Saltar para o conteúdo

Quilombo dos Palmares: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Ganga Zumba, Zumbi
(Sem diferenças)

Revisão das 02h13min de 19 de outubro de 2004

Na região serra de Palmares, localizada entre Pernambuco e Alagoas, ocorreu um dos mais importantes ajuntamentos de quilombos do período colonial. Foi o centro de resistência de milhares de escravos fugidos de todo o nordeste. Além de escapar da escravidão, os negros tentam recriar sua identidade com suas raízes sociais, econômicas e culturais africanas. O Quilombo dos Palmares dura cerca de 100 anos (dos últimos anos de 1.590 até 1.694). Nesse período, dezenas de mocambos (aldeamentos de escravos evadidos), povoam uma área montanhosa de 150 kilometros de comprimento por 50 de largura, próxima ao litoral e coberta de palmeiras – daí o nome Palmares. Os macambos se reúnem em uma espécie de confederação, elegem seus lideres e seu “rei”. Em pouco tempo a população da região alcança o numero estimado de 20.000 pessoas, que cultivam pequenas plantações e têm condições próprias de subsistência. Suas investidas contra propriedades e povoados vizinhos atemorizam os moradores e os fazendeiros da região. Na segunda metade do século XVII, as autoridades do governo geral e da capitania de Pernambuco aumentam o número de expedições militares contra Palmares. Como não conseguem por fim ao quilombo, negociam com os rebeldes. No ano de 1.678, o “rei” de Palmares Ganga Zumba vai ao Recife e assina acordo com o governador Ayres de Souza e Castro. Em troca da liberdade, de terras e de autorização para comerciar com os moradores da região, os quilombolas devem depor as armas e não promover mais fugas. O pacto divide os palmarinos. Zumbi defende à continuação da resistência a escravidão e a libertação de todos os negros. Ganga Zumba abandona o quilombo e Zumbi torna-se líder dos Palmares. Inutilmente o governo tenta negociar com ele um novo pacto. Em 1.687 Domingos Jorge Velho, sertanista paulista é contratado pelas autoridades coloniais para dar fim ao quilombo. Juntamente com as forças de Bahia e Pernambuco que já lutam na região, o sertanista cerca os principais redutos, que resistem ainda por vários anos, mas são derrotados em fevereiro de 1.694. Apesar de ferido Zumbi escapa e continua a luta. Traído por Antonio Soares, seu homem de confiança em encurralado em seu esconderijo e morto em 1.695. São poucas as cidades brasileiras mais antigas que não tem um bairro ou um lugar de referência à existência de ajuntamentos de escravos negros e mulatos fugidos. É difícil calcular o numero de quilombos formados durante o período da escravidão, por que muitos não deixam registros e alguns remanescentes estão sendo descobertos – até 2.001 a Fundação Cultural Palmares já havia identificado 741. Pequenos ou grandes, os quilombos eram sempre vistos com temor e mantidos a distancia pela sociedade dominante. Isso não impediu que mantivessem relações com esta mesma sociedade, de trocas comerciais e casamentos à participação nas celebrações religiosas e festas populares.