Gráfico de funil (pesquisa)
Gráfico de funil é uma técnica gráfica utilizada para identificar a presença de viés de publicação em revisões sistemáticas de publicações científicas.[3]
Método
[editar | editar código-fonte]Os resultados dos estudos selecionados em uma revisão são plotados no gráfico em comparação a alguma medida de precisão, como o tamanho da amostra ou outra medida de variação.[4][5] Os resultados são comumente registrados no eixo horizontal e a precisão associada a cada estudo no eixo vertical . Na ausência de viés de publicação o gráfico deve apresentar a forma de um funil,[3] com os estudos menos precisos, em geral realizados com amostras de tamanho pequeno - que por influência do acaso podem encontrar resultados negativos ou positivos (estatisticamente significativos ou não) - distribuídos simetricamente na parte mais larga do funil. Enquanto os estudos com maior precisão, em geral em menor número e mais próximos do valor real estarão concentrados na parte mais estreita do funil.[6] Se existir viés de publicação contra resultados negativos ou inconclusivos, um quadrante do funil estará totalmente ou parcialmente ausente, resultando numa assimetria na distribuição destes estudos no gráfico.[3]
Limitações
[editar | editar código-fonte]É necessário uma quantidade grande de estudos para distinguir padrões reais de imaginados.[4] E não existe um consenso sobre a forma como os resultados devem ser codificados (binário versus contínuo) e a precisão dos estudos medida (variância inversa, erro padrão inverso, tamanho da amostra, etc.). Uma avaliações da viabilidade técnica do gráfico de funil apontou que estes fatores afetam a aparência da trama.[7]
Mesmo que houvesse consenso sobre que métrica ou expressão de peso devem ser usados para representar os eixos e , isso não elimina a incerteza e subjetividade que permanece na interpretação visual dos gráficos. Um estudo concluiu que nos casos onde a simetria ou assimetria do funil não está bem pronunciada, a habilidade ou precisão dos pesquisadores em identificar a ocorrência de viés de publicação com base na análise de um gráfico de funil é comparável ao acaso.[7]
Referências
- ↑ Flore P. C.; Wicherts J. M. (2015). «Does stereotype threat influence performance of girls in stereotyped domains? A meta-analysis». J Sch Psychol. 53: 25–44. PMID 25636259. doi:10.1016/j.jsp.2014.10.002
- ↑ Tang, JL; Liu, JL (2000). «Misleading funnel plot for detection of bias in meta-analysis.». J Clin Epidemiol. 53 (5): 477-484. doi:10.1016/S0895-4356(99)00204-8
- ↑ a b c Gordon Guyatt; Drummond Rennie; Maureen O. Meade & Deborah J. Cook. Diretrizes para Utilização da Literatura Médica: Fundamentos para Prática Clínica da Medicina Baseada em Evidência. Artmed Editora, 2009 - 386 páginas, p.343 no Google Livros
- ↑ a b Kenneth Rothman; Sander Greenland & Timothy Lash. Epidemiologia Moderna - 3ª Edição. Artmed Editora, 2016 - 888 páginas, p. 784 no Google Livros
- ↑ Jack L. Cronenwett & K Johnston. Rutherford Cirurgia Vascular. Elsevier Brasil, 2016 - 2792 páginas, parte 131 no Google Livros
- ↑ Mauricio Gomes Pereira & Taís Freire GalvãoII. Heterogeneidade e viés de publicação em revisões sistemáticas. Epidemiol. Serv. Saúde vol.23 no.4 Brasília Dec. 2014
- ↑ a b Lau, Joseph; Ioannidis, John P A; Terrin, Norma; Schmid, Christopher H; Olkin, Ingram (16 de setembro de 2006). «The case of the misleading funnel plot». BMJ. 333 (7568): 597–600. doi:10.1136/bmj.333.7568.597
Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Recommendations for examining and interpreting funnel plot asymmetry in meta-analyses of randomised controlled trials». BMJ. 343 (d4002). 2011. doi:10.1136/bmj.d4002