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Ortografia: diferenças entre revisões

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Revisão das 20h00min de 24 de julho de 2004

A ortografia é a parte da gramática que trata da correta escrita das palavras.

Ortografia das consonantes

Ao escrever uma palavra com som de s, de z, de x ou de j, deve-se procurar a origem dela, pois, na ortografia portuguesa, a palavra primitiva, em muitos casos, indica como deveremos escrever a palavra derivada.

Ç

1) Escreveremos com -ção as palavras derivadas de vocábulos terminados em -to, -tor, -tivo e os substantivos formados pela posposição do -ção ao tema de um verbo (Tema é o que sobra, quando se retira a desinência de infinitivo - r - do verbo).

Portanto deve-se procurar a origem da palavra terminada em -ção. Por exemplo: Donde provém a palavra conjunção? Resposta: provém de conjunto. Por isso, escrevemo-la com ç.

Exemplos:

erudito = erudição

exceto = exceção

setor = seção

intuitivo = intuição

redator = redação

ereto = ereção

educar - r + ção = educação

exportar - r + ção = exportação

repartir - r + ção = repartição



2) Escreveremos com -tenção os substantivos correspondentes aos verbos derivados do verbo ter.

Exemplos:

manter = manutenção

reter = retenção

deter = detenção

conter = contenção



3) Escreveremos com -çar os verbos derivados de substantivos terminados em -ce.

Exemplos:

alcance = alcançar

lance = lançar


S

1) Escreveremos com -s- as palavras derivadas de verbos terminados em -nder e -ndir

Exemplos:

pretender = pretensão

defender = defesa, defensivo

despender = despesa

compreender = compreensão

fundir = fusão

expandir = expansão



2) Escreveremos com -s- as palavras derivadas de verbos terminados em -erter, -ertir e -ergir.

Exemplos:

perverter = perversão

converter = conversão

reverter = reversão

divertir = diversão

aspergir = aspersão

imergir = imersão



3) Escreveremos -puls- nas palavras derivadas de verbos terminados em -pelir e -curs-, nas palavras derivadas de verbos terminados em -correr.

Exemplos:

expelir = expulsão

impelir = impulso

compelir = compulsório

concorrer = concurso

discorrer = discurso

percorrer = percurso



4) Escreveremos com -s- todas as palavras terminadas em -oso e -osa, com exceção de gozo.

Exemplos:

gostosa glamorosa

saboroso horroroso


5) Escreveremos com -s- todas as palavras terminadas em -ase, -ese, -ise e -ose, com exceção de gaze e deslize.

Exemplos:

fase crase tese exegese crise glicólise osmose frutose


6) Escreveremos com -s- as palavras femininas terminadas em -isa.

Exemplos:

poetisa profetisa Heloísa Marisa


7) Escreveremos com -s- toda a conjugação dos verbos pôr, querer e usar.

Exemplos:

Eu pus Eles quiseram Ele quis Quando nós quisermos Nós usamos Se eles usassem

Ç ou S ?

Após ditongo, escreveremos com -ç-, quando houver som de s, e escreveremos com -s-,

quando houver som de z.

Exemplos:

eleição traição Neusa coisa

S ou Z ?

1-a) Escreveremos com -s- as palavras terminadas em -ês e -esa que indicarem nacionalidades, títulos ou nomes próprios.

Exemplos:

português norueguesa marquês duquesa Inês Teresa

1-b) Escreveremos com -z- as palavras terminadas em -ez e -eza, substantivos abstratos que provêm de adjetivos, ou seja, palavras que indicam a existência de uma qualidade.

Exemplos:

embriaguez lucidez acidez limpeza nobreza pobreza


2-a) Escreveremos com -s- os verbos terminados em -isar, quando a palavra primitiva já possuir o -s-.

Exemplos:

análise = analisar

pesquisa = pesquisar

paralisia = paralisar

2-b) Escreveremos com -z- os verbos terminados em -izar, quando a palavra primitiva não

possuir -s-.

