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O Livro de Urântia: diferenças entre revisões

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Revisão das 00h23min de 13 de agosto de 2004

Tudo sobre o Livro de Urantia

O Livro de Urantia contém uma síntese do trabalho de mais de 1000 autores que escreveram nos campos da ciência, religião, história, sociologia e teologia desde o final do século dezenove até a metade do século vinte.

Compilado por um corpo de seres supra-humanos como assistentes editoriais, o texto fornece uma surpreendente perspectiva das origens, história e destino humanos, constituindo a maior revelação para a humanidade.

Embora seja uma fonte de inspiração e conhecimento para muitos líderes religiosos e instituições estabelecidas, religiosas ou não, não surgiu até hoje religião formal de seus ensinamentos. Grupos de estudo, fundações, sociedades, continuam surgindo, pois o livro é uma inspiração a debates para todos aqueles que tomam conhecimento de seu conteúdo.

O Conteúdo

O livro Urantia, em suas 2097 páginas, se constitui de 4 partes, a saber:

Prólogo - Deidade, Divindade, Deus, personalidade e as relações fundamentais do cosmo são descritas.

Parte I - São 31 capítulos que descrevem a natureza da realidade Suprema e a organização astronômica-cosmológica do universo. A Trindade do Paraíso junto com a Ilha do Paraíso - o centro material e gravitacional do universo - descrita como fonte de toda energia, matéria, vida e personalidade. Um universo de hierarquia organizada, evoluindo como um processo relativo à Trindade do Paraíso. O conjunto da criação é descrito como incluindo milhões de planetas habitados em todas as etapas de evolução biológica, intelectual, social e espiritual.

Parte II - São 25 capítulos que comentam a respeito do nosso Universo Local. Fala da história da matéria, da energia, constelações, dos Espíritos Ministrantes do universo local, das Hostes Seráficas, da rebelião de Lúcifer, dos problemas da rebelião, das esferas de Luz e de Vida e do crescimento do homem alcançado através de sua lealdade a Deus e do serviço abnegado aos nossos semelhantes. O plano divino para a criação, o desenvolvimento e o governo dos universos locais.

Parte III - Trata da História de Urantia, o planeta terra, que há 1 bilhão de anos atingiu o seu tamanho atual em um universo local chamado Nebadon. São 63 capítulos que compreendem a história do desenvolvimento geológico, do estabelecimento da vida, estabelecendo o palco para a história do homem, das civilizações, governos e instituições. Nessa parte é também discutido o conceito de Trindade. O desenvolvimento da civilização, da cultura, do governo, da religião, da família e de outras instituições sociais é descrito a partir do ponto de vista dos observadores supra-humanos. A história é contada de tal maneira que os arquétipos subjacentes à civilização religiosa humana ganham nova vida, fortalecendo as fundações sobre as quais um maior desenvolvimento cultural pode ocorrer. Uma descrição do destino humano, incluindo uma descrição dos mundos que habitaremos imediatamente após a morte.

Parte IV - Os 77 capítulos, mais de 700 páginas, que ocupam um terço do livro, dão dia a dia, toda a vida de Jesus Cristo desde sua infância. Dão 16 vezes mais informações sobre a vida e os ensinamentos de Jesus do que a Bíblia. É o relato mais espiritual sobre Jesus até hoje escrito. Os três primeiros capítulos dão uma introdução, com profundidade literária, e o clímax do livro Urantia é atingido nessa última parte com preceitos, da vida e dos exemplos do Mestre. È uma nova Revelação, uma nova face descrita de maneira tocante, de um Deus feito Homem, que em um exemplo de Amor, Fé e Caridade, sem dogmas, mostra à humanidade o caminho da evolução individual, o caminho até Deus.

A Fonte

O Livro de Urantia é composto por 197 documentos, que foram entregues entre 1928 e 1934 a um grupo de 70 pessoas, em Chicago, Ilinois. Os seres supra-humanos que escreveram esses documentos tem seus nomes indicados no livro, junto com seus respectivos escritos. Os seres humanos aos quais os escritos foram entregues em mãos já faleceram e o modo pelo qual os escritos foram materializados ainda não foi plenamente entendido, e dificilmente o será.

