, de 19 de abril de 1855, tornando-se Comarca, de 1ª entrância, instalada pelo Juiz de Direito, Dr. Francisco José Lisboa.

A vila foi elevada a cidade pela Lei 995, de 12 de outubro de 1867.


__________________________________________________________ 1 e 2. SILVA, Pedro Celestino da. Notícias Históricas e Geographicas do Município de Caetité. 1932, p.100, N.º 100 e 103-104. 3 e 4. Gumes, Marieta Lobão. Caetité e o “clã” das Neves. 1975, p. 16