Exemplos:

Cuidado:

catequese = catequizar

síntese = sintetizar

hipnose = hipnotizar

batismo = batizar


3-a) Escreveremos com -s- os diminutivos terminados em -sinho e -sito, quando a palavra primitiva já possuir o -s- no final do radical.

Exemplos:

casinha asinha portuguesinho camponesinha Teresinha Inesita


3-b) Escreveremos com -z- os diminutivos terminados em -zinho e -zito, quando a palavra primitiva não possuir -s- no final do radical.

Exemplos:

mulherzinha arvorezinha alemãozinho aviãozinho pincelzinho corzinha

SS

1) Escreveremos com -cess- as palavras derivadas de verbos terminados em -ceder.

Exemplos:

anteceder = antecessor

exceder = excesso

conceder = concessão

2) Escreveremos com -press- as palavras derivadas de verbos terminados em -primir.

Exemplos:

imprimir = impressão

comprimir = compressa

deprimir = depressivo


3) Escreveremos com -gress- as palavras derivadas de verbos terminados em -gredir.

Exemplos:

agredir = agressão

progredir = progresso

transgredir = transgressor

4) Escreveremos com -miss- ou -mess- as palavras derivadas de verbos terminados em

-meter.

Exemplos:

comprometer = compromisso

intrometer = intromissão

prometer = promessa

remeter = remessa

Ç S ou SS  ?

Em relação ao verbos terminados em -tir, teremos:

1) Escreveremos com -ção, se apenas retirarmos a desinência de infinitivo -r, dos verbos terminados em -tir.

Exemplos:

curtir - r + ção curtição


2) Escreveremos com -são, quando, ao retirarmos toda a terminação -tir, a última letra for consoante.

Exemplo:

divertir - tir + são diversão


3) Escreveremos com -ssão, quando, ao retirarmos toda a terminação -tir, a última letra for vogal.

Exemplo:

discutir - tir + ssão discussão


J

1) Escreveremos com -j- as palavras derivadas dos verbos terminados em -jar.

Exemplos:

trajar = traje, eu trajei.

encorajar = que eles encorajem

viajar = que eles viajem


2) Escreveremos com -j- as palavras derivadas de vocábulos terminados em -ja.

Exemplos:

loja = lojista

gorja = gorjeta

canja = canjica

3) Escreveremos com -j- as palavras de origem tupi, africana ou popular.

Exemplos:

jeca jibóia jiló pajé

G

1) Escreveremos com -g- todas as palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio.

Exemplos:

pedágio colégio sacrilégio prestígio relógio refúgio


2) Escreveremos com -g- todas as palavras terminadas em -gem, com exceção de pajem, lambujem e a conjugação dos verbos terminados em -jar.

Exemplos:

a viagem a coragem a personagem a vernissagem a ferrugem a penugem

X

1) Escreveremos com -x- as palavras iniciadas por mex-, com exceção de mecha.

Exemplos:

mexilhão mexer mexerica México mexerico mexido


2) Escreveremos com -x- as palavras iniciadas por enx-, com exceção das derivadas de vocábulos iniciados por ch- e da palavra enchova.

Exemplos:

enxada enxerto enxerido enxurrada

mas:

cheio = encher, enchente

charco = encharcar

chiqueiro = enchiqueirar


3)Escreveremos -x- após ditongo, com exceção de recauchutar e guache.

Exemplos:

ameixa deixar queixa feixe peixe gueixa

Acentuação Gráfica

Na língua portuguesa todas as palavras possuem uma sílaba tônica - a que recebe a maior inflexão de voz. Nem todas, porém, são marcadas pelo acento gráfico. O nosso estudo é exatamente este: em que palavras usar o acento agudo ou o acento circunflexo? Ainda existe o trema? Vamos às respostas.