A primeira questão levantada por pessoas que tomam conhecimento do livro, é com respeito a sua origem. Quem o escreveu? Como os documentos chegaram às mãos humanas? Quais as circunstâncias da sua origem?

Naturalmente há uma inclinação de depender de fontes renomadas ou autoridade para avaliar um publicação ou obra literária. A literatura religiosa, então, só é digna de crédito se avaliada desse modo. De nada serve dizer que esse livro deve ser julgado pelo seu próprio conteúdo.

Há duas formas de colocar em prova a autenticidade do livro. Primeiro pode-se fazer um juízo pessoal baseado em seu conteúdo. A outra forma é mediante a opinião de leitores, que atestam a sua autenticidade. Porém, atualmente, não há ainda um grande número de leitores no Brasil, pois o livro foi recentemente traduzido e ainda está em processo de impressão.

Nos EUA o Livro de Urantia foi impresso em 1955, entretanto, nenhuma religião formal nasceu de seus ensinamentos. A introspecção espiritual proveniente do livro é utilizada por professores e ministros, permitindo que pessoas de vários segmentos de fé enriqueçam os mais elevados valores em suas próprias tradições. Muitas pessoas de instituições religiosas estabelecidas têm desenvolvido uma vida espiritualmente rica como resultado da leitura do Livro de Urantia. Uma rede de grupos de estudos independentes continua a se desenvolver. Existem várias traduções e outras estão atualmente em progresso.

É aconselhável que o novo leitor explore o livro como uma fascinante peça da literatura religiosa até a hora em que a qualidade espiritual autentique sua mensagem e sua autenticidade.

A História

Há uma explicação dentro de suas próprias páginas sobre sua origem e de como foi entregue aos seres humanos esses documentos, que constituem a Quinta Revelação de Urantia. Diz-se que foram autorizados por autoridades da alta deidade e escritos por numerosas personalidades supra-mortais. É chamada de "A Quinta Revelação de Época", pois houve outras quatro grandes revelações no planeta. São Elas:

Dalamátia - Com a chegada e o estabelecimento do Príncipe Planetário em Urantia, fundou-se a cidade-modelo de Dalamátia, e suas escolas revelaram ao mundo a verdade sobre o Pai Universal. Foi a primeira revelação, há 500 mil anos.

Adão e Eva - Adão e Eva chegaram ao nosso mundo há quase 38 mil anos e se estabeleceram no Jardim do Éden. Os ensinamentos de Adão Eva constituem a segunda revelação do Pai Universal às raças humanas.

Melquisedeque - Um Filho da Ordem dos Melquisedeques, geralmente conhecidos como filhos emergenciais, que aceitou a missão de vir a esse mundo, pois a verdade outrora revelada estava ameaçada de extinção. Maquiventa auto-outorgou-se nesse mundo no ano de 1973 antes do nascimento de Jesus, e fez renascer na mente humana o conceito de Deus-Pai Único, Criador e Sustentador de todas as coisas.

Jesus de Nazaré - O Filho Criador de Nébadon, nosso universo, nasceu em Belém no ano 7 a.C. Viveu como um modelo para todos nós, dando o exemplo de vida, até chegar a sua hora de revelar ao mundo a grande verdade de que todos somos filhos de um único Pai, sem distinção de raça, cor, credo ou condição físico-social. Essa foi a quarta revelação da verdade em nosso mundo.

O Livro de Urântia - Escrito em 1934 e entregue à humanidade. Sublima uma nova realidade nunca antes vista pelo homem. Descrevendo a Deidade, a Divindade, e suas relações com as criaturas do Universo. É a quinta revelação de época.

Os reveladores alegaram haver uma grande dificuldade em descrever as realidades da eternidade à linguagem do tempo, e mais, que severas limitações foram impostas a qual conhecimento era permitido compartilhar conosco. Foi explicado que toda e qualquer revelação espaço-temporal é parcial e incompleta, havendo a necessidade de, tempo em tempo, ser incrementada ao processo de desenvolvimento planetário. Em termos gerais, foram discutidos os problemas de comunicação entre o nível espiritual de realidade do universo e o nosso nível material de existência mortal.

O livro conta que os reveladores fizeram contato através de um Monitor Divino (centelha divina que habita a mente do homem), atuando como Ajustador de Pensamento de um ser humano em particular. Entretanto, deixa claro, que esta técnica de comunicação com o Ajustador de Pensamento não está relacionado com nenhuma técnica do espiritismo, como mediunidade ou canalização.

Informações dentro do livro que tratam desse assunto podem ser encontradas nas seguintes páginas: 1:1-4; 16:8; 17:1-2; 32:2; 33:3; 215:2-9; 865:2,6,7; 1007:1-7; 1008:1-3; 1109:3-9; 1110:1-13; 1111:1-4; 1208:7; 1209:1; 1258:1; e 1343:1.

A segunda fonte de informação relativa à origem do livro é a parte humana da história.

Sabe-se que os documentos foram recebidos por um grupo de pessoas em Chicago. Esse grupo era comandado pelo Dr. William S. Sadler, um psiquiatra altamente respeitado que foi também conferencista em "Consultoria Pastoral" no Seminário Teológico McCormick. Eram pessoas de todos os tipos de vida, e reuniam-se em sua casa para debater sobre tópicos psicológicos e médicos.

Tudo começou quando, numa noite, aproximadamente às 2 horas da madrugada, uma jovem senhora que morava no mesmo prédio que o Dr. Sadler, pediu sua ajuda, sabendo que ele era um médico psiquiatra, pois seu marido estava em transe. Apesar da tentativa de ajuda, tanto o Dr. Sadler quanto sua esposa que também era médica cirurgiã, não foram capazes de diagnosticar a causa nem tirar o rapaz do transe. Todos os exames demonstravam que o paciente estava em perfeitas condições, e ao acordar, não tinha nenhuma lembrança do tempo em que estava em transe.

Depois de uns seis meses que esse fato dera início, o rapaz começou a falar durante os transes, com uma voz que não era a sua. O Dr Sadler resolveu relatar o ocorrido ao grupo que reunia em sua casa, e começaram a manter conversas com aquela voz misteriosa. Uma série de experiências nas quais eram feitas perguntas à voz que se identificava como “estudante visitante”, todas foram respondidas.

Em conseqüência disso, o grupo fez um total de cinqüenta e duas perguntas. Todas elas, exceto quatro, foram respondidas da maneira mais exata. Dois anos se passaram entre perguntas e respostas. E após um tempo, o “estudante visitante” disse que ele havia sido instruído e autorizado a entregar-lhes, durante um período de tempo, alguns escritos, que tratava de vários assuntos e que esse documentos seriam um benefício para toda a humanidade.

Durante os anos seguintes esse escritos foram entregues totalizando, aproximadamente 200 documentos, umas 2200 páginas. Os autores de cada documento eram variados em número, tipo e espécie de autoridade e responsabilidade. O inglês utilizado nos documentos era da mais alta e fina qualidade.

Passou-se depois por um período de revisão, alguns escritos ou capítulos foram retirados e outros corrigidos.

O resultado desse trabalho é o que conhecemos como O Livro de Urantia: 197 documentos que abrangem temas de astronomia, biologia, física, química, eletrônica, etc... Todas as matérias desta natureza foram submetidas a cientistas renomados que verificaram, até onde foram capazes, sua autenticidade, e até onde puderam racionalizá-lo, encontraram-no estar completamente correto, plausível ou provável.

Dr. Sadler ao ser entrevistado, não quis falar sobre duas coisas: o nome do indivíduo cujo Ajustador de Pensamento foi usado na materialização dos escritos de Urantia e a forma extraordinária em que eles apareceram. Disse que eles foram solicitados a fazer votos de segredo com respeito a estes dois temas:

"A principal razão para não revelar a identidade da pessoa de contato, é que os reveladores não querem que nenhum ser humano - nenhum nome humano - jamais seja associado ao Livro de Urantia. Eles querem que esta revelação se sustente com suas próprias declarações e ensinamentos. Eles estão determinados a que gerações futuras tenham o livro inteiramente livre de toda e qualquer ligação mortal - não querem um São Pedro, São Paulo, Lutero, Calvino ou Wesley. O livro não tem nem mesmo o nome ou alguma marca do tipógrafo que o trouxe a existência".