- As sílabas são subdivididas em tônicas, subtônicas e átonas.

- A sílaba tônica é a mais forte da palavra. Só existe uma sílaba tônica em cada palavra.

Exemplo:

Guaraná - A sílaba tônica é a última.

Táxi - A sílaba tônica é a penúltima

Própolis - A sílaba tônica é a antepenúltima.

A sílaba tônica sempre se encontra em uma destas três sílabas: última, penúltima e antepenúltima.

A sílaba subtônica só existe em palavras derivadas. Coincide com a tônica da palavra primitiva.

Exemplo:

Guaranazinho - A sílaba tônica é zi, e a subtônica, na

Taxímetro - A sílaba tônica é xí, e a subtônica, ta

Propolina - A sílaba tônica é li, e a subtônica, pro

Todas as outras são denominadas átonas.

Quando a palavra possuir uma sílaba só, será denominada monossílaba



Os monossílabos podem ser átonos e tônicos. Os tônicos são aqueles que têm força para serem usados sozinhos em uma sílaba; os átonos, não. Portanto serão monossílabos tônicos os substantivos, os adjetivos, os advérbios, os numerais e os verbos.



Regras de Acentuação

Monossílabos Tônicos: Os monossílabos tônicos serão acentuados, quando terminarem em A, E, O, seguidos ou não de s.

Exemplo:

pá, pás, má, más, vá, lá, já.

pé, pés, mês, rês, Zé, né?

pó, pós, dó, cós, pô!



Oxítonas: São as que têm a maior inflexão de voz na última sílaba. São acentuadas, quando terminarem em A, E, O, seguidos ou não de s, e em EM, ENS.

Exemplo:

corumbá, maracujás, maná, Maringá.

rapé, massapê, filé, sapé.

filó, rondó, mocotó, jiló.

amém, armazém, também, Belém

parabéns, armazéns, nenéns.



Paroxítonas: São as que têm a maior inflexão de voz na penúltima sílaba. São acentuadas, quando terminarem em UM, UNS, L, ÊEM, PS, X, EI (s), ÃO (s), U (s), ditongo crescente (s), N, ÔO, I (s), R, Ã (s).

Exemplo:

álbum, factótum, médiuns. ágil, flexível, volátil. crêem, dêem, lêem, vêem. fórceps, bíceps, tríceps. tórax, xérox, fênix. pônei, vôlei, jóquei. órgão, órfãos, sótão. ônus, bônus.Mário, secretária. hífen, pólen, gérmen. vôo, côo, entôo. táxi, júris. fêmur, âmbar, revólver. ímã, órfãs,



Proparoxítonas: São as que têm a maior inflexão de voz na antepenúltima sílaba. Todas as proparoxítonas são acentuadas, salvo a expressão per capita, por não pertencer à Língua Portuguesa.

Exemplo:

síndrome, ínterim, lêvedo, lâmpada, sândalo

Os ditongos eu, ei, oi / éu, éi, ói somente receberão acento, quando forem abertos, seguidos ou não de s.

Ex. meu, chapéu, deus, troféus.

peixe, anéis, rei, réis

doido, estóico, foice, destrói



As letras i e u serão acentuadas, independente da posição na palavra, quando surgirem:

Formando hiato com a vogal anterior.

Sem consoante na mesma sílaba, exceto o s.

Sem nasalização (til, NH e ressôo nasal)

Exemplo:

saída, ataúde, miúdo.

sairmos, balaústre, juiz.

rainha, ruim, juízes.



Os grupos que, qui, gue, gui devem ser analisados com muito cuidado, pois podem surgir com trema, com acento agudo ou sem qualquer sinal gráfico. Vejamos então:

1) Quando o u for pronunciado atonamente, ou seja, quando as três letras participarem da mesma sílaba, com a pronúncia do u, deveremos colocar trema sobre ele.