"Há muita coisa sobre a aparição dos escritos de Urantia que nenhum ser humano compreende totalmente. Ninguém sabe exatamente como foi executado este fenômeno. Há numerosos elos perdidos na história de como esta revelação veio a aparecer escrita em inglês. Se alguém dissesse tudo o que sabe realmente sobre esta técnica e os métodos empregados na obtenção desta revelação, tal narração não satisfaria a ninguém, existem muitos elos perdidos". Nota-se uma possível referência ao indivíduo envolvido de alguma maneira na materialização do Livro de Urantia. Isso é encontrado no apêndice do livro de Sadler, "The Mind at Mischief", publicado em 1929. Diz:

"Dezoito anos de estudo e cuidadosa investigação fracassaram em revelar a origem psíquica destas mensagens. Encontro-me neste momento, justamente onde estava quando comecei. Psicanálise, hipnotismo e comparação intensiva fracassaram em mostrar que as mensagens escritas ou ditadas por este indivíduo tiveram origem em sua própria mente. Muito do material conseguido através deste sujeito é bastante contrário a seu pensamento habitual, à maneira em que ele foi ensinado, e a toda sua filosofia. De fato, do muito material que conseguimos, falhamos em encontrar qualquer coisa de sua natureza existente. Seu conteúdo filosófico é muito novo, e somos incapazes de achar onde muito disso encontrou expressão humana". (p. 383)

Durante a investigação do Dr. Sadler sobre este fenômeno, ele consultou homens como Howard Thurston, o renomado artista que dedicou um tempo considerável para desmascarar médiuns e psíquicos fraudulentos. Ele também conferenciou com Sir Hubert Wilkens, o famoso cientista e explorador envolvido na investigação de fenômenos psíquicos. Eles concordaram que os fenômenos relacionado com este indivíduo não podiam ser categorizados com outros tipos de fenômenos psíquicos, tais como escrita automática, telepatia, clarividência, transes, mediação de espíritos ou personalidade dividida.

Sadler, conversando sobre a origem do Livro de Urantia, apresentou uma listagem de papel sobre todas as formas imagináveis da mente subconsciente ou atividade psíquica. No final da planilha, uma nota dizia:

"A técnica da recepção do Livro de Urantia em inglês não é de forma alguma paralela ou incide em nenhum dos fenômenos da consciência marginal acima mencionados".

Ele acreditava que a aparição dos escritos de Urantia estava associada a alguma forma de atividade mental supra-consciente.

Em 1939 os reveladores pediram que os líderes do Foro buscassem voluntários que quisessem se reunir a cada quarta-feira pela tarde para estudar séria e sistematicamente os escritos de Urantia. Setenta pessoas se ofereceram e tornaram-se conhecidas como "Os Setenta". Os Setenta foram treinados através de diretrizes dos reveladores e por seus próprios líderes, até o momento da publicação do Livro de Urantia. Foi dada especial ênfase ao processo evolutivo envolvido na aceitação da nova verdade. O perigo de utilizar métodos de difusão indiscriminados ou revolucionários para se apresentar a mensagem do Livro de Urantia foi frisada.

Após muitos anos de estudo, eles foram autorizados a publicar o livro. Foram alertados que ainda que muitas pessoas receberiam com agrado esta extensa apresentação de verdade espiritual, a população como um todo não estava preparada para isso. A Quinta Revelação de Época foi determinada como um fenômeno evolutivo que lentamente lançaria raízes em nossa sociedade.

Julgue pelo Conteúdo

Os acontecimentos associados com a origem do Livro de Urantia não têm nada a ver com sua verificação da verdade ou da qualidade. Isto cada um deve julgar por seu conteúdo e o fruto espiritual que ele produz. A mensagem do Livro de Urantia tem surpreendente auto-verificação e consistência histórico-filosófica. Todavia, em última análise, o espírito interior de Deus é a realidade fundamental que deve avaliar sua mensagem.