Exemplo:

se-qüên-cia, cin-qüen-ta.

tran-qüi-lo, qüin-qüê-nio.

a-güen-tar, en-xá-güem.

ar-güi-ção, lin-güi-ça.

2) Quando o u for pronunciado tonicamente, ou seja, quando o e ou o i formarem hiato com o u, deveremos colocar acento agudo sobre o u. Isso ocorre somente com alguns verbos da Língua Portuguesa. Vejamo-los:

Averiguar, apaziguar e obliquar: As pessoas eu, tu, ele e eles do Presente do Subjuntivo são as únicas a receberem o acento agudo.

Exemplo:

Que eu averigúe, tu averigúes, ele averigúe, eles averigúem.

Que eu apazigúe, tu apazigúes, ele apazigúe, eles apazigúem.

Que eu obliqúe, tu obliqúes, ele obliqúe, eles obliqúem.

Averiguar = examinar com cuidado; verificar.

Apaziguar = pacificar, acalmar.

Obliquar = Proceder maliciosamente; caminhar obliquamente

Argüir e redargüir: As pessoas tu, ele e eles do Presente do Indicativo são as únicas a receberem o acento agudo.

Exemplo:

Tu argúis, ele argúi, eles argúem.

Tu redargúis, ele redargúi, eles redargúem.

Arqüir = acusar; censurar; argumentar; examinar, questionando ou interrogando.

Redargüir = Replicar, responder argumentando; acusar, recriminar.


Crase

A palavra crase (do grego krásis = mistura, fusão) designa: Em gramática histórica, a contração de duas vogais iguais. Por exemplo: door(de dolore)=dor; pee(de pede)=pé; maa(de mala)=má. Neste sentido, a crase foi um fenômeno constante na evolução do português arcaico para o moderno. Em gramática normativa, a contração da preposição a com: o artigo a ou as = Fomos à cidade assistir às festas. o pronome A ou AS = Irei à loja do centro. o A inicial dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo = Referiu-se àquele fato.

Uso obrigatório

Com relação à fusão de a + a, observaremos preliminarmente:

que o primeiro a é sempre preposição;

que o segundo a será um artigo ou um pronome demonstrativo;

que a razão da crase é a de evitar-se um hiato;

que o acento assinalador da contração é grave (`).

Condições para o uso da crase. Você usará o acento grave em a e as, se forem satisfeitas as três condições seguintes:

Deve tratar-se de substantivo feminino, mesmo oculto.

Deve depender de outra palavra que exija a preposição a.

A palavra regida deve admitir o artigo a.

A crase é obrigatória nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas formadas de palavras femininas = às pressas, à custa de, à medida que.

A crase é obrigatória, também, quando preceder adjetivos que funcionam como substantivos = Todos levaram conforto às pobres. Nota = em muitos casos, o substantivo estará subentendido e o adjetivo concordar com ele. Por exemplo: Vieram as alunas e o diretor fez louvores às (alunas) obedientes.

Uso Proibido da Crase

Não se usa acento grave diante de:

palavras masculinas = Pintou o quadro a óleo. Falaram a respeito de você. Nota = escreve-se: sapatos à Luís XV, estilo à Coelho Neto, porque nessa expressões se subentendem as palavras moda ou maneira, que são femininas.

palavras femininas não-determinadas, isto é, não precedidas de artigo = Isto cheira a tolice. Nota = neste caso, tais palavras são tomadas em sentido geral, indeterminado.

verbos = Estou disposto a colaborar. Levou-os a passear.

esta e essa = Cheguei a essa conclusão.

pronomes indefinidos = Escreveu a toda pressa. Não deu valor a nada.

pronomes pessoais e de tratamento = Escrevi a você. Falei a ela. Nota = quando o vocábulo dona é substantivado ocorre crase. Por exemplo: Falei à dona de meu apartamento.

pronomes interrogativos = A quem haverei de recorrer?

artigos indefinidos = Fomos a uma aldeia.

nomes próprios que repelem o artigo = Fui a Lisboa(Vim de Lisboa). Rezo a Nossa Senhora. Nota = haverá crase toda vez que o substantivo for determinado pelo artigo. Por exemplo: Fui à Bahia(Vim da Bahia).

locuções de palavras femininas repetidas = Gota a gota. Frente a frente.

Particularidades Importantes

A crase e os numerais:

Ocorrerá crase com os numerais que acompanharem palavras femininas, por imposição da regência = Tens direito à quarta parte do lucro.

Quanto ao cardinal UMA, só vem precedido de crase quando acompanha a palavra HORA = Daqui a uma hora irei ao mercado.

Usa-se crase com a locução adverbial À UMA = Todos responderam à uma (juntamente).

A crase e a palavra ‘casa’:

Não haverá crase quando a palavra casa significar residência da pessoa = Voltei a casa cedo.

Haverá crase quando a palavra casa estiver modificada por um adjunto e também quando significar estabelecimento comercial, pois nestes casos antepomos o artigo = Fiz uma visita à velha casa. Fui à Casa Dias.

A crase e a palavra ‘distância’:

Não haverá crase quando a palavra distância estiver indeterminada = O livro foi atirado a distância.

Haverá crase quando a palavra distância estiver determinada em metros = Estava à distância de cem metros.

A crase e os possessivos:

uso da crase diante dos pronomes possessivos é facultativo = Obedeço a minha mãe. Obedeço à minha mãe.

A crase e a palavra ‘até’:

Após a palavra até o uso da crase é facultativo = Fui com ela até a(à) porta.

A crase e os relativos:

Haverá crase antes dos pronomes relativos que e qual, sempre que se referirem a nomes femininos que os antecedem = Ali está a mestra de meus filhos, à qual devo agradecimentos.


Dígrafos

  • Dígrafo é o agrupamento de duas letras com apenas um fonema. Os principais dígrafos são rr, ss, sc, sç, xc, lh, nh, ch, qu, gu. Representam-se os dígrafos por letras maiores que as demais, exatamente para estabelecer a diferença entre uma letra e um dígrafo. Qu e gu só serão dígrafos, quando estiverem seguidos de e ou i, sem trema. Os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc têm suas letras separadas silabicamente; lh, nh, ch, qu, gu, não.

arroz = ar-roz - aRos;

assar = as-sar - aSar;

nascer = nas-cer - naSer;

desço = des-ço - deSo;

exceção = ex-ce-ção - eSesãw;

alho = a-lho - aLo;

banho = ba-nho - baÑo;

cacho = ca-cho - kaXo;

querida = que-ri-da - Kerida;

sangue = san-gue - sãGe.



Dígrafo Vocálico = É o outro nome que se dá ao Ressôo Nasal, pelo fato de serem duas letras com um fonema vocálico.

sangue = san-gue - sãGe



Não confunda dígrafo com encontro consonantal, que é o encontro de consoantes, cada uma representando um fonema.


Pontuação

A vírgula

A vírgula depende da estrutura sintática da oração.

Às pessoas, na rua, foi sugerida uma questão. Pediu-se que colocassem vírgulas no seguinte texto:

"O diretor de Recursos Humanos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos declarou que não haverá demissões neste mês."

A maioria acertou. Não há vírgula.

"O diretor de Recursos Humanos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos" é o sujeito do verbo declarar. Foi ele, o diretor, que declarou.

Entre sujeito e verbo não há vírgula.

Depois, " ...que não haverá demissões neste mês."

Como a seqüência está na ordem direta, não há por que colocar vírgula.

Mas, às vezes, vírgula pode decidir o sentido do texto.

O professor Pasquale fala da sua participação no Programa Jô Soares, quando pediu a ele que escrevesse um telegrama.

Irás voltarás não morrerás

Dependendo do sentido que se quer dar, ocorre a pontuação.

Irás. Voltarás. Não morrerás.

Irás. Voltarás? Não. Morrerás.

Resumo.

No primeiro caso não há por que usar a vírgula. O texto está na ordem direta e em seqüências diretas não se usa pontuação. No caso do telegrama pontua-se de acordo com aquilo que se quer dizer. A pontuação decide o sentido.

O ponto

Pausa máxima, o ponto encerra o período.

"Terceiro dia de aula. A professora é um amor. Na sala, estampas coloridas mostram animais de todos os tipos. É preciso querer bem a eles, diz a professora, com um sorriso que envolve toda a fauna, protegendo-a . Eles têm direito à vida, como nós, e além disso são muito úteis. Cachorro faz muita falta. Mas não é só ele não. A galinha, o peixe, a vaca... Todos ajudam."(Rubem Braga)

No texto acima, o ponto foi um eficiente recurso estilístico de descrição. Ajudou a compor frases curtas, misturadas a outras, mais longas, em que se usou vírgula. Repare na força que as orações pausadas, curtas, todas pontuadas, exercem no seguinte texto: "Dezembro. Solão em brasa. O verde mais verde. As ruas repletas de pessoas que passam minimamente vestidas. Muita alegria. Muita cor."

O ponto-e-vírgula

Ele marca uma pausa intermediária entre o ponto e a vírgula. Geralmente, separa orações coordenadas quando uma delas já tiver vírgula, ou quando tiverem sentido oposto: "As mulheres choravam de medo; os homens zombavam de tudo."

Os dois-pontos

Eles introduzem citações, enumerações ou um esclarecimento.

A velhinha simpática conclamou a todos:

_ Venham tomar chá!

Aristides costumava fechar questão em três pontos: honra, dinheiro e mulheres.

Não gostava que mexessem nas gavetas: ficava possesso.

Só quero uma coisa: paz. (J. C. Carvalho).

As reticências

Elas têm a função de indicar que a frase foi suspensa ou seccionada. Podem também indicar que houve dúvida, hesitação ou surpresa.

“A verdade não me faz sentido... É por isso que eu a temia e a temo... Sinto que uma primeira liberdade está pouco a pouco me tomando...” (Clarice Lispector)

“A Genilda? Bom... não sei... acho que ela nem chegou ainda...” (Rubem Braga).

As aspas

A função das aspas é, principalmente, isolar do contexto frases ou palavras alheias, no início e no fim de uma citação, ou então evidenciar determinados temos (gírias, arcaísmos, estrangeirismos etc.).

Meu “flamboyant” na primavera, que bonito que ele era. (Roberto Carlos).

Os parênteses

São usados para intercalar, num texto, qualquer indicação acessória (uma explicação, uma circunstância incidental, uma nota emocional).

Deus (ou foi talvez o diabo?) deu-me este amor maduro... (Carlos D. de Andrade)

O travessão

O travessão serve para:

Principalmente, indicar com que pessoa do discurso está a fala. Isolar palavras ou frases — usa-se travessão duplo. Isolar a parte final de um enunciado. Exemplos:

—Bom dia, nhá Benta.

—Bom dia, meu filho.

Um mundo todo vivo tem grande força — a força de um inferno. (Clarice Lispector).

O hífen

Prefixos que exigem hífen diante de qualquer letra: além, aquém, bem, co, ex, nuper, pára, pós, pré, pró, recém, sem, sota, soto e vice.

Exemplos:

além-túmulo, co-autor, pós-guerra

Separação Silábica

A divisão silábica deve ser feita a partir da soletração, ou seja, dando o som total das letras que formam cada sílaba, cada uma de uma vez.

Usa-se o hífen para marcar a separação silábica.



Normas para a divisão silábica:

Não se separam os ditongos e tritongos: Como ditongo é o encontro de uma vogal com uma semivogal na mesma sílaba, e tritongo, o encontro de uma vogal com duas semivogais também na mesma sílaba, é evidente que eles não se separam silabicamente. Por exemplo:

Au-las / au = ditongo decrescente oral.

Guar-da / ua = ditongo crescente oral.

A-güei / uei = tritongo oral.


Separam-se as vogais dos hiatos: Como hiato é o encontro de duas vogais em sílabas diferentes, obviamente as vogais se separam silabicamente. Por exemplo:

Pi-a-da / ia = hiato

Ca-ir / ai = hiato

Ci-ú-me / iú = hiato



Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, qu, gu:

Exemplo:

Cho-ca-lho / ch, lh = dígrafos inseparáveis.

Qui-nhão / qu, nh = dígrafos inseparáveis.

Gui-sa-do / gu = dígrafo inseparável



Separam-se os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc:

Exemplo:

Ex-ces-so / xc, ss = dígrafos separáveis.

Flo-res-cer / sc = dígrafo separável.

Car-ro-ça / rr = dígrafo separável.

Des-ço / sç = dígrafo separável



Separam-se os encontros consonantais impuros: Encontros consonantais impuros, ou disjuntos, são consoantes em sílabas diferentes.

Exemplo:

Es-co-la.

E-ner-gi-a

Res-to

Colocação dos Pronomes Átonos

Os pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase posição variável em relação ao verbo, podendo, conforme o caso, vir:

Antes do verbo (próclise) = pronome proclítico.

Depois do verbo (ênclise) = pronome enclítico.

No interior do verbo (mesóclise) = pronome mesoclítico.

Próclise

Certas palavras exercem atração fonética sobre as outras para atender ao ritmo e à entoação da frase. Colocam-se os pronomes oblíquos antes do verbo quando precedidos de palavras que exerçam atração fonética sobre eles. Tais palavras são principalmente:

As de sentido negativo = Nunca se queixa dele.

Os advérbios = Muito se aprende com a experiência.

Os pronomes relativos, demonstrativos, indefinidos e interrogativos = Há pessoas que nos querem bem. Tudo se agita. Quem me chamou?

As conjunções subordinativas = Quando me castigaram. Irei se me aprouver.

Casos especiais:

orações optativas, com sujeito antes do verbo = Deus o guarde.

orações com verbo no gerúndio regido da preposição em = Em se sobressaltando uma das reses…

orações exclamativas iniciadas por palavra ou expressão exclamativa = Como nos aborrece!

orações interrogativas iniciadas por uma palavra ou expressão interrogativa = Por que choras?

Ênclise

A colocação dos pronomes oblíquos átonos depois do verbo é a mais natural. Dá-se a ênclise quando:

O verbo vier no início do período e não estiver no futuro = Disseram-me a verdade. Aluga-se esta casa.

Nas orações reduzidas de gerúndio não regido da preposição em = O anão chegara-se a Inocência, tomando-lhe uma das mãos.

Nas orações com verbo no imperativo afirmativo = Menino, escuta-me.

Nas orações intercaladas = O céu e a terra passarão, disse-nos Jesus, mas as minhas palavras não passarão.

Nas expressões em que não houver elementos de atração sobre o pronome e, geralmente, nas orações infinitivas regidas da preposição a = Esses lapsos já me habituei a desculpá-los.

Mesóclise

Intercalam-se os pronomes oblíquos átonos nas formas verbais do futuro do presente e do futuro do pretérito do modo indicativo. Segundo a maioria dos autores, para que esta colocação se efetue, de acordo com a praxe clássica, é necessário que antes do verbo não haja palavra alguma que exerça atração sobre o pronome e que o sujeito do verbo esteja implícito (= não expresso na frase) ou explícito (= expresso na frase) mas posposto à forma verbal. Por exemplo: Far-lhe-ei como aos demais. Exaltar-se-ão as virtudes dos justos.

  • Veja também

Fonética